Monday, 20 July 2015

"Apesar de Você" by Chico Buarque (in Portuguese)

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal


"Apesar de Você" sung by Chico Buarque

Friday, 17 July 2015

"Come into the Garden, Maud" by Alfred Lord Tennyson (in English)

Come into the garden, Maud,
For the black bat, Night, has flown,
Come into the garden, Maud,
I am here at the gate alone;
And the woodbine spices are wafted abroad,
And the musk of the roses blown.

For a breeze of morning moves,
And the planet of Love is on high,
Beginning to faint in the light that she loves
On a bed of daffodil sky,
To faint in the light of the sun she loves,
To faint in his light, and to die.

All night have the roses heard
The flute, violin, bassoon;
All night has the casement jessamine stirr'd
To the dancers dancing in tune
Till a silence fell with the waking bird,
And a hush with the setting moon.

I said to the lily, "There is but one
With whom she has heart to be gay.

When will the dancers leave her alone?
She is weary of dance and play. "
Now half to the setting moon are gone,
And half to the rising day;
Low on the sand and loud on the stone
The last wheel echoes away.

I said to the rose, "The brief night goes
In babble and revel and wine.

O young lordlover, what sighs are those
For one that will never be thine?
But mine, but mine," so I sware to the rose,
"For ever and ever, mine. "

And the soul of the rose went into my blood,
As the music clash'd in the hall;
And long by the garden lake I stood,
For I heard your rivulet fall
From the lake to the meadow and on to the wood,
Our wood, that is dearer than all;

From the meadow your walks have left so sweet
That whenever a March-wind sighs
He sets the jewelprint of your feet
In violets blue as your eyes,
To the woody hollows in which we meet
And the valleys of Paradise.

The slender acacia would not shake
One long milk-bloom on the tree;
The white lake-blossom fell into the lake,
As the pimpernel dozed on the lea;
But the rose was awake all night for your sake,
Knowing your promise to me;
The lilies and roses were all awake,
They sigh'd for the dawn and thee.

Queen rose of the rosebud garden of girls,
Come hither, the dances are done,
In gloss of satin and glimmer of pearls,
Queen lily and rose in one;
Shine out, little head, sunning over with curls,
To the flowers, and be their sun.

There has fallen a splendid tear
From the passion-flower at the gate.

She is coming, my dove, my dear;
She is coming, my life, my fate;
The red rose cries, "She is near, she is near;"
And the white rose weeps, "She is late;"
The larkspur listens, "I hear, I hear;"
And the lily whispers, "I wait. "

She is coming, my own, my sweet;
Were it ever so airy a tread,
My heart would hear her and beat,
Were it earth in an earthy bed;
My dust would hear her and beat,
Had I lain for a century dead;
Would start and tremble under her feet,
And blossom in purple and red.

Thursday, 16 July 2015

"Oração à Luz" by Guerra Junqueiro (in Portuguese)

Cândida luz da estrela matutina,
lágrima argêntea na amplidão divina,
abre meus olhos com o teu olhar!

Viva luz das manhãs esplendorosas
doira-me a fronte, inunda-me de rosas,
para eu cantar!

Luz abrasando, crepitando chama,
arde em meu sangue, meu vigor inflama,
para eu lutar!

Luz das penumbras, a tremer nas águas,
lágrima argêntea na amplidão divina,
para eu sonhar!

Luz dolorosa, branda luz da lua
embala, embebe a minha dor na tua,
para eu chorar!

Luz das estrelas, vaga luz silente,
cai dos abismos do mistério ardente,
para eu rezar!

e, cantando
e, lutando
e, sonhando
e, chorando
e, rezando

Faze da cega luz, que me alumia
a luz espiritual do grande dia,
a luz de Deus, a luz do amor, a luz do bem,
a luz da glória eterna, a luz da luz, amém!

