TRECHO DO DEPOIMENTO DE NORTON OLIVEIRA DO NASCIMENTO, PRESTADO SOB JURAMENTO, EM RELAÇÃO AO ASSASSINATO DE SUA IRMÃ MÔNICA OLIVEIRA DO NASCIMENTO, EM 15 DE MAIO DE 1975 EM PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL.
DEPOIMENTO PRESTADO EM 17 DE MAIO DE 1975 NO PALÁCIO DA POLÍCIA DE PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL.
P.: Seu nome?
R.: Norton Oliveira do Nascimento.
P.: Data de nascimento?
R.: 24 de Outubro de 1956.
P.: Seu endereço?
R.: Moro com meus pais na rua Anita Garibaldi, nº64, apartamento 12.
P.: Como o sr. soube da morte de sua irmã?
R.: Estávamos à mesa para o jantar, por volta das 20 horas e Mônica não vinha, apesar dos chamados de minha mãe. Então ela, minha mãe resolveu bater na porta do quarto de Mônica, mas não teve resposta. Eu e meu pai estávamos sentados à mesa e ouvimos os gritos de horror de mamãe. Corremos a acudi-la, eu e meu pai e...
P.:Pode descrever como encontrou sua irmã?
R.: Ela estava no solo, as pernas dobradas, viradas pra sua esquerda, assim como a sua cabeça. O... o pescoço estava... aberto...
P.: Algo lhe chamou a atenção em particular?
R.: Acho que... acho que a primeira coisa que reparei foi espressão de sua face.
P.: O que, exatamente?
R.: Ela tinha a... garganta rasgada, mas sua espressão não era de dor, mas serena, com um quê de surpresa. Coisa louca, não? ela não pareceu sentir dor!
P.: O legista estabeleceu que a ferida foi feita enquanto ela estava viva. Ele também percebeu a expressão serena de sua irmã.
R.: Sabem o que foi que ele usou para a matar?
P.: Ele quem?
R.: Jairo!
P.: Segundo o legista, a laceração que sua irmã sofreu foi feita com... uma garra ou unha.
R.: O quê?
P.: A morte de sua irmã nos tem colocado diante de muitas questões estranhas. Não temos nenhuma razão para pensar que Jairo Alencar seja o assassino. Sua irmã morreu no décimo segundo andar de seu prédio, como sabe, e ninguém viu Jairo entrar ou sair do prédio.
R.: Mas tem que ser ele! Ele já matou aquele amigo dele, não matou?
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