Saturday 4 April 2015

Easter 2015


"Improperia" by Unknow Writer (in Latin and translated into Portuguese)

Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi. Quia eduxi te de terra Aegypti: parasti Crucem Salvatori tuo.

Agios o Theos.
Sanctus Deus.
Agios ischyros.
Sanctus fortis.
Agios athanatos eleison imas.
Sanctus immortalis, miserere nobis.

Quia eduxi te per desertum quadraginta annis: et manna cibavi te, et introduxi te in terram satis bonam: parasti crucem Salvatori tuo.

Quid ultra debui facere tibi, et non feci? Ego quidem plantavi te vineam meam speciosissimam: et tu facta es mihi nimis amara; aceto namque sitim meam potasti, et lancea perforasti latus Salvatori tuo.

Ego propter te flagellavi Aegyptum cum primogenitis suis; et tu me flagellatum tradidisti. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego eduxi te de Aegypto, demerso Pharaone in mare rubrum; et tu me tradidìsti principibus Sacerdotum. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego ante te aperui mare, et tu aperuisti lancea latus meum. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego ante te praeivi in columna nubis: et tu me duxisti ad praetorium Pilati. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego te pavi manna per desertum; et tu me caecidisti alapis, et flagellis. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego te potavi aqua salutis de petra; et tu me potasti felle, et aceto. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego propter te Chananaeorum Reges percussi: et tu percussisti arundine caput meum. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego dedi tibi sceptrum regale; et tu dedisti capiti med spineam coronam. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

Ego te exaltavi magna virtute; et tu me suspendisti in patibulo Crucis. Popule meus, quid feci tibi? aut in quo constristavi te? responde mihi.

1. Povo meu, que te fiz eu?
Dize em que te contristei!
Que mais podia ter feito,
em que foi que eu te faltei?

Deus santo,
Deus forte,
Deus imortal,
Tende piedade de nós!

2. Eu te fiz sair do Egito,
Com maná te alimentei.
Preparei-te bela terra:
Tu, a cruz para o teu Rei!

3. Bela vinha eu te plantara,
Tu plantaste a lança em mim;
Aguas doces eu te dava,
Foste amargo até o fim!

4. Flagelei por ti o Egito,
Primogênitos matei;
Tu, porém, me flagelaste,
Entregaste o próprio Rei!

5. Eu te fiz sair do Egito,
afoguei o Faraó;
aos teus sumos sacerdotes
entregaste-me sem dó!

6. Eu te abri o mar Vermelho,
tu me abriste o coração;
a Pilatos me levaste,
eu levei-te pela mão.

7. Pus maná no teu deserto
teu ódio me flagelou;
fiz da pedra correr água,
o teu fel me saturou!

8. Cananeus por ti batera,
bateu-me uma cana à toa;
dei-te cetro e realeza,
tu, de espinhos a coroa!

9. Só na cruz tu me exaltaste,
quando em tudo te exaltei;
por que à morte me entregaste?
Em que foi que eu te faltei?




"Improperia" with music by Giovanni Pierluigi da Palestrina.

Friday 3 April 2015

"Ubi Caritas" hymn by Unknow Lyricist and Composer (in Latin and translated into Portuguese)

Ubi caritas et amor, Deus ibi est.
Congregavit nos in unum Christi amor.
Exsultemus, et in ipso jucundemur.
Timeamus, et amemus Deum vivum.
Et ex corde diligamus nos sincero.

Ubi caritas et amor, Deus ibi est.
Simul ergo cum in unum congregamur:
Ne nos mente dividamur, caveamus.
Cessent iurgia maligna, cessent lites.
Et in medio nostri sit Christus Deus.

Ubi caritas et amor, Deus ibi est.
Simul quoque cum beatis videamus,
Glorianter vultum tuum, Christe Deus:
Gaudium quod est immensum, atque probum,
Saecula per infinita saeculorum. Amen.

Onde o amor e a caridade, Deus aí está!
Congregou-nos num só corpo o amor de Cristo
Exultemos, pois, e nele jubilemos.
Ao Deus vivo nós temamos, mas amemos.
E, sinceros, uns aos outros, nos queiramos.

Onde o amor e a caridade, Deus aí está!
Todos juntos, num só corpo congregados:
Pela mente não sejamos separados!
Cessem lutas, cessem rixas, dissensões,
Mas esteja em nosso meio Cristo Deus!

Onde o amor e a caridade, Deus aí está!
Junto um dia, com os eleitos, nós vejamos
Tua face gloriosa, Cristo Deus:
Gáudio puro, que é imenso e que ainda vem,
Pelos séculos dos séculos. Amém.


Taizé Community.

Thursday 2 April 2015

Sonnet XXII by William Shakespeare (in English)

My glass shall not persuade me I am old,
So long as youth and thou are of one date;
But when in thee time's furrows I behold,
Then look I death my days should expiate.
For all that beauty that doth cover thee,
Is but the seemly raiment of my heart,
Which in thy breast doth live, as thine in me:
How can I then be elder than thou art?
O! therefore, love, be of thyself so wary
As I, not for myself, but for thee will;
Bearing thy heart, which I will keep so chary
As tender nurse her babe from faring ill.
   Presume not on thy heart when mine is slain,
   Thou gav'st me thine not to give back again.

