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Wednesday, 19 October 2022

The Profession of Faith of the Fathers in the First Council of Nicaea - 325 AD (translated into English)

    We believe in one God the Father all powerful, maker of all things both seen and unseen. And in one Lord Jesus Christ, the Son of God, the only-begotten begotten from the Father, that is from the substance of the Father, God from God, light from light, true God from true God, begotten not made, consubstantial with the Father, through whom all things came to be, both those in heaven and those in earth; for us humans and for our salvation he came down and became incarnate, became human, suffered and rose up on the third day, went up into the heavens, is coming to judge the living and the dead. And in the holy Spirit.

    And those who say “there once was when he was not”, and “before he was begotten he was not”, and that “he came to be from things that were not”, or “from another hypostasis or substance", affirming that the Son of God is subject to change or alteration these the Catholic and Apostolic Church anathematises.

Saturday, 23 November 2019

Homily and Profession of Faith of Pope Saint Paul VI (translated into Portuguese)




SOLENIDADE NA CONCLUSÃO DO «ANO DA FÉ» PROCLAMADO POR OCASIÃO DO XIX CENTENÁRIO DO MARTÍRIO DOS APÓSTOLOS PEDRO E PAULO EM ROMA


Veneráveis irmãos e diletos filhos:

1. Encerramos, com esta Liturgia solene, tanto a celebração do XIX centenário do martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, como este ano que denominamos "Ano da Fé". Nós o dedicamos à comemoração dos Apóstolos, não só com a intenção de testemunhar nossa vontade inquebrantável de conservar sem corrupção o depósito da Fé (cf. 1Tm 6, 20) que eles nos transmitiram, senão também para confirmar o nosso propósito de relacionar a mesma Fé com a vida dos tempos atuais, em que a Igreja deve peregrinar no mundo.

2. Sentimo-nos na obrigação de agradecer publicamente a todos os fiéis que responderam ao nosso convite, fazendo com que o "Ano da Fé" produzisse o máximo de frutos, quer por uma adesão mais profunda à Palavra de Deus, quer pela renovação da profissão de fé em muitas comunidades, quer pela confirmação da própria fé, com o testemunho de uma vida autenticamente cristã. Por isso, ao mesmo tempo que expressamos nosso reconhecimento, sobretudo a nossos Irmãos no Episcopado e a todos os filhos da Santa Igreja, queremos dar-lhes nossa Bênção Apostólica.

3. Julgamos ainda que devemos cumprir o mandato, conferido por Cristo a Pedro, de quem somos Sucessor, embora o último na ordem dos méritos, a saber: o de confirmar na fé os irmãos (Lc 22, 32). Portanto, ainda que estejamos conscientes de nossa pequenez, contando porém com toda a força desse mandato que nos impele, vamos fazer uma profissão de fé, recitar uma fórmula de "Credo" que, embora não se deva chamar estritamente definição dogmática, contudo repete, quanto à substância, a fórmula de Nicéia ― a fórmula da imortal Tradição da Santa Igreja de Deus ― com algumas explicações exigidas pelas condições espirituais de nossa época.

4. Ao fazer isto, bem sabemos que perturbações em relação à fé agitam hoje certos grupos de homens. Eles não escaparam à influência de um mundo que se está transformando profundamente e no qual tantas verdades são postas em discussão ou totalmente negadas. Mais ainda: vemos que até alguns católicos se deixam dominar por uma espécie de sede de mudança e novidades. A Igreja, sem dúvida, julga ser de sua obrigação continuar sempre o seu esforço em penetrar mais e mais os insondáveis mistérios de Deus, ricos de tantos frutos de salvação para todos, e em apresentá-los ao mesmo tempo, de modo cada vez mais apto, às gerações que se sucedem. Mas é preciso juntamente empregar o máximo cuidado a fim de que, ao cumprir o necessário dever da investigação, não se destruam verdades da doutrina cristã. Se isto acontecesse ― e vemos dolorosamente como hoje de fato acontece ― iria causar perturbação e dúvida no espírito de muitos fiéis.

5. A este respeito, muito importa advertir que, além daquilo que se pode observar e reconhecer cientificamente, a inteligência que Deus nos deu atinge o que é e não só as expressões subjetivas das chamadas estruturas ou da evolução da consciência humana. Aliás, devemos lembrar que pertence à interpretação ou hermenêutica, depois de examinar a palavra que foi pronunciada, procurarmos compreender e distinguir o sentido subjacente a qualquer texto e não inventar de certo modo esse sentido, segundo hipóteses arbitrárias.

