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Saturday 26 October 2024

Saturday's Good Readin: “Por que Sou Forte” by Narcisa Amália (in Portuguese)

 


(A Ezequiel Freire)

Dirás que é falso. Não. É certo. Desço

Ao fundo d'alma toda vez que hesito...

Cada vez que uma lágrima ou que um grito

Trai-me a angústia — ao sentir que desfaleço...

E toda assombro, toda amor, confesso,

O limiar desse país bendito

Cruzo: — aguardam-me as festas do infinito!

 

O horror da vida, deslumbrada, esqueço!

É que há dentro vales, céus, alturas,

Que o olhar do mundo não macula, a terna

Lua, flores, queridas criaturas,

E soa em cada moita, em cada gruta,

A sinfonia da paixão eterna!...

— E eis-me de novo forte para a luta.

Friday 25 October 2024

Friday's Sung Word: "E o Mundo Não Se Acabou!" by Assis Valente (in Potuguese)

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso a minha gente lá de casa começou a rezar
Até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole,
achei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
e sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia,
peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em trajes de maiô
e o tal do mundo não se acabou
 
Chamei um gajo com quem não me dava
e perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
gastei com ele mais de quinhentão
Agora soube que o gajo anda
dizendo coisa que não se passou
Vai ter barulho, vai ter confusão
porque o mundo não se acabou. 

 

You can listen "E o Mundo Não Se Acabou!" sung by Carmen Miranda here

You can listen "E o Mundo Não Se Acabou!" sung by Ney Matogrosso here

 

You can listen "E o Mundo Não Se Acabou!" sung by Ellen Oléria with Fernando César e Regional here

Wednesday 23 October 2024

Wednesday's Good Reading: “Tolerância Zero” by Olavo de Carvalho (in Portuguese)

 

Época, 28 de outubro de 2000

Quanto menos são os que falam contra o comunismo, menos têm o direito de falar

Em periódicos regionais, alguns jornalistas denunciam a opressiva hegemonia que os comunistas conquistaram em nossa imprensa e nos meios acadêmicos. Em publicações de alcance nacional, tenho sido o único a tocar no assunto proibido. A extensão e o rigor da proibição podem ser medidos pela virulência insana de certas reações que suscito. Nada de argumentos, é claro. São insultos, intrigas, inculpações projetivas, apelos sumários a minha demissão. Deixam claro que, contra a ascensão esquerdista, nem uma única voz, por fraca e isolada que seja, pode ser tolerada. A concordância deve ser unânime, o silêncio da oposição, total. Precioso silêncio: Gramsci ensina que, na hora H, ele acabará valendo como aprovação popular da tomada do poder pelos comunistas. É preciso, portanto, produzi-lo, antes que a revolução possa tirar a máscara democrática e mostrar sua face hedionda, quando as fronteiras estiverem fechadas e for tarde para fugir. No Rio Grande do Sul, imagem e projeto do futuro Brasil petista, os principais jornalistas de oposição já foram calados por pressão do governo estadual.

Tal é a diferença entre o mero autoritarismo e o totalitarismo. O primeiro contentava-se em calar a maioria, deixando abertas umas válvulas de escape. O segundo exige a plenitude do silêncio, expressa na fórmula sinistra: para a minoria de um, tolerância zero.

O mais extraordinário é que muitos artífices desse estado de coisas proclamam que não são comunistas. Se não são, por que não suportam que alguém fale contra o comunismo?

Se um sujeito diz que não é comunista, mas vê a sociedade com olhos marxistas, prega a luta de classes e admite chegar ao poder pelo uso das armas, o que se pode concluir senão que ele é – ou sonha ser quando crescer – um fac-símile de Fidel Castro? Não obstante, o senhor João Pedro Stedile, por exemplo, entre uma inspeção e outra em seus campos de treinamento de guerrilheiros, assegura, com ar de inocência, que não é sequer esquerdista no sentido mais genérico da palavra.

