EXTRATO DO RELATÓRIO DO INVESTIGADOR JAIME ROMANO E SILVA DO DIA 15 DE MAIO DE 1975:
"Eram 20:25 quando o suspeitochegou à casa dos pais.
Passou a noite e o dia em casa dos pais. A janela de seu quarto não foi aberta por todo ersse tempo.
Às 19:06 do dia seguinte eu o vi abrir a janela, finalmente
Às 20:23 ouvi alarido vindo da casa; a luz do quarto foi acesa e ouvi os gritos dos genitores chamando pelo suspeito e logo em seguida os vi sairem à rua chamando por ele. Os velhos estavam muito aflitos e gritavam o nome do suspeito.
Eu, todavia, não vi o suspeito sair da casa."
Tuesday, 27 May 2014
Saturday, 24 May 2014
Sonnet XI by William Shakespeare (in English)
As fast as thou shalt wane, so fast thou grow'st
In one of thine, from that which thou departest;
And that fresh blood which youngly thou bestow'st,
Thou mayst call thine when thou from youth convertest.
Herein lives wisdom, beauty, and increase;
Without this folly, age, and cold decay:
If all were minded so, the times should cease
And threescore year would make the world away.
Let those whom nature hath not made for store,
Harsh, featureless, and rude, barrenly perish:
Look whom she best endowed, she gave the more;
Which bounteous gift thou shouldst in bounty cherish:
She carved thee for
her seal, and meant thereby,
Thou shouldst print
more, not let that copy die.
Friday, 23 May 2014
"The Hunting Of The Snark an Agony in Eight Fits" by Lewis Carroll (Fit the Sixth ) (in English)
Fit the Sixth
THE BARRISTER'S DREAM
They sought it
with thimbles, they sought it with care;
They pursued
it with forks and hope;
They threatened
its life with a railway-share;
They charmed
it with smiles and soap.
But the
Barrister, weary of proving in vain
That the
Beaver's lace-making was wrong,
Fell asleep, and
in dreams saw the creature quite plain
That his
fancy had dwelt on so long.
He dreamed that
he stood in a shadowy Court,
Where the Snark,
with a glass in its eye,
Dressed in gown,
bands, and wig, was defending a pig
On the
charge of deserting its sty.
The Witnesses
proved, without error or flaw,
That the sty
was deserted when found:
And the Judge kept
explaining the state of the law
In a soft
under-current of sound.
The indictment
had never been clearly expressed,
And it
seemed that the Snark had begun,
And had spoken
three hours, before any one guessed
What the pig
was supposed to have done.
The Jury had each
formed a different view
(Long before
the indictment was read),
And they all
spoke at once, so that none of them knew
One word
that the others had said.
"You must
know—" said the Judge: but the Snark exclaimed "Fudge!"
That statute
is obsolete quite!
Let me tell you,
my friends, the whole question depends
On an
ancient manorial right.
"In the
matter of Treason the pig would appear
To have aided, but scarcely abetted:
While the charge
of Insolvency fails, it is clear,
If you grant
the plea 'never indebted.'
"The fact of
Desertion I will not dispute;
But its
guilt, as I trust, is removed
(So far as
related to the costs of this suit)
By the Alibi
which has been proved.
"My poor
client's fate now depends on your votes."
Here the
speaker sat down in his place,
And directed the
Judge to refer to his notes
And briefly
to sum up the case.
But the Judge
said he never had summed up before;
So the Snark
undertook it instead,
And summed it so
well that it came to far more
Than the
Witnesses ever had said!
When the verdict
was called for, the Jury declined,
As the word
was so puzzling to spell;
But they ventured
to hope that the Snark wouldn't mind
Undertaking
that duty as well.
So the Snark
found the verdict, although, as it owned,
It was spent
with the toils of the day:
When it said the
word "GUILTY!" the Jury all groaned,
And some of
them fainted away.
Then the Snark
pronounced sentence, the Judge being quite
Too nervous
to utter a word:
When it rose to
its feet, there was silence like night,
And the fall
of a pin might be heard.
"Transportation for life" was the sentence it gave,
"And
then to be fined forty pound."
The Jury all
cheered, though the Judge said he feared
That the phrase was not legally sound.
But their wild
exultation was suddenly checked
When the
jailer informed them, with tears,
Such a sentence
would have not the slightest effect,
As the pig
had been dead for some years.
The Judge left
the Court, looking deeply disgusted:
But the
Snark, though a little aghast,
As the lawyer to
whom the defense was entrusted,
Went
bellowing on to the last.
Thus the
Barrister dreamed, while the bellowing seemed
To grow
every moment more clear:
Till he woke to
the knell of a furious bell,
Which the
Bellman rang close at his ear.
Thursday, 22 May 2014
"A Bela Vista" by Castro Alves (in Portuguese)
Sonha, poeta, sonha!