Wednesday, 15 July 2015

"Bonum Sane" Motu Proprio by Pope Benedict XV (translated into Portuguese)

No Cinqüentenário da Proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal

     Foi uma coisa boa e salutar ao povo cristão que o nosso antecessor de imortal memória, Pio IX, tenha conferido ao castíssimo esposo da Virgem Maria e guarda do Verbo Encarnado, São José, o título de Patrono Universal da Igreja; e uma vez que este feliz acontecimento completará 50 anos em dezembro próximo, julgamos bastante útil e oportuno que ele seja dignamente celebrado em todo o mundo católico.
     Se dermos uma olhada nestes últimos 50 anos, observamos um admirável reflorescimento de piedosas instituições, as quais atestam como o culto ao santíssimo Patriarca veio se desenvolvendo sempre mais entre os fiéis; depois, se considerarmos as hodiernas calamidades que afligem o gênero humano, parece ainda mais evidente a oportunidade de intensificar tal culto e de difundi-lo com maior força em meio ao povo cristão.
       De fato, após a terrível guerra, na nossa Encíclica “sobre a reconciliação da paz cristã”, indicamos o que faltava para restabelecer em todo lugar a tranqüilidade da ordem, considerando particularmente as relações que decorrem entre os povos e entre os indivíduos no campo civil. Agora se faz necessário considerar uma outra causa de perturbação, muito mais profunda, que se aninha justamente no mais íntimo da sociedade humana: dado que o flagelo da guerra se abateu sobre as pessoas quando elas já estavam profundamente infectadas pelo naturalismo, isto é, por aquelas grande peste do século que, onde se enraíza, diminui o desejo dos bens celestes, apaga a chama da caridade divina e retira do homem a graça salvadora e elevadora de Cristo até que, tolhida dele a luz da fé e deixadas a ele as solitárias e corrompidas forças da natureza, o abandona à mercê das mais insanas paixões. E assim aconteceu que muitíssimos se dedicaram somente à conquista dos bens terrenos, e como já estava aguçada a contenda entre proletários e patrões, este ódio de classes aumentou ainda mais com a duração e atrocidade da guerra, a qual, se de um lado causou às massas um mal-estar econômico insuportável, por outro fez afluir às mãos de pouquíssimos, fortunas fabulosas.
        Acrescente-se que a santidade da fé conjugal e o respeito à autoridade paterna foram por muitos, não pouco vulneradas por causa da guerra; seja porque a distância de um dos cônjuges diminuiu no outro o vínculo do dever, seja porque a ausência de um olho vigilante deu oportunidade à leviandade, especialmente feminina, de viver a seu bel-prazer e demasiadamente livre. Por isto, devemos constatar com verdadeira dor que agora os costumes públicos são bem mais depravados e corrompidos que antes, e que portanto a assim chamada “questão social” foi-se agravando a tal ponto de suscitar a ameaça de irreparáveis ruínas. De fato amadureceu nos desejos e nas expectativas de todos os sediciosos a chegada de uma certa república universal, a qual seria fundada sobre a igualdade absoluta entre os homens e sobre a comunhão dos bens, e na qual não haveria mais distinção alguma de nacionalidade, nem teria mais que reconhecer-se a autoridade do pai sobre os filhos, nem dos poderes públicos sobre os cidadãos, nem de Deus sobre os homens reunidos em sociedade civil. Coisas todas que, se por desventura se realizassem, dariam lugar a tremendas convulsões sociais, como aquela que no momento está desolando não pequena parte da Europa. E é justamente para se criar também entre os outros povos uma condição similar de coisas, que nós vemos as plebes serem estimuladas pelo furor audacioso de alguns, e acontecerem aqui e acolá ininterruptas e graves revoltas.
       Nós, portanto, mais que todos preocupados com este rumo dos acontecimentos, não deixamos, quando houve ocasião, de recordar aos filhos da Igreja os seus deveres. Agora, pelo mesmo motivo, ou seja, para recordar o dever aos nossos fiéis que estão em toda parte e ganham o pão com o trabalho, e para conservá-los imunes do contágio do socialismo, o inimigo mais implacável dos princípios cristãos, Nós, com grande solicitude, propomos a eles de modo particular São José, para que o sigam como guia e o honrem como celeste Patrono.
