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Saturday, 19 February 2022

Catechesis by Bishop Henrique Soares da Costa (in Portuguese)

O Diabo, sim, existe. As Sagradas Escrituras o atestam, e importa saber a distinção entre o Diabo e seus demônios. O chamado Diabo é o chefe dos demônios: trata-se de um anjo que, segundo a Tradição, é chamado Lúcifer. O Diabo fechou-se para Deus, juntamente com outros anjos, sendo ele um anjo superior que passou a chefiar os outros. Há hierarquia entre os anjos: eles diferem em poder, inteligência e capacidades, e possuem diferentes personalidades, assim como os homens. O Diabo, chefiando os outros anjos rebeldes, os demônios, foram afastados, perdendo a Comunhão com Deus.

O Antigo Testamento fala de modo velado e insinuante sobre a existência desses seres, no Gênesis, assim como o Livro da Sabedoria e o Livro de Jó; o Novo Testamento, porém, vai nos apresentar o Diabo e seus demônios com toda a clareza. Isto acontece porque quando a Luz de Cristo aparece, iluminando todas as coisas, também o Diabo, oculto nas trevas vai ser revelado. Os demônios, pois, são seres que se colocam contrários aos desígnios de Deus, seres que têm ódio à humanidade e que não aceitam o Amor de Deus pelo homem. São revoltados porque Deus se fez homem e exercem, sim, um influxo negativo sobre nós, homens. As tentações não vêm, diretamente, todas do Diabo e seus demônios; podem vir também do nosso desequilíbrio interior. Nós já nascemos desequilibrados, naquilo que as Escrituras chamam de concupiscência: às vezes não sabemos bem distinguir o bem do mal, e outras vezes, ainda pior, conseguimos distingui-los, mas não temos forças para fazer o bem. De fato, é preciso força e perseverança para fazer o bem. São Paulo Apóstolo, no capítulo 7 de sua Carta aos Romanos, vai falar disso: “É com a Graça de Deus que o homem pode fazer o bem”.

O Diabo e os demônios se aproveitam dessas nossas fraquezas para nos tentar, sugerir o pecado, insuflar a prática do mal. Sim, o Diabo e seus demônios existem. O que fazer, então, para superar a tentação?

Passos para vencer a tentação dos demônios e a fraqueza da carne

1. Para vencer, é preciso fazer aquilo que o Senhor Jesus ensinou: combater o bom combate (2Tm 4,7). O primeiro combate é a oração: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41). São Pedro, o primeiro Papa da Igreja, diz-nos que devemos rezar e vigiar “porque o nosso adversário, como leão que ruge, nos cerca, procurando a quem devorar” (1 Pd 5,8). Então, a primeira necessidade é rezar: manter uma vida de oração e rezar sempre.

2. A segunda coisa é evitar o desespero e o estresse na vida espiritual. [Daí a saudação apostólica: 'A Paz de Nosso Senhor seja convosco!'] – Sim, a Paz da alma é necessária para a vitória na vida espiritual; devemos manter sempre em mente e no espírito que Nosso Senhor Ressuscitado, na Força do seu Espírito, já venceu a força do Diabo e dos seus demônios. Deus é mais forte!

3. Disciplina. Além da oração e da serenidade, é preciso cultivar uma vida de disciplina. Ter hora para as coisas, manter uma vida organizada, exercitando assim a nossa força de vontade para evitar o mal e fazer o bem. Assim fica mais fácil evitar as ocasiões de pecado, evitar as más práticas, as situações que poderão nos conduzir a cometer pecado.

4. Recorrer frequentemente aos Sacramentos. Também e antes de tudo isso, é indispensável a todo batizado e crismado a frequência aos Sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Confissão.

Quem lutar e porventura vier a cair diante dos demônios e/ou por fraqueza, mesmo tendo lutado com fé e coragem, não tenha dúvida: procure o confessionário, confesse-se, penitencie-se e recomece. E mesmo que volte a cair, recomece a luta, olhando a Cristo mais do que ao seu pecado. Diga-lhe: “Senhor, o teu Amor me faz recomeçar sempre. Amém!”.

Wednesday, 27 January 2021

General Audience of Pope Benedict XVI (translated into Portuguese)

Queridos irmãos e irmãs!

