art by John Forte - Marvel Tales #119 (Atlas Comics, 1953).
Tuesday 7 January 2014
Monday 6 January 2014
The Maggi according to St. Matthew (in Portuguese)
1 Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis
que magos vieram do oriente a Jerusalém. 2 Perguntaram
eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no
oriente e viemos adorá-lo. 3 A esta notícia, o
rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 4
Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde
havia de nascer o Cristo. 5 Disseram-lhe: Em
Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:
6 E tu, Belém, terra de Judá,
não
és de modo algum a menor entre as cidades de Judá,
porque
de ti sairá o chefe
que
governará Israel, meu povo (Miq 5,2).
7 Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a
época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 8 E,
enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando
o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo. 9 Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E
eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar
sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. 10 A
aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11 Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se
diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como
presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em
sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.
13 Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e
disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que
eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar. 14 José levantou-se durante a noite, tomou o menino e
sua mãe e partiu para o Egito.
15 Ali
permaneceu até a morte de Herodes para que se cumprisse o que o Senhor dissera
pelo profeta:
Eu chamei do Egito meu filho (Os 11,1).
16 Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado
pelos magos, ficou muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores
todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia
indagado dos magos. 17 Cumpriu-se, então, o que
foi dito pelo profeta Jeremias:
18 Em Ramá se ouviu uma voz,
choro
e grandes lamentos:
é
Raquel a chorar seus filhos;
não
quer consolação,
porque
já não existem (Jer 31,15)!
19 Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no
Egito, e disse: 20 Levanta-te, toma o menino e
sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a
vida do menino. 21 José levantou-se, tomou o
menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. 22
Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes,
não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a
província da Galiléia 23 e veio habitar na
cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas:
Será chamado Nazareno.
Sunday 5 January 2014
"Amor e Vida" by Raimundo Correia (in Portuguese)
Esconde-me a
alma, no íntimo, oprimida,
Este amor
infeliz, como se fora
Um crime aos
olhos dessa, que ela adora,
Dessa, que
crendo-o, crera-se ofendida.
A crua e rija
lâmina homicida
Do seu desdém
vara-me o peito; embora,
Que o amor que
cresce nele, e nele mora,
Só findará quando
findar-me a vida!
Ó meu amor! como
num mar profundo,
Achaste em mim
teu álgido, teu fundo,
Teu derradeiro,
teu feral abrigo!
E qual do rei de
Tule a taça de ouro,
Ó meu sacro, ó
meu único tesouro!
Ó meu amor! tu
morrerás comigo!
Saturday 4 January 2014
"The Song of Songs of Solomon" (Chapter IV in English)
1 Bridegroom: Ah, you are beautiful, my beloved,
ah, you are beautiful!
Your eyes are doves
behind your veil.
Your hair is like a flock of goats
streaming down the mountains of Gilead.
2 Your teeth are like a flock
of ewes to be shorn,
which come up from the washing,
All of them big with twins,
none of them thin and barren.
3 Your lips are like a
scarlet strand;
your mouth is lovely.
Your cheek is like a half-pomegranate
behind your veil.
4 Your neck is like David's
tower
girt with battlements;
A thousand bucklers hang upon it,
all the shields of valiant men.
5 Your breasts are like twin
fawns,
the young of a gazelle
that browse among the lilies.
6 Until the day breathes cool
and the shadows lengthen,
I will go to the mountain of myrrh,
to the hill of incense.
7 You are all-beautiful, my
beloved,
and there is no blemish in you.
8 Come from Lebanon, my bride,
come from Lebanon,
come!
Descend from the top of Amana,
from the top of Senir and Hermon,
From the haunts of lions,
from the leopards' mountains.
9 You have ravished my heart,
my sister, my bride;
you have ravished my heart with one glance of your eyes,
with one bead of your necklace.
10 How beautiful is your
love, my sister, my bride,
how much more delightful is your love than wine,
and the fragrance of your ointments than all spices!
11 Your lips drip honey, my
bride,
sweetmeats and milk are under your tongue;
And the fragrance of your garments
is the fragrance of Lebanon.
12 You are an enclosed
garden, my sister, my bride,
an enclosed garden, a fountain sealed.
13 You are a park that puts
forth pomegranates,
with all choice fruits;
14 Nard and saffron, calamus
and cinnamon,
with all kinds of incense;
Myrrh and aloes,
with all the finest spices.
15 You are a garden fountain,
a well of water
flowing fresh from Lebanon.
16 Bride: Arise, north wind! Come, south wind!
blow upon my garden
that its perfumes may spread abroad.
Let my lover come to his garden
and eat its choice fruits.
Friday 3 January 2014
"Ouvir Estrelas" by Olavo Bilac (in Portuguese)
Ora (direis)
ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto,
Que para
ouvi-las, muita vez desperto
Eu abro a janela,
pálido de espanto...
E conversamos
toda noite, enquanto
A via Láctea,
como um pálio aberto,
Cintila. E, ao
vir o sol saudoso e em pranto,
Inda as procuro
pelo céu deserto.