O mais velho ardil do diabo é dizer que não existe; o do comunismo, jurar que é outra coisa. Em plena revolução chinesa, intelectuais pontificavam que Mao Tsé-tung nada tinha de comunista. Franklin Roosevelt declarou que o próprio Stálin não era comunista. E a imprensa chique de Nova York impôs ao mundo a imagem de um Fidel democrata e anticomunista.

Não há limites para a volúpia comunista de mentir. Comparável a ela, só sua volúpia de matar. Fidel, por exemplo, é um assassino vocacional que começou a carreira matando um político que mal conhecia, contra o qual não tinha nada, só para cortejar um inimigo da vítima, de quem esperava obter favores. E não faltam padres para nos assegurar, com a conveniente unção e o indefectível trémolo sacerdotal na voz, que se trata de um santo homem, que o regime do qual um sexto da população cubana fugiu não é o comunismo, mas o catolicismo. Deve ser mesmo, a julgar pelo rigor dos anátemas que lança sobre os hereges.

Saturday 19 October 2024

“Oração do Amor” by Saint Rosa of Lima (translated into Portuguese)

 

“Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, meu criador e redentor, pesa-me vos ter ofendido por ser Vós quem sois e porque vos amo acima de todas as coisas.

Meu Deus e verdadeiro Esposo de minha alma, alegria de meu coração.

Eu quero vos amar, benigníssimo Jesus, com aquele perfeitíssimo amor, eficacíssimo amor, verdadeiríssimo amor, inefabilíssimo amor, intensíssimo amor, incomparável amor, incompreensível amor, indiscutível amor, invencível amor, com que todos os cortesãos do Céu vos amam.

E mais gostaria de vos amar, Deus de meu coração e de minha vida. Gostaria de vos amar, minha dádiva, tanto como vos amou a vossa Santíssima Mãe e Senhora minha, Virgem Puríssima.

E mais gostaria de vos amar, saúde e alegria minha e de minha alma. Gostaria de vos amar tanto, meu Deus, com vós me amais.

E ao vos amar, eu me abrase, eu me desfaça, eu me consuma no fogo de vosso divino amor, benigníssimo Jesus.”

Friday 18 October 2024

Friday's Sung Word: "Na Baixa do Sapateiro" by Ary Barroso (in Potuguese)

Released in 1938, Na Baixa do Sapateiro did not achieve the expected success, which is why Ary Barroso decided to make some changes to the lyrics and melody around 1942. A few pronouns and verb tenses were altered, and a slower rhythm turned the song into a classic. 

The reworked song was released in 1942, performed by Sílvio Caldas.

In 1944, Walt Disney chose Na Baixa do Sapateiro to feature in his film The Three Caballeros under the tittle of Bahia.

( Severiano, Jairo, and Zuza Homem de Mello, eds. A Canção no Tempo: Vol. 1. São Paulo: Editora 34; Discografia Brasileira - IMS, Instituto Moreira Salles, n.d.)

 

Ai, o amô, ai, ai!
Amô bobagem que a gente não explica, ai, ai!
Prova um bocadinho, oi
Fica envenenado, oi
E pro resto da vida
É um tal de sofrer
Oilará, oilerê

Oi, Bahia, ai, ai!
Bahia que não me sai do pensamento, oi!
Faço o meu lamento, oi
Na desesperança,
De encontrar nesse mundo
O amor que eu perdi na Bahia -
Vou contar

Na Baixa do Sapateiro,
encontrei um dia
A morena mais frajola da Bahia
Pediu-lhe um beijo não deu,
Um abraço,
Sorriu
Pediu-lhe a mão, não quis dar -
Fugiu!

Bahia! Terra da felicidade!
Morena,
Eu ando louco de saudade!
Meu Senhor do Bonfim,
Arranje outra morena
Igualzinha pra mim. 

 

You can listen "Na Baixa do Sapateiro" sung by Sílvio Caldas here.

Link to the previous version of  "Na Baixa do Sapateiro"here.

Saturday 12 October 2024

Saturday's Good Reading: “Sobre Kant e o Artigo dos Acadêmicos Franceses” by Olavo de Carvalho (in Portuguese).

 Mídia Sem Máscara, 12 de novembro de 2020.