        Ele de fato levou uma vida similar a deles, tanto é verdade que Jesus bendito, enquanto era o Unigênito do Pai Eterno, quis ser chamado “o Filho do carpinteiro”. Mas aquela sua humilde e pobre condição, de quais e quantas virtudes excelsas Ele soube adornar! Ou seja, virtudes que deviam resplandecer no esposo de Maria Imaculada e no pai putativo de Jesus Cristo. Por isso, na escola de São José, aprendam todos a considerar as coisas presentes, que passam, à luz das futuras, que permanecem para sempre; e, consolando as inevitáveis dificuldades da condição humana com a esperança dos bens celestes, a estes aspirem com todas as forças, resignados à vontade divina, sobriamente vivendo segundo os ditames da piedade e da justiça. Ao que diz respeito especialmente aos operários, nos agrada relembrar aqui as palavras que proclamou em circunstância análoga o nosso predecessor de feliz memória Leão XIII, pois elas, ao nosso parecer, não poderiam ser mais oportunas: “Considerando estas coisas, os pobres, e quantos vivem com o fruto do trabalho, devem sentir-se animados por um sentimento superior de eqüidade, pois se a justiça permite-lhes elevar-se da indigência e de conseguir um melhor bem-estar, porém é proibido pela justiça e pela mesma razão de perturbar a ordem que foi constituída pela divina Providência. Aliás, é conselho insensato usar de violência e buscar melhorias através de revoltas e tumultos, os quais, na maioria das vezes, nada mais fazem que agravar ainda mais aquelas dificuldades que se desejam diminuir. Portanto, se os pobres querem agir sabiamente, não confiarão nas vãs promessas dos demagogos, mas sim no exemplo e no patrocínio de São José e na caridade materna da Igreja, a qual dia após dia tem por eles um zelo sempre maior” (Carta Encíclica “Quamquam pluries” ).
       Com o florescimento da devoção dos fiéis a São José, aumentará ao mesmo tempo, como necessária conseqüência, o culto à Sagrada Família de Nazaré, da qual ele foi o augusto chefe, brotando estas duas devoções uma da outra espontaneamente, dado que por São José nós vamos diretamente a Maria, e por Maria à fonte de toda santidade, Jesus Cristo, o qual consagrou as virtudes domésticas com a sua obediência para com São José e Maria. Nestes maravilhosos exemplos de virtude, Nós, pois, desejamos que as famílias cristãs se inspirem e completamente se renovem. E assim, dado que a família é o sustentáculo e a base da sociedade humana, fortalecendo a sociedade doméstica com a proteção da santa pureza, da fidelidade e da concórdia, com isso realmente um novo vigor, e diremos ainda, quase um novo sangue, circulará pelas veias da sociedade humana, que assim virá a ser vivificada pelas virtudes restauradoras de Jesus Cristo, e delas seguirá um alegre reflorescimento, não só dos costumes particulares, mas também das instituições públicas e privadas.
        Nós, portanto, cheios de confiança no patrocínio Daquele à cuja próvida vigilância Deus agradou-se em confiar a guarda de seu Unigênito encarnado e da Virgem Santíssima, vivamente exortamos todos os Bispos do mundo católico, a fim de que, em tempos tão borrascosos para a Igreja, solicitem aos fiéis que implorem com maior empenho o válido auxílio de São José. E posto que diversos são os modos aprovados por esta Sé Apostólica com os quais se podem venerar o santo Patriarca, especialmente em todas as quartas-feiras do ano e durante todo o mês a ele consagrado, Nós queremos que, a critério de cada bispo, todas estas devoções, porquanto possível, sejam praticadas em todas as dioceses; mas, de modo particular, dado que ele é merecidamente tido como o mais eficaz protetor dos moribundos, tendo expirado com a assistência de Jesus e Maria, deverão cuidar os sagrados Pastores de inculcar e favorecer com todo o prestígio de sua autoridade aquelas piedosas associações que foram instituídas para suplicar a São José pelos moribundos, como aquela “da Boa Morte” e do “Trânsito de São José pelos agonizantes de cada dia”.
       Para comemorar, pois, o supracitado Decreto Pontifício, ordenamos e impomos que dentro de um ano, a contar a partir de 8 de dezembro próximo, em todo o mundo católico seja celebrada em honra de São José, Patrono da Igreja Universal, uma solene função, como e quando julgar oportuno cada bispo; e a todos aqueles que a praticarem, Nós concedemos desde agora, nas condições habituais, a Indulgência Plenária. 


