Quando
consideramos a beleza e a majestade, a plenitude, os benefícios e as
consolações da religião católica, pode nos parecer surpreendente, meus irmãos,
que ela não converta a multidão dos que cruzam o seu caminho. Talvez vós mesmos
tenhais experimentado essa surpresa; especialmente aqueles dentre vós que há
pouco se converteram, e que por experiência podem comparar esta religião com outras
que milhões deste país escolhem no lugar dela. Vós sabeis por experiência o
quanto são estéreis, sem sentido e sem fundamento tais religiões, quão pouco
atrativos oferecem e quão pouco elas têm a dizer em sua defesa. Multidões, de
fato, não têm religião alguma; e certamente não vos surpreende que pessoas
incapazes sequer de suportar a ideia de Deus não se sintam atraídas pela Igreja
que Ele fundou. Muitos, também, ouvem falar muito pouco de catolicismo, ou
escutam uma boa dose de calúnias e difamações a seu respeito, e decerto não vos
surpreende que também estes não se tornem católicos todos de uma vez. Mas o que
[vos] surpreende, [a vós] que gozais das bênçãos católicas em sua plenitude,
talvez seja isto: que aqueles que sempre veem a Igreja de tão longe, chegando
mesmo a vislumbrar réstias ou o tênue brilho de sua majestade, no entanto não
se sintam tão atraídos pelo que veem a ponto de procurá-la para ver mais; não
se ponham ao menos no caminho para ser conduzidos à Verdade, a qual,
naturalmente, não é reconhecida em sua autoridade divina senão por etapas.
Moisés, quando viu a sarça ardente, mudou de caminho para contemplar [de perto]
“aquela grande visão” (Ex 3, 3). Natanael, embora pensasse que não podia vir
algo bom de Nazaré, quando Felipe lhe disse: “Vem e vê”, ao menos seguiu o
Apóstolo e foi até Jesus (cf. Jo 1, 46). Mas as multidões à nossa volta veem e
ouvem em alguma medida, sim (muitos em ampla medida), e no entanto não se
convencem a ver e ouvir mais, não são movidas a agir de acordo com esse
conhecimento. Vendo, elas não veem; e ouvindo, não ouvem; contentam-se em ficar
onde estão; não são levadas a indagar, ou pelo menos não são levadas a abraçar
[a Igreja].
Podem-se
dar muitas explicações para essa dificuldade. Acenarei aqui a uma que vos parecerá
óbvia, mas que carrega um significado. Os homens não se tornam católicos porque
lhes falta fé. Podeis então perguntar-me se isso não é o mesmo que dizer: os
homens não acreditam na Igreja Católica porque não creem nela — o que é a mesma
coisa que nada [dizer]. Nosso Senhor declara, por exemplo: “Quem vem a mim
nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6, 35) — ora,
vir e crer, nesta passagem, significam a mesma coisa. Se eles tivessem fé, é
evidente que entrariam na Igreja, já que o significado mesmo da fé, o exercício
próprio dela, é a adesão à Igreja.
Mas
quero dizer mais do que isto: a fé é um estado de mente, é um modo particular
de pensar e agir, exercido sempre em relação a Deus, sim, mas de modos bem
variados. O que quero dizer é que a multidão de homens deste país não tem este
hábito ou caráter mental. Imaginemos, por exemplo, que eles acreditassem em
outras religiões que não a Igreja: isto seria fé, ainda que uma fé mal
orientada. Mas eles não creem nem mesmo em suas próprias religiões; eles não
acreditam em coisa alguma. Trata-se de um defeito definitivo em suas mentes:
assim como se diz que uma pessoa não tem a virtude da mansidão, ou da
liberalidade, ou da prudência, independentemente do exercício desta ou daquela
[outra] virtude, assim também existe uma virtude religiosa da fé, e um defeito
que é a sua ausência. Sustento aqui que a grande maioria dos homens deste país
não tem essa virtude particular chamada fé; ela está totalmente ausente neles.
Assim como um homem pode não ter olhos nem mãos, assim são eles sem a fé;
trata-se de uma falha ou ausência distintiva em sua alma; e digo que, dado
faltar-lhes essa faculdade da fé religiosa, não surpreende que eles não abracem
aquilo que, sem tal faculdade, não pode ser abraçado. Eles não acreditam
absolutamente em doutrina alguma; portanto, não acreditam na Igreja em
particular.