6. Acima de tudo, porém, confiamos firmissimamente no Espírito Santo ― alma da Igreja ― e na fé teologal, em que se sustenta a vida do Corpo Místico. Por outra parte, não ignorando que o povo espera a palavra do Vigário de Cristo, correspondemos a essa expectativa com alocuções e homilias, que proferimos bem frequentemente. Hoje, todavia, se nos oferece a oportunidade para pronunciar uma palavra mais solene.

7. Neste dia, pois, que escolhemos para encerramento do "Ano da Fé", nesta solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, queremos prestar à Majestade Suprema de Deus a homenagem de uma profissão de fé. E como outrora, em Cesaréia de Felipe, Simão Pedro, em nome dos Doze Apóstolos, à margem das opiniões humanas, confessou ser Cristo verdadeiramente o Filho de Deus vivo, assim também hoje o seu humilde sucessor, Pastor da Igreja universal, em nome de todo o Povo de Deus, eleva a sua voz para dar firmíssimo testemunho da Verdade divina, que só foi confiada à Igreja para que ela anuncie a todas as nações. Queremos que esta nossa profissão de fé seja suficientemente explícita e completa para satisfazer, de maneira adequada, à necessidade de luz que angustia a tantos fiéis e a todos aqueles que no mundo buscam a Verdade, seja qual for o grupo espiritual a que pertençam. Portanto, para a glória de Deus onipotente e Senhor nosso, Jesus Cristo; confiando no auxílio da Santíssima Virgem Maria e dos Bem-Aventurados Pedro e Paulo; para utilidade e progresso espiritual da Igreja; em nome de todos os sagrados Pastores e de todos os fiéis cristãos; em plena comunhão convosco, irmãos e filhos caríssimos, vamos pronunciar agora esta profissão de fé:

8. Cremos em um só Deus ― Pai, Filho e Espírito Santo ― Criador das coisas visíveis ― como este mundo, onde se desenrola nossa vida passageira ―, Criador das coisas invisíveis ― como são os puros espíritos, que também chamamos anjos [1] ―, Criador igualmente, em cada homem, da alma espiritual e imortal [2].

9. Cremos que este Deus único é tão absolutamente uno em sua essência santíssima como em todas as suas demais perfeições: na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência, na sua vontade e no seu amor. Ele é Aquele que é, conforme Ele próprio revelou a Moisés (cf. Ex 3, 14); Ele é Amor como nos ensinou o Apóstolo São João (cf. 1Jo 4, 8); de tal maneira que estes dois nomes ― Ser e Amor ― exprimem inefavelmente a mesma divina essência Daquele que se quis manifestar a nós e que, habitando uma luz inacessível (cf 1Tm 6,16), está, por si mesmo, acima de todo nome, de todas as coisas e de todas as inteligências criadas. Só Deus pode dar-nos um conhecimento exato e pleno de si mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, de cuja vida eterna somos pela graça chamados a participar, aqui na terra, na obscuridade da fé, e, depois da morte, na luz sempiterna. As relações mútuas, que constituem eternamente as Três Pessoas, sendo, cada uma delas, o único e mesmo Ser Divino, perfazem a bem-aventurada vida íntima do Deus Santíssimo, infinitamente acima de tudo o que podemos conceber à maneira humana [3]. Entretanto, rendemos graças à Bondade divina pelo fato de poderem numerosíssimos crentes dar testemunho conosco, diante dos homens, sobre a unidade de Deus, embora não conheçam o mistério da Santíssima Trindade.

10. Cremos, portanto, em Deus Pai que desde toda a eternidade gera o Filho; cremos no Filho, Verbo de Deus que é eternamente gerado; cremos no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do Filho como Amor sempiterno de ambos. Assim nas três Pessoas Divinas que são igualmente eternas e iguais entre si [4], a vida e a felicidade de Deus perfeitamente uno superabundam e se consumam na superexcelência e glória próprias da Essência incriada; e sempre se deve venerar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade [5].

11. Cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial ao Pai, homoousious to Patri. Por Ele tudo foi feito. Encarnou por obra do Espírito Santo, de Maria Virgem, e se fez homem. Portanto, é igual ao Pai, segundo a divindade, mas inferior ao Pai, segundo a humanidade[6], absolutamente uno, não por uma confusão de naturezas (que é impossível), mas pela unidade da pessoa [7].

12. Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Anunciou e fundou o Reino de Deus, manifestando-nos em si mesmo o Pai. Deu-nos o seu mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou. Ensinou-nos o caminho das bem-aventuranças evangélicas, isto é: a ser pobres de espírito e mansos, a tolerar os sofrimentos com paciência, a ter sede de justiça, a ser misericordiosos, puros de coração e pacíficos, a suportar perseguição por causa da virtude. Padeceu sob Pôncio Pilatos, Cordeiro de Deus que carregou os pecados do mundo, e morreu por nós pregado na Cruz, trazendo-nos a salvação pelo seu Sangue redentor. Foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia pelo seu próprio poder, elevando-nos por esta sua ressurreição a participarmos da vida divina que é a graça. Subiu ao céu, de onde há de vir novamente, mas então com glória, para julgar os vivos e os mortos, a cada um segundo os seus méritos: os que corresponderam ao Amor e à Misericórdia de Deus irão para a vida eterna; porém os que os tiverem recusado até a morte serão destinados ao fogo que nunca cessará. E o seu reino não terá fim.

13. Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e que com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas e nos foi enviado por Jesus Cristo, depois de sua ressurreição e ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e governa a Igreja, purificando seus membros, se estes não rejeitam a graça. Sua ação, que penetra no íntimo da alma, torna o homem capaz de responder àquele preceito de Cristo: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (cf. Mt 5, 48).

14. Cremos que Maria Santíssima, que permaneceu sempre Virgem, tornou-se Mãe do Verbo Encarnado, nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo [8]; e que por motivo desta eleição singular, em consideração dos méritos de seu Filho, foi remida de modo mais sublime [9], e preservada imune de toda a mancha do pecado original [10]; e que supera de longe todas as demais criaturas, pelo dom de uma graça insigne [11].

15. Associada por um vínculo estreito e indissolúvel aos mistérios da Encarnação e da Redenção [12], a Santíssima Virgem Maria, Imaculada, depois de terminar o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celestial [13]; e, tornada semelhante a seu Filho, que ressuscitou dentre os mortos, participou antecipadamente da sorte de todos os justos. Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja [14], continua no céu a desempenhar seu ofício materno, em relação aos membros de Cristo, cooperando para gerar e desenvolver a vida divina em cada uma das almas dos homens que foram remidos [15].

16. Cremos que todos pecaram em Adão; isto significa que a culpa original, cometida por ele, fez com que a natureza, comum a todos os homens, caísse num estado no qual padece as consequências dessa culpa. Tal estado já não é aquele em que no princípio se encontrava a natureza humana em nossos primeiros pais, uma vez que se achavam constituídos em santidade e justiça, e o homem estava isento do mal e da morte. Portanto, é esta natureza assim decaída, despojada de dom da graça que antes a adornava, ferida em suas próprias forças naturais e submetidas ao domínio da morte, é esta que é transmitida a todos os homens. Exatamente neste sentido, todo homem nasce em pecado. Professamos pois, segundo o Concílio de Trento, que o pecado original é transmitido juntamente com a natureza humana, pela propagação e não por imitação, e se acha em cada um como próprio [16].

17. Cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo Sacrifício da Cruz, nos remiu do pecado original e de todos os pecados pessoais, cometidos por cada um de nós; de sorte que se impõe como verdadeira a sentença do Apóstolo: "onde abundou o delito, superabundou a graça" (cf. Rm 5, 20).

18. Cremos professando num só Batismo, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para a remissão dos pecados. O Batismo deve ser administrado também às crianças que não tenham podido cometer por si mesmas pecado algum; de modo que, tendo nascido com a privação da graça sobrenatural, renasçam da água e do Espírito Santo para a vida divina em Jesus Cristo [17].

19.Cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro. Ela é o Corpo Místico de Cristo, sociedade visível, estruturada em órgãos hierárquicos e, ao mesmo tempo, comunidade espiritual. Igreja terrestre, Povo de Deus peregrinando aqui na terra, e Igreja enriquecida de bens celestes, germe e começo do Reino de Deus, por meio do qual a obra e os sofrimentos da Redenção continuam ao longo da história humana, aspirando com todas as forças a consumação perfeita, que se conseguirá na glória celestial após o fim dos tempos [18]. No decurso do tempo, o Senhor Jesus forma a sua Igreja pelos Sacramentos que emanam de sua plenitude [19]. Por eles a Igreja faz com que seus membros participem do mistério da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, pela graça do Espírito Santo que a vivifica e move [20]. Por conseguinte, ela é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se dela se afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho e a difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por esses pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo.