Dado em Roma, junto de São Pedro, em 25 de julho de 1920, festa de São Tiago Apóstolo, no sexto ano de nosso pontificado.

                                                              Bento XV

Tuesday, 14 July 2015

“The Divine Comedy” by Dante Alighieri (Inferno: Canto XXIII) (in Italian)

Inferno: Canto XXIII

Taciti, soli, sanza compagnia
  n'andavam l'un dinanzi e l'altro dopo,
  come frati minor vanno per via.

Volt'era in su la favola d'Isopo
  lo mio pensier per la presente rissa,
  dov'el parlo` de la rana e del topo;

che' piu` non si pareggia 'mo' e 'issa'
  che l'un con l'altro fa, se ben s'accoppia
  principio e fine con la mente fissa.

E come l'un pensier de l'altro scoppia,
  cosi` nacque di quello un altro poi,
  che la prima paura mi fe' doppia.

Io pensava cosi`: 'Questi per noi
  sono scherniti con danno e con beffa
  si` fatta, ch'assai credo che lor noi.

Se l'ira sovra 'l mal voler s'aggueffa,
  ei ne verranno dietro piu` crudeli
  che 'l cane a quella lievre ch'elli acceffa'.

Gia` mi sentia tutti arricciar li peli
  de la paura e stava in dietro intento,
  quand'io dissi: <<Maestro, se non celi

te e me tostamente, i' ho pavento
  d'i Malebranche. Noi li avem gia` dietro;
  io li 'magino si`, che gia` li sento>>.

E quei: <<S'i' fossi di piombato vetro,
  l'imagine di fuor tua non trarrei
  piu` tosto a me, che quella dentro 'mpetro.

Pur mo venieno i tuo' pensier tra ' miei,
  con simile atto e con simile faccia,
  si` che d'intrambi un sol consiglio fei.

S'elli e` che si` la destra costa giaccia,
  che noi possiam ne l'altra bolgia scendere,
  noi fuggirem l'imaginata caccia>>.

Gia` non compie' di tal consiglio rendere,
  ch'io li vidi venir con l'ali tese
  non molto lungi, per volerne prendere.

Lo duca mio di subito mi prese,
  come la madre ch'al romore e` desta
  e vede presso a se' le fiamme accese,

che prende il figlio e fugge e non s'arresta,
  avendo piu` di lui che di se' cura,
  tanto che solo una camiscia vesta;

e giu` dal collo de la ripa dura
  supin si diede a la pendente roccia,
  che l'un de' lati a l'altra bolgia tura.

Non corse mai si` tosto acqua per doccia
  a volger ruota di molin terragno,
  quand'ella piu` verso le pale approccia,

come 'l maestro mio per quel vivagno,
  portandosene me sovra 'l suo petto,
  come suo figlio, non come compagno.

A pena fuoro i pie` suoi giunti al letto
  del fondo giu`, ch'e' furon in sul colle
  sovresso noi; ma non li` era sospetto;

che' l'alta provedenza che lor volle
  porre ministri de la fossa quinta,
  poder di partirs'indi a tutti tolle.

La` giu` trovammo una gente dipinta
  che giva intorno assai con lenti passi,
  piangendo e nel sembiante stanca e vinta.

Elli avean cappe con cappucci bassi
  dinanzi a li occhi, fatte de la taglia
  che in Clugni` per li monaci fassi.

Di fuor dorate son, si` ch'elli abbaglia;
  ma dentro tutte piombo, e gravi tanto,
  che Federigo le mettea di paglia.

Oh in etterno faticoso manto!
  Noi ci volgemmo ancor pur a man manca
  con loro insieme, intenti al tristo pianto;

ma per lo peso quella gente stanca
  venia si` pian, che noi eravam nuovi
  di compagnia ad ogne mover d'anca.

Per ch'io al duca mio: <<Fa che tu trovi
  alcun ch'al fatto o al nome si conosca,
  e li occhi, si` andando, intorno movi>>.

E un che 'ntese la parola tosca,
  di retro a noi grido`: <<Tenete i piedi,
  voi che correte si` per l'aura fosca!

Forse ch'avrai da me quel che tu chiedi>>.
  Onde 'l duca si volse e disse: <<Aspetta
  e poi secondo il suo passo procedi>>.

Ristetti, e vidi due mostrar gran fretta
  de l'animo, col viso, d'esser meco;
  ma tardavali 'l carco e la via stretta.

