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Friday, 20 December 2024

Friday's Sung Word: "Querido Adão" by Benedito Lacerda and Osvaldo Santiago (in Portuguese)

 This song makes a pair with "Eva Querida".

Adão, meu querido Adão
Todo mundo sabe
Que perdeste o juízo
Por causa da serpente tentadora
O nosso mestre
Te expulsou do Paraíso
Adão, Adão

Mas em compensação
O teu pobre coração
Que era pobre, pobre
Muito pobre de amor
Cresceu e eternizou meu Adão
O teu pecado encantador.

 

You can listen "Querido Adão" sung by Carmen Miranda with the Odeon Orchestra directed by Simon Bountman here.

You can listen "Eva Querida" here

Friday, 13 December 2024

Friday's Sung Word: "Eva Querida" by Benedito Lacerda and Luiz Vassalo (in Portuguese)

  This song makes a pair with "Querido Adão".

Eva querida
Quero ser o teu Adão
Dar-te-ei o meu amor
A minha vida
Em troca do teu coração!

Hei de conquistar
O teu amor, se Deus quiser
Custe o que custar
Haja o que houver
Serei capaz de qualquer prejuízo
Mas te darei um paraíso!

 

You can listen "Eva Querida" by Mário Reis with the Diabos do Céu band here.

You can listen "Querido Adão" here.

Wednesday, 11 December 2024

Wednesday's Good Reading: "A Rosa" by Narcisa Amália (in Portuguese).

 

Que impia mão te ceifou no ardor da sesta

Rosa de amor, rosa purpúrea e bela?

ALMEIDA GARRETT

 

Um dia em que perdida nas trevas da existência

Sem risos festivais, sem crenças de futuro,

Tentava do passado entrar no templo escuro,

Fitando a torva aurora de minha adolescência.

 

Volvi meu passo incerto à solidão do campo,

Lá onde não penetra o estrepitar do mundo;

Lá onde doura a luz o báratro profundo,

E a pálida lanterna acende o pirilampo.

 

E vi airosa erguer-se, por sobre a mole alfombra,

De uma roseira agreste a mais brilhante filha!

De púrpura e perfumes — a ignota maravilha,

Sentindo-se formosa, fugia à meiga sombra!

 

Ai, louca! Procurando o sol que abrasa tudo

Gazil se desatava à beira do caminho;

E o sol, ébrio de amor, no férvido carinho

Crestava-lhe o matiz do colo de veludo!

 

A flor dizia exausta à viração perdida:

“Ah! minha doce amiga abranda o ardor do raio!

Não vês? Jovem e bela eu sinto que desmaio

E em breve rolarei no solo já sem vida!

 

Ao casto peito uni a abelha em mil delírios

Sedenta de esplendor, vaidosa de meu brilho;

E agora embalde invejo o viço do junquilho,

E agora embalde imploro a candidez dos lírios!

 

Só me resta morrer! Ditosa a borboleta

Que agita as áureas asas e paira sobre a fonte;

Na onda perfumosa embebe a linda fronte

E goza almo frescor na balsa predileta!”

 

E a viração passou. E a flor abandonada

Ao sol tentou velar a face amortecida;

Mas do cálix gentil a pétala ressequida

Sobre a espiral de olores rolou no pó da estrada!

 

Assim da juventude se rasga o flóreo véu

E do talento a estátua no pedestal vacila;

Assim da mente esvai-se a ideia que cintila

E apenas resta ao crente — extremo asilo — o céu!

Friday, 6 December 2024

Friday's Sung Word: "Cachorro Vira-Lata" by Alberto Ribeiro (in Portuguese).

Eu gosto muito de cachorro vagabundo
Que anda sozinho no mundo
Sem coleira e sem patrão
Gosto de cachorro de sarjeta
Que quando escuta a corneta
Sai atrás do batalhão

E por falar em cachorro
Sei que existe lá no morro
Um exemplar
Que muito embora não sambe
Os pés dos malandros lambe
Quando eles vão sambar
E quando o samba está findo
Vira-lata esta latindo a soluçar
Saudoso da batucada
Fica até de madrugada
Cheirando o pó do lugar.

E até mesmo entre os caninos
Diferentes os destinos
Costumam ser
Uns têm jantar e almoço
E outros nem sequer um osso
De lambuja pra roer
E quando passa a carrocinha
A gente logo adivinha a conclusão
O vira-lata, coitado
Que não foi matriculado
Desta vez "virou" sabão!

