Wednesday, 30 April 2014

"Autumn Days" by Lord Alfred Douglas (in English)



I have been through the woods to-day
And the leaves were falling,
Summer had crept away,
And the birds were not calling.

And the bracken was like yellow gold
That comes too late,
When the heart is sad and old,
And death at the gate.

Ah, mournful Autumn ! Sad,
Slow death that comes at last,
I am mad for a yesterday, mad !
I am sick for a year that is past!

Though the sun be like blood in the sky
He is cold as the lips of hate,
And he fires the sere leaves as they lie
On their bed of earth, too late.

They are dead, and the bare trees weep
Not loud as a mortal weeping,
But as sorrow that sighs in sleep,
And as grief that is still in sleeping.

Tuesday, 29 April 2014

"Como Nuvens que Passam" (Cantos VI and VII) by José Thiesen (in Portuguese)

Canto VI

     - Que vais fazer?

     - Vou para Itália, Eduardo.

     - Quando? Onde na Itália?

     - Um lugarejo perto de Rimini. Já está tudo acertado, casa, trabalho...

     - Um lugarejo perto de Rimini?

     - Isso.

     - Eu não acredito! O que houve com o mundo? Só porque mudei-me pra New York, aquele fascista ganha as eleições no Brasil, Luciano se casa com uma lambisgóia e te vais pra Itália? Mas fazer o que "num lugarejo perto de Rimini"? Então fica comigo aqui, no centro do mundo!

     - Já tenho tudo acertado com a mãe de Giorgio. Vou ficar contigo umas semaninhas, se não te importas e depois tomo o meu rumo.

     Houve uma pausa e depois ele continuou: Acredite, não estou fugindo; nem estou sofrendo. Estava apaixonado e isso passou. Ou se não passou, passará. Mas não vou ficar à mercê de uma pessoa que me quer mas quer conforto familiar mais que a mim. Agora estou indo pra Itália; um mundo novo a desbravar; não sei o que há por lá, mas estou livre para descobrir.


Canto VII

     Eu e Eduardo fomos tomando na vida rumos distintos, em todos os sentidos. Enquanto ele renovava-se tendo romance novo a cada semana, bêbado com a vida novaiorquina, eu era muito, muito mais restrito e os poucos que tive, foram - ao menos de minha parte - sempre intensos, como se fossem minha última opção na vida.

     Poucos conseguiam dar-me o troco devido.

     Giorgio foi um deles.





Saturday, 26 April 2014

"Ecclesiastes" (Chapter IV) by Qoheleth (in English)



Chapter 4

1 Again I considered all the oppressions that take place under the sun: the tears of the victims with none to comfort them! From the hand of their oppressors comes violence, and there is none to comfort them! 2 And those now dead, I declared more fortunate in death than are the living to be still alive. 3 And better off than both is the yet unborn, who has not seen the wicked work that is done under the sun. 4 Then I saw that all toil and skilful work is the rivalry of one man for another. This also is vanity and a chase after wind.

5 "The fool folds his arms
and consumes his own flesh" -

6 Better is one handful with tranquillity
than two with toil and a chase after wind!

7 Again I found this vanity under the sun: 8 a solitary man with no companion; with neither son nor brother. Yet there is no end to all his toil, and riches do not satisfy his greed. "For whom do I toil and deprive myself of good things?" This also is vanity and a worthless task.

9 Two are better than one: they get a good wage for their labor. 10 If the one falls, the other will lift up his companion. Woe to the solitary man! For if he should fall, he has no one to lift him up. 11 So also, if two sleep together, they keep each other warm. How can one alone keep warm? 12 Where a lone man may be overcome, two together can resist. A three-ply cord is not easily broken.

13 Better is a poor but wise youth than
an old but foolish king

who no longer knows caution; 14 for from a prison house one comes forth to rule, since even in his royalty he was poor at birth. 15 Then I saw all those who are to live and move about under the sun with the heir apparent who will succeed to his place. 16 There is no end to all these people, to all over whom he takes precedence; yet the later generations will not applaud him. This also is vanity and a chase after wind.

17 Guard your step when you go to the house of God. Let your approach be obedience, rather than the fools' offering of sacrifice; for they know not how to keep from doing evil.