 

Hoje tomamos em consideração dois dos doze Apóstolos: Simão, o Cananeu, e Judas Tadeu – que não se deve confundir com Judas Iscariotes. Consideramo-los juntos não só porque nas listas dos Doze são sempre mencionados um ao lado do outro (cf. Mt 10, 4; Mc 3, 18; Lc 6, 15; Act 1, 13), mas também porque as notícias que a eles se referem não são muitas, exceto o fato que o Cânon neotestamentário conserva uma carta atribuída a Judas Tadeu.

Simão recebe um epíteto que varia nas quatro listas: Mateus o qualifica como “cananeu”, Lucas como “zelote”. Na realidade, as duas qualificações se equivalem, porque significam a mesma coisa: na língua hebraica, o verbo qanà’ significa “ser zeloso”, “dedicado”, e pode referir-se tanto a Deus, porque é zeloso do povo por Ele escolhido (cf. Êx 20, 5), quanto a homens que são zelosos no serviço ao único Deus, com dedicação total, como Elias (cf. 1 Rs 19, 10). Portanto, é possível que este Simão, se não pertencia exatamente ao movimento nacionalista dos zelotes, pelo menos tivesse como característica um zelo fervoroso pela identidade judaica e, por conseguinte, por Deus, pelo Seu povo e pela Lei divina. Simão, portanto, é colocado no antípoda de Mateus, que, sendo cobrador de impostos para o Império Romano, provinha de uma atividade considerada totalmente impura.

Sinal evidente de que Jesus chama os Seus discípulos e colaboradores das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele Se interessa pelas pessoas, não pelas categorias sociais ou pelas atividades! E o mais belo é que, no grupo dos Seus seguidores, todos, mesmo que diversos, coexistiam, superando as inimagináveis dificuldades: era o próprio Jesus o motivo da coesão, no qual todos se reencontravam unidos. Isto constitui claramente uma lição para nós, com frequência propensos a realçar as diferenças e talvez as contraposições, esquecendo que, em Jesus Cristo, nos é dada a força para superar os nossos conflitos. Levemos também em conta que o grupo dos Doze é a prefiguração da Igreja, na qual devem ter espaço todos os carismas, os povos, as raças, todas as qualidades humanas, que encontram a sua composição e a sua unidade na comunhão com Jesus.

No tocante a Judas Tadeu, ele é chamado assim pela tradição, que une dois nomes diferentes: enquanto Mateus e Marcos o chamam simplesmente de Tadeu (Mt 10, 3; Mc 3, 18), Lucas o chama de Judas de Tiago (Lc 6, 16; Act 1, 13). O sobrenome Tadeu tem derivação incerta: é explicado como sendo proveniente do aramaico taddà’, que significa “peito” e, por conseguinte, “magnânimo”, ou como abreviação de um nome grego, como Teodoro ou Teódoto. Dele são transmitidas poucas coisas. Só João destaca um pedido que ele fez a Jesus na Última Ceia. Diz Tadeu ao Senhor:

 

 “Senhor, por que deves manifestar-Te a nós e não ao mundo?“.

 

É uma pergunta de grande atualidade, que nós também fazemos ao Senhor: por que o Ressuscitado não se manifestou em toda a Sua glória aos Seus adversários para mostrar que o vencedor é Deus? Por que Se manifestou só aos discípulos? A resposta de Jesus é misteriosa e profunda. O Senhor diz:

 

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o Meu Pai o amará e Nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14, 22-23).

 

Isto significa que o Ressuscitado deve ser visto e sentido também com o coração, de modo que Deus possa habitar em nós. O Senhor não se mostra como uma coisa. Ele quer entrar na nossa vida e, por isto, a Sua manifestação exige e pressupõe o coração aberto. Só assim nós vemos o Ressuscitado.

Foi atribuída a Judas Tadeu a paternidade de uma das Cartas do Novo Testamento, chamadas “católicas” porque não são voltadas a uma determinada Igreja local, mas a um círculo muito amplo de destinatários. De fato, ele se dirige “aos eleitos amados por Deus Pai e guardados para Jesus Cristo” (v. 1). A preocupação central deste escrito é alertar os cristãos quanto a todos aqueles que, sob o pretexto da graça de Deus, tentam desculpar a própria devassidão e desviar outros irmãos com ensinamentos inaceitáveis, introduzindo divisões na Igreja ao se deixarem “levar pelo próprio delírio” (v. 8): assim define Judas as suas doutrinas e ideias. Ele os compara inclusive com os anjos caídos, e, com palavras fortes, diz que eles “seguiram pelo caminho de Caim” (v. 11). Além disso, os classifica sem reticências como “nuvens sem água que os ventos levam; árvores de outono sem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas; ondas furiosas do mar que repelem a espuma da sua torpeza; estrelas errantes condenadas à negrura das trevas eternas” (v. 12-13).

