Showing posts with label Os Exercícios Espirituais. Show all posts
Showing posts with label Os Exercícios Espirituais. Show all posts

Thursday, 2 May 2024

Thursday's Serial: "Os Exercícios Espirituais" by Saint Ignatius of Loyola (translated into Portuguese) - the end

 

14 REGRAS PARA VÁRIOS DISCERNIMENTOS DAS MOÇÕES DA ALMA

313 Regras para de alguma maneira sentir e conhecer as várias moções que se causam na alma: as boas para as aceitar e as más para as rejeitar, e são mais próprias para a Primeira Semana.

314 1. Nas pessoas que vão de pecado mortal em pecado mortal, costuma ordinariamente o inimigo propor-lhes prazeres aparentes, fazendo-lhes imaginar deleites e prazeres sensuais, para mais as conservar e fazer crescer em seus vícios e pecados. Com estas pessoas o bom espírito usa um modo contrário: punge-lhes e remorde-lhes a consciência pelo instinto da razão.

315 2. Nas pessoas que se vão intensamente purificando de seus pecados, e subindo de bem em melhor no serviço de Deus nosso Senhor, o modo de agir é contrário ao da primeira regra. Porque então é próprio do mau espírito morder, entristecer e pôr impedimentos, inquietando com falsas razões, para que não se vá para frente. E é próprio do bom espírito dar ânimo e forças, consolações, lágrimas, inspirações e quietude, facilitando e tirando todos os impedimentos, para que ande para diante na prática do bem.

316 3. Consolação espiritual. Chamo consolação, quando na alma se produz alguma moção interior, com a qual vem a alma a inflamar-se no amor de seu Criador e Senhor; e quando, conseqüentemente, nenhuma coisa criada sobre a face da terra pode amar em si mesma, a não ser no Criador de todas elas. E também, quando derrama lágrimas que a movem ao amor do seu Senhor, quer seja pela dor se seus pecados ou da Paixão de Cristo nosso Senhor, quer por outras coisas diretamente ordenadas a seu serviço e louvor. Finalmente, chamo consolação todo o aumento de esperança, fé e caridade e toda a alegria interior que chama e atrai às coisas celestiais e à salvação de sua própria alma, aquietando-a e pacificando-a em seu Criador e Senhor.

317 4. Desolação espiritual. Chamo desolação a todo o contrário da terceira regra, como obscuridade da alma, perturbação, inclinação a coisas baixas e terrenas, inquietação proveniente de várias agitações e tentações que levam a falta de fé, de esperança e de amor; achando-se a alma toda preguiçosa, tíbia, triste, e como que separada de seu Criador e Senhor. Porque assim como a consolação é contrária à desolação, da mesma maneira os pensamentos que provêm da consolação são contrários aos pensamentos que provêm da desolação.

318 5. Em tempo de desolação, nunca fazer mudança, mas estar firme e constante nos propósitos e determinação em que estava, no dia anterior a essa desolação, ou na determinação em que estava na consolação antecedente. Porque, assim como, na consolação, nos guia e aconselha mais o bom espírito, assim, na desolação, nos guia e aconselha o mau, com cujos conselhos não podemos tomar caminho para acertar.

319 6. Uma vez que no tempo de desolação não devemos mudar as resoluções anteriores, aproveita muito reagir intensamente contra a mesma desolação, por exemplo insistindo mais na oração, na meditação, em examinar-se muito e em alargar-nos nalgum modo conveniente de fazer penitência.

320 7. O que está em desolação considere como o Senhor o deixou em prova, nas suas potências naturais, para que resista às várias agitações e tentações do inimigo; pois pode fazê-lo com o auxílio divino, que sempre lhe fica, ainda que o não sinta claramente; porque o Senhor lhe subtraiu o seu muito fervor, o grande amor e a graça intensa, ficando-lhe, contudo, graça suficiente para a salvação eterna.

321 8. O que está em desolação trabalhe por manter-se na paciência que é contrária às vexações que lhe advêm, e pense que será depressa consolado, se puser a diligência contra essa desolação, como se disse na Sexta regra.

322 9. Três são as causas principais por que nos achamos desolados: A primeira é por sermos tíbios, preguiçosos ou negligentes em nossos exercícios espirituais. E assim, por nossas faltas, se afasta de nós a consolação espiritual. A segunda, para nos mostrar de quanto somos capazes e até onde nos alargamos no seu serviço e louvor, sem tanto dispêndio de consolações e grandes graças. A terceira, para nos dar verdadeira informação e conhecimento, com que sintamos internamente que não depende de nós fazer vir ou conservar devoção grande, amor intenso, lágrimas nem nenhuma outra consolação espiritual, mas que tudo é dom e graça de Deus nosso Senhor. E para que não façamos ninho em propriedade alheia, elevando o nosso entendimento a alguma soberba ou vanglória, atribuindo a nós a devoção ou as outras formas de consolação espiritual.

323 10. O que está em consolação pense como se haverá na desolação que depois virá, e tome novas forças para então.

324 11. O que está consolado procure humilhar-se e abater-se quanto puder, pensando para quão pouco é, no tempo da desolação, sem essa graça ou consolação. Pelo contrário, o que está em desolação pense que pode muito com a graça suficiente para resistir a todos os seus inimigos, e tome forças no seu Criador e Senhor.

325 12. O inimigo porta-se como uma mulher: fraco ante a resistência, e forte, ante a condescendência. Porque assim como é próprio da mulher, quando briga com um homem, perder ânimo e pôr-se em fuga, quando o homem lhe mostra rosto firme; e, pelo contrário, se o homem começa a fugir e perde a coragem, a ira, a vingança e a ferocidade da mulher é muito grande e se torna desmedida. Da mesma maneira, é próprio do inimigo enfraquecer e perder ânimo, dando em fuga com suas tentações, quando a pessoa que se exercita nas coisas espirituais enfrenta, sem medo, as tentações do inimigo, fazendo o diametralmente oposto. E, pelo contrário, se a pessoa que se exercita começa a ter temor e a perder ânimo em sofrer as tentações, não há besta tão feroz sobre a face da terra, como o inimigo da natureza humana, no prosseguimento da sua perversa intenção, nem com uma tão grande malícia.

326 13. Porta-se também como um namorado frívolo, querendo ficar no segredo e não ser descoberto. Porque, assim como um homem frívolo, que, falando com má intenção, solicita a filha dum bom pai ou a mulher dum bom marido, quer que as suas palavras e insinuações fiquem secretas; e, muito lhe desagrada, pelo contrário, quando a filha descobre ao pai, ou a mulher ao marido, suas palavras frívolas e sua intenção depravada, porque facilmente deduz que não poderá realizar a empresa começada. Da mesma maneira, quando o inimigo da natureza humana vem com as suas astúcias e sugestões à alma justa, quer e deseja que sejam recebidas e tidas em segredo; mas pesa-lhe muito, quando a alma as descobre ao seu bom confessor ou a outra pessoa espiritual que conheça seus enganos e maldades, porque conclui que não poderá levar a cabo a maldade começada, ao serem descobertos seus evidentes enganos.

