Existe neste sertão no alto daquela colina
uma cabocla que habita uma choupana pequenina.
Ficam todos a contemplar a sertaneja
quando aos domingos ela garbosa passa airosa para a igreja.
Se alguém lhe revelar os seus amores, insiste
ela corando suspira baixa o olhar e fica triste.
Quem for ao monte pela tardinha irá escutar os caburés
tristonhos a glória dos sonhos sertanejos cantar.
Cabocla, estes versos tão cheios de ti
escrevi à luz do luar contemplando-te à choupana.
ó serrana quisera Deus que fôras minha.
Seria um rei e tu de todo este sertão quase rainha.
Ter nos lábios teus o aroma excelso das caçoulas.
Teus seios afagar como a um casal de pombas-rolas.
E ouvir cantar pelas manhãs solenizando o nosso amor
os sabiás nos coqueirais em flor.
You can listen "Cabloca Serrana" sung by Vicente Celestino with orchestra here (1955).
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