Ora, em
primeiro lugar, o que é fé? É assentir como verdadeira a uma doutrina que não
vemos, que não podemos provar, e isto porque Deus, que não pode mentir, diz que
ela é verdadeira. E, além disso, já que Deus diz que ela é verdadeira não com
sua própria voz, mas pela voz de seus mensageiros, [fé também] é assentir ao
que diz o homem, visto não como simples homem; [é assentir] ao que ele é
incumbido de dizer, como mensageiro, profeta ou embaixador de Deus.
No
curso ordinário deste mundo, nós tomamos as coisas como verdadeiras seja porque
as vemos, seja porque podemos perceber que elas são dedutíveis a partir do que
vemos; isto é, nós obtemos a verdade pela visão ou pela razão, não pela fé. Vós
certamente [me] direis que aceitamos uma porção de coisas que não podemos
provar nem ver com base na palavra de outras pessoas; sim, mas nesta circunstância
aceitamos o que elas dizem apenas como palavra humana; e, em geral, nós não
temos aquela confiança absoluta e irrestrita nelas, que nada pode abalar.
Sabemos que o homem está sujeito a errar e, se a matéria é relevante, sempre
nos alegra encontrar alguma confirmação do que ele disse, vinda de outras
fontes; do contrário, recebemos a informação com negligência e desdém, como
sendo coisa de pouca importância, ou mera opinião; se chegamos a agir de acordo
com ela, é por questão de prudência, porque achamos melhor e mais seguro
proceder assim. Damos à palavra recebida o peso que nos convém, e usamo-la de
acordo com nossa necessidade, ou com sua probabilidade. A decisão fica a nosso
critério, e reservamo-nos o direito de reabrir a questão sempre que quisermos.
Isto é
muito diferente da fé divina: aquele que crê que Deus é verdadeiro, e que é sua
a palavra que foi confiada aos homens, não tem dúvida nenhuma. Ele tem tanta
certeza de que é verdadeira a doutrina ensinada quanto de que é verdadeiro [o]
Deus [que a revela]; e ele tem certeza porque Deus é verdadeiro, porque Ele
falou, não porque ele veja a sua verdade ou a possa provar. Ou seja, a fé tem
duas particularidades: é muito certa, decidida, positiva, inabalável em seu
assentimento; e este é dado não porque se veja com os olhos, ou com a razão,
mas porque recebem-se as notícias de alguém vindo de Deus.
Eis o
que era a fé no tempo dos Apóstolos, e ninguém o pode negar. E o que era a fé
então, deve continuar a sê-lo agora, ou então deixa de ser a mesma coisa. Digo
que certamente era assim no tempo dos Apóstolos pois, vós sabeis, eles pregaram
ao mundo que Cristo era o Filho de Deus, que nascera de uma Virgem, que
ascendera aos céus, e que de novo viria para julgar a todos, os vivos e os
mortos. Podia o mundo ver tudo isso? Podia prová-lo? Como deviam então os
homens aceitar essas coisas? Por que tantos as abraçaram? Por causa da palavra
dos Apóstolos, que eram, como demonstravam os seus poderes, mensageiros de
Deus. Os homens eram exortados a submeter-se a uma autoridade viva. Mais do que
isso: o que quer que dissesse um Apóstolo, seus prosélitos estavam obrigados a
acreditar; quando eles entravam na Igreja, entravam nela para aprender. A
Igreja era sua mestra; eles não vinham para discutir, examinar e escolher, mas
para aceitar o que quer que lhes fosse apresentado. Ninguém duvida nem pode
duvidar [que era isto o que se dava] naqueles primeiros tempos. O cristão
estava obrigado a aceitar, sem duvidar, tudo o que os Apóstolos declaravam ser
verdadeiro. Se os Apóstolos falassem, ele tinha de dar um assentimento interno
da mente. Guardar silêncio, não apresentar oposição, não era suficiente;
acreditar até certo ponto, duvidar, não era permitido. Não: se um convertido
tinha suas próprias ideias privadas a respeito do que era dito, e só as
guardasse para si próprio; se ele fizesse alguma oposição secreta ao que era
ensinado; se esperasse por mais provas antes de acreditar, seria uma prova de
que não acreditava que os Apóstolos tinham sido enviados por Deus para revelar