Talvez hoje não estejamos habituados a uma linguagem tão polêmica, mas ela nos diz uma coisa importante. No meio de todas as tentações que existem, com todas as correntes da vida moderna, devemos conservar a identidade da nossa fé. Certamente, o caminho da indulgência e do diálogo, que o Concílio Vaticano II felizmente empreendeu, deve ser sem dúvida prosseguido com firme constância. Mas este caminho do diálogo, tão necessário, não deve deixar esquecido o dever de reconsiderar e de evidenciar sempre, com igual força, as linhas-mestras irrenunciáveis da nossa identidade cristã. Por outro lado, é necessário manter em vista que esta nossa identidade exige força, clareza e coragem diante das contradições do mundo em que vivemos. Por isso o texto epistolar prossegue assim:

 

 “Mas vós, caríssimos, conservai-vos no amor de Deus, aguardando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. Exercei a vossa misericórdia…” (v. 20-22).

 

A Carta se encerra com estas bonitas palavras:

 

 “Àquele, que é poderoso para nos preservar de toda queda e nos apresentar diante de sua glória, imaculados e cheios de alegria, 25.ao Deus único, Salvador nosso, por Jesus Cristo, Senhor nosso, sejam dadas glória, magni­ficência, império e poder desde antes de todos os tempos, agora e para sempre. Amém” (v. 24-25).

 

Vê-se bem que o autor destas frases vive plenamente a própria fé, à qual pertencem realidades grandes como a integridade moral e a alegria, a confiança e o louvor, motivado em tudo pela bondade do nosso único Deus e pela misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, tanto Simão, o Cananeu, quanto Judas Tadeu nos ajudam a redescobrir, sempre, de novo, e a viver incansavelmente a beleza da fé cristã, sabendo dar um testemunho dela que, ao mesmo tempo, é forte e sereno.

Quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Saturday, 23 February 2019

General Audience by Pope Paul VI (in Italian)



Udienza Generale di Mercoledì, 15 novembre 1972

«Liberaci dal male»

       Quali sono oggi i bisogni maggiori della Chiesa?
              Non vi stupisca come semplicista, o addirittura come superstiziosa e irreale la nostra risposta: uno dei bisogni maggiori è la difesa da quel male, che chiamiamo il Demonio.
               Prima di chiarire il nostro pensiero invitiamo il vostro ad aprirsi alla luce della fede sulla visione della vita umana, visione che da questo osservatorio spazia immensamente e penetra in singolari profondità. E, per verità, il quadro che siamo invitati a contemplare con globale realismo è molto bello. È il quadro della creazione, l’opera di Dio, che Dio stesso, come specchio esteriore della sua sapienza e della sua potenza, ammirò nella sua sostanziale bellezza (Cfr. Gen. 1, 10, etc.).
                Poi è molto interessante il quadro della storia drammatica della umanità, dalla quale storia emerge quella della redenzione, quella di Cristo, della nostra salvezza, con i suoi stupendi tesori di rivelazione, di profezia, di santità, di vita elevata a livello soprannaturale, di promesse eterne (Cfr. Eph. 1, 10). A saperlo guardare questo quadro non si può non rimanere incantati (Cfr. S. AUG. Soliloqui): tutto ha un senso, tutto ha un fine, tutto ha un ordine, e tutto lascia intravedere una Presenza-Trascendenza, un Pensiero, una Vita, e finalmente un Amore, così che l’universo, per ciò che è e per ciò che non è, si presenta a noi come una preparazione entusiasmante e inebriante a qualche cosa di ancor più bello ed ancor più perfetto (Cfr. 1 Cor. 2, 9; 13, 12; Rom. 8, 19-23). La visione cristiana del cosmo e della vita è pertanto trionfalmente ottimista; e questa visione giustifica la nostra gioia e la nostra riconoscenza di vivere per cui celebrando la gloria di Dio noi cantiamo la nostra felicità (Cfr. il Gloria della Messa).

