Tu que no pego
impuro das orgias,
Mergulhavas
ansioso e descontente,
E, quando à tona
vinhas de repente,
Cheias as mãos de
pérolas trazias.
Tu, que do amor e
pelo amor vivias,
E que, como de
límpida nascente,
Dos lábios e dos
olhos a torrente
Dos versos e das
lágrimas vertias;
Mestre querido!
Viverás, enquanto
Houver quem pulse
o mágico instrumento,
E preze a língua
que prezavas tanto;
E enquanto houver
num canto do universo,
Quem ame e sofra,
e amor e sofrimento
Saiba, chorando,
traduzir no verso.
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