Saturday, 14 December 2013

Sonnet III by William Shakespeare (in English)



Look in thy glass and tell the face thou viewest
Now is the time that face should form another;
Whose fresh repair if now thou not renewest,
Thou dost beguile the world, unbless some mother.
For where is she so fair whose uneared womb
Disdains the tillage of thy husbandry?
Or who is he so fond will be the tomb
Of his self-love, to stop posterity?
Thou art thy mother's glass and she in thee
Calls back the lovely April of her prime;
So thou through windows of thine age shalt see,
Despite of wrinkles, this thy golden time.
   But if thou live, remembered not to be,
   Die single and thine image dies with thee.

Friday, 13 December 2013

"The Hunting Of The Snark an Agony in Eight Fits" by Lewis Carroll (Fit the Second) (in English)



Fit the Second
THE BELLMAN'S SPEECH

     The Bellman himself they all praised to the skies—
          Such a carriage, such ease and such grace!
     Such solemnity, too!  One could see he was wise,
          The moment one looked in his face!

     He had bought a large map representing the sea,
          Without the least vestige of land:
     And the crew were much pleased when they found it to be
          A map they could all understand.

     "What's the good of Mercator's North Poles and Equators,
          Tropics, Zones, and Meridian Lines?"
     So the Bellman would cry: and the crew would reply
          "They are merely conventional signs!

     "Other maps are such shapes, with their islands and capes!
          But we've got our brave Captain to thank:"
     (So the crew would protest) "that he's bought us the best—
          A perfect and absolute blank!"

     This was charming, no doubt; but they shortly found out
          That the Captain they trusted so well
     Had only one notion for crossing the ocean,
          And that was to tingle his bell.

     He was thoughtful and grave—but the orders he gave
          Were enough to bewilder a crew.
     When he cried "Steer to starboard, but keep her head larboard!"
          What on earth was the helmsman to do?

     Then the bowsprit got mixed with the rudder sometimes:
          A thing, as the Bellman remarked,
     That frequently happens in tropical climes,
          When a vessel is, so to speak, "snarked."

     But the principal failing occurred in the sailing,
          And the Bellman, perplexed and distressed,
     Said he had hoped, at least, when the wind blew due East,
          That the ship would not travel due West!

     But the danger was past—they had landed at last,
          With their boxes, portmanteaus, and bags:
     Yet at first sight the crew were not pleased with the view,
          Which consisted of chasms and crags.

     The Bellman perceived that their spirits were low,
          And repeated in musical tone
     Some jokes he had kept for a season of woe—
          But the crew would do nothing but groan.

     He served out some grog with a liberal hand,
          And bade them sit down on the beach:
     And they could not but own that their Captain looked grand,
          As he stood and delivered his speech.

     "Friends, Romans, and countrymen, lend me your ears!"
          (They were all of them fond of quotations:
     So they drank to his health, and they gave him three cheers,
          While he served out additional rations).

     "We have sailed many months, we have sailed many weeks,
          (Four weeks to the month you may mark),
     But never as yet ('tis your Captain who speaks)
          Have we caught the least glimpse of a Snark!

     "We have sailed many weeks, we have sailed many days,
          (Seven days to the week I allow),
     But a Snark, on the which we might lovingly gaze,
          We have never beheld till now!

     "Come, listen, my men, while I tell you again
          The five unmistakable marks
     By which you may know, wheresoever you go,
          The warranted genuine Snarks.

     "Let us take them in order.  The first is the taste,
          Which is meagre and hollow, but crisp:
     Like a coat that is rather too tight in the waist,
          With a flavour of Will-o'-the-wisp.

     "Its habit of getting up late you'll agree
          That it carries too far, when I say
     That it frequently breakfasts at five-o'clock tea,
          And dines on the following day.

     "The third is its slowness in taking a jest.
          Should you happen to venture on one,
     It will sigh like a thing that is deeply distressed:
          And it always looks grave at a pun.

     "The fourth is its fondness for bathing-machines,
          Which is constantly carries about,
     And believes that they add to the beauty of scenes—
          A sentiment open to doubt.

     "The fifth is ambition.  It next will be right
          To describe each particular batch:
     Distinguishing those that have feathers, and bite,
          And those that have whiskers, and scratch.

     "For, although common Snarks do no manner of harm,
          Yet, I feel it my duty to say,
     Some are Boojums—" The Bellman broke off in alarm,
          For the Baker had fainted away.

Thursday, 12 December 2013

Amor by Luiz de Camões (in Portuguese)



O amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter, com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos mortais corações conformidade
Sendo a si tão contrário o mesmo amor?

"Teu Nome" by Fagundes Varela (in Portuguese)



Na tênue casca de verde arbusto
gravei teu nome, depois parti;
foram-se os anos, foram-se os meses,
Foram-se os dias, acho-me aqui.

Mas, ai! O arbusto se fez tão alto,
teu nome erguendo, que mais não vi!
E nessas letras que aos céus subiam
meus belos sonhos de amor perdi.

Wednesday, 11 December 2013

"Ser Mãe" by Coelho Neto (in Portuguese)



Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.


Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo!  É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!


Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!


Ser mãe é andar chorando num sorriso! 
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!

Tuesday, 10 December 2013

"The Gargoyle Strikes" by Otto Binder(?) (in English)

Captain America #35 vol.1 - February 1944. Timely.
Art by Sid Shore and Vince Alascia.

 














The Mercy of God According to St. Luke (in Portuguese)



1. Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para O escutar. 2. Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam Jesus, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles!». 3. Então Jesus contou-lhes esta parábola:
4. «Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir procurar a ovelha que se perdeu, até a encontrar? 5. E, quando a encontra, com muita alegria coloca-a aos ombros. 6. Chegando a casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: "Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida". 7. E Eu declaro-vos: assim, haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão».
8. «Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente, até encontrar a moeda? 9. Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: "Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido". 10. E Eu declaro-vos: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte».
            11. Jesus continuou: «Um homem tinha dois filhos. 12. O filho mais novo disse ao pai: "Pai, dá-me a parte da herança que me cabe". E o pai dividiu os bens entre eles. 13. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada.
14. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região e ele começou a passar necessidade. 15. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para os seus campos cuidar dos porcos. 16. O rapaz queria matar a fome com a vianda que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17. Então, caindo em si, disse: "Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui a morrer de fome... 18. Vou levantar-me, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19. já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados". 20. Então levantou-se e foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai avistou-o e teve compaixão. Correu ao seu encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos.
            21. Então o filho disse: "Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho". 22. Mas o pai disse aos empregados: "Depressa, trazei a melhor túnica para vestir o meu filho. E colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. 23. Pegai no novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado". E começaram a festa.
            25. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava a acontecer. 27. O criado respondeu: "É o teu irmão que voltou. E teu pai, porque o recuperou são e salvo, matou o novilho gordo". 28. Então, o irmão ficou com raiva e não queria entrar. O pai saiu e insistiu com ele. 29. Mas ele respondeu ao pai: "Eu trabalho para ti há tantos anos, nunca desobedeci a nenhuma ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos. 30. Quando chegou esse teu filho, que devorou os teus bens com prostitutas, matas o novilho gordo!"
            31. Então o pai disse-lhe: "Filho, estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado"».