327 14. Comporta-se também como um chefe militar para vencer e roubar o que deseja. Porque, assim como um capitão e chefe dum exército, em campanha, depois de assentar arraiais e examinar as forças ou a disposição dum castelo, o combate pela parte mais fraca, da mesma maneira o inimigo da natureza humana, fazendo a sua ronda, examina todas as nossas virtudes teologais, cardeais e morais, e por onde nos acha mais fracos e mais necessitados para a nossa salvação eterna, por aí nos atacam e procuram tomar-nos.

 

8 REGRAS PARA UM MAIOR DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS

328 Regras para o mesmo efeito com maior discernimento de espíritos, e são mais convenientes para a Segunda Semana.

329 1. É próprio de Deus e dos seus anjos, em suas moções, dar verdadeira alegria e gozo espiritual, tirando toda a tristeza e perturbação que o inimigo suscita. Deste é próprio lutar contra a alegria e consolação espiritual, apresentando razões aparentes, subtilezas e contínuas falácias.

330 2. Só a Deus nosso Senhor pertence dar consolação à alma sem causa precedente. Porque é próprio do Criador entrar, sair, produzir moção na alma, trazendo-a toda ao amor de sua divina majestade. Digo: sem causa, isto é, sem nenhum prévio sentimento ou conhecimento de algum objeto pelo qual venha essa consolação, mediante seus atos de entendimento e vontade.

331 3. Com causa, pode consolar a alma, assim o anjo bom como o mau, para fins contrários: o bom anjo para proveito da alma, afim de que cresça e suba de bem em melhor; e o mau anjo para o contrário, e para ulteriormente trazê-la à sua perversa intenção e maldade.

332 4. É próprio do anjo mau, que se disfarça em anjo de luz, entrar com o que se acomoda à alma devota e sair com o que lhe convém a si, isto é, trazer pensamentos bons e santos, acomodados a essa alma justa, e, depois, pouco a pouco, procurar sair-se, trazendo a alma aos seus enganos encobertos e perversas intenções.

333 5. Devemos estar muito atentos ao decurso dos pensamentos. Se o princípio, meio e fim são inteiramente bons, inclinando a tudo bem, é sinal do bom anjo. Mas se no decurso dos pensamentos que traz, acaba nalguma coisa má, ou menos boa que aquela que a alma antes propusera fazer, ou a enfraquece, ou inquieta, ou perturba, tirando-lhe a sua paz, tranqüilidade e quietude que antes tinha, é claro sinal que procede do mau espírito, inimigo do nosso proveito e salvação eterna.

334 6. Quando o inimigo da natureza humana for sentido e conhecido pela sua cauda serpentina e pelo mau fim a que induz, aproveita à pessoa que por ele foi tentada, verificar logo o decurso dos pensamentos que ele lhe trouxe, e o princípio deles, e como, pouco a pouco, procurou fazê-la descer da suavidade e gozo espiritual em que estava, até trazê-la à sua intenção depravada. Para que, com tal experiência, conhecida e notada, se guarde, daí por diante, de seus habituais enganos.

335 7. Naqueles que progridem de bem em melhor, o bom anjo toca-lhes a alma doce, leve e suavemente, como gota de água que penetra numa esponja; e o mau anjo toca agudamente, com ruído e agitação, como quando a gota de água cai sobre a pedra; e aos que vão de mal em pior, os mesmos espíritos tocam-nos de modo oposto. A causa desta diversidade está na disposição da alma ser contrária ou semelhante à dos ditos anjos. Porque, quando é contrária, entram com ruído e comoção, de maneira perceptível; e quando é semelhante, entram silenciosamente, como em casa própria, de porta aberta.

336 8. Quando a consolação é sem causa, embora nela não haja engano, por provir só de Deus nosso Senhor, como dissemos [330]; contudo a pessoa espiritual, a quem Deus dá essa consolação, deve observar e distinguir, com muita vigilância e atenção, o tempo próprio dessa consolação do tempo que se lhe segue, em que a alma fica quente e favorecida com o favor e os restos da consolação passada. Porque, muitas vezes, neste segundo tempo, por seu próprio raciocínio feito de relações e deduções de conceitos e juízos, ou pelo bom espírito ou pelo mau, forma diversas resoluções e opiniões que não são dadas imediatamente por Deus nosso Senhor. E, portanto, é necessário examiná-las muito bem, antes de se lhes dar pleno crédito e de se porem em prática.

 

7 REGRAS PARA SE DISTRIBUIR ESMOLAS

337 No ministério de distribuir esmolas devem-se guardar as regras seguintes.

338 1. Se eu faço a distribuição a parentes ou amigos ou a pessoas a quem tenho afeição, deverei atender a quatro coisas das quais se falou, em parte, ao tratar da eleição [184-187]. A primeira é que o amor que me move e me faz dar a esmola, desça do alto, do amor de Deus nosso Senhor, de forma que eu sinta primeiro em mim que o amor maior ou menor que tenho a essas pessoas é por Deus, e que na causa por que as amo, transpareça Deus.

339 2. Quero imaginar um homem a quem nunca tenha visto nem conhecido; e, desejando-lhe eu toda a perfeição, no cargo e estado que tem, que procedimento desejaria eu que ele seguisse, na sua maneira de distribuir esmolas, para a maior glória de Deus nosso Senhor e maior perfeição de sua alma, e, procedendo eu assim, nem mais nem menos, guardarei a mesma regra e a medida que desejaria que ele seguisse e que julgo ser a melhor [185].

340 3. Quero considerar, como se estivesse em artigo de morte, a forma e medida que quereria então ter seguido, no cargo da minha administração; e regulando-me por ela, segui-la-ei nos atos da minha distribuição [186].

341 4. Considerando como me acharei no dia de Juízo, pensar bem como então quereria ter usado deste ofício e cargo de distribuir esmolas. A regra que então desejaria ter tido, tê-la agora [187].

342 5. Quando alguém se sente inclinado ou afeiçoado a algumas pessoas às quais quer distribuir esmolas, detenha-se e reflita bem sobre as quatro regras precedentes [184-187], examinando e verificando, à luz delas, a sua afeição. E, não dê a esmola, até que, conforme a essas regras, tenha totalmente tirado e afastado a sua afeição desordenada.

343 6. Ainda que não há culpa em tomar os bens de Deus nosso Senhor, para os distribuir, quando a pessoa é chamada por nosso Deus e Senhor, para este ministério; contudo no cálculo e quantidade do que há de tomar e aplicar a si mesmo do que tem para dar a outros, há lugar para dúvida de culpa e excesso. Por isso pode reformar-se no que se refere à sua vida e estado, pelas regras acima mencionadas.

344 7. Pelas razões já expostas e por muitas outras, é sempre melhor e mais seguro, no que se refere às despesas pessoais e domésticas, restringir e reduzir, o mais possível, e conformar-se quanto puder com o nosso Sumo Pontífice, modelo e regra nossa, que é Cristo nosso Senhor. Conforme a isto, o terceiro Concílio Cartaginês (no qual esteve S. Agostinho) determina e manda que a mobília do bispo seja comum e pobre. A mesma consideração se deve fazer, em todos os estados de vida, guardando as proporções e tendo em conta a condição, nível social e estado das pessoas. Assim, no estado matrimonial, temos o exemplo de S. Joaquim e S. Ana que dividiam os seus bens em três partes, a primeira davam aos pobres, a segunda ao ministério e serviço do templo, e tomavam a terceira para sustento de si mesmos e de sua família.