a sua vontade; seria uma prova de que ele definitivamente não tinha fé. A
submissão imediata e incondicional da mente era, na época dos Apóstolos, o
único sinal, o sinal necessário da fé; portanto, não havia lugar algum para o
que hoje se chama de julgamento privado. Ninguém poderia dizer: “Eu mesmo
escolherei a minha religião, crerei nisto e nisto não; não me comprometerei com
nada; hei de crer somente enquanto me der na telha, e não mais; aquilo em que
creio hoje, amanhã rejeitarei, se quiser. Crerei no que os Apóstolos já
disseram, mas não no que dirão no futuro.” Não: ou os Apóstolos eram de Deus ou
não; se eram, tudo o que pregavam devia ser crido por seus ouvintes; se não,
não havia nada em que acreditar. Acreditar um pouco, acreditar mais ou menos,
era impossível, uma contradição da própria noção de fé: se uma parte devia ser
crida, tudo devia sê-lo; seria um absurdo acreditar em uma coisa e não em
outra. Pois a palavra dos Apóstolos, que fazia ser verdade isto, fazia sê-lo
também aquilo. Em si mesmos eles não eram nada, mas [ao mesmo tempo] eram tudo:
uma autoridade infalível, vinda de Deus. O mundo devia ou tornar-se cristão ou
fugir deles; não havia lugar algum para gostos e fantasias privadas, lugar
algum para julgamentos privados.
Ora,
com certeza isso fica bastante claro pela natureza da questão; mas também pelas
palavras da Escritura: “Nós damos graças a Deus sem cessar”, diz São Paulo,
“porque, ao receberes a palavra de Deus que ouvistes de nós, vós a acolhestes
não como palavra humana, mas como o que ela é verdadeiramente: palavra de Deus”
(1Ts 2, 13). Aqui vedes São Paulo expressar o que eu disse acima: que a Palavra
vem de Deus, que ela é proferida pelos homens, que ela deve ser recebida não
como palavra humana, mas como palavra de Deus. Mais adiante ele diz também:
“Quem rejeita esta instrução, não rejeita um ser humano, mas o próprio Deus,
que vos dá também o seu Espírito Santo” (1Ts 4, 8). Nosso Salvador já declarara
algo semelhante: “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita;
quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10, 16). Na mesma linha diz
São Pedro no dia de Pentecostes: “Homens de Israel, escutai estas palavras… a
esse Jesus Deus ressuscitou, e disso nós todos somos testemunhas. Que toda a casa
de Israel reconheça com plena certeza… a esse Jesus, a quem vós crucificastes,
Deus o constituiu Senhor e Cristo” (At 2, 22.32.36). Noutra ocasião ele diz: “É
preciso obedecer a Deus antes que aos homens… disso somos testemunhas, nós e o
Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que lhe obedecem” (At 5, 29.32). E de
novo: Deus “nos mandou proclamar ao povo, e testemunhar, que Deus o constituiu
Juiz dos vivos e dos mortos” (At 10, 42). E, vós sabeis, a mensagem persistente
dos primeiros pregadores era: “Crê e serás salvo”; eles não diziam: “Prova
nossa doutrina com tua própria razão”, nem tampouco: “Espera só até que vejas,
para acreditares”; mas, sim: “Crê sem ver e sem provar, porque nossa palavra
não é nossa, mas de Deus”. Os homens podiam, é claro, usar a própria razão para
averiguar as pretensões dos Apóstolos; podiam averiguar se eles faziam milagres
ou não; podiam averiguar se eles haviam sido prenunciados no Antigo Testamento
como vindos de Deus. Mas, verificado isso de forma justa, por quaisquer que
fossem as vias, era necessário tomar por verdadeiro tudo o que diziam os
Apóstolos, sem provas; eles deviam exercitar a sua fé; sua salvação viria pelo
ouvir. É significativo, portanto, que São Paulo chame à doutrina revelada
“palavra ouvida”, na passagem supracitada (cf. 1Ts 2, 13): os homens se
aproximavam para ouvir, para aceitar, para obedecer, não para criticar o que se
dizia. E nessa mesma linha ele pergunta noutro lugar: “Como crerão naquele a
quem não ouviram? E como ouvirão, se ninguém proclamar?... A fé vem pelo ouvir;
e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10, 14.17).