A cretinice publicada por três academiquinhos contra mim num jornal francês, a propósito de Kant, aparece em DEZENAS de reproduções no Google, enquanto a minha resposta desapareceu quase por completo. Reproduzo-a parcialmente aqui:

 

10 de feveireiro de 2019:

Com relação ao Kant, o texto original tem infinitamente mais autoridade do que quaisquer “especialistas”, mas estes parece que não sabem disso.

Se vocês querem refutar o que eu disse do Kant, citem o texto dele que me desminta em vez de tentar enganar o público com essa pose de “autoridades”.

Esta é a coisa MAIS ESTÚPIDA já escrita sobre Kant: “Para Keinert, Kant se posicionava contra o dogma, mas ‘não necessariamente contra a religião católica’.”

Que caralho é a religião católica sem os seus dogmas?

Querer que a religião católica se desfaça dos seus dogmas é DESTRUI-LA POR COMPLETO. Só um jumento lobotomizado não percebe isso.

Kant era apenas covarde demais para assumir em público o seu ódio do cristianismo, que ele disfarçava numa linguagem complicada para enganar tolos como esse Keinert, que não entende mesmo NADA de cristianismo.

O artigo “kantiano” do Grobo mostra uma vez mais que o nível de inépcia dos professores universitrios brasileiros já ultrapassou a escala do descritível.

Um dos três kantólatras do Grobo escreve:

 

“— Olavo diz estar construindo uma comunidade de amigos em que todos pensam e querem a mesma coisa. Não é à toa que Kant seja um pensador que precisa ser deturpado. Para Kant, desacordo é bom, é assim que a gente cresce — diz Tourinho Peres.”

 

É a mistura tipicamente uspiana de analfabetismo funcional e malícia difamatória. A “comunidade” a que ele se refere vem da definição de amizade segundo Sto. Tomás de Aquino — “idem velle, idem nolle” — que de fato inspira os meus cursos. Mas só uma mente porca pode imaginar que o amar as mesmas coisas equivalha a repetir um discurso uniforme como o fazem, aliás, os três incapazes e toda a militância uspiana. O comum amor à verdade implica o desejo de buscá-la por meio da confrontação de hipóteses ao longo dos tempos (‘veritas filia temporis“), e nada o ilustra melhor que as discussões filosóficas entre homens sinceros, das quais tanto o círculo de amigos de Sto. Tomás quanto os meus alunos têm dado exemplos e que JAMAIS se viram no “centralismo democrático” uspiano-petista.

Se querem dar exemplo de tolerância democrática”, seus palhaços, mostrem-me UMA SÓ TESE CONSERVADORA OU ANTI-ESQUERDISTA QUE HAJAM UM DIA ORIENTADO E APROVADO.

Farsantes, difamadores abjetos.

Friday 4 October 2024

Friday's Sung Word: "Ciranda Cirandinha" (in Portuguese)

CIRANDA - a round dance of Portuguese origin found throughout Brazil in both children's and adult versions. The children's ciranda is a round game with sung verses. The adult version is a group dance performed in a circle around a small ensemble of musicians and a singer.  
CIRANDA, CIRANDINHA - is a children ciranda game where the children, hand in hand, walk clockwise while singing the song. Once finished, someone is invited to go to the center and recite a poem, usually a "quadra", traditional poem form of four verses of seven sylabs.

 

SONG:
Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar"

O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

INVITATION:
Senhor(a) N.N.,
Entre dentro desta roda,
diga um verso bem bonito,
diga "adeus" e vá-se embora.

You can listen "Ciranda,Cirandinha" sung by the Orquestra e Coro Carroussell here.

Wednesday 2 October 2024

Prayer to Jesus by St. Anthony of Padua (translated into Portuguese)

 

Senhor Jesus, não escondas de nós a tua face, não te afastes do templo dos nossos corações e não entres em juízo pelos nossos pecados.

Infunde em nós a tua graça, tem misericórdia dos nossos pecados, livra-nos da morte eterna e leva-nos ao teu reino, onde com Abraão, Isaac e Jacó, possamos ver o dia da eternidade.