L’INSEGNAMENTO BIBLICO
                Ma è completa questa visione? è esatta? Nulla ci importano le deficienze che sono nel mondo? le disfunzioni delle cose rispetto alla nostra esistenza? il dolore, la morte? la cattiveria, la crudeltà, il peccato, in una parola, il male? e non vediamo quanto male è nel mondo? specialmente, quanto male morale, cioè simultaneamente, sebbene diversamente, contro l’uomo e contro Dio? Non è forse questo un triste spettacolo, un inesplicabile mistero? E non siamo noi, proprio noi cultori del Verbo i cantori del Bene, noi credenti, i più sensibili, i più turbati dall’osservazione e dall’esperienza del male? Lo troviamo nel regno della natura, dove tante sue manifestazioni sembrano a noi denunciare un disordine. Poi lo troviamo nell’ambito umano, dove incontriamo la debolezza, la fragilità, il dolore, la morte, e qualche cosa di peggio; una duplice legge contrastante, una che vorrebbe il bene, l’altra invece rivolta al male, tormento che S. Paolo mette in umiliante evidenza per dimostrare la necessità e la fortuna d’una grazia salvatrice, della salute cioè portata da Cristo (Cfr. Rom. 7); già il poeta pagano aveva denunciato questo conflitto interiore nel cuore stesso dell’uomo: video meliora proboque, deteriora sequor (OVIDIO, Met. 7, 19). Troviamo il peccato, perversione della libertà umana, e causa profonda della morte, perché distacco da Dio fonte della vita (Rom. 5, 12), e poi, a sua volta, occasione ed effetto d’un intervento in noi e nel nostro mondo d’un agente oscuro e nemico, il Demonio. Il male non è più soltanto una deficienza, ma un’efficienza, un essere vivo, spirituale, pervertito e pervertitore. Terribile realtà. Misteriosa e paurosa.
                Esce dal quadro dell’insegnamento biblico ed ecclesiastico chi si rifiuta di riconoscerla esistente; ovvero chi ne fa un principio a sé stante, non avente essa pure, come ogni creatura, origine da Dio; oppure la spiega come una pseudo-realtà, una personificazione concettuale e fantastica delle cause ignote dei nostri malanni. Il problema del male, visto nella sua complessità, e nella sua assurdità rispetto alla nostra unilaterale razionalità, diventa ossessionante. Esso costituisce la più forte difficoltà per la nostra intelligenza religiosa del cosmo. Non per nulla ne soffrì per anni S. Agostino: Quaerebam unde malum, et non erat exitus, io cercavo donde provenisse il male, e non trovavo spiegazione (S. Aug. Confess. VII, 5, 7, 11, etc.; PL, 32, 736, 739).
                Ed ecco allora l’importanza che assume l’avvertenza del male per la nostra corretta concezione cristiana del mondo, della vita, della salvezza. Prima nello svolgimento della storia evangelica al principio della sua vita pubblica: chi non ricorda la pagina densissima di significati della triplice tentazione di Cristo? Poi nei tanti episodi evangelici, nei quali il Demonio incrocia i passi del Signore e figura nei suoi insegnamenti? (P. es. Matth. 12, 43) E come non ricordare che Cristo, tre volte riferendosi al Demonio, come a suo avversario, lo qualifica «principe di questo mondo»? (Io. 12, 31; 14, 30; 16, 11) E l’incombenza di questa nefasta presenza è segnalata in moltissimi passi del nuovo Testamento. S. Paolo lo chiama il «dio di questo mondo» (2 Cor. 4, 4), e ci mette sull’avviso sopra la lotta al buio, che noi cristiani dobbiamo sostenere non con un solo Demonio, ma con una sua paurosa pluralità: «Rivestitevi, dice l’Apostolo, dell’armatura di Dio per poter affrontare le insidie del diavolo, poiché la nostra lotta non è (soltanto) col sangue e con la carne, ma contro i Principati e le Potestà, contro i dominatori delle tenebre, contro gli spiriti maligni dell’aria» (Eph. 6, 11-12).
                E che si tratti non d’un solo Demonio, ma di molti, diversi passi evangelici ce lo indicano (Luc. 11, 21; Marc. 5, 9); ma uno è principale: Satana, che vuol dire l’avversario, il nemico; e con lui molti, tutti creature di Dio, ma decadute, perché ribelli e dannate (Cfr. DENZ.-SCH. 800-428); tutte un mondo misterioso, sconvolto da un dramma infelicissimo, di cui conosciamo ben poco.
               
