Em Zchonen, cidade
universitária e primeiro arcebispado da Escandinávia, ergue-se formosa catedral
romana.
Debaixo
do coro, abre-se grande e bela cripta. Dizem todos que a igreja nunca será
terminada, que sempre faltará alguma coisa, e que o motivo é este:
Quando
São Lourenço chegou a Lund, a fim de pregar o Catolicismo, desejou construir
uma igreja, mas carecia dos meios necessários e não sabia onde arranjá-los.
Pensando
constantemente no seu objetivo, teve um dia a surpresa de ver na sua frente um
gigante, que se ofereceu para em pouco tempo erguer o templo, contanto que São
Lourenço adivinhasse o seu nome antes do fim.
Se
não o conseguisse, o gigante receberia como prêmio da aposta o Sol, a Lua ou os
olhos do santo. Este, confiando em Nossa Senhora, não teve o menor receio e
aceitou a imposição.
Iniciou-se
a construção, e dentro em pouco o templo estava quase pronto.
São Lourenço, pensando
tristemente em como descobrir o nome do gigante, pois evidentemente não queria
de maneira nenhuma desfazer-se dos seus olhos, tão necessários para a glória de
Deus.
Um
dia, percorrendo as ruas da cidade, sentiu-se cansado e resolveu sentar-se na
encosta de uma colina.
Do
interior da colina chamou-lhe a atenção o pranto de uma criança e a voz de uma
mulher que cantava:
— Durma bem, durma bem,
filhinho meu, que amanhã regressa o bom Finn, seu pai, e você brincará com o
Sol ou a Lua, ou então com os olhos de Lourenço.
O
santo, ouvindo aquilo, alegrou-se imensamente. Sabia, por fim, o nome do
gigante. Imediatamente voltou para a igreja, e viu o gigante sentado já no
teto, preparando-se para colocar a última pedra.
Gritou-lhe:
— Ó Finn, coloque bem a
última pedra!
O
gigante, enfurecido, atirou a pedra para longe, afirmando que a igreja jamais
ficaria terminada, e desapareceu. A partir daquele dia, falta na igreja sempre
alguma coisa.