Com a tua ajuda, Tu que és digno de toda honra, poder, louvor e majestade para todo o sempre. Amém.

Saturday 28 September 2024

Saturday Good Reading: “Um Desastre” by Graciliano Ramos (in Portuguese)

 

Alagoas é um estado pobre. Em pouco mais de vinte e oito mil quilômetros quadrados arruma-se quase um milhão de habitantes. Para bem dizer, não se arruma: na praia há charco, mosquito, sezão; na catinga há seixo, cardo, fome. Entre as duas zonas aperta-se a mata, com algodão e cana-de-açúcar, mas aí não se consegue terra facilmente, o salário é baixo — e para lá das cancelas o despotismo do proprietário vale o mosquito e o cardo juntos.

Em toda a parte o amarelão — desânimo, gordura fofa: homens cor de cera, indecisos entre a vida e a morte; raparigas velhas, uns cacos de mulheres na adolescência; meninos ramelosos, de pernas finas como cambitos, barrigas enormes, grávidas de lombrigas. E muita porcaria: falta de água no sertão, excesso no litoral, o solo empapado, lama.

Nessa penúria, os que têm restos de energia emigram; outros olham os pontos cardeais, esperando um milagre. Em cima, o fazendeiro, o negociante e o burocrata.

Escorados nos balcões das vilas, sujeitos ociosos conversam; os beiradeiros das lagoas nem força têm para conversar. Pernas arrastadas, beiços pálidos, meia dúzia de palavras bambas, como neste diálogo que Pedro Lima inventou:

— Seu compadre, se esta miséria continuar, nós acabamos pedindo esmola.

— A quem?

A população cresce demais. Se a dos outros estados fosse tão densa, o país seria uma nova China. Mais de novecentas mil sombras. Insignificante produção para tanta gente. Na roça uma família inteira se esconde nas camarinhas, nua, enquanto a mãe vai à cacimba, lavar roupa. Um indivíduo mendiga para casar.

— Como é que você sustenta mulher e filhos, criatura?

— Deus dá o jeito.

Ali por volta de 1930 só um município arrecadava cem contos. Hoje as rendas parecem ter subido um pouco. Mas terão “realmente” subido?

Não devemos falar em tais coisas a estranhos. Em vez de penalizá-los, humilhando-nos, exibimos a sala de visitas, arranjada com decência. Apesar de tudo, o alagoano tem momentos de vaidade e abomina considerações desagradáveis. Possuímos glória: Tavares Bastos, Sinimbu, heróis no Paraguai, colonizados do Amazonas. E proclamamos a República. Para alguma coisa a emigração haveria de servir.

Infelizmente precisamos renunciar por enquanto a essas lembranças consoladoras e expor os nossos males. Vieram males grandes, além dos ordinários. Chuva incessante, inundação, dilúvio. O Senhor resolveu afogar os nossos pecados. Os rios engrossaram, submergiram campos, mataram plantas, bichos e cristãos; riachinhos incharam, converteram-se em torrentes, devoraram morros numa erosão faminta e raivosa. Aluíram pontes, ruíram casas, sumiram-se povoações. Impossibilitou-se o trânsito nos caminhos alagados; descansaram as locomotivas; nos lugares onde rodavam trens e bondes vogam canoas. Fecharam-se os estabelecimentos comerciais: a indústria emperrou; trabalhadores esqueceram as suas profissões e tentaram, nervosos, defender ruínas que se dissolvem. De espaço a espaço um desmoronamento — e os restos das cidades emergem como se fossem construídos em palafitas. A agricultura foi varrida: canaviais e arrozais desceram na correnteza ou sepultaram-se no lodo.

Se as notícias calamitosas se referissem a uma cheia do Yang-Tsé-Kiang, acharíamos enorme a catástrofe distante, alargada pelasagências telegráficas. Estamos, porém, diante de uma tragédia caseira, narrada economicamente por Nelson Flores. E, julgando-nos favorecidos pela Providência, buscamos atenuar as nossas aflições.