IL NEMICO OCCULTO CHE SEMINA ERRORI
                Conosciamo tuttavia molte cose di questo mondo diabolico, che riguardano la nostra vita e tutta la storia umana. Il Demonio è all’origine della prima disgrazia dell’umanità; egli fu il tentatore subdolo e fatale del primo peccato, il peccato originale (Gen. 3; Sap. 1, 24). Da quella caduta di Adamo il Demonio acquistò un certo impero su l’uomo, da cui solo la Redenzione di Cristo ci può liberare. È storia che dura tuttora: ricordiamo gli esorcismi del battesimo ed i frequenti riferimenti della sacra Scrittura e della liturgia all’aggressiva e alla opprimente «potestà delle tenebre» (Cfr. Luc. 22, 53; Col. 1, 13). È il nemico numero uno, è il tentatore per eccellenza. Sappiamo così che questo Essere oscuro e conturbante esiste davvero, e che con proditoria astuzia agisce ancora; è il nemico occulto che semina errori e sventure nella storia umana. Da ricordare la rivelatrice parabola evangelica del buon grano e della zizzania, sintesi e spiegazione dell’illogicità che sembra presiedere alle nostre contrastanti vicende: inimicus homo hoc fecit (Matth. 13, 28). È «l’omicida fin d a principio . . . e padre della menzogna», come lo definisce Cristo (Cfr. Io. 8, 44-45); è l’insidiatore sofistico dell’equilibrio morale dell’uomo. È lui il perfido ed astuto incantatore, che in noi sa insinuarsi, per via dei sensi, della fantasia, della concupiscenza, della logica utopistica, o di disordinati contatti sociali nel gioco del nostro operare, per introdurvi deviazioni, altrettanto nocive quanto all’apparenza conformi alle nostre strutture fisiche o psichiche, o alle nostre istintive, profonde aspirazioni.
                Sarebbe questo sul Demonio e sull’influsso, ch’egli può esercitare sulle singole persone, come su comunità, su intere società, o su avvenimenti, un capitolo molto importante della dottrina cattolica da ristudiare, mentre oggi poco lo è. Si pensa da alcuni di trovare negli studi psicanalitici e psichiatrici o in esperienze spiritiche, oggi purtroppo tanto diffuse in alcuni Paesi, un sufficiente compenso. Si teme di ricadere in vecchie teorie manichee, o in paurose divagazioni fantastiche e superstiziose. Oggi si preferisce mostrarsi forti e spregiudicati, atteggiarsi a positivisti, salvo poi prestar fede a tante gratuite ubbie magiche o popolari, o peggio aprire la propria anima - la propria anima battezzata, visitata tante volte dalla presenza eucaristica e abitata dallo Spirito Santo! - alle esperienze licenziose dei sensi, a quelle deleterie degli stupefacenti, come pure alle seduzioni ideologiche degli errori di moda, fessure queste attraverso le quali il Maligno può facilmente penetrare ed alterare l’umana mentalità. Non è detto che ogni peccato sia direttamente dovuto ad azione diabolica (Cfr. S. TH. 1, 104, 3); ma è pur vero che chi non vigila con certo rigore morale sopra se stesso (Cfr. Matth. 12, 45; Eph. 6, 11) si espone all’influsso del mysterium iniquitatis, a cui San Paolo si riferisce (2 Thess. 2 , 3-12), e che rende problematica l’alternativa della nostra salvezza.
                La nostra dottrina si fa incerta, oscurata com’è dalle tenebre stesse che circondano il Demonio. Ma la nostra curiosità, eccitata dalla certezza della sua esistenza molteplice, diventa legittima con due domande. Vi sono segni, e quali, della presenza dell’azione diabolica? e quali sono i mezzi di difesa contro così insidioso pericolo?

