Turim, 10 de março 1861
Beatíssimo Padre,
Aproveito a oportunidade favorável de que um zeloso cooperador do jornal “L'Armonia” vai a Roma para dirigir duas palavras a Vossa Santidade.
Quantas coisas um pobre sacerdote quereria dizer ao chefe da Cristandade! Reduzamos tudo à máxima brevidade.
Eu direi, entretanto, que após muitos distúrbios, no momento presente estamos em paz, fato que me permite trabalhar livremente em favor de meus jovens e pela impressão das “Leituras Católicas”.
De um ano para cá, nossas escolas cresceram ao quádruplo. Atualmente, na nossa casa temos perto de quinhentos jovens, que dão boas esperanças e se preparam para o estado eclesiástico.
Nosso clero até agora se mantém corajosamente firme; mas aproximam-se grandes provações, e se o Senhor não nos fortificar com sua graça eu temo algum naufrágio.
Promessas, ameaças, pressões são os três inimigos que nos têm atacado; mas agora se avizinha o tempo da perseguição.
Os fiéis são fervorosos; mas a cada dia um grande número passa da tibieza para um indiferentismo apático, que é a maior praga do catolicismo em nossos paíz.
Porém, os tímidos baniram todo medo e mostram-se intrépidos em todo lugar onde seja necessário se revelar cristão.
Pese a tudo, Beatíssimo Padre, fique tranquilo, porque aqui no Piemonte há um grande número de filhinhos unidos com o espírito do Senhor.
Eles estão inteiramente prontos, se Deus quiser, a dar suas vidas e seus bens pela religião santíssima da qual Vós sois a cabeça visível sobre a [terra], enquanto Deus vos assiste desde o Céu.
O fato que mais aflige nosso espírito são os desastres que acabrunham a Igreja universal.
Coragem, Beatíssimo Padre, nós temos rezado e ainda hoje redobramos nossas orações pela conservação de Vossa sagrada pessoa.
Um garotinho que há já alguns anos dá claros sinais [de] receber especiais luzes do Senhor, pronunciou várias vezes estas palavras:
‘Quantas tribulações contristarão o paterno coração de Pio IX. A Virgem Imaculada estende ao Santo Padre um grande maço de rosas, mas ele deve pegá-las pela parte onde há espinhos agudíssimos’.
Uma outra pessoa é da opinião de que se o Senhor não muda seus desígnios. Vossa Santidade deverá mais uma vez abandonar Roma, o que será um grande bem em meio a tanto mal; pois povos inteiros acorrerão para venerá-la; milhões de homens abraçarão o catolicismo, movidos unicamente pela fortaleza nas tribulações do Vigário de Jesus Cristo, que por este meio iluminará muitas almas redimidas pelo próprio Salvador nosso.
Em suma, aproximam-se acontecimentos espantosos, talvez inauditos na história das nações; mas Vossa Santidade obterá o mais glorioso triunfo sobre tudo e, após conflitos extremamente sanguinários, voltará a ser o dono tranquilo de seus Estados, acolhido pelo amor de seus povos, abençoado pelos Reis e pelas nações.
Mas, e esses que reinam, esses que os acompanham e que são a causa de tantos males?
Esses que são a causa desses males, ou que poderiam impedi-los e não os impedem, esses estão nas mãos de Deus como uma vara da qual Ele se serve para punir os delitos dos homens; depois a vara será feita em pedaços e jogada ao fogo.
De qualquer modo, nós temos rezado e rezamos sempre a Deus misericordioso a fim de que conserve e proteja Seu Vigário; e conceda a paz à Sua Igreja. Vã é hoje qualquer esperança nos homens; só Deus pode nos ajudar.
Vós, Beatíssimo Padre, me tendes feito muitos favores; agora aos outros acrescente este de compartir o modo certamente confidencial com que vos tenho escrito. Atribuí tudo à grande bondade de vosso coração e ao grande afeto que nutro por vossa venerada pessoa.
