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Friday, 21 June 2024

Friday's Sung Word: "Voltaste" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Voltaste, mas voltaste no momento
em que tudo é esquecimento, é solidão
Voltaste agora que impuro
eu sei que tenho o coração
Eu acho até que nem devemos relembrar
aqueles beijos que trocamos ao luar
Repara dentro em mim, mas sem assombro
as ruínas, os escombros e a algidez
que causou-me esta saudade
Esta saudade que tanto mal me fez

E agora porque vens bater à porta
de uma alma quase morta, no extertor?
Tu que um dia abandonaste
tanto afeto, tanto amor!
Talvez devido a tanta ingratidão
marmorizou-se meu coração

Voltaste, mas voltaste infelizmente
pois meu coração descrente enlouqueceu
e hoje é um devasso
É um coração igual ao teu!

 

You can listen  "Voltaste" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 7 June 2024

Friday's Sung Word: "Renúncia em Prantos" by Cândido das Neves (in Portuguese)

 music by Juca Kalut.

Sim, disseste que chorei
Quando jurei no auge da dor
Buscar alento
No esquecimento
E o pensamento
Jamais envenenar com teu amor.
E assim os pobres olhos meus
Sem os teus,
Sentindo a inclemência
Da ausência,
Dor que eu não previ
Tiveram a covardia
De chorar por ti.

Foram-se os ais, mas nunca mais
Os versos meus que foram teus
Tu ouvirás,
Hei de sorver, todo o amargor
Mas o teu amor tudo farei
Para esquecer.
Meu coração,
Como um vulcão,
Extinto a tempos
Na algidez de tua mão,
Saudades tem,
Chora porém,
Já não palpita por ninguém.

Para o teu amor
Minha saudade é quase vã,
Quem sabe se amanhã
Eu já não pense em ti,
Diga que eu sofri
Se um dia alguém te perguntar
Se eu te soube amar
Diga que amando enlouqueci.

Mas que essa loucura
O nome teu fez-me olvidar,
Diga que a cantar
Qual doido corifeu,
Desfiz um verso meu
Em flores rubras e depus
Aos pés de um grande amor,
Junto a uma cruz.

 

You can listen "Renúncia em Prantos" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 31 May 2024

Friday's Sung Word: "Rasguei o teu Retrato" by Cândido das Neves (in Portuguese)

 Music by Pixinguinha.

Tu disseste em juramento
Que entre os véus do esquecimento
O meu nome é uma visão.
Tu tiveste a impiedade
De sorrir desta saudade
Que me mata o coração.
Se um retrato tu me deste
Foi zombando que disseste
Do amor que te ofertei
E eu, em lágrima desfeito,
Quantas vezes junto ao peito
Teu retrato conservei...
Eu sei também ser ingrato!
Meu coração, bens vê, já não te quer,
Eu ontem rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés d'outra mulher.

Eu que tanto te queria
E que tive a covardia
De chorar este amargor
Trago aqui despedaçado
Teu retrato, pois vingado
Hoje está o meu amor.
As sentenças são extremas!
Faça o mesmo aos meus poemas:
Rasgue os versos que te fiz.
Não te comova o meu pranto,
Quem te amou tanto, oh, tanto,
Foi um doido, um infeliz.
Eu sei também ser ingrato!
Meu coração, bens vê, já não te quer,
Eu ontem rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés d'outra mulher.

 

 

You can listen "Rasguei o teu Retrato" sung by Vicente Celestino here.

 

 

You can listen "Rasguei o teu Retrato" sung by Jussara Silveira here.