Wednesday 1 April 2015

"As Duas Ilhas" by Castro Alves (in Portuguese)

Sobre uma página de poesia de V. Hugo
com o mesmo título



Quando à noite — às horas mortas —
O silêncio e a solidão
— Sob o dossel do infinito —
Dormem do mar n'amplidão,
Vê-se, por cima dos mares,
Rasgando o teto dos ares
Dois gigantescos perfis...
Olhando por sobre as vagas,
Atentos, longínquas plagas
Ao clarear dos fuzis.


Quem os vê, olha espantado
E a sós murmura: "0 que é?
Ai! que atalaias gigantes,
São essas além de pé?!..."
Adamastor de granito
Co'a testa roça o infinito
E a barba molha no mar;
É de pedra a cabeleira
Sacudind'a onda ligeira
Faz de medo recuar...


São — dous marcos miliários,
Que Deus nas ondas plantou.
Dous rochedos, onde o mundo
Dous Prometeus amarrou!...
— Acolá... (Não tenhas medo!)
É Santa Helena — o rochedo
Desse Titã, que foi rei!...
— Ali... (Não feches os olhos!...)
Ali... aqueles abrolhos
São a ilha de Jersey!...


São eles — os dous gigantes
No século de pigmeus.
São eles — que a majestade
Arrancam da mão de Deus.
— Este concentra na fronte
Mais astros — que o horizonte,
Mais luz — do que o sol lançou!...
— Aquele — na destra alçada
Traz segura sua espada
— Cometa, que ao céu roubou!...


E olham os velhos rochedos
O Sena, que dorme além...
E a França, que entre a caligem
Dorme em sudário também...
E o mar pergunta espantado.
"Foi deveras desterrado
Buonaparte — meu irmão?..."
Diz o céu astros chorando:
"E Hugo?..." E o mundo pasmando
Diz: "Hugo... Napoleão!..."


Como vasta reticência
Se estende o silêncio após...
És muito pequena, ó França,
P'ra conter estes heróis...
Sim! que estes vultos augustos
Para o leito de Procustos
Muito grandes Deus traçou...
Basta os reis tremam de medo
Se a sombra de algum rochedo
Sobre eles se projetou!...


Dizem que, quando, alta noite,
Dorme a terra — e vela Deus,
As duas ilhas conversam
Sem temor perante os céus.
— Jersey curva sobre os mares
À Santa Helena os pensares
Segreda do velho Hugo...
— E Santa Helena no entanto
No Salgueiro enxuga o pranto
E conta o que Ele falou...


E olhando o presente infame
Clamam: "Da turba vulgar
Nós — infinitos de pedra —
Nós havemo-los vingar!. . . "
E do mar sobre as escumas,
E do céu por sobre as brumas,
Um ao outro dando a mão...
Encaram a imensidade
Bradando: "A Posteridade!..."
Deus ri-se e diz: "Inda não!. . . "

Tuesday 31 March 2015

"Evangelho Segundo Jadar", Prologue and Chapter I by José Thiesen (in Portuguese)



PRÓLOGO
    No princípio era a Palavra, que é Deus e que em Deus está.
    Pela Palavra tudo foi criado e para ela tudo foi criado.
    Caminhando sobre as coisas criadas, Javé disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.”
    E nasceram os homens.
    Os homens foram avisados da chegada da Palavra, mas não a reconheceram quando Ela chegou.

I
    João Batista soube por um anjo de Javé que a Palavra, o Messias, se aproximava; incontinenti ele foi para as margens do Jordão onde preparou o caminho de seu Senhor, pedindo a todos que se arrependessem de seus pecados e se purificassem para receber a Luz do Mundo.
    Jesus aproximou-se de João que, ao vê-lo, dobrou o joelho e disse: “Mandaram-me aplainar as veredas para o meu Senhor chegar e o fiz.
    Respondeu-lhe Jesus: “E o fizeste bem, mas agora é preciso que me batizes.”
    Disse-lhe João: “Mas se não sou nem digno nem de desatar-te as sandálias!”
    Respondeu-lhe Jesus: “João, venho do deserto onde venci o príncipe deste mundo e fui servido por meus anjos mas agora, é por ti que vem a Salvação e é preciso que também eu passe por ti.”
    Aí João o batizou.
    E foi visto: o céu rasgou-se e como que um alvo pombo dos céus desceu e uma voz disse: Este é o meu Filho, o meu Amado em quem minha alma se compraz.”
    Enquanto Jesus se afastava, João chamou seus discípulos e lhes disse: “Ele é o Cordeiro de Deus, que livrará o mundo de todo o mal. Agora, minha missão se acaba e vós o deveis seguir.”
    Mas nem todos os discípulos de João o obedeceram.