Certo
dia, quando São Bernardo se dirigia para a corte do Conde Teobaldo,
deparou-se-lhe um grupo de soldados que conduziam um prisioneiro ao cadafalso,
para enforcá-lo.
Vendo
a cena, apoderou-se S. Bernardo da corda com que era conduzido o condenado, e
fez esta estranha proposta aos verdugos:
— Entregai-me este criminoso, e
executá-lo-ei com as minhas próprias mãos.
Naquele
momento aproximou-se o conde. O seu espanto foi profundo ao ver o Santo, a quem
estimava como pai, entre o assassino e os oficiais da justiça. Ficou perplexo
ao escutar a petição do amigo:
—
Venerável pai, que significa isto? Por que pretendeis salvar a vida de um
homicida que merece a morte centenas de vezes? É um incorrigível filho de
Satanás, e o melhor serviço que podemos prestar-lhe é privá-lo da vida. Os
interesses da sociedade exigem a sua morte.
—
Sei que este homem é merecedor da morte, e não tenciono deixá-lo partir sem
punição. Ao contrário, quero submetê-lo a um castigo severo e perpétuo. Vós o
suspenderíeis no cadafalso, onde em breve escaparia ao vosso poder, mas eu o
amarrarei a uma cruz, onde sofrerá muitos anos.
Não
formulando Teobaldo objeções, Bernardo colocou seu capuz sobre o malfeitor, ao
qual deu o nome de Constantino, levando-o para o convento.
Após
trinta anos de severas penitências, o bem-aventurado Constantino morreu, sendo
sua festa no dia 16 de março.
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