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Friday 16 October 2015

“To Shakespeare” by Lord Alfred Douglas (in English)



Most tuneful singer, lover tenderest,
Most sad, most piteous, and most musical,
Thine is the shrine more pilgrim-worn than all
The shrines of singers; high above the rest
Thy trumpet sounds most loud, most manifest.
Yet better were it if a lonely call
Of woodland birds, a song, a madrigal,
Were all the jetsam of thy sea's unrest.

For now thy praises have become too loud
On vulgar lips, and every yelping cur
Yaps thee a paean ; the whiles little men,
Not tall enough to worship in a crowd,
Spit their small wits at thee. Ah ! better then
The broken shrine, the lonely worshipper.

Wednesday 23 September 2015

“To L” by Lord Alfred Douglas (in English)



Thou that wast once my loved and loving friend,
A friend no more, I had forgot thee quite,
Why hast thou come to trouble my delight
With memories ? Oh ! I had clean made end
Of all that time, I had made haste to send
My soul into red places, and to light
A torch of pleasure to burn up my night.
What I have woven hast thou come to rend ?

In silent acres of forgetful flowers,
Crowned as of old with happy daffodils,
Long time my wounded soul has been a-straying,
Alas! it has chanced now on sombre hours
Of hard remembrances and sad delaying,
Leaving green valleys for the bitter hills

Tuesday 10 March 2015

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Posso duvidar que lá fora
Há um sol brilhante,
Posso duvidar do
Ar que respiro,
Posso até duvidar das
Grades que me prendem,
Mas não posso duvidar
Do amor que sinto por ti.
Toma, pois, esta tela,
Como símbolo de que, do
Fundo de onde estou,
Meus pensamentos são
Todos para ti, são teus e
Teus somente.

(The prisoner G. Ávila from the Central Prison of Porto Alegre had asked me to make a portrait of his wife and write a dedicatory to her on 27th October 1997.)

Thursday 5 March 2015

"Ao ator Joaquim Augusto" by Castro Alves (in Portuguese)

Um Dia Pigmalião — o estatuário
Da oficina no tosco santuário
Pôs-se a pedra a talhar ...
Surgem contornos lânguidos, amenos...
E dos flocos de mármore outra Vênus
Surge dest’outro mar.

De orgulho o mestre ri... A estátua é bela!
Da Grécia as filhas por inveja dela
Vão nas grutas gemer...
Mas o artista soluça: "Ó Grande Jove!
"Ela é bela... bem sei — mas não se move!
"É sombra — e não mulher!"

Então do excelso Olimpo o deus-tonante
Manda que desça um raio fulgurante
À tenda do escultor.
Vive a estátua! Nos olhos — treme o pejo,
Vive a estátua!... Na boca — treme um beijo,
Nos seios — treme amor.

O poeta é — o moderno estatuário
Que na vigília cria solitário
Visões de seio nu!
O mármore da Grécia — é o novo drama!
Mas o raio vital quem lá derrama?...
É Júpiter!... És tu!...

Como Gluck nas selvas aprendia
Ao som do violoncelo a melodia
Da santa inspiração,
Assim bebes atento a voz obscura
Do vento das paixões na selva escura
Chamada — multidão.

Gargalhadas, suspiros, beijos, gritos,
Cantos de amor, blasfêmias de precitos,
Choro ou reza infantil,
Tudo colhes... e voltas co'as mãos cheias,
— O crânio largo a transbordar de idéias
E de criações mil.

Então começa a luta, a luta enorme,
Desta matéria tosca, áspera, informe,
Que na praça apanhou.
Teu gênio vai forjar novo tesouro...
O cobre escuro vai mudar-se em ouro,
Como Fausto o sonhou!

Glória ao Mestre! Passando por seus dedos
Dói mais a dor... os risos são mais ledos...
O amor é mais do céu...
Rebenta o ouro desta fronte acesa!
O artista corrigiu a natureza!
O alquimista venceu!

Então surges, Ator! e do proscénio
Atiras as moedas do teu gênio
Às pasmas multidões.
Pródigo enorme! a tua enorme esmola
Cunhada pela efígie tua rola
Nos nossos corações.

Por isso agora, no teu almo dia,
Vieram dando as mãos a Poesia
E o povo, bem o vês;
Como nos tempos dessa Roma antiga
Aos pés desse outro Augusto a plebe amiga
Atirava lauréis ...

Augusto! E o nome teu não se desmente...
O diadema real na vasta frente
Cinges... eu bem o sei!

Mandas no povo deste novo Lácio...
E os poetas repetem como Horácio:
"Salve! Augusto! Rei!"

Tuesday 13 January 2015

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Ao F. M. Pires

Agora eu
Bebo dum
Cálice amargo.
Deu-mo
Ele, o erro
Fatal,
Gatuno de meu coração.
Hoje eu bebo,
Incerto de mim mesmo,
Juntando os cacos de mim
Morro mais e mais,
Na dor detido,
Ouvindo a
Porta que se fecha,
Quebrando de pavor.
Reajir eu tento,
Seguir adiante eu tento,
Tento esquecer de tudo, mas
Uma coisa só fica:
Vivo de amar-te e como
Xara, isso me fere o coração,
Zaida que me fustiga.

