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Friday 26 April 2024

Friday's Sung Word: "Noite Cheia de Estrêlas" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa deste amor

Lua, manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto e a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
Entre a neblina se escondeu

Lá no alto a lua esquiva (A lua, deidade esquiva, - Osny Silva)
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
A dolorosas queixas ao luar.

 

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Vicente Celestino here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Paulo Tapajós here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Sílvio Caldas here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Nelson Gonçalves here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Osny Silva here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Jessé here.

Friday 12 April 2024

Friday's Sung Word: "Lágrimas" by Cândido das Neves (in Portuguese)


Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir
Rir é quase iludir
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima
Que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguém feliz

Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar
Rosas de cristal
Do pranto emocional
Mas se ela voltar
Fulgente diadema então lhe ofertarei
Do pranto que chorei
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou
Talvez nem alma tenha para sentir
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer
Chorar é a mágoa em pérolas diluir
Mas quem quiser amar
Certo há de chorar
Há de sentir morrer o coração
Porque o amor sendo belo é falaz
Como os ais
Se desfaz em ilusão 

 
 

You can listen "Lágrimas" sung by Paulo Tapajós with Jacob do Bandolim here.

Friday 23 February 2024

Friday's Sung Word: "E Nada Mais" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Onde andará neste momento
O pensamento desta ingrata
Que me mata de saudade o coração?
Um desprezado que definha, que padece

Mas, fiel, nunca se esquece
Deste amor, desta ilusão
Esta esperança que me alenta
Que me inspira é a íntima mentira

Em que minh'alma se envolveu
O nosso amor teve um sagrado juramento
Mas eu sei que há muito tempo
Aquela ingrata se esqueceu

Hoje,  coração amargurado,
Das ruínas do passado
Só te restam tristes ais
E nada mais

De ti distante
Quantas vezes pensativo
Tão sozinho como vivo
Sinto aqui os olhos meus
Aquele pranto
Que na hora da partida
Foi a prova dolorida
Da tortura de um adeus

 

You can listen "E Nada Mais" sung by Vicente Celestino here.

 

You can listen "E Nada Mais" sung by Paulo Tapajós here.

Friday 2 February 2024

Friday's Sung Word: "Cinzas" by Cândido das Neves and Levino da Conceição (in Portuguese)

 Álgida saudade me maltrata
Desta ingrata
Que não me sai do pensamento
Cesse o meu tormento!
Tréguas à minha dor!
Ressaibos do meu triste amor
Atro é o meu grande martírio
Das sevícias tenho n'alma a cicatriz
Deus, tem compaixão deste infeliz
Mata meus ais
Por que sofrer assim se ela não volta mais?
Esse pobre amor que um dia floresceu
Como todo amor que é sem vigor, morreu
Ai, mas eu não posso esquecê-la, não
A saudade é enorme no meu coração
Versos que a pujança deste amor cantei
Lira de poeta que a sonhar vibrei
Cinzas, tudo cinzas eu vejo enfim
Esta saudade enorme que reside em mim.

Oh, por quem sofri, por quem chorei,
a ningém direi. Não quero lembrar
essa ingrata que sorriu do pranto que me fez chorar
e as pobres flores
e os botões que eu arranjei
que deviam ornar teu véu,
minh'alma os foi depor no céu.*


Morto ao dissabor do esquecimento
Num momento ebanizado da paixão
Está um coração que muitas dores padeceu
Um pobre coração que é o meu
Dentro de minh'alma que se aflige
Tem uma esfinge emoldurando muitas fráguas
Deus, por que razão que as minhas mágoas
A minha dor, não fogem da minha alma
Como fugiu o amor?

*More recent versions omit these verses.

 

You can listen "Cinzas" sung by Vicente Celestino here. (1937)


You can listen "Cinzas" sung by Paulo Tapajós with Dino and Meira (guitars) here. (1971)

 

You can listen "Cinzas" sung by Paulinho Moska here. (2000)

Friday 29 December 2023

Friday's Sund Word_ "A Última Estrofe" by Cândido das Neves (in Portuguese)

A noite estava assim enluarada, quando a voz
Já bem cansada
Eu ouvi de um trovador
Nos versos que vibravam de harmonia, ele em
Lágrimas dizia
Da saudade de um amor

Falava de um beijo apaixonado, de um amor
Desesperado, que tão cedo teve fim
E, desses gritos e tormentos, eu guardei no pensamento
Uma estrofe que era assim:

Lua, vinha perto a madrugada, quando, em ânsias, minha amada
Nos meus braços desmaiou.
E o beijo do pecado
teu véu estrelejado
A luzir glorificou
Lua, hoje eu vivo sem carinho, ao relento  tão sozinho,
Na esperança mais atroz,
De que cantando em noite linda
Esta ingrata, volte ainda, escutando a minha voz

A estrofe derradeira merencórea revelava toda a história
De um amor que se perdeueu. E a lua que rondava a natureza,
Solidária com a tristeza
Entre as nuvens se escondeu.

Cantor que assim falas à lua, minha história é igual à tua
Meu amor também fugiu. disse eu em ais convulsos
E ele então entre soluços toda a estrofe repetiu...

 

You can listen "A Última Estrofe" sung by Paulo Tapajós here.