 

Friday, 10 May 2024

Friday's Sung Word: "Para Sempre Adeus" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Adeus ao luar a refulgir
Minha gôndola vai partir
Vai findar o nosso amor
O pranto magoa os olhos meus
Quanto amargor ter que partir
Ter que dizer adeus

A luz desta lua singular
Tendo estrelas a brilhar
Refletindo os sonhos meus
Vejo o meu barco correndo
E a minh’alma morrendo
A te dizer adeus

E do meu coração
Indolorado como estás
Não terá nunca mais alegria
Saudade atrás ardia
Ó esfíngica emoção
Por que vens devorar-me o coração?
Ó mar o azul das tuas águas
Reflete talvez as minhas mágoas
A dor que eu tenho de carpir
Na hora de partir

Não sei se um dia regressarei
Não sei como viverei
Tão longe dos olhos teus
Nada valeu ter jurado
Está tudo acabado
Eu vou partir
Adeus

 

You can listen "Para Sempre Adeus" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 3 May 2024

Friday's Sung Word: "Nênias" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Murcharam no jardim os crisântemos,
As magnólias se despetalaram,
As rosas de perfume tão amenos
Sentindo tua ausência desmaiaram.
O vento agora passa soluçando,
As flores que morreram carregando,
O próprio vento entende a minha solidão
E a viuvez do meu dorido coração.

Aquele sabiá que na alvorada
Vinha te dar a matutina saudação,
Ao ver nossa choupana abandonada
Morreu, agonizando na garganta uma canção.
As próprias andorinhas irrequietas,
Agora têm por nosso lar grande pavor,
Fugiram as policromas borboletas
Pois não existe no jardim nem uma flor.

E qual um irerê descasalado
Contemplo o nosso ninho abandonado,
Na cristalização da minha mágoa
Meus olhos esmaecem rasos d'água.
E agora que o teu lar é um campo santo
Não ouves a agonia do meu pranto,
Ó nênias amorosas, nênias imortais!
Que compreende-las tu não podes nunca mais.

Oh, como sou tão desgraçado
ver nosso amor todo desfeito, quanta vez tenho chorado
na pedra fria do teu leito, velando a tua sepultura,
quantas noites já perdi! Chorando a minha desventura
pois quero morrer junto de ti. O vento agora passa soluçando
as flores que morreram carregando
O próprio vento entende a minha solidáo
e a viuvez do meu dorido coração.

 You can listen "Nênias" sung by Vicente Celestino here.

 

 You can listen "Nênias" sung by Gilberto Alves here.

 

Friday, 26 April 2024

Friday's Sung Word: "Noite Cheia de Estrêlas" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Noite alta, céu risonho
A quietude é quase um sonho
O luar cai sobre a mata
Qual uma chuva de prata
De raríssimo esplendor
Só tu dormes, não escutas
O teu cantor
Revelando à lua airosa
A história dolorosa deste amor

Lua, manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto e a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
Entre a neblina se escondeu

Lá no alto a lua esquiva (A lua, deidade esquiva, - Osny Silva)
Está no céu tão pensativa
As estrelas tão serenas
Qual dilúvio de falenas
Andam tontas ao luar
Todo o astral ficou silente
Para escutar
O teu nome entre as endechas
A dolorosas queixas ao luar.

 

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Vicente Celestino here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Paulo Tapajós here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Sílvio Caldas here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Nelson Gonçalves here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Osny Silva here.

You can listen "Noite Cheia de Estrêlas" sung by Jessé here.

Friday, 19 April 2024

Friday's Sung Word: "Nas Asas Brancas da Saudade" by Cândido das Neves (in Portuguese)



Chorar, ah! se chorar inda eu pudesse
Talvez fôra maior a minha mágoa
No entanto, não tenho uma gota d'água
Para brandura vir dar à minha desventura
Se aos céus chegasse o grito dolorido
Que sai dos lábios meus neste momento
Teu nome eu mandaria à imensidade
Nas asas brancas da saudade
Na tepidez do pensamento

A minh´alma tão esquiva
vive agora pensativa
Meu tormento a ocultar

Minhas mágoas eu descanto,
Ainda assim eu sofro tanto
Sem ter pranto pra chorar
Meiga lua que interpretas
As tristezas dos poetas
Vem ajudar-me a compor
Minha triste melopéia
Tão cheia dessa odisséia
Que envenena o meu amor.

