Se por vinte
anos, nesta furna escura,
Deixei dormir a minha maldição,
Hoje, velha e
cansada da amargura,
Minha alma se
abrira como um vulcão.
E, em torrentes
de cólera e loucura,
Sobre tua cabeça
ferverão
Vinte anos de
silêncio e de tortura,
Vinte anos de
agonia e solidão...
Maldita sejas
pelo ideal perdido!
Pelo mal que
fizeste sem querer!
Pelo amor que
morreu sem ter nascido!
Pelas horas vividas
e sem prazer!
Pela tristeza do
que tenho sido!
Pelo esplendor do
que deixei de ser!
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