A vida só é
possível reinventada.
Anda o sol pelas
campinas
e passeia a mão
dourada
pelas águas,
pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas
piscinas
de ilusionismo...
— mais nada.
Mas a vida, a
vida, a vida,
a vida só é
possível
reinventada.
Vem a lua, vem,
retira
as algemas dos
meus braços.
Projeto-me por
espaços
cheios da tua
Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite
escura.
Não te encontro,
não te alcanço...
Só — no tempo
equilibrada,
desprendo-me do
balanço
que além do tempo
me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e
dada.
Porque a vida, a
vida, a vida,
a vida só é
possível
reinventada.
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