Contudo esses horrores próximos, que dia a dia o conhecimento de pormenores engrandece, não podem ser desfeitos com sorrisos apenas. Há uma desgraça. Evidentemente o governo local não tem meio de combatê-la. É indispensável o socorro da União. E é indispensável o auxílio do particular, bondade que não faltaria se uma erupção do Aconcágua houvesse destruído algumas aldeias.

Certo não se trata de consertar as máquinas das usinas. Elas se desenferrujarão naturalmente — e o açúcar terá bom preço. A campanha iniciada aqui tende a minorar o sofrimento do homem que nunca entrou num banco e só conheceu durezas, o vaqueiro do sertão mudado em brejo, o pescador da lagoa tornada mar. Vestir os nus, curar os doentes, erguer o casebre da viúva, amparar o órfão, enfim semear naquela região infeliz uns pedaços de obras de misericórdia. Quando as águas baixarem, a maleita se desenvolverá junto aos mangues crescidos, bandos exaustos andarão trêmulos. Pensamos nessa gente mais ou menos inútil. Mas que poderia não ser inútil. E poderá talvez não ser inútil.

 

Rio de Janeiro, 25 agosto de 1944.

Friday 27 September 2024

Friday's Sung Word: "Na Baixa do Sapateiro" by Ary Barroso (in Potuguese)

 

Barroso first visited Bahia in January 1929, when he was performing as a pianist in Napoleão Tavares' orchestra. He immediately fell in love with the region, as he confessed in an interview with Revista Manchete in 1962: "I discovered myself in Bahia. Its rhythms, its candomblés, its capoeiras, its people... were a revelation to me. I was so deeply impressed that the only way to express my admiration was through music."

Na Baixa do Sapateiro was one of many songs he composed about Bahia. The title refers to Baixa dos Sapateiros, an old street in Salvador, the capital of the state of Bahia, Brazil.

(Severiano, Jairo, and Zuza Homem de Mello, eds. A Canção no Tempo: Vol. 1. São Paulo: Editora 34; Discografia Brasileira - IMS, Instituto Moreira Salles, n.d.)

 

Ai, o amô, ai, ai!
Amô bobagem que a gente não explica, ai, ai!
Prova um bocadinho, oi
Fica envenenado, oi
E pro resto da vida
É um tal de sofrer
Oilará, oilerê

Oi, Bahia, ai, ai!
Bahia que não me sai do pensamento, oi!
Faço o meu lamento, oi
Na desesperança,
De encontrar nesse mundo
O amor que eu perdi na Bahia -
Vou contar

Na Baixa do Sapateiro,
encontrei um dia
O moreno mais frajola da Bahia
Pediu-me um beijo não dei,
Um abraço,
Eu sorri
Pediu-me a mão, não quis dar -
Fugi!

Bahia! Terra da felicidade!
Moreno,
Eu ando louca de saudade!
Meu Senhor do Bonfim,
Arranje outro moreno
Igualzinho pra mim.

 

You can listen "Na Baixa do Sapateiro" sung by Carmen Miranda here.

Friday 20 September 2024

Friday's Sung Word: "Voltei pro Morro" by Vicente Paiva and Luiz Peixoto (in Potuguese)

Voltei pro morro
Onde está o meu cachorro
Meu cachorro viralata
Minha cuíca, meu ganzá
Voltei pro morro
Onde está o meu moreno
Chamem ele pro sereno
Porque se eu não me esbaldar eu morro
Voltei pro morro
Onde estão minhas chinelas
Que eu quero sambar com elas
Vendo as luzes da cidade
Voltei, voltei, voltei
Ai se eu não mato esta saudade eu morro
Voltei pro morro, voltei

Voltando ao berço do samba
Que em outras terras cantei
Pela luz que me alumia
Eu juro
Que sem a nossa melodia
E a cadência dos pandeiros
Muitas vezes eu chorei, chorei
Eu também senti saudade
Quando esse morro deixei
É por isso que eu voltei, voltei

 

You can listen "Voltei pro Morro" sung by Carmen Miranda here.