20. Herdeira das promessas divinas e filha de Abraão segundo o Espírito, por meio daquele povo de Israel, cujos livros sagrados guarda com amor e cujos Patriarcas e Profetas venera com piedade; edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, cuja palavra sempre viva e cujos poderes, próprios de Pastores, vem transmitindo fielmente de geração em geração, no sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele; gozando enfim da perpétua assistência do Espírito Santo, a Igreja tem o encargo de conservar, ensinar, explicar e difundir a Verdade que Deus revelou aos homens, veladamente de certo modo pelos Profetas, e plenamente pelo Senhor Jesus. Nós cremos todas essas coisas que estão contidas na Palavra de Deus por escrito ou por tradição, e que são propostas pela Igreja, quer em declaração solene quer no Magistério ordinário e universal, para serem cridas como divinamente reveladas [21]. Nós cremos na infalibilidade de que goza o Sucessor de Pedro, quando fala ex cathedra [22], como Pastor e Doutor de todos os cristãos e que reside também no Colégio dos Bispos, quando com o Papa exerce o Magistério supremo [23].

21. Cremos que a Igreja, fundada por Cristo e pela qual Ele orou, é indefectivelmente una, na fé, no culto e no vínculo da comunhão hierárquica [24]. No seio desta Igreja, a riquíssima variedade dos ritos litúrgicos e a diversidade legítima do patrimônio teológico e espiritual ou de disciplinas peculiares, longe de prejudicar a unicidade, antes a declaram [25].

22. Reconhecendo também que fora da estrutura da Igreja de Cristo existem muitos elementos de santificação e de verdade, que como dons próprios da mesma Igreja impelem à unidade católica [26], e crendo, por outra parte, na ação do Espírito Santo que suscita em todos os discípulos de Cristo o desejo desta unidade [27], esperamos que os cristãos que ainda não gozam da plena comunhão com a única Igreja, se unam afinal num só rebanho sob um único Pastor.

23. Cremos que a Igreja é necessária para a Salvação, pois só Cristo é o Mediador e caminho da salvação, e Ele se torna presente a nós no seu Corpo que é a Igreja [28]. Mas o desígnio divino da Salvação abrange a todos os homens; e aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e sua Igreja, procuram todavia a Deus com sincero coração, e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir com obras a sua vontade, conhecida pelo ditame da consciência, também esses, em número aliás que somente Deus conhece, podem conseguir a salvação eterna [29].

24. Cremos que a Missa, celebrada pelo sacerdote, que representa a pessoa de Cristo, em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem, e oferecida por ele em nome de Cristo e dos membros do seu Corpo Místico, é realmente o Sacrifício do Calvário, que se torna sacramentalmente presente em nossos altares. Cremos que, como o Pão e o Vinho consagrados pelo Senhor, na última ceia, se converteram no seu Corpo e Sangue, que logo iam ser oferecidos por nós na Cruz; assim também o Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote se convertem no Corpo e Sangue de Cristo que assiste gloriosamente no céu. Cremos ainda que a misteriosa presença do Senhor, debaixo daquelas espécies que continuam aparecendo aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial [30].

25. Neste sacramento, pois, Cristo não pode estar presente de outra maneira a não ser pela mudança de toda a substância do pão no seu Corpo, e pela mudança de toda a substância do vinho no seu Sangue, permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que percebemos com os nossos sentidos. Esta mudança misteriosa é chamada pela Igreja com toda a exatidão e conveniência transubstanciação. Assim, qualquer interpretação de teólogos, buscando alguma inteligência deste mistério, para que concorde com a fé católica, deve colocar bem a salvo que na própria natureza das coisas, isto é, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de sorte que o Corpo adorável e o Sangue do Senhor Jesus estão na verdade diante de nós, debaixo das espécies sacramentais do pão e do vinho [31], conforme o mesmo Senhor quis, para se dar a nós em alimento e para nos associar pela unidade do seu Corpo Místico [32].

26. A única e indivisível existência de Cristo nosso Senhor, glorioso no céu, não se multiplica mas se torna presente pelo Sacramento, nos vários lugares da terra, onde o Sacrifício Eucarístico é celebrado. E depois da celebração do Sacrifício, a mesma existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, o qual no sacrário do altar é como o coração vivo de nossas igrejas. Por isso estamos obrigados, por um dever certamente suavíssimo, a honrar e adorar, na Sagrada Hóstia que os nossos olhos vêem, ao próprio Verbo Encarnado que eles não podem ver, e que, sem ter deixado o céu, se tornou presente diante de nós.