Friday, 25 April 2014

"Manifestatis Probatum" by Pope Alexander III (in Portuguese)



     "Alexandre, Bispo, Servo dos Servos de Deus, ao Caríssimo filho em Cristo, Afonso, Ilustre Rei dos Portugueses, e a seus herdeiros, in 'perpetuum'. Está claramente demonstrado que, como bom filho e príncipe católico, prestaste inumeráveis serviços a tua mãe, a Santa Igreja, exterminando intrepidamente em porfiados trabalhos e proezas militares os inimigos do nome cristão e propagando diligentemente a fé cristã, assim deixaste aos vindouros nome digno de memória e exemplo merecedor de imitação. Deve a Sé Apostólica amar com sincero afecto e procurar atender eficazmente, em suas justas súplicas, os que a Providência divina escolheu para governo e salvação do povo. Por isso, Nós, atendemos às qualidades de prudência, justiça e idoneidade de governo que ilustram a tua pessoa, tomamo-la sob a proteção de São Pedro e nossa, e concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao teu excelso domínio o reino de Portugal com inteiras honras de reino e a dignidade que aos reis pertence, bem como todos os lugares que com o auxílio da graça celeste conquistaste das mãos dos Sarracenos e nos quais não podem reivindicar direitos os vizinhos príncipes cristãos. E para que mais te fervores em devoção e serviço ao príncipe dos apóstolos S. Pedro e à Santa Igreja de Roma, decidimos fazer a mesma concessão a teus herdeiros e, com a ajuda de Deus, prometemos defender-lha, quanto caiba em nosso apóstolico magistério."

Thursday, 24 April 2014

Sonnet X by William Shakespeare (in English)



For shame deny that thou bear'st love to any,
Who for thy self art so unprovident.
Grant, if thou wilt, thou art beloved of many,
But that thou none lov'st is most evident:
For thou art so possessed with murderous hate,
That 'gainst thy self thou stick'st not to conspire,
Seeking that beauteous roof to ruinate
Which to repair should be thy chief desire.
O! change thy thought, that I may change my mind:
Shall hate be fairer lodged than gentle love?
Be, as thy presence is, gracious and kind,
Or to thyself at least kind-hearted prove:
   Make thee another self for love of me,
   That beauty still may live in thine or thee.

Wednesday, 23 April 2014

"Job" by Raimundo Correia (in English)



Quem vai passando, sinta
Nojo embora, ali pára. Ao princípio era um só;
Depois dez, vinte, trinta
Mulheres e homens... tudo a contemplar o Job.

Qual fixa boquiaberto;
Qual à distância vê; qual se aproxima altivo,
Para olhar mais de perto
Esse pântano humano, esse monturo vivo.

Grossa turba o rodeia...
E o que mais horroriza é vê-lo a mendigar,
E ninguém ter a idéia
De um só vintém às mãos roídas lhe atirar!

Não! Nem ver que a indigência
Em pasto o muda já de vermes; e lhe impera,
Na imunda florescência
Do corpo, a podridão em plena primavera;

Nem ver sobre ele, em bando,
Os moscardos cruéis de ríspidos ferrões,
Incômodos, cantando
A música feral das decomposições;

Nem ver que, entre os destroços
De seus membros, a Morte, em blasfêmias e pragas,
Descarnando-lhe os ossos,
Os dentes mostra a rir, pelas bocas das chagas;

Nem ver que só o escasso
Roto andrajo, onde a lepra horrível que lhe prui
Mal se encobre, e o pedaço
De telha, com que a raspa, o mísero possui;

Nem do vento às rajadas
Ver-lhe os farrapos vis da roupa flutuante,
Voando—desfraldadas
Bandeiras da miséria imensa e triunfante!

Nem ver... Job agoniza!
Embora; isso não é o que horroriza mais.
—O que mais horroriza
São a falsa piedade, os fementidos ais;

São os consolos fúteis
Da turba que o rodeia, e as palavras fingidas,
Mais baixas, mais inúteis
Do que a língua dos cães, lambendo-lhe as feridas;

Da turba que se, odienta,
Com a pata brutal do seu orgulho vão
Não nos magoa, inventa,
Para nos magoar, a sua compaixão!