 

You can listen "Nas Asas Brancas da Saudade" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 22 March 2024

Friday's Sung Word: "Infeliz Amor" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Quando a luz da Lua cheia
No alvo lençol de areia
Entre o lírico fervor
A espuma, lá descente
Sob as ondas brandamente
O mar desmaia de langor!

Não sei que mistério existe
Quando vejo o mar tão triste
Julgo ouvir a minha dor
A espuma transitória
Repetindo toda a história
Do meu infeliz amor

Choro este amor acrisolado
e o pranto derramado é a
Expressão do meu sofrer
E essa ingrata não acalma
A agonia de minh'alma
Que não para de gemer
Tristes olhos rasos d'água
É tão grande a minha mágoa
Que não podes compreender!

Maro lívida esmeralda
Esta paixão que me escalda
Talvez possas entender
Vai dizer à minha amada
Que minh'alma apaixonada
Está cansada de sofrer

Ah se tuas ondas quérolas
Se transforma-se em pérolas
Com cintilações sem par
De joelho, delirante
Eu as daria à minha amante
Que tanto me faz penar

 

You can listen "Infeliz Amor" sung by Jayme Vogeler here.

 

You can listen "Infeliz Amor" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 8 March 2024

Friday's Sung Word: "Entre Lágrimas" by Cândido das Neves (in Portuguese)

 Entre Lágrimas
Vicente Celestino

Quando no calvário conduzia a cruz
Jesus em Madalena os olhos Seus pousou
Cansado de Carpir Jesus tentou sorrir
mas uma lágrima na face Lhe rolou
Vendo a redenção naquele pranto
Madalena enxugou-Lhe o rosto santo
Quadro de exemplo e de esplendor
Jesus! A cruz! E o amor!

Eu sou mais infeliz
Mais doloroso é meu carpir
Meu calvário é mais alto
Eu estou exausto de subir
O pranto rola a flux
por sobre o meu tristor
Pesada é minha cruz!
A cruz do meu amor
Sim, eu prosseguirei
E sem esperança de encontrar
aguém que os prantos meus
venha enxugar.

Aos céus chorando minha alma voa
Triste, serena
Tem pena, perdoa
Dá-me um olhar de esperança
Alento para o coração
que de te amar não cansa
Ah! Perdoa tudo enfim
Até o mal de amar-te tanto assim

Versos que ao relento muita vêz compus
Poemas dolorosos que ao luar sonhei
Eu tudo lhe ofertei e a seus pés depus
entre lágrimas ardentes que chorei
Vejo entre a minha ansiedade
ressurgir minha tristíssima saudade
qual nova Fênix no atroz calor
das próprias cinzas do amor.

 You can listen "Entre Lágrimas" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 1 March 2024

Friday's Sung Word: "Em Delírio" by Cândido das Neves (in Portuguese)

 
Meu Deus, ela esqueceu o juramento
Arrancai-me o nome seu do pensamento
O meu pobre coração endolorado
pede cansado compaixão

Conter meu pranto
pra fingir que sou feliz
como dói tanto!
E o coração a palpitar, coitado, ermo
tão enfermo
não tem termo de chorar

Ninguém, talvez nem Deus, conheça a mágoa
que traz os olhos meus tão rasos d'água
A cruz desta paixão ninguém arranca
da sepultura branca do meu coração

Minh'alma que não molda em ansiedade
desfolha uma grinalda de saudade
Saudade de um desejo que não morreu
Saudade de um beijo que ela não me deu

Eu tenho nos meus ais adoretados
a tristeza dos rosais abandonados
Glorifico a minha dor, ai dor bendita
quase infinita neste amor.