PRESENZA DELL'AZIONE DEL MALIGNO
                La risposta alla prima domanda impone molta cautela, anche se i segni del Maligno sembrano talora farsi evidenti (Cfr. TERTULL. Apol. 23). Potremo supporre la sua sinistra azione là dove la negazione di Dio si fa radicale, sottile ed assurda, dove la menzogna si afferma ipocrita e potente, contro la verità evidente, dove l’amore è spento da un egoismo freddo e crudele, dove il nome di Cristo è impugnato con odio cosciente e ribelle (Cfr. 1 Cor. 16, 22; 12, 3), dove lo spirito del Vangelo è mistificato e smentito, dove la disperazione si afferma come l’ultima parola, ecc. Ma è diagnosi troppo ampia e difficile, che noi non osiamo ora approfondire e autenticare, non però priva per tutti di drammatico interesse, a cui anche la letteratura moderna ha dedicato pagine famose (Cfr. ad es. le opere di Bernanos, studiate da CH. MOELLER, Littér. du XXe siècle, I, p. 397 ss.; P. MACCHI, Il volto del male in Bernanos; cfr. poi Satan, Etudes Carmélitaines, Desclée de Br. 1948). Il problema del male rimane uno dei più grandi e permanenti problemi per lo spirito umano, anche dopo la vittoriosa risposta che vi dà Gesù Cristo. «Noi sappiamo, scrive l’Evangelista S. Giovanni, che siamo (nati) da Dio, e che tutto il mondo è posto sotto il maligno» (1 Io. 5, 19).

LA DIFESA DEL CRISTIANO
                All’altra domanda: quale difesa, quale rimedio opporre alla azione del Demonio? la risposta è più facile a formularsi, anche se rimane difficile ad attuarsi. Potremmo dire: tutto ciò che ci difende dal peccato ci ripara per ciò stesso dall’invisibile nemico. La grazia è la difesa decisiva. L’innocenza assume un aspetto di fortezza. E poi ciascuno ricorda quanto la pedagogia apostolica abbia simboleggiato nell’armatura d’un soldato le virtù che possono rendere invulnerabile il cristiano (Cfr. Rom. 13, 1 2 ; Eph. 6, 11, 14, 17; 1 Thess. 5; 8). Il cristiano dev’essere militante; dev’essere vigilante e forte (1 Petr. 5, 8); e deve talvolta ricorrere a qualche esercizio ascetico speciale per allontanare certe incursioni diaboliche; Gesù lo insegna indicando il rimedio «nella preghiera e nel digiuno» (Marc. 9, 29). E l’Apostolo suggerisce la linea maestra da tenere: «Non lasciarti vincere dal male, ma vinci nel bene il male» (Rom. 12, 21; Matth. 13, 29).
                Con la consapevolezza perciò delle presenti avversità in cui oggi le anime, la Chiesa, il mondo si trovano noi cercheremo di dare senso ed efficacia alla consueta invocazione della nostra principale orazione: «Padre nostro, . . . liberaci dal male!».
                A tanto giovi anche la nostra Apostolica Benedizione.

Lettori e sostenitori del settimanale «La Voce»
                Siamo lieti di salutare un folto pellegrinaggio, proveniente da diverse diocesi italiane, guidato da alcuni venerati Vescovi, organizzato per testimoniare al Papa la volontà di uno speciale impegno per l’incremento e la diffusione della buona stampa.
                Diamo con gioia il nostro benvenuto a questi fratelli e figli, promotori e sostenitori dei mezzi di comunicazione cattolici, veicoli imprescindibili di formazione e di apostolato; tra questi, in particolare, i rappresentanti del settimanale La Voce che celebra il suo ventennale. Desideriamo incoraggiarvi caldamente a proseguire con tenacia nello sforzo di produrre e diffondere una stampa sana, sicura, che tenda ad arricchire l’uomo nei suoi valori spirituali profondi, siano essi culturali, o sociali, o religiosi; una stampa che sappia informare senza ingannare, distendere senza degradare, orientare senza violentare. La comunità cristiana ha bisogno di avere e di conservare strumenti propri nel settore della stampa: a livello nazionale prima di tutto; poi a livello diocesano.
                Noi guardiamo con gioia, diletti figli, alla vostra opera in questo campo. Cercate di partecipare anche agli altri le vostre convinzioni, e di stimolare i cristiani a sostenere la buona stampa; in famiglia, in parrocchia, nell’ambiente di lavoro. È uno strumento che può avere un influsso incalcolabile, la stampa: può rovinare l’uomo, fino a distruggere in lui ogni tensione ai valori più nobili; ma può anche aiutarlo a salvarsi, a scoprire meglio la sua vocazione, a realizzare le proprie aspirazioni, fino a guidarlo all’incontro e al dialogo con Dio. Ambito immenso quello dell’apostolato dei mezzi di comunicazione sociale. Tutti possiamo prendervi parte. Rientra nelle esigenze del contributo che ogni cristiano deve dare alla costruzione di una società più umana, più fraterna, più pulita. Vi auguriamo di comprenderlo sempre meglio, e auguriamo che, per mezzo di voi, possano comprenderlo anche tanti altri fratelli.
Augurio che ci piace suggellare con una particolare Benedizione Apostolica.
                Scuola professionale infermiere
                Rivolgiamo ora ben volentieri una parola di vivo compiacimento al gruppo della Scuola Convitto Professionale Infermiere, dell’Ospedale Civile di Rieti, diretta e sostenuta dalle benemerite Religiose Figlie di San Camillo. Sappiamo che gli ottimi medici dell’Ospedale seguono con dedizione la Scuola; essa mira a dare alle giovani Infermiere una qualificata formazione professionale, che si vuole congiunta ad una profonda visione cristiana dei problemi, posti, talora anche in forma drammatica, dalla cura degli ammalati; ed ha preparato un bel numero di alunne, tra cui sono qui presenti le infermiere e caposala neodiplomate. Onore, dunque, e incoraggiamento a quanti provvedono un ausilio sociale di primo ordine alla cara terra reatina; e lode a voi, alunne, per il dono missionario che ci avete portato, e soprattutto per lo spirito con cui vi disponete all’esercizio della vostra missione: consideratela sempre così, come un alto servizio in favore dei fratelli, ricco di profondo contenuto umano, a cui l’amore di Cristo deve conferire il suo pieno valore. A voi e alle vostre famiglie la nostra Benedizione, che estendiamo al vostro venerato Vescovo e alle altre autorità religiose e civili, presenti a questo incontro.

