Quanto és bela, ó Caxias! -
no deserto,
Entre montanhas, derramada
em vale
De flores perenais,
És qual tênue vapor que a
brisa espalha
No frescor da manhã meiga
soprando
À flor de manso lago.
Tu és a flor que
despontaste livre
Por entre os troncos de
robustos cedros,
Forte - em gleba inculta;
És qual gazela, que o
deserto educa,
No ardor da sesta debruçada
exangue
À margem da corrente.
Em mole seda as graças não
escondes,
Não cinges d’oiro a fronte
que descansas
Na base da montanha;
És bela como a virgem das
florestas,
Que no espelho das águas se
contempla,
Firmada em tronco anoso.
Mas dia inda virá, em que
te pejes
Dos, que ora trajas,
símplices ornatos
E amável desalinho:
Da pompa e luxo amiga, hão
de cair-te
Aos pés então - da poesia a
c’roa
E da inocência o cinto.
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