 

6 NOTAS PARA O DISCERNIMENTO DOS ESCRÚPULOS

345  As Notas seguintes ajudam a discernir e compreender os escrúpulos e as insinuações do nosso inimigo.

346 1. Chama-se vulgarmente escrúpulo o que provém do nosso próprio juízo e liberdade, a saber: quando eu livremente imagino que é pecado aquilo que não é pecado. Assim, por exemplo, acontece que alguém, depois de ter pisado casualmente uma cruz de palha, imagina, por seu próprio juízo, que pecou; isto é propriamente um juízo errôneo e não propriamente um escrúpulo.

347 2. Depois de ter pisado aquela cruz, ou depois de ter pensado ou dito ou feito qualquer outra coisa, vem-me de fora um pensamento de que pequei e, por outro lado, parece-me a mim que não pequei. Contudo sinto nisto perturbação, a saber, enquanto por um lado duvido e por outro não duvido. Isto é que é propriamente um escrúpulo e uma tentação que o inimigo me sugere. [32,351].

348 3. O primeiro escrúpulo, o da primeira nota, deve muito se aborrecer, porque é um verdadeiro erro; mas o segundo, o da segunda nota, durante algum tempo, não é de pouco proveito para a alma que se dá a exercícios espirituais. Pelo contrário, em grande maneira, purifica e limpa essa alma, separando-a muito de toda a aparência de pecado, conforme a palavra de S. Gregório: "É próprio das almas boas ver falta onde não há nenhuma".

349 4. O inimigo observa muito se a alma é grosseira ou delicada. Se é delicada, procura torná-la ainda mais delicada, até ao extremo, para mais a perturbar e arruinar; por exemplo, se vê que uma alma não consente em pecado mortal nem venial nem sequer em aparência de pecado deliberado, então o inimigo, quando vê que não a pode fazer cair em coisa que pareça pecado, procura fazê-la imaginar pecado onde não há pecado, como, por exemplo, numa palavra ou pensamento sem importância. Se a alma é grosseira, o inimigo procura engrossá-la mais, por exemplo: se antes não fazia caso dos pecados veniais, procurará que faça pouco dos mortais, e se algum caso fazia antes, procurará que muito menos ou nenhum faça agora.

350 5. A alma que deseja progredir na vida espiritual, deve sempre proceder de maneira contrária à do inimigo [319, 351], a saber: se o inimigo quer embotá-la, a alma deve procurar tornar-se mais delicada; e também se o inimigo procura afiná-la, para a levar ao excesso, a alma procure consolidar-se no meio termo, para totalmente se tranqüilizar.

351 6. Quando essa boa alma quiser dizer ou fazer alguma coisa, em conformidade com a Igreja, e com as tradições dos nossos maiores, que seja para glória de Deus nosso Senhor, e lhe vem de fora um pensamento ou tentação para não dizer nem fazer essa coisa, trazendo-lhe razões aparentes de vanglória ou de outra coisa, etc., então deve elevar o pensamento para o seu Criador e Senhor; e se vê que essa palavra ou ação é para seu devido serviço, ou ao menos não lhe é contrária, deve agir de maneira diametralmente oposta a essa tentação, e como S. Bernardo responder ao inimigo: "nem o comecei por ti, nem por ti o acabarei".

 

18 REGRAS PARA SE SENTIR COM A IGREJA

352 Para o verdadeiro sentido que devemos ter na igreja militante, guardem-se as regras seguintes:

353 1. Deposto todo o juízo próprio, devemos ter o espírito preparado e pronto para obedecer em tudo à verdadeira Esposa de Cristo, nosso Senhor, que é a nossa santa Mãe a Igreja hierárquica. [170].

354 2. Louvar a confissão ao sacerdote e a recepção do Santíssimo Sacramento, uma vez no ano, e muito mais, em cada mês, e muito melhor, de oito em oito dias, com as condições requeridas e devidas. [18].

355 3. Louvar a assistência freqüente à missa, e igualmente cantos, salmos e longas orações, na igreja e fora dela; e também a determinação de horas destinadas para todo o ofício divino e para toda a oração e todas as horas canônicas.

356 4. Louvar muito a vida religiosa, a virgindade e a continência, e não louvar tanto o matrimônio como nenhuma destas. [14,15].

357 5. Louvar os votos religiosos, de obediência, pobreza e castidade e de outras perfeições. É de notar que, como os votos se fazem sobre coisas que se aproximam mais da perfeição evangélica, não se devem fazer de coisas que nos apartam dessa perfeição, como de ser comerciante ou de casar-se, etc.

358 6. Louvar as relíquias dos Santos, venerando-as a elas e rezando-lhes a eles. Louvar estações, peregrinações, indulgências, jubileus, bulas da cruzada e velas acesas nas igrejas.

359 7. Louvar constituições sobre jejuns e abstinências, como as da quaresma, das quatro têmporas, vigílias, sexta e sábado; e também as penitências, não somente internas, mas também externas. [82].

360 8. Louvar os ornamentos e os edifícios das igrejas e também as imagens e venerá-las pelo que representam.

361 9. Louvar finalmente todos os preceitos da Igreja, tendo prontidão de espírito para buscar razões para os defender, e, de modo nenhum para os criticar.

362 10. Devemos ser mais prontos para aprovar e louvar tanto as diretrizes e recomendações como o comportamento dos nossos Superiores do que para os criticar. Porque, mesmo que a conduta de alguns não fosse tal como deveria ser, falar contra ela, ou em pregações públicas ou em conversas, na presença de simples fiéis, originaria mais críticas e escândalo do que proveito. E assim, o povo viria a irritar-se contra os seus superiores, quer temporais quer espirituais. De maneira que assim como é prejudicial falar mal dos Superiores, na sua ausência, diante do povo humilde, assim pode ser proveitoso falar da sua má conduta às pessoas que lhes podem dar remédio. [41].

363 11. Louvar a doutrina positiva e escolástica, porque assim como é mais próprio dos doutores positivos, tais como S. Jerónimo, S. Agostinho e S. Gregório, etc. mover os afetos, para em tudo amar e servir a Deus, nosso Senhor, assim é mais próprio dos escolásticos, tais como S. Tomás, S. Boaventura e o Mestre das Sentenças, etc., definir ou explicar para os nossos tempos [369], as coisas necessárias à salvação eterna, e refutar e explicar mais todos os erros e todos os sofismas. Porque os doutores escolásticos, como são mais modernos, não só se aproveitam da exata inteligência da Sagrada Escritura e dos Santos Doutores positivos, mas ainda iluminados e esclarecidos pela graça divina, ajudam-se também dos concílios, cânones e constituições da nossa Santa Mãe Igreja.

364 12. Devemos evitar fazer comparações entre os que estamos vivos e os bem aventurados de outrora. Porque não pouco nos enganamos neste ponto, quando dizemos, por exemplo: "Este sabe mais que Santo Agostinho é outro ou mais que São Francisco, é outro São Paulo, em bondade, em santidade, etc". [2].

365 13. Para em tudo acertar, devemos estar sempre dispostos a que o branco, que eu vejo, acreditar que é negro, se a Igreja hierárquica assim o determina. Porque creio que entre Cristo, nosso Senhor, esposo, e a Igreja, sua esposa, não há senão um mesmo Espírito que nos governa e dirige para a salvação das nossas almas. Porque é pelo mesmo Espírito e Senhor nosso, que nos deu os dez mandamentos que é dirigida e governada a nossa Santa Mãe Igreja.