Considerai
agora, meus caros irmãos: não são estes dois estados ou atos da mente
completamente distintos um do outro — o acreditar simplesmente no que diz uma
autoridade viva; e o tomar um livro, como a Escritura, e usá-lo a bel-prazer,
para dominá-lo, isto é, para assenhorar-se dele, para interpretá-lo por conta
própria, e para aceitar apenas o que se escolheu ver nele, e nada mais? Não se
distinguem estes dois procedimentos nisto: que no primeiro nos submetemos e no
segundo emitimos juízos? Neste momento, não estou perguntando qual dos dois é
melhor, não estou perguntando se um ou outro é praticável agora; mas não são
eles dois meios de receber uma doutrina, ao invés de um? Submissão e julgamento
não são completos opostos? Ora, não é certo que a fé no tempo dos Apóstolos
consistia em submeter-se, e não em emitir juízos individuais?
Debalde
alguém dirá que o homem que emite juízos sobre os escritos dos Apóstolos,
primeiro se submete a esses escritos e, portanto, tem fé neles; do contrário,
não faria qualquer referência a eles. Repito: há uma diferença essencial entre
o ato de submeter-se a um oráculo vivo e [o de submeter-se] a suas palavras
escritas. No primeiro caso, não há recurso contra quem fala; no segundo,
compete ao leitor a decisão final. Consideremos quão diferente é a confiança
com que relatamos as palavras de outro, estando ele presente ou não. Se não
está, enchemos a boca para dizer que sustenta isto e aquilo, ou que disse tal e
tal coisa; mas deixe só a pessoa pôr-se no meio de nós, para que mude
imediatamente o tom da conversa. Dizemos, então: “Acho que ouvi você dizer algo
mais ou menos assim, ou interpretei-o de tal modo…”; ou modificamos
consideravelmente a declaração ou o fato que lhe havíamos imputado, omitindo
metade por segurança, ou retirando as partes mais problemáticas; e depois de
tudo isso esperamos com alguma ansiedade para ver se pelo menos alguma parte do
que dissemos será aceita pela pessoa. O mesmo tipo de processo se dá no caso
dos escritos de uma pessoa já falecida. Posso imaginar um homem que exponha em
tom professoral a Carta de São Paulo aos Gálatas, ou aos Efésios, muito mais
satisfeito com a ausência do autor que com sua súbita reaparição em nosso meio
— pois, neste caso, o Apóstolo poderia tirar sua própria intenção das mãos de
seu intérprete e explicá-la por si mesmo. Em uma palavra, mesmo dizendo ter fé
nos escritos de São Paulo, esse homem assumidamente não tem fé alguma em São
Paulo; e mesmo que fale muito da verdade tal como se acha na Escritura, não
deseja de forma alguma ser como aqueles cristãos cujos nomes e feitos aparecem
nela.
Penso
poder presumir que esta virtude, exercida pelos primeiros cristãos, é
absolutamente desconhecida dos protestantes de agora; ou pelo menos, se há
casos dela, é em relação a seus mestres e teólogos, os quais negam
expressamente ser objetos dignos dela e exortam seu povo a emitir juízos por si
mesmo. Falando em geral, os protestantes não têm fé, no sentido primitivo da
palavra; fica claro a partir do que estou dizendo, e aqui está uma confirmação
disso. Se os homens acreditassem agora como nos tempos dos Apóstolos, eles não
poderiam duvidar nem mudar [de opinião]. Ninguém pode pôr em dúvida que uma
palavra dita por Deus deve ser crida; é evidente que deve; ao passo que
qualquer pessoa modesta e humilde facilmente pode ser conduzida a duvidar de
suas próprias inferências e deduções. Como os homens hoje em dia deduzem [as
coisas] a partir da Escritura, ao invés de acreditar em um mestre, é esperado
que os vejamos vacilar; eles sentirão a força de suas próprias deduções com
mais veemência uma hora ou outra, mudarão de ideia a respeito delas ou talvez as
negarão todas de uma vez. Mas isso não pode se dar se um homem tem fé, ou seja,
se crê vir de Deus o que lhe está dizendo um pregador. É especialmente nisso
que insiste São Paulo ao dizer-nos que os Apóstolos, os profetas, os
evangelistas, os pastores, os mestres, nos são dados a fim de “chegarmos, todos
justos, à unidade na fé” e, por outro lado, de modo a que não sejamos como
crianças, “entregues ao sabor das ondas e levados por todo vento de doutrina”
(Ef 4, 13-14). Ora, não é verdade que os homens de hoje mudam suas opiniões
religiosas sem limite nenhum? Não é esta então a prova de que eles não têm a fé
que os Apóstolos exigiam de seus prosélitos? Se eles tivessem fé, não mudariam.