Saturday, 18 March 2017

Regina Cæli par Pape Benoît XVI (translated into French)



Place Saint-Pierre
 Dimanche de Pentecôte, 15 mai 2005


            Chers frères et sœurs !
            Je désire tout d'abord m'excuser pour mon grand retard ! J'ai eu la grâce de pouvoir ordonner aujourd'hui, jour de l'Esprit Saint, 21 nouveaux prêtres pour le diocèse de Rome. Et une telle moisson exige naturellement également un peu de temps ! Merci de votre compréhension !
            Cette Célébration eucharistique, au cours de laquelle j'ai eu la joie d'ordonner 21 nouveaux prêtres, vient de se conclure. Il s'agit d'un événement qui marque un moment de croissance importante pour notre communauté. En effet, celle-ci reçoit la vie des ministres ordonnés, en particulier à travers le service de la Parole de Dieu et des Sacrements. C'est donc un jour de fête pour l'Église de Rome. Et pour les nouveaux prêtres, il s'agit de façon particulière de leur Pentecôte. Je leur renouvelle mon salut et je prie afin que l'Esprit Saint accompagne toujours leur ministère. Nous rendons grâce à Dieu pour le don des nouveaux prêtres, et nous prions pour qu'à Rome et dans le monde entier naissent et mûrissent de nombreuses et saintes vocations sacerdotales.
            L'heureuse coïncidence entre la Pentecôte et les ordinations sacerdotales m'invite à souligner le lien indissoluble qui existe, dans l'Église, entre l'Esprit et l'institution. J'y faisais déjà allusion samedi dernier, en prenant possession de la Chaire d'Évêque de Rome, à Saint-Jean-de-Latran. La Chaire et l'Esprit sont des réalités intimement liées, tout comme le sont le charisme et le ministère ordonné. Sans l'Esprit Saint, l'Église se réduirait à une organisation uniquement humaine, alourdie par ses propres structures. Mais de la même façon, dans les desseins de Dieu, l'Esprit se sert habituellement d'intermédiaires humains pour agir dans l'histoire. C'est précisément pour cela que le Christ, qui a constitué son Église sur le fondement des Apôtres réunis autour de Pierre, l'a également enrichie du don de son Esprit, afin qu'au cours des siècles, il la réconforte (cf. Jn 14, 16) et la guide à la vérité tout entière (cf. Jn 16, 13). Puisse la communauté ecclésiale rester toujours ouverte et docile à l'action de l'Esprit Saint pour être parmi les hommes un signe crédible et un instrument efficace de l'action de Dieu !
            Nous confions ce souhait à l'intercession de la Vierge Marie, que nous contemplons aujourd'hui dans le mystère glorieux de la Pentecôte. L'Esprit Saint, qui, à Nazareth, était descendu sur Elle pour la rendre Mère du Verbe incarné (cf. Lc 1, 35), est descendu aujourd'hui sur l'Église naissante réunie autour d'Elle au Cénacle (cf. Ac 1, 14). Nous invoquons avec confiance la Très Sainte Vierge Marie, afin qu'elle obtienne une effusion renouvelée de l'Esprit sur l'Église de notre temps.
            Je souhaite à tous une bonne fête de Pentecôte.