Se há, entre a luz e a treva,
Um termo médio, e em tudo há um ponto mediano,
É triste que não deva
Haver isso também no coração humano!

Porque n'alma não há de
Um meio termo haver dessa gente também,
Entre a inveja e a piedade?
Pois tem piedade só, quando inveja não tem!

Tuesday, 22 April 2014

"The Hunting Of The Snark an Agony in Eight Fits" by Lewis Carroll (Fit the Fifth) (in English)



                      Fit the Fifth

                   THE BEAVER'S LESSON

     They sought it with thimbles, they sought it with care;
          They pursued it with forks and hope;
     They threatened its life with a railway-share;
          They charmed it with smiles and soap.

     Then the Butcher contrived an ingenious plan
          For making a separate sally;
     And had fixed on a spot unfrequented by man,
          A dismal and desolate valley.

     But the very same plan to the Beaver occurred:
          It had chosen the very same place:
     Yet neither betrayed, by a sign or a word,
          The disgust that appeared in his face.

     Each thought he was thinking of nothing but "Snark"
          And the glorious work of the day;
     And each tried to pretend that he did not remark
          That the other was going that way.

     But the valley grew narrow and narrower still,
          And the evening got darker and colder,
     Till (merely from nervousness, not from goodwill)
          They marched along shoulder to shoulder.

     Then a scream, shrill and high, rent the shuddering sky,
          And they knew that some danger was near:
     The Beaver turned pale to the tip of its tail,
          And even the Butcher felt queer.

     He thought of his childhood, left far far behind—
          That blissful and innocent state—
     The sound so exactly recalled to his mind
          A pencil that squeaks on a slate!

     "'Tis the voice of the Jubjub!" he suddenly cried.
          (This man, that they used to call "Dunce.")
     "As the Bellman would tell you," he added with pride,
          "I have uttered that sentiment once.

     "'Tis the note of the Jubjub! Keep count, I entreat;
          You will find I have told it you twice.
     'Tis the song of the Jubjub! The proof is complete,
          If only I've stated it thrice."

     The Beaver had counted with scrupulous care,
          Attending to every word:
     But it fairly lost heart, and outgrabe in despair,
          When the third repetition occurred.

     It felt that, in spite of all possible pains,
          It had somehow contrived to lose count,
     And the only thing now was to rack its poor brains
          By reckoning up the amount.

     "Two added to one—if that could but be done,"
          It said, "with one's fingers and thumbs!"
     Recollecting with tears how, in earlier years,
          It had taken no pains with its sums.

     "The thing can be done," said the Butcher, "I think.
          The thing must be done, I am sure.
     The thing shall be done!  Bring me paper and ink,
          The best there is time to procure."

     The Beaver brought paper, portfolio, pens,
          And ink in unfailing supplies:
     While strange creepy creatures came out of their dens,
          And watched them with wondering eyes.

     So engrossed was the Butcher, he heeded them not,
          As he wrote with a pen in each hand,
     And explained all the while in a popular style
          Which the Beaver could well understand.

     "Taking Three as the subject to reason about—
          A convenient number to state—
     We add Seven, and Ten, and then multiply out
          By One Thousand diminished by Eight.

     "The result we proceed to divide, as you see,
          By Nine Hundred and Ninety Two:
     Then subtract Seventeen, and the answer must be
          Exactly and perfectly true.

     "The method employed I would gladly explain,
          While I have it so clear in my head,
     If I had but the time and you had but the brain—
          But much yet remains to be said.

     "In one moment I've seen what has hitherto been
          Enveloped in absolute mystery,
     And without extra charge I will give you at large
          A Lesson in Natural History."

     In his genial way he proceeded to say
          (Forgetting all laws of propriety,
     And that giving instruction, without introduction,
          Would have caused quite a thrill in Society),

     "As to temper the Jubjub's a desperate bird,
          Since it lives in perpetual passion:
     Its taste in costume is entirely absurd—
          It is ages ahead of the fashion:

     "But it knows any friend it has met once before:
          It never will look at a bribe:
     And in charity-meetings it stands at the door,
          And collects—though it does not subscribe.