Quando fuor giunti, assai con l'occhio bieco
  mi rimiraron sanza far parola;
  poi si volsero in se', e dicean seco:

<<Costui par vivo a l'atto de la gola;
  e s'e' son morti, per qual privilegio
  vanno scoperti de la grave stola?>>.

Poi disser me: <<O Tosco, ch'al collegio
  de l'ipocriti tristi se' venuto,
  dir chi tu se' non avere in dispregio>>.

E io a loro: <<I' fui nato e cresciuto
  sovra 'l bel fiume d'Arno a la gran villa,
  e son col corpo ch'i' ho sempre avuto.

Ma voi chi siete, a cui tanto distilla
  quant'i' veggio dolor giu` per le guance?
  e che pena e` in voi che si` sfavilla?>>.

E l'un rispuose a me: <<Le cappe rance
  son di piombo si` grosse, che li pesi
  fan cosi` cigolar le lor bilance.

Frati godenti fummo, e bolognesi;
  io Catalano e questi Loderingo
  nomati, e da tua terra insieme presi,

come suole esser tolto un uom solingo,
  per conservar sua pace; e fummo tali,
  ch'ancor si pare intorno dal Gardingo>>.

Io cominciai: <<O frati, i vostri mali…>>;
  ma piu` non dissi, ch'a l'occhio mi corse
  un, crucifisso in terra con tre pali.

Quando mi vide, tutto si distorse,
  soffiando ne la barba con sospiri;
  e 'l frate Catalan, ch'a cio` s'accorse,

mi disse: <<Quel confitto che tu miri,
  consiglio` i Farisei che convenia
  porre un uom per lo popolo a' martiri.

Attraversato e`, nudo, ne la via,
  come tu vedi, ed e` mestier ch'el senta
  qualunque passa, come pesa, pria.

E a tal modo il socero si stenta
  in questa fossa, e li altri dal concilio
  che fu per li Giudei mala sementa>>.

Allor vid'io maravigliar Virgilio
  sovra colui ch'era disteso in croce
  tanto vilmente ne l'etterno essilio.

Poscia drizzo` al frate cotal voce:
  <<Non vi dispiaccia, se vi lece, dirci
  s'a la man destra giace alcuna foce

onde noi amendue possiamo uscirci,
  sanza costrigner de li angeli neri
  che vegnan d'esto fondo a dipartirci>>.

Rispuose adunque: <<Piu` che tu non speri
  s'appressa un sasso che de la gran cerchia
  si move e varca tutt'i vallon feri,

salvo che 'n questo e` rotto e nol coperchia:
  montar potrete su per la ruina,
  che giace in costa e nel fondo soperchia>>.

Lo duca stette un poco a testa china;
  poi disse: <<Mal contava la bisogna
  colui che i peccator di qua uncina>>.

E 'l frate: <<Io udi' gia` dire a Bologna
  del diavol vizi assai, tra ' quali udi'
  ch'elli e` bugiardo, e padre di menzogna>>.

Appresso il duca a gran passi sen gi`,
  turbato un poco d'ira nel sembiante;
  ond'io da li 'ncarcati mi parti'

dietro a le poste de le care piante.

Saturday, 11 July 2015

Catechesis About the Family (1) : "Nazareth" by Pope Francis I (translated into English)

