O Diabo, sim, existe. As Sagradas Escrituras o atestam, e importa saber a distinção entre o Diabo e seus demônios. O chamado Diabo é o chefe dos demônios: trata-se de um anjo que, segundo a Tradição, é chamado Lúcifer. O Diabo fechou-se para Deus, juntamente com outros anjos, sendo ele um anjo superior que passou a chefiar os outros. Há hierarquia entre os anjos: eles diferem em poder, inteligência e capacidades, e possuem diferentes personalidades, assim como os homens. O Diabo, chefiando os outros anjos rebeldes, os demônios, foram afastados, perdendo a Comunhão com Deus.
O Antigo Testamento fala de modo velado e insinuante sobre a existência desses seres, no Gênesis, assim como o Livro da Sabedoria e o Livro de Jó; o Novo Testamento, porém, vai nos apresentar o Diabo e seus demônios com toda a clareza. Isto acontece porque quando a Luz de Cristo aparece, iluminando todas as coisas, também o Diabo, oculto nas trevas vai ser revelado. Os demônios, pois, são seres que se colocam contrários aos desígnios de Deus, seres que têm ódio à humanidade e que não aceitam o Amor de Deus pelo homem. São revoltados porque Deus se fez homem e exercem, sim, um influxo negativo sobre nós, homens. As tentações não vêm, diretamente, todas do Diabo e seus demônios; podem vir também do nosso desequilíbrio interior. Nós já nascemos desequilibrados, naquilo que as Escrituras chamam de concupiscência: às vezes não sabemos bem distinguir o bem do mal, e outras vezes, ainda pior, conseguimos distingui-los, mas não temos forças para fazer o bem. De fato, é preciso força e perseverança para fazer o bem. São Paulo Apóstolo, no capítulo 7 de sua Carta aos Romanos, vai falar disso: “É com a Graça de Deus que o homem pode fazer o bem”.
O Diabo e os demônios se aproveitam dessas nossas fraquezas para nos tentar, sugerir o pecado, insuflar a prática do mal. Sim, o Diabo e seus demônios existem. O que fazer, então, para superar a tentação?
Passos para vencer a tentação dos demônios e a fraqueza da carne
1. Para vencer, é preciso fazer aquilo que o Senhor Jesus ensinou: combater o bom combate (2Tm 4,7). O primeiro combate é a oração: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41). São Pedro, o primeiro Papa da Igreja, diz-nos que devemos rezar e vigiar “porque o nosso adversário, como leão que ruge, nos cerca, procurando a quem devorar” (1 Pd 5,8). Então, a primeira necessidade é rezar: manter uma vida de oração e rezar sempre.
2. A segunda coisa é evitar o desespero e o estresse na vida espiritual. [Daí a saudação apostólica: 'A Paz de Nosso Senhor seja convosco!'] – Sim, a Paz da alma é necessária para a vitória na vida espiritual; devemos manter sempre em mente e no espírito que Nosso Senhor Ressuscitado, na Força do seu Espírito, já venceu a força do Diabo e dos seus demônios. Deus é mais forte!
3. Disciplina. Além da oração e da serenidade, é preciso cultivar uma vida de disciplina. Ter hora para as coisas, manter uma vida organizada, exercitando assim a nossa força de vontade para evitar o mal e fazer o bem. Assim fica mais fácil evitar as ocasiões de pecado, evitar as más práticas, as situações que poderão nos conduzir a cometer pecado.
4. Recorrer frequentemente aos Sacramentos. Também e antes de tudo isso, é indispensável a todo batizado e crismado a frequência aos Sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Confissão.
Quem lutar e porventura vier a cair diante dos demônios e/ou por fraqueza, mesmo tendo lutado com fé e coragem, não tenha dúvida: procure o confessionário, confesse-se, penitencie-se e recomece. E mesmo que volte a cair, recomece a luta, olhando a Cristo mais do que ao seu pecado. Diga-lhe: “Senhor, o teu Amor me faz recomeçar sempre. Amém!”.
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