Se acreditamos que Deus falou, estamos certos de não poder desdizer o que Ele
já disse; Ele não pode enganar nem mudar; o que recebemos, recebemo-lo de uma
vez por todas e acreditaremos nisto para sempre.
Eis a
única descrição racional e consistente da fé. Mas encontram-se tão longe de
professá-la os protestantes, que riem eles da própria noção dela. Eles riem da
noção mesma de um homem colocar a sua confiança em um Papa ou um Concílio; eles
pensam que seja simplesmente superstição e ignorância professar apenas o que
professa a Igreja, e assentir ao que quer que ela diga no porvir em matéria de
doutrina. Ou seja, eles riem da simples noção de fazer o que os cristãos
inegavelmente fizeram no tempo dos Apóstolos. Percebei: eles não se limitam a
perguntar se a Igreja Católica tem a prerrogativa de ensinar, se tem
autoridade, sem tem os carismas [para tanto] — esta é uma questão razoável.
Não: eles acham que o próprio estado de mente exigido por uma tal prerrogativa,
isto é, a disposição a aceitar tudo sem reserva ou questionamento, que isto é
escravidão. Para eles, insistir nesta submissão da razão é artimanha clerical;
e realizá-la, superstição. Ou seja, eles contestam o próprio estado de mente
que todos os cristãos tiveram na época dos Apóstolos, de modo que, sem dúvidas
(quem o negará?), aqueles que hoje se gabam de não ter vendas nos olhos, de
julgar por si mesmos, de acreditar só no tanto e no pouco que lhes convém, de
odiar imposições e assim por diante, teriam achado extremamente difícil pender
da boca dos Apóstolos, caso lhes fossem contemporâneos; ou, ao contrário,
teriam simplesmente resistido ao sacrifício de sua própria liberdade de
pensamento, achando demasiado alto este preço para a vida eterna, e, assim,
teriam morrido em sua descrença. Em sua defesa, eles argumentariam ser absurdo
e infantil que lhes pedissem para acreditar sem provas; para abrir mão de sua
educação, inteligência e ciência; e, não obstante todas as dificuldades da
razão e dos sentidos em relação à doutrina cristã, não obstante o seu mistério,
a sua obscuridade, a sua estranheza, a sua severidade, exigir deles que se
submetessem ao ensinamento de alguns galileus iletrados, ou de um fariseu até
letrado, mas fanático. É isso que eles teriam dito então; em sendo assim,
deveria acaso surpreender-nos que [estes mesmos] não se tornem católicos agora?
A explicação simples para eles permanecerem como estão é que lhes falta uma
coisa: falta-lhes fé, este estado de mente, esta virtude que eles não
reconhecem como sendo louvável e que eles não almejam possuir.
O que
eles sentem agora, meus irmãos, é exatamente o que tanto judeus quanto gregos
sentiam antes deles no tempo dos Apóstolos, e o que o homem natural sempre
sentiu desde então. Os grandes e sábios da época desprezavam a fé, tanto então
quanto agora, como algo indigno da natureza humana:
De fato, irmãos, vede vossa vocação: não há entre vós muitos sábios
segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de família nobre. O que,
porém, para o mundo é loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios; e o
que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para envergonhar aquilo que é
forte. O que para o mundo é sem prestígio e desprezível Deus o escolheu, aquilo
que é nada, para anular aquilo que é. Assim, ninguém poderá gloriar-se diante
de Deus (1Cor 1, 26-29).
