Showing posts with label Gilberto Alves. Show all posts
Showing posts with label Gilberto Alves. Show all posts

Friday, 28 June 2024

Friday's Sung Word: "Íntima Lágrima" by Cândido Das Neves (in Portuguese)

Ai! A fonte dos meus olhos
Entre mil espórios desta dor
Nenhuma lágrima derrama
Oh! Como sofre quem ama
Nenhuma gota d’água
Para exprimir minha mágoa

Sofro, sem prantear, embora
Mas não é só quem chora que padece
Os espinhos da paixão
A lágrima é mais pungente
Chorada interiormente
E derramada pelo coração!

Não há um lenitivo para só o que sinto
Eu tenho um labirinto de tristeza dentro d’alma!
E quando a dor se espalma dentro em mim
Se debruça, meu coração soluça
Quer saltar do peito em pranto se desfaz!

Ninguém entenderá meu ais
A causa porquê não choro mais
Vós que me vês, vosso amor a cantar
Prantos em lágrimas dispersos
Eu transformei em versos
Porque só nas rimas que eu sei chorar

Quanta gente que vive a sofrer
Cujo olhar pode olhar, não revela, não diz!
Outro vive banhado em pranto
E, no entanto, é feliz, bem feliz

Tendo a dor tão sublime é um pecado, é um crime
Com prazer uma lágrima confundir
Que é vertida em sinal de alegria
Não pode nossas dores fielmente exprimir!

 

You can listen "Íntima Lágrima" sung by Gilberto Alves here.

Friday, 3 May 2024

Friday's Sung Word: "Nênias" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Murcharam no jardim os crisântemos,
As magnólias se despetalaram,
As rosas de perfume tão amenos
Sentindo tua ausência desmaiaram.
O vento agora passa soluçando,
As flores que morreram carregando,
O próprio vento entende a minha solidão
E a viuvez do meu dorido coração.

Aquele sabiá que na alvorada
Vinha te dar a matutina saudação,
Ao ver nossa choupana abandonada
Morreu, agonizando na garganta uma canção.
As próprias andorinhas irrequietas,
Agora têm por nosso lar grande pavor,
Fugiram as policromas borboletas
Pois não existe no jardim nem uma flor.

E qual um irerê descasalado
Contemplo o nosso ninho abandonado,
Na cristalização da minha mágoa
Meus olhos esmaecem rasos d'água.
E agora que o teu lar é um campo santo
Não ouves a agonia do meu pranto,
Ó nênias amorosas, nênias imortais!
Que compreende-las tu não podes nunca mais.

Oh, como sou tão desgraçado
ver nosso amor todo desfeito, quanta vez tenho chorado
na pedra fria do teu leito, velando a tua sepultura,
quantas noites já perdi! Chorando a minha desventura
pois quero morrer junto de ti. O vento agora passa soluçando
as flores que morreram carregando
O próprio vento entende a minha solidáo
e a viuvez do meu dorido coração.

 You can listen "Nênias" sung by Vicente Celestino here.

 

 You can listen "Nênias" sung by Gilberto Alves here.

 

Friday, 5 April 2024

Friday's Sung Word: "Jura de Cabocla" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Numa festa de Dezembro,
No "Natá", "inda" me lembro,
Tava tudo a me "esperá";
E Teresa, uma "cabôca"
Que andava de bôca em bôca,
Me pediu pra eu "cantá".

Quando a viola calou-se,
A "jurá", com um beijo dôce,
Ela disse: "eu vortarei."
E eu, atrás dessa "marvada",
Fui de quebrada em quebrada,
E nunca mais a encontrei.

Companheira é a viola,
Que acompanha o que eu "dissé";
Viola não é como a gente,
Que crê em jura de "muié".

Pra "maió" o meu tormento
Fui levado a um casamento,
"Donde" eu tinha que "cantá";
Cheguei lá,  ó que tristeza,
Era a "cabôca" Teresa
Que acabava de "casá".

Ela estava tão "bunita",
Tôda enfeitada de fita,
Que eu da jura me "alembrei".
Quis "cantá", mas quanta mágoa;
Meus "óio" se encheram d'água
E, em vez de "cantá", chorei.

 

You  can listen "Jura de Cabocla" sung by Benício Barosa here.

You  can listen "Jura de Cabocla" sung by Gilberto Alves here.

You  can listen "Jura de Cabocla" sung by Orlando Silva here.

You  can listen "Jura de Cabocla" sung by Rolando Boldrin with Edmilson Capelupi (guitar), Jaime Alem (viola), and Patrícia Ribeiro (cello)  here.