Wednesday 30 July 2014

“A Bocage” by Olavo Bilac (in Portuguese)



Tu que no pego impuro das orgias,
Mergulhavas ansioso e descontente,
E, quando à tona vinhas de repente,
Cheias as mãos de pérolas trazias.

Tu, que do amor e pelo amor vivias,
E que, como de límpida nascente,
Dos lábios e dos olhos a torrente
Dos versos e das lágrimas vertias;

Mestre querido! Viverás, enquanto
Houver quem pulse o mágico instrumento,
E preze a língua que prezavas tanto;

E enquanto houver num canto do universo,
Quem ame e sofra, e amor e sofrimento
Saiba, chorando, traduzir no verso.

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