Ó meu anjo, vem
correndo,
Vem tremendo
Lançar-te nos
braços meus;
Vem depressa, que
a lembrança
Da tardança
Me aviva os
rigores teus.
Do teu rosto,
qual marfim,
De carmim
Tinge um nada a
cor mimosa;
É belo o pudor,
mas choro,
E deploro
Que assim sejas
medrosa.
Por inocente tens
medo
De tão cedo,
De tão cedo ter
amor;
Mas sabe que a
formosura
Pouco dura,
Pouco dura, como
a flor.
Corre a vida
pressurosa,
como a rosa,
Como a rosa na
corrente.
Amanhã terás
amor?
Como a flor,
Como a flor
fenece a gente.
Hoje ainda és tu
donzela
Pura e bela,
Cheia de meigo
pudor;
Amanhã menos
ardente
De repente
Talvez sintas meu
amor.
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