Daí o
mesmo Apóstolo falar da “loucura da pregação” (1Cor 1, 21). Semelhante a isto é
o que disse Nosso Senhor em sua oração ao Pai: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu
e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as
revelaste aos pequeninos” (Mt 11, 25). Ora, não é fácil perceber que os homens
de agora simplesmente herdaram os sentimentos e as tradições daqueles falsos
sábios e fatalmente prudentes da época de Nosso Senhor? O mesmo obstáculo para
entrar na Igreja Católica que eles trazem no coração, tinham-no antes deles os
fariseus e os sofistas; é contra seu espírito acreditar na doutrina dela, não
tanto por falta de evidência de que ela venha de Deus, mas porque, se ela de
fato vem de Deus, suas mentes terão de submeter-se a homens vivos, que não são
eles mesmos intelectualmente cultos ou profundos; e porque eles deverão
aceitar, querendo ou não, inúmeras doutrinas estranhas à sua imaginação e
difíceis para a sua razão. A própria marca do magistério e do mestre católicos
é, para eles, uma objeção preliminar à sua adesão ao catolicismo, a ponto de
obscurecer qualquer argumento, por forte que seja, em favor da missão destes
mestres e da origem deste magistério. Em suma: eles não têm fé.
Não há
neles o princípio da fé; e, repito, de nada adianta insistir aqui em que pelo
menos eles creem firmemente na Escritura como sendo a Palavra de Deus. Na
verdade, é muito de se temer que a sua própria aceitação da Escritura não seja
nada mais que um preconceito ou um sentimento arraigado que lhes foi incutido
quando eram crianças. Uma prova disto é que, embora professem seu estupor com
os milagres católicos, apressando-se em chamá-los de “lendas mentirosas”, eles
não têm dificuldade alguma com as narrativas bíblicas, que são quase tão difíceis
para a razão quanto quaisquer milagres registrados nas histórias dos santos. Ao
contrário, ouvi falar de católicos admirados ao ler pela primeira vez na
Escritura os relatos da arca e do dilúvio, da torre de Babel, de Balaão e
Balac, da fuga dos israelitas do Egito e de sua entrada na terra prometida, e
da rejeição de Esaú em favor de Jacó — [relatos] que a maior parte dos
protestantes aceita sem nenhum esforço mental. Como então os católicos aceitam
esses relatos? Pela fé. Eles dizem: “Deus é verdadeiro, e todo homem é
mentiroso.” E como chegam os protestantes a aceitá-los tão facilmente? Pela fé?
Não! Suponho que, na maioria das vezes, não há submissão alguma da razão; eles
simplesmente estão de tal modo familiarizados com a passagem em questão, que a
narrativa não lhes apresenta à imaginação dificuldade alguma; eles não têm nada
a superar. Se são levados, no entanto, a contemplar essas passagens em si
mesmas, a pesá-las na balança da probabilidade, a começar a questioná-las —
como acontecerá se forem intelectualmente cultos —, então não há nada para os
trazer de volta à sua primeira fé habitual ou mecânica. Eles desconhecem o que
seja submissão a autoridade; ou seja, nada sabem de fé; pois não têm autoridade
alguma a que submeter-se. Ou eles permanecem em um estado de dúvida, sem grande
perturbação mental, ou seguem em frente até chegar à descrença completa em
matérias deste gênero, embora nada venham a dizer a esse respeito. Não há
neles, nem antes de duvidarem nem quando duvidam, qualquer sinal da presença de
um poder que sujeite a razão à Palavra de Deus. Não: o que parece ser fé é mera
convicção hereditária, e não princípio pessoal; trata-se de um hábito aprendido
na infância, jamais transformado em algo superior, e que se dissipa e
desaparece ante a razão, tal como a névoa diante da luz.
Se há
protestantes, no entanto, que não se encontram em nenhum desses estados, quer o
de credulidade [mecânica], quer o de dúvida, mas que creem com firmeza apesar
de todas as dificuldades, certamente estes têm algum direito de considerar-se
sob a influência da fé. Mas nada indica que tais pessoas, onde quer que se
encontrem, não estejam no caminho para tornar-se católicas; e talvez elas já
tenham até sido chamadas a fazê-lo por seus amigos, mostrando com o seu próprio
exemplo a associação lógica e indiscutível que existe entre a posse da fé e a
adesão à Igreja.
