Pátria, latejo em
ti, no teu lenho por onde
circulo! E sou
perfume, e sombra, e sol, e orvalho!
E, em seiva, ao
teu clamor a minha voz responde
E subo do cerne
ao céu de galho em galho!
Dos teus líquens,
dos teus cipós, da tua fronde
Do ninho que
gorgeia em teu doce agasalho,
Do fruto a
amadurar que em teu seio se esconde
De ti, rebento em
luz e em cânticos me espalho!
Vivo, choro em
teu pranto; em teus dias felizes
No alto, como uma
flor, em ti pompeio e exulto!
E eu morto —
sendo tu cheia de cicatrizes.
Tu golpeada e
insultada — eu tremerei sepulto:
E os meus ossos
no chão, como as raízes
se estorcerão de
dor, sofrendo o golpe e o insulto!