Como se moço e não bem velho eu fosse,
Uma nova ilusão veio animar-me,
Na minh'alma floriu um novo carme,
O meu ser para o céu alcandorou-se.
Ouvi gritos em mim como um alarme.
E o meu olhar, outrora suave e doce,
Nas ânsias de escalar o azul, tornou-se
Todo em raios, que vinham desolar-me.
Vi-me no cimo eterno da montanha
Tentando unir ao peito a luz dos círios
Que brilhavam na paz da noite estranha.
Acordei do áureo sonho em sobressalto;
Do céu tombei ao caos dos meus martírios,
Sem saber para que subi tão alto...
Saturday, 9 May 2015
Friday, 8 May 2015
"Motivo" by Cecília Meireles (in English)
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Thursday, 7 May 2015
"Chanson" by Oscar Wilde (in English)
A ring of gold and a milk-white dove
Are goodly gifts for thee,
And a hempen rope for your own love
To hang upon a tree.
For you a House of Ivory
(Roses are white in the rose-bower)!
A narrow bed for me to lie
(White, O white, is the hemlock flower)!
Myrtle and jessamine for you
(O the red rose is fair to see)!
For me the cypress and the rue
(Fairest of all is rose-mary)!
For you three lovers of your hand
(Green grass where a man lies dead)!
For me three paces on the sand
(Plant lilies at my head)!
Are goodly gifts for thee,
And a hempen rope for your own love
To hang upon a tree.
For you a House of Ivory
(Roses are white in the rose-bower)!
A narrow bed for me to lie
(White, O white, is the hemlock flower)!
Myrtle and jessamine for you
(O the red rose is fair to see)!
For me the cypress and the rue
(Fairest of all is rose-mary)!
For you three lovers of your hand
(Green grass where a man lies dead)!
For me three paces on the sand
(Plant lilies at my head)!
Wednesday, 6 May 2015
"Evangelho Segundo Jadar",Chapter VII by José Thiesen (in Portuguese)
Quando João, o Batista, estava
encarcerado, ouvindo as notícias sobre Jesus, atormentou-se com dúvidas e
mandou alguns de seus discípulos procurarem Jesus.
Eles, tendo-o
encontrado, perguntaram-lhe: “És tu o Messias ou devemos esperar outro?”
Jesus respondeu-lhes: “Voltai
a João e dizei-lhe o que vedes: cegos vêem, surdos ouvem e paralíticos andam.
Há mortos que voltam a viver e o Reino de Deus é anunciado. Feliz aquele que
não se envergonha de mim.”
Com esta resposta,
voltaram os homens para João e o coração de João se alegrou, mas os discípulos de
Jesus murmuraram contra João.
Disse-lhes Jesus: “Pensais
que há fraqueza em João? Em verdade vos digo que não há homem nascido de mulher
que seja maior que ele, embora o menor no Reino de meu Pai seja maior que ele.”
Disseram-lhe os seus: “É
para breve que te veremos em teu trono glorioso?”
Respondeu-lhes Jesus: “Em
verdade vos digo que meu tempo é breve. Eu logo serei subjugado e vos todos
sereis dispersados, mas não vos perdereis. Então, no último dia, vereis o céu se
abrir e eu descer com os anjos de meu Pai para estabelecer-vos na Sua casa.”
Mas os seus não o
entendiam e lhe perguntaram: “Senhor, quando será isso?”
Respondeu-lhes Jesus: “Será
quando não esperardes, quando disserdes: não há mais volta, não há mais
esperança. Nesse dia, quem estiver peneirando, deixe a peneira e prepare-se;
quem estiver arando, deixe o arado e arrependa-se de seus pecados; quem estiver
no leito, levante-se e aguarde em pé.
“Nesse dia os bons
serão postos em um lado e os maus em outro. Aos santos de meu Pai, direi: ‘Vinde,
benditos de meu Pai, pois estive nu e me vestistes, faminto e me destes de
comer, sedento e me destes de beber. Estava preso e me visitastes; doente e me
consolastes; só e me destes vossa companhia.
“E direi aos maus: ‘Ide
daqui, malditos de meu Pai, pois estive nu e não me vestistes, faminto e não me
destes de comer, sedento e não me destes de beber. Estava preso e não me
visitastes; doente e não me consolastes; só e não me destes vossa companhia.
“E eles dirão a mim: ‘Mas
senhor, quando foi que não te fizemos estas coisas?’
“E lhes direi: ‘Toda a
vez em que alguém ao vosso lado estava em alguma destas situações e não lhe
acudistes, foi a mim que o não fizestes, pois a Lei manda que useis de
miséricórdia para com todos.
“E eles serão enviados
ao lugar tenebroso onde haverá apenas choro e ranger de dentes.”
Então Jesus lhes disse:
“Quem dizem os homens que eu sou?”
Responderam-lhe eles: “Uns
dizem que és João Batista que resssuscitou dos mortos; outros dizem que és
Elias que retornou dos céus.”
Perguntou-lhes Jesus: “E
vós, quem dizeis que eu sou?”
Então Simão
levantou-se e disse: “És o Messias de Deus!”
