art by Al Tewkes. Horrific #4 - Comic Media, March 1953.
Monday 13 April 2015
Saturday 11 April 2015
Sonnet by Alphonsus de Guimaraens (in Portuguese)
Mãos que os lírios invejam, mãos eleitas
Para aliviar de Cristo os sofrimentos,
Cujas veias azuis parecem feitas
Da mesma essência astral dos olhos bentos;
Mãos de sonho e de crença, mãos afeitas
A guiar do moribundo os passos lentos,
E em séculos de fé, rosas desfeitas
Em hinos sobre as torres dos conventos.
Mãos a bordar o santo Escapulário,
Que revelastes, para quem padece,
O inefável consôlo do Rosário;
Mãos ungidas no sangue da Coroa,
Deixai tombar sobre minh'alma em prece
A benção que redime e que perdoa!
Para aliviar de Cristo os sofrimentos,
Cujas veias azuis parecem feitas
Da mesma essência astral dos olhos bentos;
Mãos de sonho e de crença, mãos afeitas
A guiar do moribundo os passos lentos,
E em séculos de fé, rosas desfeitas
Em hinos sobre as torres dos conventos.
Mãos a bordar o santo Escapulário,
Que revelastes, para quem padece,
O inefável consôlo do Rosário;
Mãos ungidas no sangue da Coroa,
Deixai tombar sobre minh'alma em prece
A benção que redime e que perdoa!
Friday 10 April 2015
"Serenata" by Cecília Meireles (in Portuguese)
Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo"
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,
e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto
para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho
como as estrelas no seu rumo"
Thursday 9 April 2015
"Canzonet" by Oscar Wilde (in English)
I have no store
Of gryphon-guarded gold;
Now, as before,
Bare is the shepherd's fold.
Rubies nor pearls
Have I to gem thy throat;
Yet woodland girls
Have loved the shepherd's note.
Then pluck a reed
And bid me sing to thee,
For I would feed
Thine ears with melody,
Who art more fair
Than fairest fleur-de-lys,
More sweet and rare
Than sweetest ambergris.
What dost thou fear?
Young Hyacinth is slain,
Pan is not here,
And will not come again.
No horned Faun
Treads down the yellow leas,
No God at dawn
Steals through the olive trees.
Hylas is dead,
Nor will he e'er divine
Those little red
Rose-petalled lips of thine.
On the high hill
No ivory dryads play,
Silver and still
Sinks the sad autumn day.
Of gryphon-guarded gold;
Now, as before,
Bare is the shepherd's fold.
Rubies nor pearls
Have I to gem thy throat;
Yet woodland girls
Have loved the shepherd's note.
Then pluck a reed
And bid me sing to thee,
For I would feed
Thine ears with melody,
Who art more fair
Than fairest fleur-de-lys,
More sweet and rare
Than sweetest ambergris.
What dost thou fear?
Young Hyacinth is slain,
Pan is not here,
And will not come again.
No horned Faun
Treads down the yellow leas,
No God at dawn
Steals through the olive trees.
Hylas is dead,
Nor will he e'er divine
Those little red
Rose-petalled lips of thine.
On the high hill
No ivory dryads play,
Silver and still
Sinks the sad autumn day.
Wednesday 8 April 2015
"Vae Victis!" by Lord Alfred Douglas (in English)
Here in this isle
The summer still lingers,
And Autumn's brown fingers
So busy the while
With the leaves in the north;
Are scarcely put forth
In this land where the sun still glows like an ember,.
In mid-November.
In England it's cold,
And the yellow and red
Of October have fled ;
And the sun is wet gold
Like an emperor weeping,
When Death goes a-reaping
All through his empire, merciless comer
The dead things of summer.
The sky has cried so
That the earth is all sodden,
With dead leaves in-trodden,
And the trees to and fro
Wave their arms in the air
In despair, in despair :
They are thinking of all the hot days that are over,
And the cows in the clover.
Here the roses are out,
And the sun at high noon
Makes the birds faint and swoon.
But the cricket's about
With his song, and the hum
Of the bees as they come
To feast at the honey-board laden and groaning,
Makes musical droning.
But vainly, alas !
Do I hide in the south,
Kiss close with my mouth
Red flowers, green grass,
For Autumn has found me
And thrown her arms around me.
She has breathed on my lips and I wander apart,
Dead leaves in my heart.
The summer still lingers,
And Autumn's brown fingers
So busy the while
With the leaves in the north;
Are scarcely put forth
In this land where the sun still glows like an ember,.
In mid-November.
In England it's cold,
And the yellow and red
Of October have fled ;
And the sun is wet gold
Like an emperor weeping,
When Death goes a-reaping
All through his empire, merciless comer
The dead things of summer.
The sky has cried so
That the earth is all sodden,
With dead leaves in-trodden,
And the trees to and fro
Wave their arms in the air
In despair, in despair :
They are thinking of all the hot days that are over,
And the cows in the clover.
Here the roses are out,
And the sun at high noon
Makes the birds faint and swoon.
But the cricket's about
With his song, and the hum
Of the bees as they come
To feast at the honey-board laden and groaning,
Makes musical droning.
But vainly, alas !
Do I hide in the south,
Kiss close with my mouth
Red flowers, green grass,
For Autumn has found me
And thrown her arms around me.
She has breathed on my lips and I wander apart,
Dead leaves in my heart.
