Eram tres anjos e uma só mulher.
Quando a infancia corria alegre, á tôa,
Como a primeira flor, que na lagôa
Sobre o crystal das aguas se revê,
Em minha infancia reflectiu-se a tua...
Beijei-te as mãos suaves, pequeninas,
Tinhas um palpitar de azas divinas...
Eras — o anjo da Fé! —
Depois eu te revi... Na fronte branca
Radiava entre perolas mais franca
A altiva c′rôa, que a belleza trança!...
Sobre os traços da diva deslumbrante
Ardente, humillde arremessei minh′alma
Por ti sonhei — triumphador — a palma,
Ó — anjo da Esperança! —
Hoje é o terceiro marco dessa historia.
Calcinado aos relampagos da gloria,
Descri do amor, zombei da Eternidade!
Ai, não! — celeste e peregrina déa,
Por ti em rosas mudam-se os martyrioa!
Ha no teu seio a maciez dos lyrios...
Anjo da Caridade!...
Curralinho, 28 de Junho de 1870.
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