Wednesday 7 January 2015

"Ahasverus e o Gênio" by Castro Alves (in Portuguese)



ao poeta e amigo J. Felizardo Júnior



Sabes quem foi Ahasverus?...— o precito,
O mísero Judeu, que tinha escrito
Na fronte o selo atroz!
Eterno viajor de eterna senda...
Espantado a fugir de tenda em tenda,
Fugindo embalde à vingadora voz!

Misérrimo! Correu o mundo inteiro,
E no mundo tão grande... o forasteiro
Não teve onde... pousar.
Co'a mão vazia — viu a terra cheia.
O deserto negou-lhe — o grão de areia,
A gota d'água — rejeitou-lhe o mar.

D'Ásia as florestas — lhe negaram sombra
A savana sem fim — negou-lhe alfombra.
O chão negou-lhe o pó!...
Tabas, serralhos, tendas e solares...
Ninguém lhe abriu a porta de seus lares
E o triste seguiu só.

Viu povos de mil climas, viu mil raças,
E não pôde entre tantas populaças
Beijar uma só mão ...
Desde a virgem do Norte à de Sevilhas,
Desde a inglesa à crioula das Antilhas
Não teve um coração! ...

E caminhou!... E as tribos se afastavam
E as mulheres tremendo murmuravam
Com respeito e pavor.
Ai! Fazia tremer do vale à serra...
Ele que só pedia sobre a terra
— Silêncio, paz e amor! —

No entanto à noite, se o Hebreu passava,
Um murmúrio de inveja se elevava,
Desde a flor da campina ao colibri.
"Ele não morre", a multidão dizia...
E o precito consigo respondia:
— "Ai! mas nunca vivi!" —

O Gênio é como Ahasverus... solitário
A marchar, a marchar no itinerário
Sem termo do existir.
Invejado! a invejar os invejosos.
Vendo a sombra dos álamos frondosos...
E sempre a caminhar... sempre a seguir...

Pede u'a mão de amigo — dão-lhe palmas:
Pede um beijo de amor — e as outras almas
Fogem pasmas de si.
E o mísero de glória em glória corre...
Mas quando a terra diz: — "Ele não morre"
Responde o desgraçado: — "Eu não vivi!..."

Tuesday 6 January 2015

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Ao F. M. Pires

Vou pela estrada de minha vida
só e sempre só.
Nela, o ar é seco e o pó me sufoca -
via tão triste.
De vez em quando te vejo no caminho,
meio longe, meio perto,
mas é só miragem: nunca estás onde te vejo,
eu só e sempre só.

Tuesday 30 December 2014

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Ao F. M. Pires

Se eu fosse,
se eu corresse,
se eu entrasse
no teu coração,

se eu pulasse,
se eu falasse,
se eu faceasse
o medo em mim,

se eu pudesse,
se eu criasse,
se eu fizesse
o beijo em ti,

se eu falasse,
se eu pensasse,
se eu mostrasse
o meu amor,

talvez então,
mas só então
os nossos olhos
o amor trovariam.

Porém, que sabes
das sombras que só eu vi?

Sombras que são medos

de superar,
de vencer,
de avançar
sobre o próprio medo;

de recuperar,
de alargar,
de possuir
a coragem de vencê-los;

de sonhar,
de gozar,
de poder

ultrapassar a mim mesmo
e desfazer essa solidão
encrustrada em mim.






Tuesday 23 December 2014

Untilted poem by José Thiesen (in Portuguese)

Faço coisas tão tolas,
a insensatez amiga eu abraço e
busco a juventude
indo pelas curvas de teu corpo,
oscultando os lábios teus.

Mas eu acho o que procuro se
estou perdendo o que encontro?
Dei-te um coração e já outro
encontra e toma o teu!
Irei, mais e mais atrás de ti,
roubando anseios de
ousar um amor que
sofre de amor demais.

Parte, coração, nesse teu vôo louco,
indo não sei pra que triste
reinado dum anelo frustrado onde
ele e só ele, somente, é
senhor desse reinado.







Sunday 7 December 2014

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Ao M. L. de Souza

Haverá sempre risos para quem sorrir
E abraços para quem abraçar.
Haverá sempre canções para o cantor
e trilhas para o viajor.

Para um amigo sempre haverá
um coração ofertado
como o silencioso desabrochar
de uma rosa.

Saturday 6 December 2014

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Ao M. L. de Souza
Quem sou para querer que me entendas?
Para pedir-te que me ouças, quem sou?
Jamais te pedirei o que não me podes dar.
Vai embora, pois, meu sol, que chorarei calado;
Vai, enquanto morro um pouco mais.