     "Its' flavour when cooked is more exquisite far
          Than mutton, or oysters, or eggs:
     (Some think it keeps best in an ivory jar,
          And some, in mahogany kegs:)

     "You boil it in sawdust: you salt it in glue:
          You condense it with locusts and tape:
     Still keeping one principal object in view—
          To preserve its symmetrical shape."

     The Butcher would gladly have talked till next day,
          But he felt that the lesson must end,
     And he wept with delight in attempting to say
          He considered the Beaver his friend.

     While the Beaver confessed, with affectionate looks
          More eloquent even than tears,
     It had learned in ten minutes far more than all books
          Would have taught it in seventy years.

     They returned hand-in-hand, and the Bellman, unmanned
          (For a moment) with noble emotion,
     Said "This amply repays all the wearisome days
          We have spent on the billowy ocean!"

     Such friends, as the Beaver and Butcher became,
          Have seldom if ever been known;
     In winter or summer, 'twas always the same—
          You could never meet either alone.

     And when quarrels arose—as one frequently finds
          Quarrels will, spite of every endeavour—
     The song of the Jubjub recurred to their minds,
          And cemented their friendship for ever!

Sunday, 20 April 2014

The Resurection According to St. Matthew (in English)



Chapter 28

1 After the sabbath, as the first day of the week was dawning, Mary Magdalene and the other Mary came to see the tomb. 2 And behold, there was a great earthquake; for an angel of the Lord descended from heaven, approached, rolled back the stone, and sat upon it. 3 His appearance was like lightning and his clothing was white as snow. 4 The guards were shaken with fear of him and became like dead men. 5 Then the angel said to the women in reply, "Do not be afraid! I know that you are seeking Jesus the crucified. 6 He is not here, for he has been raised just as he said. Come and see the place where he lay. 7 Then go quickly and tell his disciples, 'He has been raised from the dead, and he is going before you to Galilee; there you will see him.' Behold, I have told you." 8 Then they went away quickly from the tomb, fearful yet overjoyed, and ran to announce 5 this to his disciples.

9 And behold, Jesus met them on their way and greeted them. They approached, embraced his feet, and did him homage. 10 Then Jesus said to them, "Do not be afraid. Go tell my brothers to go to Galilee, and there they will see me."

11 While they were going, some of the guard went into the city and told the chief priests all that had happened. 12 They assembled with the elders and took counsel; then they gave a large sum of money to the soldiers, 13 telling them, "You are to say, 'His disciples came by night and stole him while we were asleep.' 14 And if this gets to the ears of the governor, we will satisfy (him) and keep you out of trouble." 15 The soldiers took the money and did as they were instructed. And this story has circulated among the Jews to the present (day).

16 The eleven disciples went to Galilee, to the mountain to which Jesus had ordered them. 17 When they saw him, they worshiped, but they doubted. 18 Then Jesus approached and said to them, "All power in heaven and on earth has been given to me. 19 Go, therefore, 12 and make disciples of all nations, baptizing them in the name of the Father, and of the Son, and of the holy Spirit, 20 teaching them to observe all that I have commanded you. And behold, I am with you always, until the end of the age."


Saturday, 19 April 2014

"12 Angry Men" by Reginald Rose (in English)



Juror #8: I just want to talk.

Juror #7: Well, what's there to talk about? Eleven men in here think he's guilty. No one had to think about it twice except you.

Juror #10: I want to to ask you something: do you believe his story?

Juror #8: I don't know whether I believe it or not - maybe I don't.

Juror #7: So how come you vote not guilty?

Juror #8: Well, there were eleven votes for guilty. It's not easy to raise my hand and send a boy off to die without talking about it first.

Juror #7: Well now, who says it's easy?

Juror #8: No one.

Juror #7: What, just because I voted fast? I honestly think the guy's guilty. Couldn't change my mind if you talked for a hundred years.

Juror #8: I'm not trying to change your mind. It's just that... we're talking about somebody's life here. We can't decide it in five minutes. Supposing we're wrong?

Juror #7: Supposing we're wrong! Supposing this whole building should fall down on my head. You can suppose anything!

Juror #8: That's right.

Thursday, 17 April 2014

"Suite dos Pescadores" by Dorival Caymmi (in Portuguese)



Minha jangada vai sair pro mar,
Vou trabalhar, meu bem querer,
Se Deus quiser quando eu voltar,
Do mar,
um peixe bom, eu vou trazer...
Meus companheiros também vão voltar,
E a Deus do céu vamos agradecer !

