Negro navio que se fez ao largo,
Velas pandas ao vento do nordeste,
Volta de novo este pesar amargo
Que foi todo consolo que me deste.
Pisando espinhos, no letal letargo
De quem segue por uma noite agreste,
Sou o cruzado que vai sobre o mar largo
Morrer de mágua, e fome, e guerra, e peste.
Não mais jasmins neste horto do meu peito.
Ouve-me tu, que ainda és uma criança;
É um sepulcro de vivos todo leito.
Tudo espero de ti, alma querida;
Mas não sabes, Senhora, que a esperança
É o maior desespero desta vida!
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