Aqui sentado
No tosco assento da janela
antiga,
Apóias sobre a mão a face
pálida.
Sorrindo — dos amores à
cantiga.
(Álvares de Azevedo)
Era uma tarde
triste, mas límpida e suave...
Eu — pálido poeta
— seguia triste e grave
A estrada, que
conduz ao campo solitário,
Como um filho,
que volta ao paternal sacrário,
E ao longe
abandonando o múrmur da cidade
— Som vago, que
gagueja em meio à imensidade,—
No drama do
crepúsculo eu escutava atento
A surdina da
tarde ao sol, que morre lento.
A poeira da
estrada meu passo levantava,
Porém minh'alma
ardente no céu azul marchava
E os astros
sacudia no vôo violento
— Poeira, que
dormia no chão do firmamento.
A pávida
andorinha, que o vendaval fustiga,
Procura os
coruchéus da catedral antiga.
Eu — andorinha
entregue aos vendavais do inverno,
Ia seguindo
triste p'ra o velho lar paterno.
Como a águia, que
do ninho talhado no rochedo
Ergue o pescoço
calvo por cima do fraguedo,
— (Pra ver no céu
a nuvem, que espuma o firmamento,
E o mar, — corcel
que espuma ao látego do vento... )
Longe o feudal
castelo levanta a antiga torre,
Que aos raios do
poente brilhante sol escorre!
Ei-lo soberbo e
calmo o abutre de granito
Mergulhando o
pescoço no seio do infinito,
E lá de cima
olhando com seus clarões vermelhos
Os tetos, que a
seus pés parecem de joelhos! ...
Não! Minha velha
torre! Oh! atalaia antiga,
Tu olhas
esperando alguma face amiga,
E perguntas
talvez ao vento, que em ti chora:
"Por que não
volta mais o meu senhor d'outrora?
Por que não vem
sentar-se no banco do terreiro
Ouvir das
criancinhas o riso feiticeiro,
E pensando no
lar, na ciência, nos pobres
Abrigar nesta
sombra seus pensamentos nobres?
......................................................................
Onde estão as
crianças — grupo alegre e risonho
— Que
escondiam-se atrás do cipreste tristonho ...
Ou que enforcaram
rindo um feio Pulchinello,
Enquanto a doce
Mãe, que é toda amor, desvelo
Ralha com um rir
divino o grupo folgazão,
Que vem correndo
alegre beijar-lhe a branca mão?..."
......................................................................
É nisto que tu
cismas, ó torre abandonada,
Vendo deserto o
parque e solitária a estrada.
No entanto eu —
estrangeiro, que tu já não conheces —
No limiar de
joelhos só tenho pranto e preces.
Oh! deixem-me
chorar!...Meu lar... meu doce ninho!
Abre a vetusta
grade ao filho teu mesquinho!
Passado — mar
imenso!... inunda-me em fragrância!
Eu não quero
lauréis, quero as rosas da infância.
Ai! Minha triste
fronte, aonde as multidões
Lançaram
misturadas glórias e maldições...
Acalenta em teu
seio, ó solidão sagrada!
Deixa est'alma
chorar em teu ombro encostada!
Meu lar está
deserto... Um velho cão de guarda
Veio saltando a
custo roçar-me a testa parda,
Lamber-me após os
dedos, porém a sós consigo
Rusgando com o
direito, que tem um velho amigo...
Como tudo
mudou-se! ... O jardim 'stá inculto
As roseiras
morreram do vento ao rijo insulto...
A erva inunda a
terra; o musgo trepa os muros
A urtiga
silvestre enrola em nós impuros
Uma estátua
caída, em cuja mão nevada
A aranha estende
ao sol a teia delicada! ...
Mergulho os pés
nas plantas selvagens, espalmadas,
As borboletas
fogem-me em lúcidas manadas ...
E ouvindo-me as
passadas tristonhas, taciturnas,
Os grilos, que
cantavam, calaram-se nas furnas ...
Oh! jardim
solitário! Relíquia do passado!
Minh'alma, como
tu, é um parque arruinado!
Morreram-me no
seio as rosas em fragrância,
Veste o pesar os
muros dos meus vergéis da infância,
A estátua do
talento, que pura em mim s'erguia,
Jaz hoje — e nela
a turba enlaça uma ironia!...
Ao menos como tu,
lá d'alma num recanto
Da casta poesia
ainda escuto o canto,
— Voz do céu, que
consola, se o mundo nos insulta,
E na gruta do
seio murmura um tremo oculta.
Entremos! ...
Quantos ecos na vasta escadaria,
Nos longos
corredores respondem-me à porfia! ...
Oh! casa de meus
pais! ... A um crânio já vazio,
Que o hóspede
largando deixou calado e frio,
Compara-te o
estrangeiro — caminhando indiscreto
Nestes salões
imensos, que abriga o vasto teto.