366 14. Embora seja muita verdade que ninguém se pode salvar sem ser predestinado, e sem ter a fé e a graça, contudo deve-se ter muito cuidado no modo de falar e de se expressar sobre todas estas coisas.

367 15. Habitualmente não devemos falar muito de predestinação; mas se, de alguma maneira e algumas vezes, se falar, faça-se de maneira que o povo simples não venha a cair nalgum erro, como acontece, algumas vezes, ao dizer: "se tenho de me salvar ou condenar, já está determinado, e não é por eu fazer bem ou mal que pode acontecer outra coisa. E assim relaxam-se e descuidam as obras que conduzem à salvação e ao proveito espiritual de suas almas".

368 16. Da mesma forma, devemos acautelar-nos de que, ao falar muito da fé, e com muita insistência, sem alguma distinção e explicação, não demos ao povo ocasião de ser desleixado e preguiçoso nas obras, quer antes da fé ser informada pela caridade quer depois.

369 17. Também não devemos falar tão abundantemente nem com tanta insistência, da graça que se gere o veneno de suprimir a liberdade. De maneira que da fé e da graça pode falar-se, quanto seja possível, com ajuda da graça divina, para maior louvor de sua divina majestade, mas não de tal forma e com tais modos, sobretudo nos nossos tempos tão perigosos, que as obras e o livre arbítrio sofram algum prejuízo ou sejam tidos por coisa de nenhuma importância.

370 18. Embora devamos estimar, sobretudo o serviço intenso de Deus, nosso Senhor, por puro amor, devemos, contudo louvar muito o temor de sua divina Majestade [65]. Porque não somente o temor filial é coisa piedosa e santíssima, mas mesmo o temor servil, quando outra coisa melhor e mais útil não se pode conseguir, ajuda muito a sair do pecado mortal. E, uma vez que se sai dele, facilmente se chega ao temor filial que é totalmente aceite e agradável a Deus, nosso Senhor, por ser inseparável do amor divino.

 

 

FIM

Thursday, 25 April 2024

Thursday's Serial: "Os Exercícios Espirituais" by Saint Ignatius of Loyola (translated into Portuguese) - VI

TERCEIRA PARTE - ELEMENTOS COMPLEMENTARES

 

MISTÉRIOS DA VIDA DE CRISTO

261 Mistérios da vida de Cristo Nosso Senhor

Nota. É de advertir, em todos os mistérios seguintes, que todas as palavras que estão inclusas em parêntesis, são do próprio Evangelho, e não as que estão fora; e, em cada mistério, a maior parte das vezes, se acharão três pontos, para neles se meditar e contemplar com maior facilidade.

ANUNCIAÇÃO A NOSSA SENHORA

262 Escreve São Lucas no capítulo primeiro, 26-38 [Lc 1,28.31/ 36/ 38].

Primeiro. o anjo S. Gabriel, saudando a nossa Senhora, lhe anunciou a concepção de Cristo nosso Senhor. "Entrando o anjo onde estava Maria, saudou-a dizendo-lhe: Ave, cheia de graça; conceberás em teu ventre e darás à luz um filho".

Segundo. confirma o anjo o que disse a Nossa Senhora, dando como sinal a concepção de S. João Batista, dizendo-lhe: "E olha que Isabel, tua parente, concebeu um filho em sua velhice".

Terceiro. Respondeu ao anjo nossa Senhora: "Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se tudo em mim segundo a tua palavra".

 

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA A ISABEL

263 Diz São Lucas no capítulo primeiro, 39-56 [Lc 1,41-42/ 46-55/ 56]

Primeiro. Quando Nossa Senhora visitou Isabel, S. João Batista, estando no ventre de sua mãe, sentiu a visita que fez Nossa Senhora, "Ao ouvir Isabel a saudação de Nossa Senhora alegrou-se o menino no seu seio; e, cheia do Espírito Santo, Isabel exclamou com um grande brado e disse : Bendita sejas tu entre as mulheres, e bendito seja o fruto do teu ventre".

Segundo. Nossa Senhora canta o cântico, dizendo: "A minha alma engrandece o Senhor". Terceiro. "Maria ficou com Isabel quase três meses e, depois, regressou a sua casa".

 

NASCIMENTO DE CRISTO NOSSO SENHOR

264 Diz São Lucas no capítulo segundo, 1-14 [Lc 2,4-5/ 7/ 13-14].

Primeiro. Nossa Senhora e seu esposo José vão de Nazaré a Belém: "Subiu José, de Galiléia a Belém, para reconhecer sujeição a César, com Maria, sua esposa e mulher já grávida".

Segundo. "Deu à luz seu Filho primogênito e envolveu-o com panos e pô-lo no presépio". Terceiro. "Apareceu uma multidão do exército celestial que dizia: Glória a Deus nas alturas".

 

OS PASTORES

265 Escreve São Lucas no capítulo segundo, 15-20 [Lc 2, 10-11/ 16/ 20].

Primeiro. O nascimento de Cristo nosso Senhor manifesta-se aos pastores pelo anjo: "Anuncio-vos uma grande alegria, porque hoje nasceu o Salvador do mundo".

Segundo. Os pastores vão a Belém: "Vieram com pressa e acharam Maria, José e o Menino posto no presépio".

Terceiro. "Regressaram os pastores, glorificando e louvando ao Senhor".

 

A CIRCUNCISÃO

266 Escreve São Lucas no capítulo segundo, 21 [Lc 2, 21].

Primeiro. Circuncidaram o Menino Jesus.

Segundo. "Foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o Anjo, antes que fosse concebido no ventre materno".

Terceiro. Restituem o Menino a sua Mãe que sentia compaixão pelo sangue que de seu filho saía.

 

OS TRÊS REIS MAGOS

267 Escreve São Mateus no capítulo segundo, 1-12 [Mt 2,2b/ 11bc/ 12].

Primeiro. Os três reis magos, guiando-se pela estrela, vieram adorar a Jesus, dizendo: "Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo".

Segundo. Adoraram-no e ofereceram-lhe presentes: "Prostrando-se por terra, adoraram-no e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra".

Terceiro. "Enquanto dormiam, receberam aviso que não voltassem a Herodes; e, por outro caminho, regressaram à sua região".

 

PURIFICAÇÃO DE NOSSA SENHORA  E APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS

268 Escreve São Lucas no capítulo segundo, 21-40 [Lc 2,22-24/ 27-29/ 38].

Primeiro. Trazem o Menino Jesus ao templo, para ser apresentado ao Senhor como primogênito, e oferecem por ele "um par de rolas ou dois pombinhos".

Segundo. Simeão, vindo ao Templo, "tomou-o em seus braços", dizendo: "Agora, Senhor, deixa partir o teu servo em paz".

Terceiro. Ana, "vindo depois, aclamava o Senhor e falava dele a todos os que esperavam a redenção de Israel".