Wednesday 18 September 2024

Prayer of Saint Anselm of Canterbury to his Guardian Angel (translated into Portuguese)

 

            Ó Espírito angélico, a cujos próvidos cuidados entregou-me Deus, Nosso Senhor, rogo-vos que sempre queirais guardar-me e proteger-me, assistir-me e defender-me de todo assalto do demônio, quer eu esteja acordado, quer dormindo. Oh! sim, assisti-me noite e dia, a todo momento; estai sempre ao meu lado onde quer que eu me ache. Afastai para longe de mim todas as tentações de Satanás e obtende-me do misericordiosíssimo Juiz e Senhor nosso, que vos constituiu meu guarda e a vós me confiou, a graça, que de todo desmerecem os meus atos, de permanecer imune de toda culpa em minha vida. E se, por infelicidade, eu me encaminhar para a estrada do vício, reconduzi-me pela senda da virtude ao meu divino Redentor.

Quando me virdes oprimido pelo peso das angústias, fazei-me experimentar a ajuda de Deus onipotente. Peço-vos também que me reveleis, se for possível, o termo dos meus dias, e que não permitais que a minha alma, quando se desprender do corpo, seja aterrorizada pelos espíritos malignos, ou seja objeto de escárnio para eles, ou deles seja presa desesperada. Não, não me abandoneis jamais, até que me tenhais conduzido ao Céu, para gozar da vista do meu Criador e ser eternamente feliz em companhia de todos os santos. Que eu possa atingir tal felicidade mediante a vossa assistência e os merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Saturday 14 September 2024

Saturday's Good Reading: open letter to the Brazilian nation by Michael Shellenberger (in Portuguese)

 

Queridos amigos brasileiros, 

Pessoas poderosas nos nossos governos e nas nossas sociedades acreditam que têm o direito de decidir o que podemos ou não dizer, ouvir e não ouvir. Eles não estão apenas tentando nos censurar, estão tentando banir totalmente das redes sociais os jornalistas e líderes eleitos que eles não podem controlar.

Mas agora, o mundo inteiro está assistindo. O sinistro ataque à liberdade de expressão no Brasil pelo presidente Lula e pelo ministro Alexandre de Moraes é uma das maiores polêmicas do mundo.

E ficará ainda maior quando eu testemunhar perante o Congresso na próxima terça-feira, 7 de maio, em uma audiência intitulada “Brasil: uma crise de democracia, liberdade e Estado de Direito?”

Uma audiência no Congresso por si só não mudará nada. Ainda precisaremos que o Congresso aja para condenar o comportamento ultrajante, ilegal e imoral de Lula e de Moraes, e tome quaisquer outras ações necessárias para defender os direitos humanos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão.

Mas a audiência é o primeiro passo nesse processo. Em sua carta-convite para mim, o poderoso presidente do Comitê de Relações Exteriores, Michael McCaul, escreve que a audiência “discutirá como o Congresso dos EUA pode abordar melhor as graves violações de direitos humanos que foram cometidas por autoridades brasileiras em grande escala”.

“Estas violações dos direitos humanos incluem”, escreve o Presidente McCaul, “a prevaricação judicial, a perseguição da oposição política, a violação da liberdade de expressão e o amordaçamento dos meios de comunicação da oposição. suas agências a agir, não permanecendo mais em silêncio enquanto a democracia, a liberdade e o Estado de direito estão sendo minados ".

É fácil desesperar-se perante o poder das forças das trevas que tomaram conta dos nossos países. Eles são implacáveis. Estão dispostos a violar as nossas constituições, a censurar os seus inimigos e a interferir nas eleições.

Mas as pessoas do mundo estão unidas pela liberdade de expressão. O povo do Brasil tem falado: não à censura! Não à ditadura! E o povo americano está absolutamente ao lado do povo brasileiro na sua luta pela liberdade de expressão.

Eis o que os inimigos da liberdade de expressão não compreendem: os nossos direitos foram-nos dados pelo nosso Criador, não por eles. Nossos direitos são inalienáveis e protegidos por nossas constituições. E lutaremos e morreremos para protegê-los.

Seu amigo americano, para sempre,

Michael Shellenberger

30 April 2024.

 


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