Wednesday 24 September 2014

“A Uma Atriz” by Castro Alves (in Portuguese)



 (no seu benefício)


Branco cisne, que vogavas
Das harmonias no mar,
Pomba errante de outros climas,
Vieste aos cerros pousar.
Inda bem. Sob os palmares
Na voz do condor, dos mares,
Das serranias, dos céus...
Sente o homem — que é poeta.
Sente o vate — que é profeta
Sente o profeta — que é Deus.

Há alguma cousa de grande
Deste mundo na amplidão,
Como que a face do Eterno
Palpita na criação...
E o homem que olha o deserto,
Diz consigo: "Deus 'stá perto
Que a grandeza é o Criador".
E, sob as paternas vistas,
Larga rédeas às conquistas,
Pede as asas ao condor.

Inda bem. A glória é isto...
É ser tudo... é ser qual Deus...
Agitar as selvas d'alma
Ao sopro dos lábios teus ...
Dizer ao peito — suspira!
Dizer à mente — delira!
A glória inda é mais: É ver
Homens, que tremem — se tremes!
Homens, que gemem — se gemes!
Que morrem — se vais morrer!

A glória é ter,com o tridente
Refreada a multidão,
— Oceano de pensamentos
Que tu agitas co'a mão!
— Montanha feita de idéias,
Que sustenta as epopéias
Que é do gênio pedestal!
— Harpa imensa feita de almas,
Que rompe em hinos e palmas,
Ao teu toque divinal.

Mas esqueceste... Não basta
"Chegar, olhar e vencer"
Do gênio a maior grandeza
O ser divino é sofrer.
Diz! ... Quando ouves a torrente
Do entusiasmo na enchente
Vir espumar-te lauréis;
Nest'hora grande não sentes
Longe os silvos das serpentes,
Que tentam morder-te os pés?

Inda é a glória — rainha
Que jamais caminha só.
Aí! Quem sobe ao Capitólio
Vai precedido de pó.
Porém tu zombas da inveja...
Se à noite o raio lampeja
Tu fazes dele um clarão!
Pela tormenta embalada
Ao som da orquestra arroubada
Vais-te perder n'amplidão.

Friday 11 July 2014

“A meu irmão Guilherme de Castro Alves “ by Castro Alves (in English)



Na Cordilheira altíssima dos Andes
Os Chimborazos solitários, grandes
Ardem naquelas hibernais regiões.
Ruge embalde e fumega a solfatera...
É dos lábios sangrentos da cratera
Que a avalanche vacila aos furacões.
A escória rubra com os geleiros brancos
Misturados resvalam pelo francos
Dos ombros friorentos do vulcão...

...............................................................

Assim, Poeta, é tua vida imensa,
Cerca-te o gelo, a morte, a indiferença...
E são larvas lá dentro o coração.

Thursday 19 June 2014

"A Luis" by Castro Alves (in Portuguese)



(no dia de seu natalício)
A imaginação, com o vôo ousado,
aspira a principio à eternidade...
Depois um pequeno espaço basta em breve
para os destroços de nossas esperanças iludidas! ...
Goethe


Como um perfume de longínquas plagas
Traz o vento da pátria ao peregrino,
Ó meu amigo! que saudade infinda
Tu me trazes dos tempos de menino!


É o ledo enxame de sutis abelhas
Que vem lembrar à flor o mel d'aurora...
Acres perfumes de uma idade ardente
Quando o lábio sorri... mas nunca chora!


Que tempos idos! que esperanças louras!
Que cismas de poesia e de futuro!
Nas páginas do triste Lamartine
Quanto sonho de amor pousava puro! ...


E tu falavas de um amor celeste,
De um anjo, que depois se fez esposa...
— Moça, que troca os risos de criança
Pelo meigo cismar de mãe formosa.


Oh! meu amigo! neste doce instante
o vento do passado em mim suspira,
E minh'alma estremece de alegria,
Como ao beijo da noite geme a lira.


Tu paraste na tenda, ó peregrino!
Eu vou seguindo do deserto a trilha;
Pois bem... que a lira do poeta errante
Seja a bênção do lar e da família.

Wednesday 27 November 2013

Dedication to Léon Werth by Antoine de Saint-Exupéry (in French)



À LÉON WERTH

Je demande pardon aux enfants d’avoir dédié ce livre à une grande personne. J’ai une excuse sérieuse: cette grande personne est le meilleur ami que j’ai au monde. J’ai une autre excuse: cette grande personne peut tout comprendre, même les livres pour enfants. J’ai une troisième excuse: cette grande personne habite la France où elle a faim et froid. Elle a bien besoin d’être consolée. Si toutes ces excuses ne suffisent pas, je veux bien dédier ce livre à l’enfant qu’a été autrefois cette grande personne. Toutes les grandes personnes ont d’abord été des enfants. (Mais peu d’entre elles s’en souviennent.) Je corrige donc ma dédicace:

À LÉON WERTH

QUAND IL ÉTAIT PETIT GARÇON