 

A FUGA PARA O EGITO

269 Escreve São Mateus no capítulo segundo, 13-18 [Mt 2,16.13/ 14/ 15].

Primeiro. Herodes queria matar ao Menino Jesus, e assim matou os inocentes; e antes da morte deles, avisou o anjo a José que fugisse para o Egito: "Levanta-te e toma o Menino e a sua Mãe, e foge para o Egito".

Segundo. Partiu para o Egito: "e, ele, levantando-se, de noite, partiu para o Egito".

Terceiro. Esteve lá até à morte de Herodes.

 

COMO CRISTO NOSSO SENHOR VOLTOU DO EGITO

270 Escreve São Mateus no capítulo segundo, 19-23 [Mt 2,19b-20/ 21/ 22-23].

Primeiro. O anjo avisa José para que volte a Israel: "Levanta-te e toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de Israel".

Segundo. Levantando-se, veio para a terra de Israel. Terceiro. Porque Arquelau, filho de Herodes, reinava na Judéia, retirou-se para Nazaré.

 

A VIDA DE CRISTO NOSSO SENHOR DESDE OS DOZE ANOS ATÉ AOS TRINTA

271 Escreve São Lucas no capítulo segundo, 50-52 [Lc 2,51-52/ Mc 6, 2b-3].

Primeiro. Era obediente a seus pais. "Progredia em sabedoria, idade e graça".

Segundo. Parece que exercia a arte de carpinteiro, como parece indicar S. Marcos no capítulo sexto: "Porventura não é este o carpinteiro?".

 

A VINDA DE CRISTO AO TEMPLO QUANDO TINHA 12 ANOS

272 Escreve São Lucas no capítulo segundo, 41-50 [Lc 2,42/ 43b/ 46,48,49b].

Primeiro. Cristo nosso Senhor, de doze anos de idade, subiu de Nazaré a Jerusalém.

Segundo. Cristo nosso Senhor ficou em Jerusalém e não o souberam seus pais.

Terceiro. Passados três dias, acharam-no, disputando no templo, e sentado no meio dos doutores; e, perguntando-lhe seus pais onde tinha estado, respondeu: "Não sabeis que me convém estar nas coisas que são de meu Pai?".

 

COMO CRISTO FOI BAPTIZADO

273 Escreve São Mateus no capítulo terceiro, 13-17 [Mc 1,9-Mt 3,13/ Mc 1,9b-Mt 3,1415/ Mt 3,16-17-Mc 1,10-11].

Primeiro. Cristo, nosso Senhor, depois de haver-se despedido de sua bendita Mãe, veio desde Nazaré ao rio Jordão, onde estava S. João Batista.

Segundo. S. João batizou a Cristo nosso Senhor, e querendo-se escusar, reputando-se indigno de o batizar, disse-lhe Cristo: "Faz isto, por agora, porque assim é necessário que cumpramos toda a justiça".

Terceiro. "Veio o Espírito Santo e a voz do Pai desde o céu, afirmando: "Este é meu Filho amado, do qual estou muito satisfeito".

 

COMO CRISTO FOI TENTADO

274 Escreve São Lucas no capítulo quarto,1-13 e Mateus no capítulo quarto, 1-11 [Lc 4,12b-Mt 4,1-2/ Lc 4,3-Mt 4,6.9/ Mt 4,11b].

Primeiro. Depois de ter sido batizado, foi ao deserto, onde jejuou, quarenta dias e quarenta noites.

Segundo. Foi tentado pelo inimigo, três vezes: "Chegando-se a ele o tentador disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pão; deita-te daqui abaixo; tudo isto que vês te darei se, prostrado em terra, me adorares".

Terceiro. "Vieram os anjos e serviram-no".

 

O CHAMAMENTO DOS APÓSTOLOS

275 Vita Christi/ Jo 1,43– Mt 9,9/ Vita Christi.

Primeiro. Três vezes parece que foram chamados S. Pedro e S. André.

A primeira a um certo conhecimento de Jesus. O que consta por S. João no capítulo primeiro [Io 1, 35-42].

A segunda a seguirem de alguma forma a Cristo, com intenção de voltarem a possuir o que tinham deixado, como diz S. Lucas no capítulo quinto [Lc 5, 1-11; 27-32].

A terceira, a seguirem para sempre a Cristo nosso Senhor: S. Mateus no capítulo quarto [Mt 4, 18-20] e S. Marcos no primeiro [1, 16-20].

Segundo. Chamou a Filipe, como está no primeiro capítulo de S. João [Jo 1, 43-44] e a Mateus, como o próprio diz no capítulo nono [Mt 9, 9].

Terceiro. Chamou aos outros apóstolos, de cuja vocação especial não faz menção o evangelho.

E também três outras coisas se hão de considerar: A primeira, como os apóstolos eram de rude e baixa condição; a segunda, a dignidade à qual foram tão suavemente chamados; a terceira, os dons e graças pelos quais foram elevados acima de todos os Padres do Novo e Antigo Testamento.

 

O PRIMEIRO MILAGRE DE JESUS REALIZADO NAS BODAS DE CANÁ DA GALILEIA

276 Escreve São João no capítulo segundo, 1-12 [Jo 2,2/ 3.5/ 7-8.11].

Primeiro. Foram convidados Cristo nosso Senhor com seus discípulos para as bodas.

Segundo. A Mãe declara ao Filho a falta de vinho, dizendo: "não têm vinho"; e mandou aos serventes: "Fazei tudo o que ele vos disser".

Terceiro. "Converteu a água em vinho, e manifestou a sua glória, e creram nele seus discípulos".

 

COMO CRISTO LANÇOU  FORA DO TEMPLO OS QUE VENDIAM

277 Escreve São João no capítulo segundo, 13-25 [Jo 2,15/ 15b/ 16].

Primeiro. Lançou fora do templo todos os que vendiam, com um açoite feito de cordas.

Segundo. Derrubou as mesas e dinheiros dos banqueiros ricos que estavam no templo.

Terceiro. Aos pobres que vendiam pombas, mansamente disse: "Tirai estas coisas daqui e não queirais fazer da minha casa, casa de comércio".

 

O SERMÃO QUE FEZ CRISTO NO MONTE

278 Escreve São Mateus no capítulo quinto, 1-48 [Mt 5,3-6.8-10/ Mt 5,16/ Mt 5,17.21.27.33.34-lc 6,27]

Primeiro. A seus amados discípulos fala, à parte, das oito bem-aventuranças: "Bem-aventurados os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os que choram, os que passam fome e sede pela justiça, os limpos de coração, os pacíficos e os que padecem perseguições".

Segundo. Exorta-os a que usem bem de seus talentos: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus".

Terceiro. Mostra-se não transgressor da lei, mas cumpridor, declarando o preceito de não matar, não fornicar, não perjurar e de amar os inimigos: "Eu vos digo que ameis a vossos inimigos e façais bem aos que vos odeiam".

 

COMO CRISTO NOSSO SENHOR  FEZ ACALMAR A TEMPESTADE DO MAR

279 Escreve São Mateus no capítulo oitavo, 23-27 [Mt 8,24/ 25-26/ 26b-27].

Primeiro. Estando Cristo nosso Senhor dormindo no mar, levantou-se uma grande tempestade.

Segundo. Atemorizados, despertaram-no os seus discípulos, aos quais repreende, pela pouca fé que tinham, dizendo-lhes: "Porque temeis, homens de pouca fé"?