Que a
fé seja agora a mesma faculdade mental, o mesmo tipo de ato ou hábito da época
dos Apóstolos, foi o que me propusera a demonstrar, e creio tê-lo feito bem. As
duas coisas devem ser a mesma; não podem ser diferentes; a Palavra não pode ter
mudado o seu sentido. Ou se diga que hoje a fé não é mais necessária em
absoluto, ou se admita que ela é aquilo que os Apóstolos entendiam como fé; mas
não se venha dizer que existe fé onde se mostra algo completamente diferente
posto em seu lugar. Nos tempos dos Apóstolos a particularidade da fé era a
submissão a uma autoridade viva; era isto o que tanto a distinguia; era isto o
que a tornava, na verdade, um ato de submissão; era isto o que destruía o
julgamento privado em matéria religiosa. Se não estais à procura de uma
autoridade viva, se a trocastes pelo julgamento privado, então dizei de uma vez
por todas que não tendes fé apostólica. E de fato não a tendes; a maior parte
desta nação não a possui; confessai [pois] que não a tendes; e confessai ser
esta a razão pela qual não sois católicos. Não sois católicos porque não tendes
fé.
Por que
os cegos não veem o sol? Porque não têm olhos. Assim também é inútil discorrer
sobre a beleza, a santidade e a sublimidade da doutrina e do culto católicos,
quando não se tem fé para aceitá-los como divinos. É até possível
confessar-lhes a beleza, a sublimidade e a santidade, sem neles crer; pode-se
até reconhecer que a religião católica seja nobre e majestosa; sua sabedoria
pode até estontear, sua adequação à natureza humana pode até causar admiração,
sua ternura e atratividade podem até compenetrar, sua consistência pode até
impressionar. Mas entregar-se a ela é outra coisa; tomá-la por quinhão, dizer
com a moabita agraciada: “Para onde fores, eu irei, e onde quer que permaneças,
permanecerei contigo. Teu povo é meu povo, teu Deus é meu Deus” (Rt 1, 16) —
esta é a linguagem da fé. Um homem pode reverenciar e exaltar uma coisa, sem
propensão alguma a obedecer, sem intenção alguma de professá-la. E de fato isto
se dá com frequência: os homens respeitam a religião católica; reconhecem seus
serviços prestados à humanidade; encorajam-na, a ela e a seus mestres; gostam
de conhecê-los; interessam-se por ouvir falar de suas ações, mas não são nem se
tornarão católicos jamais. Eles morrerão como viveram, fora da Igreja, porque
não possuíam eles mesmos a faculdade com que se deve acercar-se dela. Os católicos
que não os estudaram, nem a eles nem à natureza humana, ficarão surpresos que
eles permaneçam onde estão. Pior: eles mesmos (ai deles!) algumas vezes
lamentarão não poder tornar-se católicos. Hão de sentir tão intimamente a
bênção que é ser católico, que exclamarão: “Oh, que não daria eu para ser
católico! Gostaria tanto de crer no que admiro! Mas não creio, e não posso
fazê-lo por simples desejo, assim como não posso saltar uma montanha. Eu seria
muito mais feliz se fosse católico, mas não sou; para que enganar a mim mesmo?
Eu sou o que sou. Respeito [a Igreja], mas não posso aceitá-la.
Oh,
estado deplorável! Deplorável porque total e absolutamente culposo, e porque,
como eles sabem, a Escritura dá grande ênfase à necessidade da fé para a
salvação, apresentando-a como fundação e princípio de toda obediência
aceitável, descrevendo-a como “argumento” ou “prova de realidades que não se
veem” (Hb 11, 1). Pela fé os homens entenderam que Deus existe, que criou o
mundo, que recompensa aqueles que o procuram, que o dilúvio estava para vir e
que seu Salvador devia nascer. “Sem a fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,
6); pela fé permanecemos de pé (cf. 2Cor 1, 24); “caminhamos pela fé” (2Cor 5,
7); pela fé vencemos o mundo (cf. 1Jo 5, 4). Quando Nosso Senhor deu aos
Apóstolos o mandato de pregar a todo o mundo, Ele continuou: “Quem crer e for
batizado será salvo, mas quem não crer, será condenado” (Mc 16, 16). E declarou
a Nicodemos: “Quem nele crê não é julgado, mas quem não crê já está julgado,
porque não creu no nome do Filho Unigênito de Deus” (Jo 3, 18). Aos fariseus
Ele disse: “Se não crerdes que ‘eu sou’, morrereis nos vossos pecados” (Jo 8,
24). Aos judeus: “Vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas” (Jo 10,
26). E deveis lembrar-vos que, antes de seus milagres, Ele costumava exigir a
fé de quem suplicava: “Tudo é possível para aquele que crê” (Mc 9, 23); e lemos
noutro lugar que Ele “não conseguia fazer ali nenhum milagre” (Mc 6, 6), por
causa da incredulidade de seus habitantes.
