II
Mãos de finada,
aquelas mãos de neve,
De tons
marfíneos, de ossatura rica,
Pairando no ar,
num gesto brando e leve,
Que parece
ordenar mas que suplica.
Erguem-se ao
longe como se as eleve
Alguém que ante
os altares sacrifica:
Mãos que
consagram, mãos que partem breve,
Mas cuja sombra
nos meus olhos fica...
Mãos de esperança
para as almas loucas,
Brumosas mãos que
vêm brancas, distantes,
Fechar ao mesmo
tempo tantas bocas...
Sinto-as agora,
ao luar, descendo juntas,
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,
Cerrando os olhos
das visões defuntas...
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