 

You can listen "Como "Vaes" Você?" sung by Carmen Miranda with the Benedito Lacerda's Regional here.

 

 

You can listen "Como "Vaes" Você?" sung by  Ney Matogrosso here.

Wednesday, 4 December 2024

Prayer by St. Anthony of Lisbon (translated into Portuguese).

 

Senhor Jesus Cristo, infunde em nós a tua graça para pedir e para receber a plenitude da verdadeira vida.

Roga por nós ao Pai, para que nos conceda uma fé reta que mereça alcançar o lugar da vida eterna.

Com a tua ajuda, Tu que és o princípio e o fim, digno de louvor, admirável e inefável pelos séculos dos séculos. Amém.

Saturday, 30 November 2024

Saturday's Good Reading: “O Jogo do Bicho, Fator Econômico” by Graciliano Ramos (in Portuguese).

 

De todas as instituições brasileiras o jogo do bicho é com certeza a mais interessante, a que melhor descobre a alma popular. É verdade que possuímos outras capazes de provocar entusiasmos vivos e até a paixão das massas: o carnaval, o futebol, as lutas políticas, por exemplo; mas são coisas que, embora aqui tenham feição particular, existem em toda a parte. Nenhuma delas produz uma excitação permanente, todas se manifestam com intermitências mais ou menos longas.

O jogo do bicho é constante e puramente nacional. Aqui surgiu, criou raízes, e em nenhum outro país se daria tão bem. Deriva da nossa desorganização econômica e da confiança que depositamos em forças misteriosas. Todos nós, consciente ou inconscientemente, esperamos milagres, acreditamos na Divina Providência, em poderes sobrenaturais, que às vezes ficam no alto, inatingíveis e obscuros, outras vezes se põem em contato com os homens, familiarizam-se, revelam-se de maneira bastante ordinária.

As relações entre o homem e a divindade, que a princípio se manifestam sob a forma de troca, depois como transações de compra e venda, aqui se modificaram. Em toda a parte o crente oferece a Deus ou aos santos um objeto para receber um favor, ou oferece-lhes dinheiro, mas entre nós este respeitável costume se tornou uma espécie de jogo. Daí para se tornar jogo verdadeiro a distância não era grande. A nossa gente supersticiosa, que admite a realização dos sonhos e, especialmente no interior, faz promessas a Santo Antônio a propósito de casamento e a Santa Clara a propósito de chuva, encontrou meio de transformar a graça pedida em dinheiro. Podemos acompanhar a evolução do negócio do seguinte modo: oferecemos um objeto para receber um bem qualquer; oferecemos dinheiro para receber o mesmo bem; oferecemos dinheiro para receber dinheiro.

Não queremos felicidade, paz, qualquer estado de alma necessário aos místicos; desejamos coisas concretas. O mendigo que pede para o transeunte saúde e vida longa muitas vezes indica os meios que julga indispensáveis para se obter isso.

Impossibilitados de adquirir uma felicidade completa, buscamos pedaços de felicidade. E, em vista da situação precária em que vivemos, esses fragmentos são de ordinário representados por quantias insignificantes. Sabemos que a posse delas nada resolve definitivamente, que a nossa vida não se endireitará com tão pouco e, consumidas essas ínfimas parcelas de riquezas, a necessidade voltará e teremos de apelar para um novo golpe de sorte. Mas não podemos pensar no futuro quando o presente é incerteza e confusão, respiraremos com alívio se as nossas dificuldades irremediáveis forem procrastinadas por um mês, uma semana, um dia. Esperaremos que tudo se arranje depois.

Por enquanto precisamos com urgência uma determinada importância para o aluguel da casa, importância correspondente ao dinheiro que possuímos multiplicado por vinte. O brasileiro achou o modo de realizar a multiplicação, pelo menos de passar algumas horas na ilusão de que ela se realize e lhe dê recursos para satisfazer às exigências imediatas.

É verdade que a ilusão ordinariamente falha, mas pode renovar-se no dia seguinte, caso o homem não se ache absolutamente desprovido de pecúnia.

