Quem se vê maltratado e combalido
Pelas cruéis angústias da indigência;
Quem sofre de inimigos a violência,
Quem geme de tiranos oprimido.
Quem não pode de ultrajado e perseguido
Achar nos céus ou nos mortais clemência;
Quem chora finalmente a dura ausência
De um bem que, para sempre, está perdido.
Folgará de viver quando não passa
Nem um momento em paz, quando a amargura
O coração ele arranca e despedaça?
Ah! só deve agradar-lhe a sepultura,
Que a vida para os tristes é desgraça,
A morte para os tristes é ventura.
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