Direis agora:
Tresloucado amigo!
Que conversas com
elas? Que sentido
Tem o que dizem,
quando estão contigo?
E eu vos direi:
Amai para entendê-las!
Pois só quem ama
pode ter ouvido
Capaz de ouvir e
de entender estrelas!
Thursday 2 January 2014
"The Divine Comedy" by Dante Alighieri (Inferno, Chant II) (in Italian)
Inferno: Canto II
Lo giorno se
n'andava, e l'aere bruno
toglieva li animai che sono in terra
da le fatiche loro; e io sol uno
m'apparecchiava a
sostener la guerra
si` del cammino e si` de la pietate,
che ritrarra` la mente che non erra.
O muse, o alto
ingegno, or m'aiutate;
o mente che scrivesti cio` ch'io vidi,
qui si parra` la tua nobilitate.
Io cominciai:
<<Poeta che mi guidi,
guarda la mia virtu` s'ell'e` possente,
prima ch'a l'alto passo tu mi fidi.
Tu dici che di
Silvio il parente,
corruttibile ancora, ad immortale
secolo ando`, e fu sensibilmente.
Pero`, se
l'avversario d'ogne male
cortese i fu, pensando l'alto effetto
ch'uscir dovea di lui e 'l chi e 'l quale,
non pare indegno ad omo d'intelletto;
ch'e' fu de l'alma Roma e di suo impero
ne l'empireo ciel per padre eletto:
la quale e 'l
quale, a voler dir lo vero,
fu stabilita per lo loco santo
u' siede il successor del maggior Piero.
Per quest'andata
onde li dai tu vanto,
intese cose che furon cagione
di sua vittoria e del papale ammanto.
Andovvi poi lo
Vas d'elezione,
per recarne conforto a quella fede
ch'e` principio a la via di salvazione.
Ma io perche'
venirvi? o chi 'l concede?
Io non Enea, io non Paulo sono:
me degno a cio` ne' io ne' altri 'l crede.
Per che, se del
venire io m'abbandono,
temo che la venuta non sia folle.
Se' savio; intendi me' ch'i' non
ragiono>>.
E qual e` quei
che disvuol cio` che volle
e per novi pensier cangia proposta,
si` che dal cominciar tutto si tolle,
tal mi fec'io 'n
quella oscura costa,
perche', pensando, consumai la 'mpresa
che fu nel cominciar cotanto tosta.
<<S'i' ho
ben la parola tua intesa>>,
rispuose del magnanimo quell'ombra;
<<l'anima tua e` da viltade offesa;
la qual molte
fiate l'omo ingombra
si` che d'onrata impresa lo rivolve,
come falso veder bestia quand'ombra.
Da questa tema
accio` che tu ti solve,
dirotti perch'io venni e quel ch'io 'ntesi
nel primo punto che di te mi dolve.
Io era tra color
che son sospesi,
e donna mi chiamo` beata e bella,
tal che di comandare io la richiesi.
Lucevan li occhi
suoi piu` che la stella;
e cominciommi a dir soave e piana,
con angelica voce, in sua favella:
"O anima
cortese mantoana,
di cui la fama ancor nel mondo dura,
e durera` quanto 'l mondo lontana,
l'amico mio, e
non de la ventura,
ne la diserta piaggia e` impedito
si` nel cammin, che volt'e` per paura;
e temo che non
sia gia` si` smarrito,
ch'io mi sia tardi al soccorso levata,
per quel ch'i' ho di lui nel cielo udito.
Or movi, e con la
tua parola ornata
e con cio` c'ha mestieri al suo campare
l'aiuta, si` ch'i' ne sia consolata.
I' son Beatrice
che ti faccio andare;
vegno del loco ove tornar disio;
amor mi mosse, che mi fa parlare.
Quando saro`
dinanzi al segnor mio,
di te mi lodero` sovente a lui".
Tacette allora, e poi comincia' io:
"O donna di
virtu`, sola per cui
l'umana spezie eccede ogne contento
di quel ciel c'ha minor li cerchi sui,
tanto m'aggrada
il tuo comandamento,
che l'ubidir, se gia` fosse, m'e` tardi;
piu` non t'e` uo' ch'aprirmi il tuo talento.
Ma dimmi la cagion che non ti guardi
de lo scender qua giuso in questo centro
de l'ampio loco ove tornar tu ardi".
"Da che tu
vuo' saver cotanto a dentro,
dirotti brievemente", mi rispuose,
"perch'io non temo di venir qua entro.
Temer si dee di
sole quelle cose
c'hanno potenza di fare altrui male;
de l'altre no, che' non son paurose.
I' son fatta da
Dio, sua merce', tale,
che la vostra miseria non mi tange,
ne' fiamma d'esto incendio non m'assale.
Donna e` gentil
nel ciel che si compiange
di questo 'mpedimento ov'io ti mando,
si` che duro giudicio la` su` frange.
Questa chiese
Lucia in suo dimando
e disse: - Or ha bisogno il tuo fedele
di te, e io a te lo raccomando -.