27. Confessamos igualmente que o Reino de Deus, começado aqui na terra na Igreja de Cristo, "não é deste mundo" (cf. Jo 18, 36), "cuja figura passa" (cf. 1Cor 7, 31), e também que o seu crescimento próprio não pode ser confundido com o progresso da cultura humana ou das ciências e artes técnicas; mas consiste em conhecer, cada vez mais profundamente, as riquezas insondáveis de Cristo, em esperar sempre com maior firmeza os bens eternos, em responder mais ardentemente ao amor de Deus, enfim em difundir-se cada vez mais largamente a graça e a santidade entre os homens. Mas com o mesmo amor, a Igreja é impelida a interessar-se continuamente pelo verdadeiro bem temporal dos homens. Pois, não cessando de advertir a todos os seus filhos que eles "não possuem aqui na terra uma morada permanente" (cf. Hb 13, 14), estimula-os também a que contribuam, segundo as condições e os recursos de cada um, para o desenvolvimento da própria sociedade humana; promovam a justiça, a paz e a união fraterna entre os homens; e prestem ajuda a seus irmãos, sobretudo aos mais pobres e mais infelizes. Destarte, a grande solicitude com que a Igreja, Esposa de Cristo, acompanha as necessidades dos homens, isto é, suas alegrias e esperanças, dores e trabalhos, não é outra coisa senão o ardente desejo que a impele com força a estar presente junto deles, tencionando iluminá-los com a luz de Cristo, congregar e unir a todos Naquele que é o seu único Salvador. Tal solicitude entretanto, jamais se deve interpretar como se a Igreja se acomodasse às coisas deste mundo, ou se tivesse resfriado no fervor com que ela mesma espera seu Senhor e o Reino eterno.

28. Cremos na vida eterna. Cremos que as almas de todos aqueles que morrem na graça de Cristo ― quer as que se devem ainda purificar no fogo do Purgatório, quer as que são recebidas por Jesus no Paraíso, logo que se separam do corpo, como sucedeu com o Bom Ladrão ―, formam o Povo de Deus para além da morte, a qual será definitivamente vencida no dia da Ressurreição, em que estas almas se reunirão a seus corpos.

29. Cremos que a multidão das almas, que já estão reunidas com Jesus e Maria no Paraíso, constituem a Igreja do céu, onde gozando da felicidade eterna, vêem Deus como Ele é (cf. 1Jo 3, 2) [33], e participam com os santos Anjos, naturalmente em grau e modo diverso, do governo divino exercido por Cristo glorioso, uma vez que intercedem por nós e ajudam muito a nossa fraqueza, com a sua solicitude fraterna [34].

30. Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, a saber: dos que peregrinam sobre a terra, dos defuntos que ainda se purificam e dos que gozam da bem-aventurança do céu, formando todos juntos uma só Igreja. E cremos igualmente que nesta comunhão dispomos do amor misericordioso de Deus e dos seus Santos, que estão sempre atentos para ouvir as nossas orações, como Jesus nos garantiu: "Pedi e recebereis" (cf. Lc 11, 9-10; Jo 16, 24). Professando está fé e apoiados nesta esperança, nós aguardamos a ressurreição dos mortos e a vida do século futuro.

Bendito seja Deus: Santo, Santo, Santo! Amém.

Pronunciado diante da Basílica de São Pedro, dia 30 de junho do ano de 1968,
sexto de nosso Pontificado.


PAPA PAULO VI

Notas
[1] cf. Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática Dei Filius.
[2] cf. Encíclica Humani Generis; Concílio de Latrão V.
[3] cf. Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática Dei Filius.
[4] Símbolo Quicumque, n. 75.
[5] Ibidem.
[6] Ibid. nº 76.
[7] Ibidem.
[8] cf. Concílio de Éfeso: 251-252.
[9] cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, 53.
[10] cf. Pio IX, Bula Ineffabilis Deus.
[11] cf. Lumen Gentium, 53.
[12] cf. ibidem 53, 58 e 61.
[13] cf. Constituição Apostólica Munificentissimus Deus.
[14] cf. Lumen Gentium, 53, 56, 61 e 63; Paulo VI, alocução na conclusão da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II; Exortação Apostólica Signum Magnum.
[15] cf. Lumen Gentium, 62, Paulo VI, Exortação Apostólica Signum Magnum.
[16] cf. Concílio de Trento, Decreto sobre o pecado original.
[17] cf. Concílio de Trento, ibid.
[18] cf. Lumen Gentium, 8 e 50.
[19] cf. ibid. 7 e 11.
[20] cf. Concílio Vaticano II, Constituição Sacrosanctum Concilium 5 e 6; Lumen Gentium, 7, 12 e 50.
[21] cf. Concílio Vaticano I, constituição Dei Filius.
[22] cf. ibid., Constituição Pastor Aeternus.
[23] cf. Lumen Gentium, 25.
[24] cf. ibid, 8, 18 a 23; Decreto Unitatis Redintegratio.
[25] cf. Lumen Gentium, 23; decreto Orientalium Ecclesiarum 2, 3, 5 e 6.
[26] cf. Lumen Gentium, 8.
[27] cf. ibid. 15.
[28] cf. ibid. 14.
[29] cf. ibid. 16.
[30] cf. Concílio de Trento, Sessão 13, Decreto sobre a Eucaristia.
[31] cf. ibid.; Paulo VI, Encíclica Mysterium Fidei.
[32] cf. Suma Teológica III, q. 73, a. 3.
[33] cf. Bento XII, Constituição Benedictus Deus.
[34]cf. Lumen Gentium, 49.



