O amor é fogo que
arde sem se ver;
É ferida que dói
e não se sente;
É um
contentamento descontente;
É dor que
desatina sem doer.
É um não querer mais
que bem querer;
É solitário andar
por entre a gente;
É um não
contentar-se de contente;
É cuidar que se
ganha em se perder.
É um estar preso
por vontade;
É servir a quem
vence, o vencedor;
É um ter, com
quem nos mata, lealdade.
Mas como causar
pode seu favor
Nos mortais corações conformidade
Sendo a si tão
contrário o mesmo amor?
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