 You can listen "Em Delírio" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 23 February 2024

Friday's Sung Word: "E Nada Mais" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Onde andará neste momento
O pensamento desta ingrata
Que me mata de saudade o coração?
Um desprezado que definha, que padece

Mas, fiel, nunca se esquece
Deste amor, desta ilusão
Esta esperança que me alenta
Que me inspira é a íntima mentira

Em que minh'alma se envolveu
O nosso amor teve um sagrado juramento
Mas eu sei que há muito tempo
Aquela ingrata se esqueceu

Hoje,  coração amargurado,
Das ruínas do passado
Só te restam tristes ais
E nada mais

De ti distante
Quantas vezes pensativo
Tão sozinho como vivo
Sinto aqui os olhos meus
Aquele pranto
Que na hora da partida
Foi a prova dolorida
Da tortura de um adeus

 

You can listen "E Nada Mais" sung by Vicente Celestino here.

 

You can listen "E Nada Mais" sung by Paulo Tapajós here.

Friday, 9 February 2024

Friday's Sung Word: "Cinzas do Amor" by Cândido das Neves (in Portuguese)

A minh’alma que descanse
Que o tristíssimo romance
Do nosso amor chegou ao fim
Guardarei o teu retrato
Onde leio insensato
"Nunca te esqueças de mim".

Esse amor, como esquecê-lo
Se ele foi o nosso algoz?
Bem fez o atroz fatalismo
Fez nascer um grande abismo
Que hoje existe entre nós dois

Agora que entre nós dois
Mais nada existe
Eu relendo um verso triste
De um poema que te fiz
Eu chorei, tive piedade
Do dilúvio de saudade
Desse amor tão infeliz

Se soubesses, por ventura
Que no auge da amargura
Lágrimas tristes derramei
Não lamentes o meu fado
Se assim sou tão desgraçado
É porque muito te amei

Quis assim a nossa sorte
Não blasfemes, fique em paz
E desse amor que foi tão puro
Pelas cinzas eu te juro
Não te esqueço nunca mais!

 

You can listen "Cinzas do Amor" sung by  Vicente Celestino here.

Friday, 2 February 2024

Friday's Sung Word: "Cinzas" by Cândido das Neves and Levino da Conceição (in Portuguese)

 Álgida saudade me maltrata
Desta ingrata
Que não me sai do pensamento
Cesse o meu tormento!
Tréguas à minha dor!
Ressaibos do meu triste amor
Atro é o meu grande martírio
Das sevícias tenho n'alma a cicatriz
Deus, tem compaixão deste infeliz
Mata meus ais
Por que sofrer assim se ela não volta mais?
Esse pobre amor que um dia floresceu
Como todo amor que é sem vigor, morreu
Ai, mas eu não posso esquecê-la, não
A saudade é enorme no meu coração
Versos que a pujança deste amor cantei
Lira de poeta que a sonhar vibrei
Cinzas, tudo cinzas eu vejo enfim
Esta saudade enorme que reside em mim.

Oh, por quem sofri, por quem chorei,
a ningém direi. Não quero lembrar
essa ingrata que sorriu do pranto que me fez chorar
e as pobres flores
e os botões que eu arranjei
que deviam ornar teu véu,
minh'alma os foi depor no céu.*


Morto ao dissabor do esquecimento
Num momento ebanizado da paixão
Está um coração que muitas dores padeceu
Um pobre coração que é o meu
Dentro de minh'alma que se aflige
Tem uma esfinge emoldurando muitas fráguas
Deus, por que razão que as minhas mágoas
A minha dor, não fogem da minha alma
Como fugiu o amor?

*More recent versions omit these verses.

 

You can listen "Cinzas" sung by Vicente Celestino here. (1937)


You can listen "Cinzas" sung by Paulo Tapajós with Dino and Meira (guitars) here. (1971)

 

You can listen "Cinzas" sung by Paulinho Moska here. (2000)

Friday, 26 January 2024

Friday's Sung Word: "Castelos de Areia" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Saudade tédio e dor, trindade amarga
Que alarma dolorosa me domina
Não posso por meu coração à larga
Uma tristeza enorme me assassina

Meu pobre coração assiste a trama
De amor que em tantos íntimos prediz
Já que Deus não ouve os gritos de quem ama
A lágrima é o protesto do infeliz

Ai, se fito o firmamento
Simbólio azul franjado em prata
Logo ao pensamento
Vem aquela ingrata