General Audience at Paul VI Audience Hall on Wednesday, 17 December 2014


      Dear Brothers and Sisters, Good morning,

     The Synod of Bishops on the Family, recently celebrated, was the first stage of a journey, which will conclude next October with the celebration of another Assembly on the theme: “The Vocation and Mission of the Family in the Church and [Contemporary] World”. The prayer and reflection which must accompany this journey is required of all the People of God. I would also like the customary meditations of the Wednesday Audiences to be included in this common journey. I have therefore decided to reflect with you, this year, precisely on the family, on this great gift that the Lord has made to the world from the very beginning, when he entrusted Adam and Eve with the mission to multiply and fill the earth (cf. Gen 1:28); that gift that Jesus confirmed and sealed in his Gospel.
     The nearness of Christmas casts a great light on this mystery. The Incarnation of the Son of God opens a new beginning in the universal history of man and woman. And this new beginning happens within a family, in Nazareth. Jesus was born in a family. He could have come in a spectacular way, or as a warrior, an emperor.... No, no: he is born in a family, in a family. This is important: to perceive in the nativity, this beautiful scene.
     God chose to come into the world in a human family, which He himself formed. He formed it in a remote village on the outskirts of the Roman Empire. Not in Rome, which was the capital of the Empire, not in a big city, but on its nearly invisible outskirts, indeed, of little renown. The Gospels also recall this, almost as an expression: “Can anything good come out of Nazareth?” (Jn 1:46). Perhaps, in many parts of the world, we still talk this way, when we hear the name of some areas on the periphery of a big city. And so, right there, on the outskirts of the great Empire, began the most holy and good story of Jesus among men! And that is where this family was.
     Jesus dwelt on that periphery for 30 years. The Evangelist Luke summarizes this period like this: Jesus “was obedient to them”; — that is, to Mary and Joseph. And someone might say: “But did this God, who comes to save us, waste 30 years there, in that suburban slum?”. He wasted 30 years! He wanted this. Jesus’ path was in that family — “and his mother kept all these things in her heart. And Jesus increased in wisdom and in stature, and in favour with God and man” (Lk 2:51-52). It does not recount miracles or healing, or preaching — He did none in that period — or of crowds flocking; in Nazareth everything seemed to happen “normally”, according to the customs of a pious and hardworking Israelite family: they worked, the mother cooked, she did all the housework, ironed shirts... all the things mothers do. The father, a carpenter, worked, taught his son the trade. Thirty years. “But what a waste, Father!”. God works in mysterious ways. But what was important there was the family! And this was not a waste! They were great saints: Mary, the most holy woman, immaculate, and Joseph, a most righteous man.... The family.
     We are certainly moved by the story of how the adolescent Jesus followed the religious calendar of the community and the social duties; in knowing how, as a young worker, He worked with Joseph; and then how He attended the reading of the Scriptures, in praying the Psalms and in so many other customs of daily life. The Gospels, in their sobriety, make no reference to Jesus’ adolescence and leave this task to our loving meditation. Art, literature, music have taken this journey through imagination. It is certainly not difficult to imagine how much mothers could learn from Mary’s care for that Son! And how much fathers could glean from the example of Joseph, a righteous man, who dedicated his life to supporting and protecting the Child and his wife — his family — in difficult times. Not to mention how much children could be encouraged by the adolescent Jesus to understand the necessity and beauty of cultivating their most profound vocation and of dreaming great dreams! In those 30 years, Jesus cultivated his vocation, for which the Father had sent him. And in that time, Jesus never became discouraged, but increased in courage in order to carry his mission forward.
     Each Christian family can first of all — as Mary and Joseph did — welcome Jesus, listen to Him, speak with Him, guard Him, protect Him, grow with Him; and in this way improve the world. Let us make room in our heart and in our day for the Lord. As Mary and Joseph also did, and it was not easy: how many difficulties they had to overcome! They were not a superficial family, they were not an unreal family. The family of Nazareth urges us to rediscover the vocation and mission of the family, of every family. And, what happened in those 30 years in Nazareth, can thus happen to us too: in seeking to make love and not hate normal, making mutual help commonplace, not indifference or enmity. It is no coincidence, then, that “Nazareth” means “She who keeps”, as Mary, who — as the Gospel states — “kept all these things in her heart” (cf. Lk 2:19, 51). Since then, each time there is a family that keeps this mystery, even if it were on the periphery of the world, the mystery of the Son of God, the mystery of Jesus who comes to save us, the mystery is at work. He comes to save the world. And this is the great mission of the family: to make room for Jesus who is coming, to welcome Jesus in the family, in each member: children, husband, wife, grandparents.... Jesus is there. Welcome him there, in order that He grow spiritually in the family. May the Lord grant us this grace in these last days of Advent. Thank you.

Greetings:
     Now, a moment of silence and then, with the Our Father, I would like to pray together with you for the victims of the inhumane acts of terrorism which took place in recent days in Australia, Pakistan and Yemen. May the Lord welcome the deceased into his peace, comfort the family members, and convert the hearts of the violent, who do not even stop before children. Let us sing the Our Father, asking for this grace.
     I urge everyone to make a greater commitment to prayer and with good works, in order that the birth of Jesus may fill hearts with the true joy that He alone can give.