A boca, às vezes,
o louvor escapa
E o pranto aos
olhos; mas louvor e pranto
Mentem: tapa o
louvor a inveja, enquanto
O pranto a vesga
hipocrisia tapa.
Do louvor, com
que espanto, sob a capa
Vejo tanta
dobrez, ludíbrio tanto!
E o pranto em
olhos vejo, com que espanto,
Que escarnecem
dos mais, rindo à socapa!
Porque, desde que
esse ódio atroz me veio,
Só traições vejo
em cada olhar venusto?
Perfídias só em
cada humano seio?
Acaso as almas
poderei sem custo
Ver, perspícuo e
melhor, só quando odeio?
E é preciso odiar
para ser justo?!
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