Wednesday, 16 October 2019

The Apostles' Creed attributed to the twelve Apostles (in Latin, French, and English)

Credo in Deum, Patrem omnipotentem, Creatorem caeli et terrae.
Et in Iesum Christum, Filium eius unicum, Dominum nostrum:
qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine,
passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus, descendit ad inferos,
tertia die resurrexit a mortuis,
ascendit ad caelos,
sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis,
inde venturus est iudicare vivos et mortuos.
Credo in Spiritum Sanctum,
sanctam Ecclesiam catholicam,
sanctorum communionem, remissionem peccatorum,
carnis resurrectionem, vitam aeternam.
Amen.


Je crois en un seul Dieu, le Père tout-puissant, Créateur du ciel et de la terre,
et en Jésus-Christ, son Fils unique, notre Seigneur,
qui a été conçu du Saint-Esprit, (et) (qui) est né de la Vierge Marie ;
(Il) a souffert sous Ponce Pilate, (Il) a été crucifié, (Il) est mort, (Il) a été enseveli, (Il) est descendu aux enfers ;
le troisième jour, (Il) est ressuscité des morts ;
(Il) est monté au ciel,
(Il) est assis (variante : Il siège) à la droite de Dieu, le Père tout-puissant ;
d'où Il viendra (variante : Il viendra de là) (pour) juger les vivants et les morts.
Je crois en l'Esprit-Saint (variante : au Saint-Esprit)
à la sainte Église universelle (version catholique : je crois à la sainte Église catholique),
(à) la communion des saints,
(à) la rémission des péchés,
(à) la résurrection de la chair
(à) la vie éternelle.
Amen.



I believe in God the Father almighty, creator of heaven and earth.
I believe in Jesus Christ, his only Son, our Lord.
He was conceived by the power of the Holy Spirit and born of the Virgin Mary.
Under Pontius Pilate, He was crucified, died, and was buried.
He descended to the dead. On the third day he rose again.
He ascended into heaven and is seated at the right hand of the Father.
He will come again to judge the living and the dead.
I believe in the Holy Spirit,
the holy Catholic Church, the communion of saints,
the forgiveness of sins,
the resurrection of the body,
and the life everlasting.

Amen.

Tuesday, 31 July 2018

The Athanasian Creed (in Latin, English, and French)


Quicumque vult salvus esse, ante omnia opus est, ut teneat catholicam fidem: Quam nisi quisque integram inviolatamque servaverit, absque dubio in aeternum peribit.
Fides autem catholica haec est: ut unum Deum in Trinitate, et Trinitatem in unitate veneremur.
Neque confundentes personas, neque substantiam separantes.
Alia est enim persona Patris alia Filii, alia Spiritus Sancti: Sed Patris, et Filii, et Spiritus Sancti una est divinitas, aequalis gloria, coeterna maiestas.
Qualis Pater, talis Filius, talis [et] Spiritus Sanctus. Increatus Pater, increatus Filius, increatus [et] Spiritus Sanctus.
Immensus Pater, immensus Filius, immensus [et] Spiritus Sanctus.
Aeternus Pater, aeternus Filius, aeternus [et] Spiritus Sanctus.
Et tamen non tres aeterni, sed unus aeternus.
Sicut non tres increati, nec tres immensi, sed unus increatus, et unus immensus.
Similiter omnipotens Pater, omnipotens Filius, omnipotens [et] Spiritus Sanctus.
Et tamen non tres omnipotentes, sed unus omnipotens.
Ita Deus Pater, Deus Filius, Deus [et] Spiritus Sanctus.
Et tamen non tres dii, sed unus est Deus.
Ita Dominus Pater, Dominus Filius, Dominus [et] Spiritus Sanctus.
Et tamen non tres Domini, sed unus [est] Dominus.
Quia, sicut singillatim unamquamque personam Deum ac Dominum confiteri christiana veritate compellimur: Ita tres Deos aut [tres] Dominos dicere catholica religione prohibemur.
Pater a nullo est factus: nec creatus, nec genitus.
Filius a Patre solo est: non factus, nec creatus, sed genitus.
Spiritus Sanctus a Patre et Filio: non factus, nec creatus, nec genitus, sed procedens.
Unus ergo Pater, non tres Patres: unus Filius, non tres Filii: unus Spiritus Sanctus, non tres Spiritus Sancti.
Et in hac Trinitate nihil prius aut posterius, nihil maius aut minus: Sed totae tres personae coaeternae sibi sunt et coaequales.
Ita, ut per omnia, sicut iam supra dictum est, et unitas in Trinitate, et Trinitas in unitate veneranda sit.
Qui vult ergo salvus esse, ita de Trinitate sentiat.
                Sed necessarium est ad aeternam salutem, ut incarnationem quoque Domini nostri Iesu Christi fideliter credat.
Est ergo fides recta ut credamus et confiteamur, quia Dominus noster Iesus Christus, Dei Filius, Deus [pariter] et homo est.
Deus [est] ex substantia Patris ante saecula genitus: et homo est ex substantia matris in saeculo natus.
Perfectus Deus, perfectus homo: ex anima rationali et humana carne subsistens.
Aequalis Patri secundum divinitatem: minor Patre secundum humanitatem.
Qui licet Deus sit et homo, non duo tamen, sed unus est Christus.
Unus autem non conversione divinitatis in carnem, sed assumptione humanitatis in Deum.
Unus omnino, non confusione substantiae, sed unitate personae.
Nam sicut anima rationalis et caro unus est homo: ita Deus et homo unus est Christus.
Qui passus est pro salute nostra: descendit ad inferos: tertia die resurrexit a mortuis.
Ascendit ad [in] caelos, sedet ad dexteram [Dei] Patris [omnipotentis].
Inde venturus [est] judicare vivos et mortuos.
Ad cujus adventum omnes homines resurgere habent cum corporibus suis; Et reddituri sunt de factis propriis rationem.
Et qui bona egerunt, ibunt in vitam aeternam: qui vero mala, in ignem aeternum.
Haec est fides catholica, quam nisi quisque fideliter firmiterque crediderit, salvus esse non poterit.