Adeus, adeus...
Pescador não esqueças de mim!
Vou rezar pra ter bom tempo,
Meu nego,
Pra não ter tempo ruim...
Vou fazer sua caminha macia...
Perfumada de alecrim...

Pedro! Pedro! Pedro!
Chico! Chico! Chico!
Nino! Nino! Nino!
Zeca! Zeca! Zeca!
Cade vocês, homens de Deus?

Eu bem que disse a José!
Não vá José ! não vá José!
Meu Deus!

Com tempo desses não se sai!
Quem vai pro mar, quem vai pro mar,
Quem vai pro mar, quem vai pro mar,
Não vém!

Pedro! Pedro! Pedro...
Chico! Chico! Chico...
Nino! Nino! Nino...
Zeca! Zeca! Zeca...

É tão triste ver...
Partir alguem...
Que a gente quer...
Com tanto amor...
E suportar...
A agonia...
De esperar voltar...

Viver olhando o céu e o mar...
A incerteza a torturar... a gente fica só...
Tão só, a gente fica só...
Tão só...
É triste esperar...

Uma incelênça...
Entrou no paraiso...
Entrou no paraiso...

Adeus! irmão Adeus!
Até o dia de Juizo!

Adeus! irmão Adeus!
Até o dia de Juizo...


Minha jangada vai sair pro mar,
Vou trabalhar, meu bem querer,
Se Deus quiser quando eu voltar,
Do mar,
Um peixe bom, eu vou trazer...
Meus companheirs também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer !

 Suite dos Pescadores sung by OSESP's Choral.

Wednesday, 16 April 2014

Últimos Versos by Bocage (in Portuguese)



Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu astro vai parar desfeito em vento...
Eu, aos céus ultrajei, ó meu tormento!
Leve me torne, sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio da razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria...

Outro Aretino fui... A santidade,
Manchei!...Oh! Se me creste, gente ímpia,
 Rasga meus versos, crê na Eternidade.

Monday, 14 April 2014

"The Divine Comedy" by Dante Alighieri (Inferno: Canto VII) (in Italian)



           
Inferno: Canto VII

<<Pape Satan, pape Satan aleppe!>>,
  comincio` Pluto con la voce chioccia;
  e quel savio gentil, che tutto seppe,

disse per confortarmi: <<Non ti noccia
  la tua paura; che', poder ch'elli abbia,
  non ci torra` lo scender questa roccia>>.

Poi si rivolse a quella 'nfiata labbia,
  e disse: <<Taci, maladetto lupo!
  consuma dentro te con la tua rabbia.

Non e` sanza cagion l'andare al cupo:
  vuolsi ne l'alto, la` dove Michele
  fe' la vendetta del superbo strupo>>.

Quali dal vento le gonfiate vele
  caggiono avvolte, poi che l'alber fiacca,
  tal cadde a terra la fiera crudele.

Cosi` scendemmo ne la quarta lacca
  pigliando piu` de la dolente ripa
  che 'l mal de l'universo tutto insacca.

Ahi giustizia di Dio! tante chi stipa
  nove travaglie e pene quant'io viddi?
  e perche' nostra colpa si` ne scipa?

Come fa l'onda la` sovra Cariddi,
  che si frange con quella in cui s'intoppa,
  cosi` convien che qui la gente riddi.

Qui vid'i' gente piu` ch'altrove troppa,
  e d'una parte e d'altra, con grand'urli,
  voltando pesi per forza di poppa.

Percoteansi 'ncontro; e poscia pur li`
  si rivolgea ciascun, voltando a retro,
  gridando: <<Perche' tieni?>> e <<Perche' burli?>>.

Cosi` tornavan per lo cerchio tetro
  da ogne mano a l'opposito punto,
  gridandosi anche loro ontoso metro;

poi si volgea ciascun, quand'era giunto,
  per lo suo mezzo cerchio a l'altra giostra.
  E io, ch'avea lo cor quasi compunto,

dissi: <<Maestro mio, or mi dimostra
  che gente e` questa, e se tutti fuor cherci
  questi chercuti a la sinistra nostra>>.