Mas eu no teu
vazio — vejo uma multidão
Fala-me o teu
silêncio — ouço-te a solidão! ...
Povoam-se estas
salas...
E eu vejo
lentamente
No solo
resvalarem falando tenuemente
Dest'alma e deste
seio as sombras venerandas
Fantasmas
adorados — visões sutis e brandas...
Aqui... além...
mais longe... por onde eu movo o passo,
Como aves, que
espantadas arrojam-se ao espaço,
Saudades e
lembranças s'erguendo — bando alado —
Roçam por mim as
asas voando pra o passado.
Wednesday, 21 May 2014
"Noites Rubras" by José Thiesen (in Portuguese)
TRECHO DO DEPOIMENTO DE NORTON OLIVEIRA DO NASCIMENTO, PRESTADO SOB JURAMENTO, EM RELAÇÃO AO ASSASSINATO DE SUA IRMÃ MÔNICA OLIVEIRA DO NASCIMENTO, EM 15 DE MAIO DE 1975 EM PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL.
DEPOIMENTO PRESTADO EM 17 DE MAIO DE 1975 NO PALÁCIO DA POLÍCIA DE PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL.
P.: Seu nome?
R.: Norton Oliveira do Nascimento.
P.: Data de nascimento?
R.: 24 de Outubro de 1956.
P.: Seu endereço?
R.: Moro com meus pais na rua Anita Garibaldi, nº64, apartamento 12.
P.: Como o sr. soube da morte de sua irmã?
R.: Estávamos à mesa para o jantar, por volta das 20 horas e Mônica não vinha, apesar dos chamados de minha mãe. Então ela, minha mãe resolveu bater na porta do quarto de Mônica, mas não teve resposta. Eu e meu pai estávamos sentados à mesa e ouvimos os gritos de horror de mamãe. Corremos a acudi-la, eu e meu pai e...
P.:Pode descrever como encontrou sua irmã?
R.: Ela estava no solo, as pernas dobradas, viradas pra sua esquerda, assim como a sua cabeça. O... o pescoço estava... aberto...
P.: Algo lhe chamou a atenção em particular?
R.: Acho que... acho que a primeira coisa que reparei foi espressão de sua face.
P.: O que, exatamente?
R.: Ela tinha a... garganta rasgada, mas sua espressão não era de dor, mas serena, com um quê de surpresa. Coisa louca, não? ela não pareceu sentir dor!
P.: O legista estabeleceu que a ferida foi feita enquanto ela estava viva. Ele também percebeu a expressão serena de sua irmã.
R.: Sabem o que foi que ele usou para a matar?
P.: Ele quem?
R.: Jairo!
P.: Segundo o legista, a laceração que sua irmã sofreu foi feita com... uma garra ou unha.
R.: O quê?
P.: A morte de sua irmã nos tem colocado diante de muitas questões estranhas. Não temos nenhuma razão para pensar que Jairo Alencar seja o assassino. Sua irmã morreu no décimo segundo andar de seu prédio, como sabe, e ninguém viu Jairo entrar ou sair do prédio.
R.: Mas tem que ser ele! Ele já matou aquele amigo dele, não matou?
Tuesday, 20 May 2014
"12 Angry Men" by Reginald Rose (in English)
Juror
#8: [justifying his reason for voting "not guilty"] I just think we
owe him a few words, that's all.
Juror
#10: I don't mind telling you this, mister: we don't owe him a thing. He got a
fair trial, didn't he? What do you think that trial cost? He's lucky he got it.
Know what I mean? Now, look - we're all grown-ups in here. We heard the facts,
didn't we? You're not gonna tell me that we're supposed to believe this kid,
knowing what he is. Listen, I've lived among them all my life - you can't
believe a word they say, you know that. I mean they're born liars.
Juror
#9: Only an ignorant man can believe that.
Juror
#10: Now, listen...
Juror
#9: [gets up] Do you think you were born with a monopoly on the truth? [turns
to Juror #8, indicating #10] I think certain things should be pointed out to this man.
Juror #3: It's these kids - the way they are nowadays. When
I was a kid I used to call my father, "Sir". That's right.
"Sir". You ever hear a kid call his father that anymore?
Juror #8: Fathers don't seem to think it's important
anymore.
Juror #3: [looking at him] You got any kids?
Juror #8: Three.
Juror #3: I got one. Twenty-two years old. [takes photo from his wallet and shows it to Juror #8] Aah. When he was nine years old he ran away from a
fight. I saw it; I was so embarrassed I almost threw up. I said, "I'm
gonna make a man outta you if I have to break you in two tryin'". And I
made a man out of him. When he was sixteen, we had a fight. Hit me in the jaw -
a big kid. Haven't seen him for two years. Kids... work your heart out...
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