Schaff, Philip (1877a), The Creeds of Christendom, 1, New York: Harper Brothers, OCLC 2589524, retrieved 2013-09-08
Whosoever will be saved, before all things it is necessary that he hold the catholic faith.

Which faith unless every one do keep whole and undefiled, without doubt he shall perish everlastingly.

And the catholic faith is this: that we worship one God in Trinity, and Trinity in Unity; neither confounding the Persons, nor dividing the Essence.

For there is one Person of the Father; another of the Son; and another of the Holy Ghost.

But the Godhead of the Father, of the Son, and of the Holy Ghost, is all one; the Glory equal, the Majesty coeternal.

Such as the Father is; such is the Son; and such is the Holy Ghost.

The Father uncreated; the Son uncreated; and the Holy Ghost uncreated.

The Father unlimited; the Son unlimited; and the Holy Ghost unlimited.

The Father eternal; the Son eternal; and the Holy Ghost eternal.

And yet they are not three eternals; but one eternal.

As also there are not three uncreated; nor three infinites, but one uncreated; and one infinite.

So likewise the Father is Almighty; the Son Almighty; and the Holy Ghost Almighty.

And yet they are not three Almighties; but one Almighty.

So the Father is God; the Son is God; and the Holy Ghost is God.

And yet they are not three Gods; but one God.

So likewise the Father is Lord; the Son Lord; and the Holy Ghost Lord.

And yet not three Lords; but one Lord.

For like as we are compelled by the Christian verity; to acknowledge every Person by himself to be God and Lord; So are we forbidden by the catholic religion; to say, There are three Gods, or three Lords.

The Father is made of none; neither created, nor begotten.

The Son is of the Father alone; not made, nor created; but begotten.

The Holy Ghost is of the Father and of the Son; neither made, nor created, nor begotten; but proceeding.

So there is one Father, not three Fathers; one Son, not three Sons; one Holy Ghost, not three Holy Ghosts.

And in this Trinity none is before, or after another; none is greater, or less than another.

But the whole three Persons are coeternal, and coequal. So that in all things, as aforesaid; the Unity in Trinity, and the Trinity in Unity, is to be worshipped.

He therefore that will be saved, let him thus think of the Trinity.

                Furthermore, it is necessary to everlasting salvation; that he also believe faithfully the Incarnation of our Lord Jesus Christ.

For the right Faith is, that we believe and confess; that our Lord Jesus Christ, the Son of God, is God and Man; God, of the Substance [Essence] of the Father; begotten before the worlds; and Man, of the Substance [Essence] of his Mother, born in the world.

Perfect God; and perfect Man, of a reasonable soul and human flesh subsisting.

Equal to the Father, as touching his Godhead; and inferior to the Father as touching his Manhood.

Who although he is God and Man; yet he is not two, but one Christ.