Ele poderia arriscar-se a qualquer outro jogo. Isto, porém, não lhe traria grande satisfação. Comprando bilhetes de loteria, a espera seria muito prolongada; na roleta ou no bacará seria curta demais. Ele não quer ficar muito tempo sonhando com uma sorte grande que lhe transforme a vida, nem encostar-se ao pano verde para receber emoções fortes e rápidas. Contenta-se com sortes miúdas, que lhe podem chegar diariamente, a hora certa, não se decidem no giro duma bola ou num virar de carta.

Além disso a loteria, a roleta, o bacará ficam fora das possibilidades da maior parte da população, ao passo que o jogo do bicho está ao alcance de toda a gente e possui o que é preciso para conquistar a simpatia das massas.

Em primeiro lugar promete muito e não oferece nenhuma garantia, o que está em conformidade com os hábitos dum país onde se organizam companhias sem capital e os profetas são bem recebidos, ainda que sejam os mais extraordinários salvadores. Apesar de tudo os jogadores felizes são pagos com rigorosa pontualidade, e isto é admirável, porque entre nós nunca nenhum programa se realiza, as obrigações são regularmente postas de lado. Os papelinhos riscados a lápis por um sujeito desconhecido transformam-se em valores.

Em segundo lugar é proibido, razão suficiente para viver e prosperar. Há negócios que não têm outro motivo de êxito. O nosso instinto de rebeldia sustenta-os, faz que protestemos contra algum funcionário demasiado consciencioso que pretenda enxergá-los.

Aliás com relação ao jogo do bicho talvez seja conveniente a autoridade supor que ele não existe e deixá-lo em paz. Muitos cavalheiros ficariam em apuros se, marchando para a repartição com o intuito severo de combater essa praga nacional, pensassem que suas respeitáveis senhoras elaboram listas complicadas, os rapazes no caminho da escola arriscam níqueis na dezena, o ordenado da criada foi estabelecido com a redução da importância presumível que ela retira nas compras e dá ao rapaz do talão, o fornecedor não está satisfeito com os pagamentos e espera minorar as suas dívidas com a problemática fração de riqueza que todas as manhãs lhe oferecem no balcão.

Deixemos em paz o bicheiro. Essa fração de riqueza representa a quantia que deixou de ser paga no salário do trabalhador, a conta que o bacharel se esqueceu de saldar na venda. Para que privar o operário e o vendeiro da última possibilidade que lhes resta?

O jogo do bicho significa uma tentativa muito louvável para corrigir o desarranjo em que vivemos. Uma tentativa oferecida a pessoas supersticiosas que acreditam em sonhos e ainda não podem acreditar em outra coisa, mas afinal talvez seja inconveniente suprimi-la, pelo menos por enquanto.

Friday, 29 November 2024

Friday's Sung Word: "Como "Vaes" Você?" by Ary Barroso (in Portuguese).

He - Como "vaes" você?
She - Vou navegando
Vou temperando
Pra baixo todo santo ajuda
Pra cima a coisa toda muda

No mar desta vida
Vou navegando
E vou temperando
O céu às vezes é tão claro
Outras escuro
Claro é o passado
Escuro é o futuro

Hoje, eu estou convencida
Que o segredo principal da vida
Consiste em não forçar
Em nada a natureza
Que o resto vem
Mas vem, que é uma beleza.

 

 

You can listen "Como "Vaes" Você?" sung by Carmen Miranda and Ary Barroso with the Pixinguinha and Luperce Miranda's Regional.

Friday, 22 November 2024

Friday's Sung Word: "Eu Dei" by Ary Barroso (in Portuguese).

 The last male intervention is of Ary Barroso.

She - Eu dei!
He - O que foi que você deu meu bem?
She - Eu dei!
He - Guarde um pouco para mim também!
   Não sei, se você fala por falar sem meditar
She - Eu dei
He - Diga logo, diga logo, é demais!
She - Não digo
   E adivinhe se é capaz
              
He - Você deu seu coração?
She - Não dei, não dei!
He - Sem nenhuma condição?
She - Não dei, não dei!
   O meu coração não tem dono
   Vive sozinho, coitadinho, no abandono
 
He - Foi um terno e longo beijo?
She - Se foi, se foi!
He - Desses beijos que eu desejo?
She - Pois foi, pois foi!
He - Guarde para mim "unzinho",
   Que mais tarde pagarei com um jurinho!

