Nas tardes de verão em
que nos conhecemos
íamos pela estrada vermelha
até a porteira rústica.
E verde era a grama,
e junquilos bordejavam
a estrada vermelha
até a porteira rústica.
Tuas mãos brancas voavam
entre nós como pombos
pela estrada vermelha
até a porteira rústica.
Era manso o vento e o
sol nos beijava feliz,
por nós, feliz e suave,
até a porteira rústica.
Veio vindo, porém, Outono, e
tu passaste da porteira
indo para onde nunca supuz ir,
e ficou eu só e perplexo.
Já o Inverno se faz longo,
nuvens negras não saem do céu
nem vem o sol me consolar
com a lembrança feliz de ti.
A grama está baça e não há
flores nem pombas brancas
pelo caminho vermelho e eu
mesmo sou já uma sombra,
um vazio no mundo frio, só
com a triste lembrança dum
caminho que foi feliz e da
rude porteira que foi tranposta.
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