Friday, 20 March 2015

“Maldição” by Olavo Bilac (in Portuguese)



Se por vinte anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
Hoje, velha e cansada da amargura,
Minha alma se abrira como um vulcão.

E, em torrentes de cólera e loucura,
Sobre tua cabeça ferverão
Vinte anos de silêncio e de tortura,
Vinte anos de agonia e solidão...

Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas e sem prazer!
Pela tristeza do que tenho sido!
Pelo esplendor do que deixei de ser!

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