One; not by conversion of the Godhead into flesh; but by assumption of the Manhood into God.

One altogether; not by confusion of Substance [Essence]; but by unity of Person.

For as the reasonable soul and flesh is one man; so God and Man is one Christ; Who suffered for our salvation; descended into hell; rose again the third day from the dead.

He ascended into heaven, he sitteth on the right hand of God the Father Almighty, from whence he will come to judge the living and the dead.

At whose coming all men will rise again with their bodies; And shall give account for their own works.

And they that have done good shall go into life everlasting; and they that have done evil, into everlasting fire.

This is the catholic faith; which except a man believe truly and firmly, he cannot be saved.






Quiconque veut être sauvé doit, avant tout, tenir la foi catholique: s'il ne la garde pas entière et pure, il périra sans aucun doute pour l'éternité.

Voici la foi catholique: nous vénérons un Dieu dans la Trinité et la Trinité dans l'Unité, sans confondre les Personnes ni diviser la substance: autre est en effet la Personne du Père, autre celle du Fils, autre celle du Saint-Esprit; mais une est la divinité du Père, du Fils et du Saint-Esprit, égale la gloire, coéternelle la majesté.

Comme est le Père, tel est le Fils, tel est aussi le Saint-Esprit: incréé est le Père, incréé le Fils, incréé le Saint-Esprit; infini est le Père, infini le Fils, infini le Saint-Esprit; éternel est le Père, éternel le Fils, éternel le Saint-Esprit; et cependant, ils ne sont pas trois éternels, mais un éternel; tout comme ils ne sont pas trois incréés, ni trois infinis, mais un incréé et un infini. De même, tout-puissant est le Père, tout-puissant le Fils, tout-puissant le Saint-Esprit; et cependant ils ne sont pas trois tout-puissants, mais un tout-puissant.

Ainsi le Père est Dieu, le Fils est Dieu, le Saint-Esprit est Dieu; et cependant ils ne sont pas trois Dieux, mais un Dieu.

Ainsi le Père est Seigneur, le Fils est Seigneur, le Saint-Esprit est Seigneur; et cependant ils ne sont pas trois Seigneurs, mais un Seigneur; car, de même que la vérité chrétienne nous oblige à confesser que chacune des personnes en particulier est Dieu et Seigneur, de même la religion catholique nous interdit de dire qu'il y a trois Dieux ou trois Seigneurs.

Le Père n'a été fait par personne et il n'est ni créé ni engendré; le Fils n'est issu que du Père, il n'est ni fait, ni créé, mais engendré; le Saint-Esprit vient du Père et du Fils, il n'est ni fait, ni créé, ni engendré, mais il procède.

Il n'y a donc qu'un Père, non pas trois Pères; un Fils, non pas trois Fils; un Saint-Esprit, non pas trois Saint-Esprit.

Et dans cette Trinité il n'est rien qui soit avant ou après, rien qui soit plus grand ou plus petit, mais les Personnes sont toutes trois également éternelles et semblablement égales.

Si bien qu'en tout, comme on l'a déjà dit plus haut, on doit vénérer, et l'Unité dans la Trinité, et la Trinité dans l'Unité. Qui donc veut être sauvé, qu'il croie cela de la Trinité.

Mais il est nécessaire au salut éternel de croire fidèlement aussi en l'incarnation de notre Seigneur Jésus-Christ.

C'est donc la foi droite que de croire et de confesser que notre Seigneur Jésus-Christ, Fils de Dieu, est Dieu et homme.

Il est Dieu, de la substance du Père, engendré avant les siècles, et il est homme, né de la substance de sa mère, dans le temps; Dieu parfait, homme parfait composé d'une âme raisonnable et de chair humaine, égal au Père selon la divinité, inférieur au Père selon l'humanité. Bien qu'il soit Dieu et homme, il n'y a pas cependant deux Christ, mais un Christ; un, non parce que la divinité a été transformée en la chair, mais parce que l'humanité a été assumée en Dieu; un absolument, non par un mélange de substance, mais par l'unité de la personne.

Car, de même que l'âme raisonnable et le corps font un homme, de même Dieu et l'homme font un Christ.

Il a souffert pour notre salut, il est descendu aux enfers, le troisième jour il est ressuscité des morts, il est monté aux cieux, il siège à la droite du Père, d'où il viendra juger les vivants et les morts.

À sa venue, tous les hommes ressusciteront avec leurs corps et rendront compte de leurs propres actes: ceux qui ont bien agi iront dans la vie éternelle, ceux qui ont mal agi, au feu éternel.

Telle est la foi catholique: si quelqu'un n'y croit pas fidèlement et fermement, il ne pourra être sauvé.