Deixa-me, fonte!
Dizia
A flor tonta de
terror
E a fonte sonora
e fria,
Cantava, levando
a flor.
Deixa-me,
deixa-me, fonte!
Dizia a flor a
chorar:
Eu fui nascida no
monte...
Não me leves para
o mar.
E a fonte rápida
e fria,
Com um sussurro
zombador,
Por sobre a areia
corria
Corria levando a
flor.
Ai, balanços do
meu galho,
Balanços do berço
meu;
Ai, claras gotas
de orvalho
Caídas do azul do
céu!...
Chorava a flor e
gemia
Branca, branca de
terror.
E a fonte, sonora
e fria
Rolava levando a
flor.
Adeus sombra das
ramadas,
Cantigas do
rouxinol;
Ai, festa das
madrugadas,
Doçuras do
por-do-sol.
Carícia das
brisas leves
Que abrem rasgões
de luar..
Fonte, fonte não
me leves,
Não me leves para
o mar!...
As correntezas da
vida
E os restos do
meu amor
Resvalam numa descida
Como o da fonte e
da flor
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