(no dia de seu natalício)
A imaginação, com o vôo
ousado,
aspira a principio à
eternidade...
Depois um pequeno espaço
basta em breve
para os destroços de nossas
esperanças iludidas! ...
Goethe
Como um perfume
de longínquas plagas
Traz o vento da
pátria ao peregrino,
Ó meu amigo! que
saudade infinda
Tu me trazes dos
tempos de menino!
É o ledo enxame
de sutis abelhas
Que vem lembrar à
flor o mel d'aurora...
Acres perfumes de
uma idade ardente
Quando o lábio
sorri... mas nunca chora!
Que tempos idos!
que esperanças louras!
Que cismas de
poesia e de futuro!
Nas páginas do
triste Lamartine
Quanto sonho de
amor pousava puro! ...
E tu falavas de
um amor celeste,
De um anjo, que
depois se fez esposa...
— Moça, que troca
os risos de criança
Pelo meigo cismar
de mãe formosa.
Oh! meu amigo!
neste doce instante
o vento do
passado em mim suspira,
E minh'alma
estremece de alegria,
Como ao beijo da
noite geme a lira.
Tu paraste na
tenda, ó peregrino!
Eu vou seguindo
do deserto a trilha;
Pois bem... que a
lira do poeta errante
Seja a bênção do
lar e da família.
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