Terceiro. Mandou aos ventos e ao mar que acalmassem e, assim, acalmando, se fez o mar tranqüilo, do que se maravilharam os homens, dizendo: "Quem é este a quem o vento e o mar obedecem"?

 

COMO CRISTO  ANDAVA SOBRE O MAR

280 Escreve São Mateus no capítulo 14, 24-33 [Mt 14, 22-23/ 24-26/ 27-32].

Primeiro. Estando Cristo nosso Senhor no monte, mandou que seus discípulos fossem para a barca e, despedida a turba, começou a fazer a oração sozinho.

Segundo. A barca era batida pelas ondas; Jesus dirigiu-se para ela, andando sobre a água, e os discípulos pensavam que fosse um fantasma.

Terceiro. Dizendo-lhes Cristo: "Sou eu, não temais", S. Pedro, por sua ordem, foi ter com ele, andando sobre as águas; e, duvidando, começou a afundar-se; mas Cristo nosso Senhor salvou-o e repreendeu-o pela sua pouca fé e, depois, entrando na barca, cessou o vento.

 

COMO OS APÓSTOLOS  FORAM ENVIADOS A PREGAR

281 Escreve São Mateus no capítulo décimo, 1-15 [Mt 10,1/ 16/ 8c-9.7].

Primeiro. Chama Cristo a seus amados discípulos e dá-lhes poder de expulsar os demônios dos corpos humanos e curar todas as enfermidades.

Segundo. Ensina-lhes a prudência e a paciência: "Olhai que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; portanto, sede prudente como serpentes e simples como pombas".

Terceiro. Ensina-lhes o modo como hão de ir: "Não queirais possuir ouro nem prata; o que recebestes gratuitamente, dai-o gratuitamente". E deu-lhes a matéria da pregação: "Quando fordes, pregareis, dizendo: Já está próximo o reino dos céus".

 

A CONVERSÃO DA MADALENA

282 Escreve São Lucas no capítulo sétimo, 36-50 [Lc 7,37/ 38/ 39ss.47.50].

Primeiro. Entra a Madalena, trazendo um vaso de alabastro cheio de ungüento, em casa do fariseu onde está Cristo nosso Senhor, sentado à mesa.

Segundo. Estando detrás do Senhor, mesmo a seus pés, com lágrimas os começou a banhar e, com os cabelos de sua cabeça, os enxugava, e os beijava, e com perfume os ungia.

Terceiro. Como o fariseu acusasse Madalena, fala Cristo em sua defesa, dizendo: "Muitos pecados lhe são perdoados, porque amou muito". E disse à mulher: "a tua fé te salvou, vaite em paz".

 

COMO CRISTO NOSSO SENHOR  DEU DE COMER A CINCO MIL HOMENS

283 Escreve São Mateus no capítulo 14, 13-23 [Mt 14,15/ 18-19/ 20].

Primeiro. Os discípulos, como já se fizesse tarde, rogam a Cristo que despeça a multidão de homens que com ele estavam.

Segundo. Cristo, nosso Senhor, mandou que lhe trouxessem pães, e ordenou que se sentassem à mesa, e abençoou e partiu e deu a seus discípulos os pães, e os discípulos à multidão.

Terceiro. "Comeram e fartaram-se e sobraram doze cestos".

 

A TRANSFIGURAÇÃO DE CRISTO

284 Escreve São Mateus no capítulo 17, 1-13 [Mt 17,1-2/ 3/ 4-9].

Primeiro. Tomando em sua companhia Cristo nosso Senhor a seus amados discípulos Pedro, Tiago e João, transfigurou-se, e a sua face resplandecia como o sol, e os seus vestidos como a neve.

Segundo. Falava com Moisés e Elias.

Terceiro. Dizendo S. Pedro que fizessem três tendas, soou uma voz do céu que dizia: "Este é o meu filho muito amado, ouvi-o". Ao ouvirem esta voz, os discípulos, com medo, caíram, com as faces em terra, e Cristo nosso Senhor tocou-os e disse-lhes: "Levantai-vos e não temais; a ninguém digais esta visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos".

 

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

285 João, capítulo 11,1-44 [Jo 11,3-4/ 25/ 35.41-42.43].

Primeiro. Marta e Maria fazem saber, a Cristo nosso Senhor, a enfermidade de Lázaro. Depois de o ter sabido, deteve-se Jesus ainda dois dias, para que o milagre fosse mais evidente.

Segundo. Antes de o ressuscitar, pede a uma e a outra que creiam, dizendo: "Eu sou a ressurreição e a vida. O que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá".

Terceiro. Ressuscita-o, depois de ter chorado e feito oração; e a maneira de o ressuscitar foi ordenando: "Lázaro, vem para fora".

 

A CEIA EM BETÂNIA

286 Mateus, capítulo 26 [Mt 26,6-Jo 12,1/ Mt 26,7/ Jo 12,4-Mt 26,8.10].

Primeiro. O Senhor ceia em casa de Simão, o leproso, juntamente com Lázaro.

Segundo. Maria derrama o perfume sobre a cabeça de Cristo.

Terceiro. Judas murmura, dizendo: "Para quê este desperdício de perfume"? Mas Jesus defende, outra vez, Madalena, dizendo: "Porque molestais esta mulher por ela Ter feito uma boa obra para comigo"?

 

DOMINGO DE RAMOS

287 Mateus, capítulo 21,1-11 [Mt 21,2-3 / 7 / 8-9].

Primeiro. O Senhor manda buscar a jumenta e o jumento, dizendo: "Desatai-os e trazei-me; e, se alguém vos disser alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles, e logo os deixará".

Segundo. Montou sobre a jumenta, coberta com os vestidos dos apóstolos.

Terceiro. Saem a recebê-lo, estendendo sobre o caminho os seus vestidos e ramos de árvores, dizendo: "Salva-nos, Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor. Salva-nos no mais alto dos Céus"!

 

A PREGAÇÃO NO TEMPLO

288 Lucas, capítulo 19 [Vita Christi, Liturgia, Mc 11,11b-19; Mt 21,17; Lc 19,47; 21,37].

Primeiro. Estava, cada dia, ensinando no templo.

Segundo. Acabada a pregação, porque não havia quem o recebesse em Jerusalém, voltava a Betânia.

 

A CEIA

289 Mateus 26, João 13,1-17 [Mt 26,21; Mc 14,18/ Jo 13,1-15/ Jo 13,1b; Mt 26,26-28; Jo 13,27].

Primeiro. Comeu o cordeiro pascal com os seus doze apóstolos, aos quais predisse a sua morte: "Em verdade vos digo que um de vós me há de vender".

Segundo. Lavou os pés aos discípulos, até os de Judas, começando por S. Pedro. Este considerando a majestade do Senhor e a sua própria baixeza, não querendo consentir, dizia: "Senhor, tu lavas-me a mim os pés?"; mas S. Pedro não sabia que naquilo dava Jesus exemplo de humildade, e por isso disse: "Eu dei-vos o exemplo, para que façais como eu fiz".

Terceiro. Instituiu o sacratíssimo Sacrifício da Eucaristia, como grandíssimo sinal do seu amor, dizendo: "Tomai e comei". Acabada a ceia, Judas sai para vender a Cristo nosso Senhor.

