(A uma menina)
Folga e ri no começo da existência
Borboleta gentil!
GONÇALVES DIAS
Os lampejos azuis de teus olhos
Fazem n'alma brotar a esperança;
Dão venturas, ó meiga criança,
— Flor celeste no mundo entre abrolhos! —
Ora pendes a fronte na cisma,
Fatigada dos jogos, contente,
E mil sonhos, formosa inocente,
Fantasias às cores do prisma;
Ora voas ligeira entre clícias
Sacudindo fulgores, anjinho;
E o favônio te envia um carinho,
E as estrelas te ofertam blandícias!...
Mas se prende dos fúlgidos cílios
Alva pérola que a face te rora,
De teus lábios, na fala sonora,
Chovem, rolam sublimes idílios!
De tua boca na rubra granada
Caem santos mil beijos felizes!
Tuas asas de lindos matizes,
Ah! não rasgues do vício na estrada!
No comments:
Post a Comment