Ed elli a me: <<Tutti quanti fuor guerci
  si` de la mente in la vita primaia,
  che con misura nullo spendio ferci.

Assai la voce lor chiaro l'abbaia
  quando vegnono a' due punti del cerchio
  dove colpa contraria li dispaia.

Questi fuor cherci, che non han coperchio
  piloso al capo, e papi e cardinali,
  in cui usa avarizia il suo soperchio>>.

E io: <<Maestro, tra questi cotali
  dovre' io ben riconoscere alcuni
  che furo immondi di cotesti mali>>.

Ed elli a me: <<Vano pensiero aduni:
  la sconoscente vita che i fe' sozzi
  ad ogne conoscenza or li fa bruni.

In etterno verranno a li due cozzi:
  questi resurgeranno del sepulcro
  col pugno chiuso, e questi coi crin mozzi.

Mal dare e mal tener lo mondo pulcro
  ha tolto loro, e posti a questa zuffa:
  qual ella sia, parole non ci appulcro.

Or puoi, figliuol, veder la corta buffa
  d'i ben che son commessi a la fortuna,
  per che l'umana gente si rabbuffa;

che' tutto l'oro ch'e` sotto la luna
  e che gia` fu, di quest'anime stanche
  non poterebbe farne posare una>>.

<<Maestro mio>>, diss'io, <<or mi di` anche:
  questa fortuna di che tu mi tocche,
  che e`, che i ben del mondo ha si` tra branche?>>.

E quelli a me: <<Oh creature sciocche,
  quanta ignoranza e` quella che v'offende!
  Or vo' che tu mia sentenza ne 'mbocche.

Colui lo cui saver tutto trascende,
  fece li cieli e die` lor chi conduce
  si` ch'ogne parte ad ogne parte splende,

distribuendo igualmente la luce.
  Similemente a li splendor mondani
  ordino` general ministra e duce

che permutasse a tempo li ben vani
  di gente in gente e d'uno in altro sangue,
  oltre la difension d'i senni umani;

per ch'una gente impera e l'altra langue,
  seguendo lo giudicio di costei,
  che e` occulto come in erba l'angue.

Vostro saver non ha contasto a lei:
  questa provede, giudica, e persegue
  suo regno come il loro li altri dei.

Le sue permutazion non hanno triegue;
  necessita` la fa esser veloce;
  si` spesso vien chi vicenda consegue.

Quest'e` colei ch'e` tanto posta in croce
  pur da color che le dovrien dar lode,
  dandole biasmo a torto e mala voce;

ma ella s'e` beata e cio` non ode:
  con l'altre prime creature lieta
  volve sua spera e beata si gode.

Or discendiamo omai a maggior pieta;
  gia` ogne stella cade che saliva
  quand'io mi mossi, e 'l troppo star si vieta>>.

Noi ricidemmo il cerchio a l'altra riva
  sovr'una fonte che bolle e riversa
  per un fossato che da lei deriva.

L'acqua era buia assai piu` che persa;
  e noi, in compagnia de l'onde bige,
  intrammo giu` per una via diversa.

In la palude va c'ha nome Stige
  questo tristo ruscel, quand'e` disceso
  al pie` de le maligne piagge grige.

E io, che di mirare stava inteso,
  vidi genti fangose in quel pantano,
  ignude tutte, con sembiante offeso.

Queste si percotean non pur con mano,
  ma con la testa e col petto e coi piedi,
  troncandosi co' denti a brano a brano.

Lo buon maestro disse: <<Figlio, or vedi
  l'anime di color cui vinse l'ira;
  e anche vo' che tu per certo credi

che sotto l'acqua e` gente che sospira,
  e fanno pullular quest'acqua al summo,
  come l'occhio ti dice, u' che s'aggira.

Fitti nel limo, dicon: "Tristi fummo
  ne l'aere dolce che dal sol s'allegra,
  portando dentro accidioso fummo:

or ci attristiam ne la belletta negra".
  Quest'inno si gorgoglian ne la strozza,
  che' dir nol posson con parola integra>>.

Cosi` girammo de la lorda pozza
  grand'arco tra la ripa secca e 'l mezzo,
  con li occhi volti a chi del fango ingozza.

Venimmo al pie` d'una torre al da sezzo.