Lua deusa da natura
Tu que viste o beijo
Dada após a jura
Caindo em meus braços
Fez pura aquela estrela

Lua tudo fiz para esquecê-la, mas em vão
A saudade não me sai do coração
Áurea catedral do meu ideal
Como um castelo de areia tombou

Nômade que sou, choro os prantos meus
Nascem d'alma num protesto a Deus
Vai, nessa saudade, a minha mocidade
Vai se estiolando oh! Senhor!
Já que não há esperança
Tirai-me da lembrança
A história desse amor

Senhor, maior que as dores que sentiste
Maior que a dor de ser crucificado
Maior Senhor, que tudo o que carpiste
É a dor que sente um desprezado

Amor ambicionada desventura
Que ao pórtico da morte me conduz
É dado aos infelizes ter na sepultura
O amor simbolizado numa cruz

 

You can listen  "Castelos de Areis" sung by  Vicente Celestino here.

Friday, 19 January 2024

Friday's Sung Word: "Cabloca Serrana" by Cândido das Neves (in Portuguese)

Existe neste sertão no alto daquela colina
uma cabocla que habita uma choupana pequenina.
Ficam todos a contemplar a sertaneja
quando aos domingos ela garbosa passa airosa para a igreja.

Se alguém lhe revelar os seus amores, insiste
ela corando suspira baixa o olhar e fica triste.
Quem for ao monte pela tardinha irá escutar os caburés
tristonhos a glória dos sonhos sertanejos cantar.

Cabocla, estes versos tão cheios de ti
escrevi à luz do luar contemplando-te à choupana.
ó serrana quisera Deus que fôras minha.
Seria um rei e tu de todo este sertão quase rainha.

Ter nos lábios teus o aroma excelso das caçoulas.
Teus seios afagar como a um casal de pombas-rolas.
E ouvir cantar pelas manhãs solenizando o nosso amor
os sabiás nos coqueirais em flor.

 

You can listen "Cabloca Serrana" sung by Vicente Celestino playing his guitar here (1939).

You can listen "Cabloca Serrana" sung by Vicente Celestino with orchestra here (1955).

Friday, 5 January 2024

Friday's Sung Word: "Abismo de Amor" by Cândido das Neves (in Portuguese)

 Ó lua, o argênteo véu se espalma
por sobre a noite eterna
que eu tenho dentro d'alma.
Ao teu luar de prata
um beijo originou
o amor que aquela ingrata
em cinzas transformou
ao teu luar!

Às ondas, espúmeas serpentinas
às líricas ondinas
à branca espumarada
um infeliz lamenta
que amando enlouqueceu.
Ó lua prateada
esse infeliz sou eu!

Alvo sol, branca luz
que iluminaste sobre a cruz
a fronte de Jesus
vem luzir por sobre a minha dor
Ó vem ungir minh'alma a cair
neste abismo de amor

Oh! Lua, pudesse eu, qual um astro,
Na luminosa umbela
Seguir-te o elúrneo rastro
e, de saudade dela,
no espaço derramar
o pranto que entre estrelas
transforma-se ao luar.

You can listen "Abismo de Amor" sung by Vicente Celestino here.

Friday, 10 January 2020

Friday's Sung Word: "Raios de Um Olhar" by Lamartine Babo and Lírio Panicalli (in Portuguese)

Raios de um olhar sublime, encantador
Encontrei nas telas do meu sofrimento
Raios de um olhar banhados em esplendor
A voz que brilhava no meu pensamento

Era o luar com meu penar
E clareava o meu destino
Luzes afim era o porvir,
A estrada sob o ser tão pequenino

Quem vive a gostar e o raio a me olhar
Encontrava bem a calma sofrer hoje o prazer
Comovida em sonho encarei
Vi choro a cair e rir que chorar
Venha sorrir vivia feliz no raio de olhar
Tão jovem ao Deus do céu pra ser feliz



You can hear "Raios de Um Olhar" sung by Vicente Celestino here.