Au terme de l'Angélus
            Merci ! Merci ! Chers frères et sœurs, aujourd'hui, en ce dimanche de Pentecôte, il n'y a des saluts qu'en allemand et en italien !
            Je salue cordialement les pèlerins et les fidèles provenant des pays de langue allemande. Je souhaite en particulier la bienvenue à un groupe de jeunes de la Communauté de Sant'Egidio venus d'Allemagne. Ayez toujours confiance en l'action de l'Esprit Saint ! Il vous aide à apporter à tous les hommes l'Évangile de l'amour et de l'espérance en tant que témoins joyeux du Christ. Je souhaite à tous une bonne fête de Pentecôte !
            Bon dimanche ! Merci ! Merci ! Au revoir ! Merci !

Saturday, 18 February 2017

Regina Cæli par Pape Benoît XVI (translated into French)



Journée Mondiale des Communications Sociales



Place Saint-Pierre
VIIe Dimanche de Pâques, 8 mai 2005


Chers frères et sœurs!

            Aujourd'hui dans de nombreux pays, dont l'Italie, est célébrée la solennité de l'Ascension du Seigneur au Ciel. Lors de cette fête, la Communauté chrétienne est invitée à tourner son regard vers Celui qui, quarante jours après sa résurrection, à l'émerveillement des Apôtres "sous leurs regards, [...] s'éleva, et une nuée le déroba à leurs yeux" (Ac 1, 9). Nous sommes donc appelés à renouveler notre foi en Jésus, l'unique véritable ancre de salut pour tous les hommes. En montant au Ciel, il a rouvert la voie vers notre patrie définitive, qu'est le paradis. À présent, par la puissance de son Esprit, il nous soutient dans notre pèlerinage quotidien sur la terre.
            En ce dimanche a lieu la Journée mondiale des Communications sociales, sur le thème: "Les moyens de communication au service de la compréhension entre les peuples". En l'époque actuelle de l'image, les mass media constituent effectivement une ressource extraordinaire en vue de promouvoir la solidarité et l'entente de la famille humaine. Nous en avons eu récemment une preuve extraordinaire à l'occasion de la mort et des funérailles solennelles de mon bien-aimé Prédécesseur Jean-Paul II. Tout dépend toutefois de la façon dont ils sont utilisés. Ces instruments importants de la communication peuvent favoriser la connaissance réciproque et le dialogue, ou bien, au contraire, alimenter les préjugés et le mépris entre les individus et les peuples; ils peuvent contribuer à diffuser la paix ou à fomenter la violence. Voilà pourquoi il faut toujours faire appel à la responsabilité personnelle; il est nécessaire que chacun joue son rôle pour assurer, dans toute forme de communication, l'objectivité, le respect de la dignité humaine et l'attention au bien commun. De cette manière, l'on contribue à abattre les murs d'hostilité qui divisent encore l'humanité, et l'on peut consolider ces liens d'amitié et d'amour qui sont le signe du Royaume de Dieu dans l'histoire.
            Revenons au mystère chrétien de l'Ascension. Après que le Seigneur fut monté au Ciel, les disciples se réunirent en prière au Cénacle, avec la Mère de Jésus (cf. Ac 1, 14), en invoquant ensemble l'Esprit Saint, qui allait les revêtir de puissance pour le témoignage qu'ils devaient rendre du Christ ressuscité (cf. Lc 24, 49 ; Ac 1, 8). Chaque communauté chrétienne, unie à la Très Sainte Vierge, revit ces jours-ci cette expérience spirituelle singulière en préparation à la solennité de la Pentecôte. Nous aussi, nous nous adressons à présent à Marie à travers le chant du Regina Caeli, en implorant sa protection sur l'Église et en particulier sur tous ceux qui se consacrent à l'œuvre d'évangélisation à travers les moyens de communication sociale.

À l'issue du Regina Cæli
            Je salue les participants au "Marathon de Printemps - Fête de l'École", qui s'est déroulé ce matin à Rome, ainsi qu'à Trente et dans d'autres villes d'Italie. Je souhaite que la formation des nouvelles générations soit toujours au centre de l'attention de la communauté ecclésiale et des institutions publiques.

Bon dimanche à tous !