Só a leve
esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena
de viver, mais nada;
Nem é mais a
existência resumida,
Que uma grande
esperança malograda.
O eterno sonho da
alma desterrada,
Sonho que a traz
ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz
sempre adiada
E que não chega
nunca em toda vida.
Essa felicidade
que supomos,
Árvore milagrosa
que sonhamos,
Toda arreada de
dourados pomos.
Existe, sim; mas
nós não a alcançamos
Porque está
sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos
onde nós estamos.
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