Tuesday 7 April 2015
"Evangelho Segundo Jadar",Chapters II and III by José Thiesen (in Portuguese)
II
Entrando numa
sinagoga em sua cidade, Nazaré, num sábado, Jesus ergueu-se para ler e lhe
deram o livro do profeta Isaias que diz:
“O Espírito do Senhor Javé está
sobre mim,
"Porque Javé me ungiu;
"Ensinou-me a anunciar a
boa-nova aos pobres,
"A curar os quebrantados
de coração
"E proclamar a liberdade
aos cativos;
"A libertação aos que
estão presos,
"A proclamar um ano
aceitável a Javé.”
Jesus terminou de
ler, enrolou o livro e o entregou ao servente.
Todos tinham o
olhar nele.
Então Jesus
disse: “Hoje, estas palavras se realizam.”
Um clamor
levantou-se da multidão contra ele e o tiraram da sinagoga com o intuito de o
apedrejarem.
Fora da sinagoga,
havia um endemoniado que, ao ver Jesus, gritou-lhe a babujar: “Que queres aqui?
Eu sei que és o Santo de Deus, aquele em quem Deus se compraz, mas não te fiz
mal algum! Deixa-me em paz!”
Respondeu-lhe
Jesus: “Cala-te e deixa este homem!” e o demônio obedeceu-lhe.
Vendo isso, a
multidão assustou-se e deixou Jesus. Uns poucos aceitaram Jesus e ficaram com
ele.
Jesus, então,
começou a pregar: “Vêde e alegrai-vos: o Reino de Deus já está entre vós!”
III
Dias depois,
Jesus deixou Nazaré e tendo chegado a Naim, pregava o Reino de Deus dizendo:
“Como é o Reino de Deus? É como a sementinha de mostarda, a menor das sementes
que cai na terra e sem que ninguém saiba como, sem que ninguém perceba, gera
uma árvore enorme, onde as aves do céu encontram abrigo e alimento.
“É como o tesouro
enterrado que um homem pobre encontra. Ele vai e vende os seus bens todos para
comprar aquela terra e ficar dono do tesouro.
“É como a moeda
valiosa que u’a mulher perde e, sem sossego, revira a casa toda até recuperar a
moeda e, tendo-a na mão, corre à porta e grita a todos sua alegria por
encontrar a valiosa que estava perdida!
“Heis que a porta
do Reino já está aberta, mas é estreita e dificil. Por isso se diz: o Reino de
Deus pertence aos violentos: tomai, pois a decidida decisão de possuir este
Reino.
“Lutai por ele,
fazei dele o vosso tesouro!”
Perguntaram-lhe
uns homens: “Rabi, que na língua dos judeus quer dizer ”mestre”, que devemos fazer para
possuir o Reino?
Respondeu-lhes
ele: “Bem-aventurados os pobres de espírito,
“Pois deles é o Reino de Deus;
“Bem-aventurados os aflitos,
“Porque serão consolados;
“Bem-aventurados os que
promovem a justiça,
“Porque serão exaltados;
“Bem-aventurados os
misericordiosos,
“Porque alcançarão
misericórida;
“Bem-aventurados os puros de
coração,
“Porque verão a Deus;
“Bem-aventurados os que
promovem a paz,
“Porque serão chamados “filhos
do Altíssimo”;
“Bem-aventurados os que sofrem
pelo Reino,
“Porque o Reino é deles!
“Em verdade vos
digo, o Reino é de Deus, não deste mundo e nem pertence a seu Príncipe, o
Demônio; assim, não podeis servir a dois senhores; ou odiais a um e servis o
outro, ou odiais a outro e servis a um.
“Assim, ai de vós que procurais
as riquezas,
“Pois não há lugar para vós no
Reino;
Ai de vós, acomodados em vosso
pecado,
“Porque já tendes vossa
consolação;
“Ai de vós, déspotas,
“Porque caireis no abismo;
“Ai de vós, os brutos,
“Porque sereis brutalizados;
“Ai de vós, lascivos,
“Porque sereis afastados de
Deus;
“Ai de vós, semeadores de ódio,
“Porque o Diabo vos roerá os
ossos,
“Ai de vós que desfrutais dos
gozos desse mundo,
“Porque nada tereis!”
Uns escribas que
estavam ali, lhe perguntaram: “Com que autoridade pregais tais coisas?”
Mas Jesus desviou
seus olhos para um cortejo fúnebre que se aproximava. Era o enterro do filho
único duma viúva.
Jesus tomou-se de
compaixão pela sorte infausta daquela mulher e disse aos escribas: “Minha
autoridade vem daquele que me enviou, aquele que vos amou primeiro.”
Dirigindo-se á
mulher, abraçou-a e disse: “Sossegue seu coração e que nada se faça se não for
para a glória daquele que me enviou!”
Livrando o
cadáver do jovem dos panos que o cobriam, conforme o costume dos judeus, lhe
disse: “Atende a tua mãe” e o jovem se levantou e mãe e filho se rencontraram.
Uma grande
comoção atingiu os presentes e todos diziam que um grande profeta habitava
entre eles.
Fugindo do
alarido, Jesus retirou-se com os seus e depois lhes disse: "Ouvistes como
chamaram a mim de "profeta"? De fato o sou, e acaso conheceis um que
não tenha sido morto?"
Porém os seus não
o entenderam.
Monday 6 April 2015
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