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CEIA  ATÉ AO HORTO INCLUSIVE

290 Mateus, capítulo 26 e Marcos, capítulo 14 [Mt 26,30.36; Mc 14, 26.32 / Mt 26,37.39b; Lc 22,44 / Mt 26,38; Mc 14,34; Lc 22,44].

Primeiro. O Senhor, acabada a ceia e cantando o hino, foi para o monte das Oliveiras com os seus discípulos, cheios de medo e, deixando os oito em Getsemani, disse: "Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar".

Segundo. Acompanhado de S. Pedro, S. Tiago e S. João, orou três vezes, ao Senhor, dizendo: "Pai, se pode fazer, passe de mim este cálice; contudo não se faça a minha vontade, mas a tua". E, estando em agonia, orava mais longamente.

Terceiro. Chegou a tanto temor que dizia: "Triste está a minha alma até à morte". E suou sangue tão copiosamente que diz S. Lucas: "Seu suor era como gotas de sangue que corriam em terra", o que já supõe seus vestidos estarem cheios de sangue.

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE O HORTO  ATÉ A CASA DE ANÁS, INCLUSIVE

291 Mateus, 26; Lucas 22; Marcos,15 [Mt 26,49.55; Mc 14,45.48-49; Jo 18,4-6 / Jo 18,10-11; Mt 26,52; Lc 22,51 / Mt 26,56; Mc 14,50; Jo 18,13.17.22].

Primeiro. O Senhor deixa-se beijar por Judas, e prender como um ladrão. Aos que o prendiam, disse: "Saístes para prender-me como a um ladrão, com paus e armas, quando, cada dia, eu estava convosco no templo, ensinando, e não prendestes". E, dizendo: "A quem buscais?", caíram em terra os inimigos.

Segundo. S. Pedro feriu um servo do Pontífice; mas o manso Senhor disse-lhe: "Mete a tua espada no seu lugar"; e sarou a ferida do servo.

Terceiro. Desamparado dos seus discípulos, foi levado a Anás, onde S. Pedro, que o tinha seguido de longe, o negou uma vez, e a Cristo deram uma bofetada, dizendo-lhe: "É assim que respondes ao Pontífice?".

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CASA DE ANÁS ATÉ À CASA DE CAIFÁS, INCLUSIVE

292  [Jo 18,24.26-27; Lc 22,61-62 / – / Lc 22,63-64; Mt 26,67,68; Mc 14,65; Lc 22,64-65].

Primeiro. Levam-no atado desde a casa de Anás à casa de Caifás, onde S. Pedro o negou duas vezes e, olhado pelo Senhor, saiu para fora e chorou amargamente.

Segundo. Esteve Jesus, toda aquela noite, atado.

Terceiro. Além disso, os que o tinham prendido burlavam dele, e batiam-lhe, e cobriam-lhe a cara, e davam-lhe bofetadas, e perguntavam-lhe: "Profetiza-nos quem é o que te bateu". E blasfemavam contra ele, dizendo coisas semelhantes.

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CASA DE CAIFÁS À DE PILATOS, INCLUSIVE

293 Mateus, 26; Lucas, 23; Marcos, 15 [Lc 23,1; Mt 27,2; Lc 23,2 / Jo 18,38b; Lc 23,4 / Jo 18,40].

Primeiro. Toda a multidão dos Judeus o leva a Pilatos e diante dele o acusa, dizendo: "Encontramos a este que deitava a perder o nosso povo e proibia pagar tributo a César".

Segundo. Depois de Pilatos o ter, uma e outra vez, examinado, Pilatos disse: "Eu não acho culpa nenhuma".

Terceiro. Foi-lhe preferido Barrabás, um ladrão: "Gritaram todos dizendo: Não soltes a este, mas a Barrabás".

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CASA DE PILATOS ATÉ A DE HERODES

294  [Lc 23,7 / 8-10 / 11].

Primeiro. Pilatos enviou Jesus, Galileu, a Herodes, tetrarca da Galiléia.

Segundo. Herodes, curioso, interrogou-o longamente; e ele nenhuma coisa lhe respondia, ainda que os escribas e os sacerdotes o acusavam constantemente.

Terceiro. Herodes, com a sua guarda, desprezou-o, vestindo-o com uma veste branca.

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CASA DE HERODES A PILATOS

295 Mateus, 26; Lucas, 23; Marcos, 15; João, 19 [Lc 23,11b-12 / Jo 19,1-3 / Jo 19,5-6a].

Primeiro. Herodes torna-o a enviar a Pilatos, pelo que se fizeram amigos, pois antes eram inimigos.

Segundo. Tomou Pilatos a Jesus e açoitou-o; e os soldados fizeram uma coroa de espinhos e puseram-na sobre a cabeça e vestiram-no de púrpura e aproximavam-se dele e diziam: "Deus te salve, rei dos Judeus"; e davam-lhe bofetadas.

Terceiro. Trouxe-o para fora à presença de todos: "Saiu pois Jesus fora, coroado de espinhos e vestido de púrpura. E disse-lhes Pilatos: "Eis aqui o homem". E, logo que o viram, os Pontífices davam gritos, dizendo: "Crucifica-o, crucifica-o".

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CASA DE PILATOS ATÉ A CRUZ, INCLUSIVE

296 João 19 [Jo 19,13-16 / Mt 27,32; Mc 15,21; Lc 22,26 / Lc 23,33b; Jo 19,18.19].

Primeiro. Pilatos, sentado como juiz, entregou-lhes Jesus, para que o crucificassem, depois de os Judeus o haverem negado por seu rei, dizendo "Não temos outro rei senão César".

Segundo. Levava a cruz às costas, e não a podendo levar, foi constrangido Simão Cireneu para que a levasse atrás de Jesus.

Terceiro. Crucificaram-no no meio de dois ladrões e puseram esta inscrição: "Jesus Nazareno, rei dos Judeus".

 

MISTÉRIOS PASSADOS NA CRUZ

297 João, 19, 23-27 [Lc 23,34.43; Jo 19,26-27.28; Mc 15,34; Mt 27,46; Jo 19,30; Lc 23,46; Mt 27,51-52; Mc 15,38; Lc 23,45 / Mt 27,51-52 / Mt 27,3940-Mc 15,33-36; Jo 19,23-24-Mt 27,35; Jo 19,34].

Primeiro. Disse sete palavras na cruz: Rogou pelos que o crucificavam; perdoou ao ladrão; encomendou a S. João a sua Mãe, e à Mãe a S. João; disse com voz alta: "Tenho sede", e deram-lhe fel e vinagre; disse que estava desamparado; disse: "Tudo está consumado"; disse: "Pai em tuas encomendo o meu espírito".

Segundo. O sol ficou escurecido, as pedras quebradas, as sepulturas abertas, o véu do templo rasgado em duas partes de cima abaixo.

Terceiro. Blasfemavam contra ele, dizendo: "Tu que destróis o templo de Deus, baixa da cruz"; foram divididos os seus vestidos; ferido com a lança o seu lado, manou água e sangue.

 

MISTÉRIOS PASSADOS DESDE A CRUZ ATÉ O SEPULCRO, INCLUSIVE

298 No mesmo capítulo [Jo 19,38-39 / Jo 19,40-42 / Mt 27,65-66].

Primeiro. Foi tirado da cruz por José e Nicodemos, em presença de sua Mãe dolorosa.