 

You can listen "Eu Dei" sung by Carmen Miranda, Ary Barroso e Conjunto Regional here.

Friday, 15 November 2024

Friday's Sung Word: "Mamãe eu Quero" by Jararaca and Vicente Paiva (in Portuguese)

"Mamãe Eu Quero" was composed solely by Jararaca and became an immediate success. However, he was unable to get permission to record it on a disc. After much persistence, Vicente Paiva gave his authorization, and the recording was made more as a joke, due to the low recording costs. In gratitude, Jararaca gave him the "co-authorship."

During the recording, on December 17, 1936, some unscheduled things happened, such as the funny prologue in which Almirante and Jararaca has an improvised dialogue. This dialogue was added to keep up with the recording time, which was very short in the initial take.

Carmen Miranda make the song an international success in 1939 when participated of the musical "Streets of Paris". In America the song was called "I Want My Mamma"

 

Mamãe eu quero...
Mamãe eu quero...
Mamãe eu quero mamar...
Dá a chupeta...
Dá a chupeta...
Dá a chupeta pro bebê não chorar!

Dorme filhinho
do meu coração!
Pega a mamadeira
e vem entrar pro meu cordão.
Eu tenho uma irmã que se chama Ana -
De piscar o olho já ficou sem pestana!

Eu olho as pequenas
Mas daquele jeito
Tenho muita pena
Não ser criança de peito
Eu tenho uma irmã que é fenomenal
Ela é da bossa e o marido é boçal!

 

You can listen  "Mamãe eu Quero" sung by Jararaca and chorus (Almirante, Ciro Monteiro e Odete Almaral) with Vicente Paiva (piano), Luís Americano (clarinet), José Alves (banjo), Canhoto (cavaquinho), Carlos Lentini e Nei Orestes (guitarrs) e Russo do Pandeiro (pandeiro) here.

 

You can watch "Mamãe eu Quero" sung by Carmen Miranda, Canhoto, and the Bando da Lua in the movie "Down Argentine Way" here.

Wednesday, 13 November 2024

Wednesday's Good Reading: “História de uma Alma” by Raul de Leoni (in Portuguese)

 

I Adolescência

Eu era uma alma fácil e macia,

Claro e sereno espelho matinal

Que a paisagem das cousas refletia,

Com a lucidez cantante do cristal.

 

Tendo os instintos por filosofia,

Era um ser mansamente natural,

Em cuja meiga ingenuidade havia

Uma alegre intuição universal.

 

Entretinham-me as ricas tessituras

Das lendas de ouro, cheias de horizontes

E de imaginações maravilhosas.

 

E eu passava entre as cousas e as criaturas,

Simples como a água lírica das fontes

E puro como o espírito das rosas...

 

 

II Mefisto

Espírito flexível e elegante,

Ágil, lascivo, plástico, difuso,

Entre as cousas humanas me conduzo

Como um destro ginasta diletante.

 

Comigo mesmo, cínico e confuso,

Minha vida é um sofisma espiralante;

Teço lógicas trêfegas e abuso

Do equilíbrio da Dúvida flutuante.

 

Bailarino dos círculos viciosos,

Faço jogos sutis de ideias no ar

Entre saltos brilhantes e mortais,

 

Com a mesma petulância singular

Dos grandes acrobatas audaciosos

E dos malabaristas de punhais...

 

 

III Confusão

Alma estranha esta que abrigo,

Esta que o Acaso me deu,

Tem tantas almas consigo,

Que eu nem sei bem quem sou eu.

 

Jamais na Vida consigo

Ter de mim o que é só meu;

Para supremo castigo,

Eu sou meu próprio Proteu.

 

De instante a instante, a me olhar,

Sinto, num pesar profundo,

A alma a mudar... a mudar...

 

Parece que estão, assim,

Todas as almas do Mundo,

Lutando dentro de mim...

 

IV Serenidade

Feriram-te, alma simples e iludida.

Sobre os teus lábios dóceis a desgraça

Aos poucos esvaziou a sua taça

E sofreste sem trégua e sem guarida.

 

Entretanto, à surpresa de quem passa,

Ainda e sempre, conservas para a Vida,

A flor de um idealismo, a ingênua graça

De uma grande inocência distraída.