Lucia, nimica di
ciascun crudele,
si mosse, e venne al loco dov'i' era,
che mi sedea con l'antica Rachele.
Disse: -
Beatrice, loda di Dio vera,
che' non soccorri quei che t'amo` tanto,
ch'usci` per te de la volgare schiera?
non odi tu la
pieta del suo pianto?
non vedi tu la morte che 'l combatte
su la fiumana ove 'l mar non ha vanto? -.
Al mondo non fur mai persone ratte
a far lor pro o a fuggir lor danno,
com'io, dopo cotai parole fatte,
venni qua giu`
del mio beato scanno,
fidandomi del tuo parlare onesto,
ch'onora te e quei ch'udito l'hanno".
Poscia che m'ebbe
ragionato questo,
li occhi lucenti lagrimando volse;
per che mi fece del venir piu` presto;
e venni a te
cosi` com'ella volse;
d'inanzi a quella fiera ti levai
che del bel monte il corto andar ti tolse.
Dunque: che e`?
perche', perche' restai?
perche' tanta vilta` nel core allette?
perche' ardire e franchezza non hai,
poscia che tai
tre donne benedette
curan di te ne la corte del cielo,
e 'l mio parlar tanto ben ti
promette?>>.
Quali fioretti
dal notturno gelo
chinati e chiusi, poi che 'l sol li 'mbianca
si drizzan tutti aperti in loro stelo,
tal mi fec'io di
mia virtude stanca,
e tanto buono ardire al cor mi corse,
ch'i' cominciai come persona franca:
<<Oh
pietosa colei che mi soccorse!
e te cortese ch'ubidisti tosto
a le vere parole che ti porse!
Tu m'hai con
disiderio il cor disposto
si` al venir con le parole tue,
ch'i' son tornato nel primo proposto.
Or va, ch'un sol
volere e` d'ambedue:
tu duca, tu segnore, e tu maestro>>.
Cosi` li dissi; e poi che mosso fue,
intrai per lo
cammino alto e silvestro.
Wednesday 1 January 2014
"Como Sombras de Nuvens que Passam" (Cantos II, III, IV) by José Thiesen (in Portuguese)
Canto II
- E tu o amas muito?
- Numa escala de um a dez?
- Isso!
- Trinta e dois!
(risos)
- Mas conte-me, como ele é?
- Meu-deus, Eduardo! Como ele é? Dizer que Luciano é mais alto que eu, loiro, tem olhos verdes, boca pequena e grossa? Falar de seu bícepstóraxconstruçãoóssea? Falar o que, se ele é mais do que vejo e o que não vejo vai além das palavras?
- Ui! pirou mesmo! Cuidado, hein? Vai e vai, ele vira obcessão sem que te livres dele nem depois de ele se ter livrado de ti!
- Sei disso...
- Sabe mesmo? Jura?
- De pé junto...
Canto III
- Mas porque recusas esse curso?
- Oh, Luciano, eu... Parece-me que isso exige tanta concentração... Não sei se dou conta...
- Mas não custa nada tentar! E podemos fazer o curso juntos!
Canto IV
- Luciano, que é isso?
- Oi!...
- Estás todo molhado, homem!
- Essa chuva...
- Entra, enquanto busco uma toalha!
- Não!... Quer dizer... Vai, vai, eu espero...
(Essa! A mais bela, a de dias de festa!)
- Toma, te enxuga!
- Grato. Toalha bonita.
- Nada. Se compra igual em qualquer esquina. Mas que é que queres? Eu já ia dormir...
Então ele me abraçou ali na porta, chorando, depois de ter acabado comigo, tres semanas antes.
- E tu o amas muito?
- Numa escala de um a dez?
- Isso!
- Trinta e dois!
(risos)
- Mas conte-me, como ele é?
- Meu-deus, Eduardo! Como ele é? Dizer que Luciano é mais alto que eu, loiro, tem olhos verdes, boca pequena e grossa? Falar de seu bícepstóraxconstruçãoóssea? Falar o que, se ele é mais do que vejo e o que não vejo vai além das palavras?
- Ui! pirou mesmo! Cuidado, hein? Vai e vai, ele vira obcessão sem que te livres dele nem depois de ele se ter livrado de ti!
- Sei disso...
- Sabe mesmo? Jura?
- De pé junto...
Canto III
- Mas porque recusas esse curso?
- Oh, Luciano, eu... Parece-me que isso exige tanta concentração... Não sei se dou conta...
- Mas não custa nada tentar! E podemos fazer o curso juntos!
Canto IV
- Luciano, que é isso?
- Oi!...
- Estás todo molhado, homem!
- Essa chuva...
- Entra, enquanto busco uma toalha!
- Não!... Quer dizer... Vai, vai, eu espero...
(Essa! A mais bela, a de dias de festa!)
- Toma, te enxuga!
- Grato. Toalha bonita.
- Nada. Se compra igual em qualquer esquina. Mas que é que queres? Eu já ia dormir...
Então ele me abraçou ali na porta, chorando, depois de ter acabado comigo, tres semanas antes.
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