Segundo. Foi levado o corpo ao sepulcro e ungido e sepultado.

Terceiro. Foram postos guardas.

 

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO NOSSO SENHOR

299 Sua primeira aparição [Vita Christi].

Primeiro. Apareceu à Virgem Maria; o que, ainda que se não diga na Escritura, se tem como dito, ao dizer que apareceu a tantos outros; porque a Escritura supõe que temos entendimento, como está escrito: "Também vós estais sem entendimento?".

 

SEGUNDA APARIÇÃO.

300 Marcos, capítulo 16, 1-11 [Vita Christi ; Mc 16,1-3 / Mc 16,4.6b / Mc 16,9-Jo 20,1118].

Primeiro. Vão, muito de manhã, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé ao sepulcro, dizendo: "Quem nos levantará a pedra da porta do sepulcro?"

Segundo. Vêem a pedra levantada e o anjo que diz: "Buscais Jesus de Nazaré; já ressuscitou, não está aqui".

Terceiro. Apareceu a Maria que ficou perto do sepulcro, depois de idas as outras.

 

TERCEIRA APARIÇÃO

301 São Mateus, último capítulo [Vita Christi; Mt 28,8 / Mt 28,9 / Mt 28,10].

Primeiro. Saem as Marias do sepulcro, com temor e grande gozo, querendo anunciar aos discípulos a ressurreição do Senhor.

Segundo. Cristo nosso Senhor apareceu-lhes, no caminho, dizendo-lhes: "Deus vos salve"; e elas aproximaram-se, prostraram-se a seus pés e adoraram-no.

Terceiro. Jesus disse-lhes: "Não temais, ide e dizei a meus irmãos que vão para a Galiléia, porque ali me verão".

 

QUARTA APARIÇÃO

302 Lucas, último capítulo [Vita Christi; Lc 24,9-12.34; Jo 20,1-10].

Primeiro. Tendo ouvido das mulheres que Cristo estava ressuscitado, foi S. Pedro depressa ao sepulcro.

Segundo. Entrando no sepulcro, viu só os panos com que fora coberto o corpo de Cristo nosso Senhor, e mais nada.

Terceiro. Pensando S. Pedro nestas coisas, apareceu-lhe Cristo e por isso os apóstolos diziam: "Verdadeiramente o Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão".

 

QUINTA APARIÇÃO

303 No último capítulo de São Lucas [Vita Christi; Lc 24,13-24 / 25-26 / 29-33.35].

Primeiro. Aparece aos discípulos que iam para Emaús, falando de Cristo.

Segundo. Repreende-os, mostrando pelas Escrituras que Cristo tinha de morrer e ressuscitar: "Ó ignorantes e tardos de coração para crer tudo o que disseram os profetas! Não era necessário que Cristo padecesse e assim entrasse na sua glória"?

Terceiro. A pedido deles, detém-se ali, e esteve com eles, até que, ao dar-lhes a comunhão, desapareceu. E eles, regressando, disseram aos discípulos como o tinham conhecido na comunhão.

 

SEXTA APARIÇÃO

304 João, capítulo 20 [Vita Christi; cf. Lc 24,33ss / Jo 20,19 / 22-23].

Primeiro. Os discípulos estavam reunidos "por medo dos Judeus", exceto Tomé.

Segundo. Apareceu-lhes Jesus, estando as portas fechadas; e, estando no meio deles, disse: "A paz esteja convosco".

Terceiro. Dá-lhes o Espírito Santo, dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados".

 

SÉTIMA APARIÇÃO

305 João, 20,24-29 [Vita Christi; Jo 20,24-25 / 26-27 / 28-29].

Primeiro. São Tomé, incrédulo, porque estava ausente na aparição precedente, disse: "Se não o vir não acreditarei".

Segundo. Aparece-lhes Jesus, daí a oito dias, estando as portas fechadas, e diz a S. Tomé: "Mete aqui o teu dedo e vê a verdade, e não queiras ser incrédulo, mas fiel".

Terceiro. S. Tomé acreditou, dizendo: "Meu Senhor e meu Deus". Disse-lhe Cristo: "Bem-aventurados os que não viram e creram".

 

OITAVA APARIÇÃO

306 João, último capítulo [Vita Christi; Jo 21,1-6 / 7 / 9-10.12-13.15-17].

Primeiro. Jesus aparece a sete dos seus discípulos que estavam pescando, os quais, por toda a noite, não tinham apanhado nada, e lançando a rede, por ordem de Jesus, "não podiam tirá-la, pela grande quantidade de peixes".

Segundo. Por este milagre, S. João reconheceu Jesus, e disse a S. Pedro: "É o Senhor". Pedro deitou-se ao mar, e veio ter com Cristo.

Terceiro. Deu-lhes a comer parte de um peixe assado, e um favo de mel; e encomendou as ovelhas a S. Pedro, examinando-o, primeiro, três vezes, sobre a caridade, e disse-lhe: "apascenta as minhas ovelhas".

 

NONA APARIÇÃO

307 Mateus, último capítulo [Vita Christi; Mt 28,16 / 17.18 / 19].

Primeiro. Os discípulos, por ordem do Senhor, vão ao monte Tabor.

Segundo. Cristo aparece-lhes e diz: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra".

Terceiro. Enviou-os por todo o mundo a pregar, dizendo: "Ide e ensinai todas as gentes, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".

 

DÉCIMA APARIÇÃO

308 Primeira epístola aos Coríntios, capítulo 15,6 [1Cor 15,6a].

"Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos juntos".

 

DÉCIMA PRIMEIRA APARIÇÃO

309 Primeira epístola aos Coríntios, capítulo 15,7 [1Cor 15,7a]

"Apareceu depois a São Tiago".

 

DÉCIMA SEGUNDA APARIÇÃO

310 [Vita Christi] Apareceu a José de Arimateia, como piamente se medita e se lê na vida dos Santos.

 

DÉCIMA TERCEIRA APARIÇÃO

311 Primeira epístola aos Coríntios, capítulo 15,8 [1Cor 15,8/ Credo / 1Cor 15,7].

Apareceu a S. Paulo, depois da Ascensão: "Finalmente apareceu-me a mim como a um aborto". Apareceu também em alma aos Santos Padres do Limbo; e, depois de os ter de lá tirado, e tornado a tomar o seu corpo, apareceu, muitas vezes, aos discípulos e conversava com eles.

 

ASCENSÃO DE CRISTO NOSSO SENHOR

312 Atos, 1,1-12 [Vita Christi; At 1,3-4-Lc 24,49 / Lc 24,50-Act 1,9 / At 1,10,11].

Primeiro. Depois de ter aparecido aos seus Apóstolos, durante quarenta dias, dando-lhes muitas provas e sinais e falando-lhes do Reino de Deus, mandou-lhes que em Jerusalém esperassem o Espírito Santo prometido.

Segundo. Levou-os ao monte das Oliveiras e, em presença deles, elevou-se, e uma nuvem fê-lo desaparecer aos seus olhos.

Terceiro. Estando eles a olhar para o céu, dizem-lhes os anjos: "Homens da Galiléia, porque estais a olhar para o céu? Este Jesus que, de vossos olhos é levado para o céu, virá do mesmo modo que o vistes ir ao céu".