 

A concha azul envolta na cilada

Das algas más, ferida entre os rochedos,

Rolou nas convulsões do mar profundo;

 

Mas inda assim, poluída e atormentada,

Ocultando puríssimos segredos,

Guarda o sonho das pérolas no fundo.

Friday, 8 November 2024

Friday's Sung Word: "Boneca de Piche" by Luis Iglésias (in Portuguese)

 

Ary Barroso composed the melody.

He - Venho danado com meus calo quente
Quase enforcado no meu colarinho
Venho empurrando quase toda a gente,
She - Eh! Eh!
He -  Pra ver meu benzinho.
She - Eh! Eh!
He - Pra ver meu benzinho

She - Nego tu veio quase num arranco
Cheio de dedo dentro dessas luva
Bem que o ditado diz: nego de branco
He - Eh! Eh!
She - É sinar de chuva.
He - Eh! Eh!
She - É sinar de chuva

He - Da cor do azeviche, da jaboticaba
Boneca de piche, é tu que me acaba
Sou preto e meu gosto, ninguém me contesta,
Mas há muito branco com pinta na testa

She - Tem português assim nas minhas água
Que culpa eu tenho de ser boa mulata
Nego se tu borrece minhas mágoa
He - Eh! Eh!
She - Eu te dou a lata.
He - Eh! Eh!
She - Eu te dou lata

He - Não me farseia ó muié canaia,
Se tu me engana vai haver banzé
Eu te sapeco dois rabo-de-arraia, muié
She - Eh!, Eh!
He - E te piso o pé.
She - Eh! Eh!
He - E te piso o pé

She - Da cor do azeviche, da jabuticaba
Boneca de piche, sou eu que te acaba
Tu é preto e teu gosto ninguém te contesta
Mas há muito branco com pinta na testa

 
You can listen  "Boneca de Piche" sung by Carmen Miranda amd Almirante with Orquestra Odeon directed by Simon Bountman here.

 You can listen  "Boneca de Piche" sung by Carmen Miranda and Nestor Amaral here.

You can listen  "Boneca de Piche" sung by Josephine Baker here. In this version the dialogues where cutted off.



Friday, 1 November 2024

Friday's Sung Word: "Camisa Listada" by Assis Valente (in Portuguese)

For some unknown reason, those involved in the recording of this song ignored that the correct term should be 'listrada' (with a pattern of stripes - listras) and not 'listed' (mentioned in a list - lista). We have kept the original spelling here, even though it is incorrect.
"Parati" was a famous "cachaça" label.
The use of "canivete" (pocketknife) was necessary because of possible fights among the people partying on the streets.


Vestiu uma camisa listada e saiu por aí
Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu Parati
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
               
Tirou o anel de doutor para não dar o que falar
E saiu dizendo eu quero mamar    
Mamãe eu quero mamar, mamãe eu quero mamar
Levava um canivete no cinto e um pandeiro na mão
E sorria quando o povo dizia: sossega leão, sossega leão
 
Levou meu saco de água quente pra fazer chupeta
Rompeu minha cortina de veludo pra fazer uma saia
Abriu o guarda-roupa e arrancou minha combinação
E até do cabo de vassoura ele fez um estandarte
Para seu cordão
             
E agora que a batucada já vai começando não 
Deixo e não consinto o meu querido debochar de mim
Porque ele pega as minhas coisas vai dar o que falar
Se fantasia de Antonieta e vai dançar na Bola Preta
Até o sol raiar.

 

You can listen  "Camisa Listada" by Carmen Miranda here.

You can listen  "Camisa Listada" by Ademilde Fonseca here.

Saturday, 26 October 2024

Saturday's Good Readin: “Por que Sou Forte” by Narcisa Amália (in Portuguese)

 


(A Ezequiel Freire)

Dirás que é falso. Não. É certo. Desço

Ao fundo d'alma toda vez que hesito...

Cada vez que uma lágrima ou que um grito

Trai-me a angústia — ao sentir que desfaleço...

E toda assombro, toda amor, confesso,

O limiar desse país bendito

Cruzo: — aguardam-me as festas do infinito!

 

O horror da vida, deslumbrada, esqueço!

É que há dentro vales, céus, alturas,

Que o olhar do mundo não macula, a terna

Lua, flores, queridas criaturas,

E soa em cada moita, em cada gruta,

A sinfonia da paixão eterna!...

— E eis-me de novo forte para a luta.