Disse-lhe Jesus: “Alegra-te,
Simão, que não disseste isso por ti mesmo; em verdade, foi o Espírito de meu
Pai que falou por tua boca e por isso te digo: já não mais és Simão, mas Rocha
e sobre ti construirei minha igreja. Depois que me for, até que volte dos céus,
rodeado pelos anjos de meu Pai, tu serás o responsável por meu rebanho. O que
ligares na terra será ligado no céu e o que desligares na terra será desligado
no céu.
“Os pecados que
perdoares, serão perdoados; os que não perdoares, não serão perdoados.
"O Príncipe desse mundo tudo fará para destruir-te, mas jamais conseguirá e as portas do Inferno jamais prevalecerão sobre a minha igreja!”
"O Príncipe desse mundo tudo fará para destruir-te, mas jamais conseguirá e as portas do Inferno jamais prevalecerão sobre a minha igreja!”
E houve ciúme e inveja
entre os doze, porque eles não entendiam Jesus.
Perguntou-lhe Rocha: “Mas
senhor, nos vais deixar?”
Respondeu-lhe Jesus: “Toda
a semente precisa morrer e ser enterrada para que germine e dê fruto. Assim
será comigo e o Reino, até que se complete o número daqueles que meu Pai quer
para si.”
Tornou-lhe Rocha: “Senhor,
não vais morrer! Eu não permitirei que isso te aconteça!”
Retorquiu-lhe Jesus: “Vai
para longe de mim, demônio! Então não cumprirei a vontade de meu Pai até as
últimas consequências? Eu vivo para o meu Pai e é por isso que Ele me
glorifica! Assim deveis fazer vós, pois quem me ama, ouve e cumpre a minha
palavra de tal maneira que já não é mais ele quem vive, mas eu que vivo nele e
meu Pai que vive em mim!
“Todo aquele que fizer
diferente disso já está condenado, pois somente eu sou a Vida!
“Não tendes vós mesmos
ressuscitado mortos em meu nome? Não compreendestes ainda que é assim porque eu
sou o senhor da vida e da morte? Por isso vos digo: ninguém tomará minha vida
de mim, mas eu a darei para a retomar de volta!”
Então Jesus e os seus
puseram-se a caminho de Jerusalém pela segunda vez, para festejarem a Páscoa,
como era costume entre os judeus.
Tuesday, 5 May 2015
"The City Of The Soul: II" by Lord Alfred Douglas (in English)
What shall we do, my soul, to please the King?
Seeing he hath no pleasure in the dance,
And hath condemned the honeyed utterance
Of silver flutes and mouths made round to sing.
Along the wall red roses climb and cling,
And oh! my prince, lift up thy countenance,
For there be thoughts like roses that entrance
More than the languors of soft lute-playing.
Think how the hidden things that poets see
In amber eves or mornings crystalline,
Hide in the soul their constant quenchless light,
Till, called by some celestial alchemy,
Out of forgotten depths, they rise and shine
Like buried treasure on Midsummer night.
Seeing he hath no pleasure in the dance,
And hath condemned the honeyed utterance
Of silver flutes and mouths made round to sing.
Along the wall red roses climb and cling,
And oh! my prince, lift up thy countenance,
For there be thoughts like roses that entrance
More than the languors of soft lute-playing.
Think how the hidden things that poets see
In amber eves or mornings crystalline,
Hide in the soul their constant quenchless light,
Till, called by some celestial alchemy,
Out of forgotten depths, they rise and shine
Like buried treasure on Midsummer night.
Monday, 4 May 2015
Saturday, 2 May 2015
New Letter of Admonition to M. Lefebvre by Pope St. Paul VI (translated into French)
La conscience de la mission que le Seigneur nous a
confiée nous a conduit, le 29 juin dernier, à vous adresser une exhortation,
pressante et fraternelle à la fois. Depuis cette date, nοus attendons chaque jour un signe de votre
part, exprimant votre soumission – mieux que cela: votre attachement et votre
fidélité sans réserve – au vicaire du Christ. Rien n'est encore venu. il semble que vous n'ayez renoncé à aucune de vos
activités et que vous formiez, même, de nouveaux projets.
Peut-être estimez-vous
que vos intentions sont mal comprises? Peut-être croyez-vous le Pape mal
informé, ou objet de pressions? Cher frère, votre attitude est si grave à nos
yeux que – nοus vous le répétons – nοus l'avons nous-même attentivement
examinée, dans toutes ses composantes, avec le souci premier du bien de l'église
et une particulière attention aux personnes. La décision que nous vous aνοns
confirmée par notre précédente lettre, c'est après mûre réflexion et devant le
Seigneur que nous l'avons prise.
Il est temps,
désormais, que vous vous prononciez clairement. Malgré la peine que nous
éprouverions à rendre publiques nos interventions, nοus ne pourrions plus
tarder à le faire si vous ne nous déclarez bientôt votre entière soumission. De
grâce, ne nous contraignez pas à une telle mesure, ni à sanctionner ensuite un re-fus
d'obéissance.
Priez
l'Esprit-Saint, cher frère, il vous montrera les renoncements nécessaires et
vous aidera à rentrer dans la voie d'une pleine communion avec l'église et avec
le successeur de Pierre. Nous-même, l'invoquons sur vous, en vous redisant
notre affection et notre affliction.
Du Vatican, le 8 septembre 1975.
PAULUS PP. VI
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