Dignai-vos conceder, sobre mim e sobre meus rapazes, vossa santa benção apostólica enquanto eu me prostro humildemente
D. V. B.
Afetuosíssimo filho
Sac. Bosco Giovanni
Beatíssimo Padre,
Aproveito a oportunidade favorável de que um zeloso cooperador do jornal “L'Armonia” vai a Roma para dirigir duas palavras a Vossa Santidade.
Quantas coisas um pobre sacerdote quereria dizer ao chefe da Cristandade! Reduzamos tudo à máxima brevidade.
Eu direi, entretanto, que após muitos distúrbios, no momento presente estamos em paz, fato que me permite trabalhar livremente em favor de meus jovens e pela impressão das “Leituras Católicas”.
De um ano para cá, nossas escolas cresceram ao quádruplo. Atualmente, na nossa casa temos perto de quinhentos jovens, que dão boas esperanças e se preparam para o estado eclesiástico.
Nosso clero até agora se mantém corajosamente firme; mas aproximam-se grandes provações, e se o Senhor não nos fortificar com sua graça eu temo algum naufrágio.
Promessas, ameaças, pressões são os três inimigos que nos têm atacado; mas agora se avizinha o tempo da perseguição.
Os fiéis são fervorosos; mas a cada dia um grande número passa da tibieza para um indiferentismo apático, que é a maior praga do catolicismo em nossos paíz.
Porém, os tímidos baniram todo medo e mostram-se intrépidos em todo lugar onde seja necessário se revelar cristão.
Pese a tudo, Beatíssimo Padre, fique tranquilo, porque aqui no Piemonte há um grande número de filhinhos unidos com o espírito do Senhor.
Eles estão inteiramente prontos, se Deus quiser, a dar suas vidas e seus bens pela religião santíssima da qual Vós sois a cabeça visível sobre a [terra], enquanto Deus vos assiste desde o Céu.
O fato que mais aflige nosso espírito são os desastres que acabrunham a Igreja universal.
Coragem, Beatíssimo Padre, nós temos rezado e ainda hoje redobramos nossas orações pela conservação de Vossa sagrada pessoa.
Um garotinho que há já alguns anos dá claros sinais [de] receber especiais luzes do Senhor, pronunciou várias vezes estas palavras:
‘Quantas tribulações contristarão o paterno coração de Pio IX. A Virgem Imaculada estende ao Santo Padre um grande maço de rosas, mas ele deve pegá-las pela parte onde há espinhos agudíssimos’.
Uma outra pessoa é da opinião de que se o Senhor não muda seus desígnios. Vossa Santidade deverá mais uma vez abandonar Roma, o que será um grande bem em meio a tanto mal; pois povos inteiros acorrerão para venerá-la; milhões de homens abraçarão o catolicismo, movidos unicamente pela fortaleza nas tribulações do Vigário de Jesus Cristo, que por este meio iluminará muitas almas redimidas pelo próprio Salvador nosso.
Em suma, aproximam-se acontecimentos espantosos, talvez inauditos na história das nações; mas Vossa Santidade obterá o mais glorioso triunfo sobre tudo e, após conflitos extremamente sanguinários, voltará a ser o dono tranquilo de seus Estados, acolhido pelo amor de seus povos, abençoado pelos Reis e pelas nações.
Mas, e esses que reinam, esses que os acompanham e que são a causa de tantos males?
Esses que são a causa desses males, ou que poderiam impedi-los e não os impedem, esses estão nas mãos de Deus como uma vara da qual Ele se serve para punir os delitos dos homens; depois a vara será feita em pedaços e jogada ao fogo.
De qualquer modo, nós temos rezado e rezamos sempre a Deus misericordioso a fim de que conserve e proteja Seu Vigário; e conceda a paz à Sua Igreja. Vã é hoje qualquer esperança nos homens; só Deus pode nos ajudar.
Vós, Beatíssimo Padre, me tendes feito muitos favores; agora aos outros acrescente este de compartir o modo certamente confidencial com que vos tenho escrito. Atribuí tudo à grande bondade de vosso coração e ao grande afeto que nutro por vossa venerada pessoa.
Dignai-vos conceder, sobre mim e sobre meus rapazes, vossa santa benção apostólica enquanto eu me prostro humildemente
D. V. B.
Afetuosíssimo filho
Sac. Bosco Giovanni
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