Acaso a
fé mudou de significado ou é menos necessária agora? Não é ela ainda o que era
na época dos Apóstolos: o próprio distintivo do cristianismo, o instrumento
especial da regeneração, a primeira disposição para ser justificado, uma das
três virtudes teologais? Deus poderia ter nos regenerado por outro meios: pela
visão, pela razão, pelo amor, mas Ele escolheu purificar nossos corações
mediante a fé (cf. At 15, 9); foi de seu agrado eleger um instrumento
desprezível aos olhos do mundo, mas de imenso poder. Em sua infinita sabedoria,
Ele o preferiu a qualquer outro; e se os homens não o possuem, falta-lhes a
própria matéria com que são talhados, o próprio alicerce sobre o qual são
edificados, os santos e servos de Deus. E os homens não o têm; estão vivendo e
morrendo sem as esperanças, sem os socorros do Evangelho, porque, não obstante
todo o bem que há neles, não obstante o seu senso de dever, sua delicadeza de
consciência em tantos pontos, sua benevolência, sua retidão, sua generosidade,
estão eles (devo dizer) sob o domínio de um demônio orgulhoso; eles trazem este
espírito arrogante dentro de si, eles se erigem como mestres de si próprios em
matérias de pensamento, a respeito das quais sabem tão pouco; consideram sua
própria razão melhor que a de qualquer outra pessoa; não admitirão que venha de
Deus quem quer que contradiga sua própria visão de verdade.
[Mas] quê?! Ninguém, em lugar algum, iguala-se
a eles em sabedoria? Não há nenhum outro cuja palavra deva ser tomada em
consideração em matéria religiosa? Não há ninguém para arrancar deles seu
último recurso a si próprios? Não lhes resta, por nenhum outro meio possível, a
ocasião ou a oportunidade da fé? Trata-se de uma virtude que, em razão de sua transcendente
sagacidade, de sua prerrogativa de onisciência, eles devem desistir de exercer?
Se as pretensões da Igreja Católica não lhes satisfazem, que vão para um outro
lugar qualquer, se puderem. Se são tão exigentes a ponto de não confiar nela
como oráculo de Deus, que encontrem outra mais seguramente divina que a casa
que Ele mesmo instituiu, que sempre foi chamada por seu nome, que sempre
preservou as mesmas prerrogativas, que sempre ensinou substancialmente a mesma
doutrina e que triunfou sobre aqueles que pregaram qualquer outra. Já que a fé
apostólica era no princípio a confiança em uma palavra humana como sendo de
Deus, já que a fé era então o que é agora, já que é necessária para a salvação,
que [eles] tentem praticá-la em relação a outra noiva, já que a do Cordeiro não
lhes basta. Que ponham [sua] fé, se puderem, em algumas daquelas religiões que
duraram ao todo dois ou três séculos em algum canto da terra. Que apostem suas
fichas eternas em nobres e príncipes, parlamentos e soldados; que tomem por
profeta de Deus alguma mera ficção de lei, ou aborto de escola, ou ídolo do
populacho, ou aproveitador de alguma crise, ou oráculo de sala de aula. Ai
deles: estarão muito mal arranjados, se devem possuir uma virtude que não têm
meios de exercer; se devem fazer um ato de fé, sem saber em quem, sem saber por
quê!
Que
ação de graças não devemos render ao Deus onipotente, meus caros irmãos, por
nos fazer ser o que somos! É uma questão de graça. Existem, é claro, muitos
argumentos convincentes para levar alguém à Igreja Católica, mas eles não
forçam a vontade. Nós podemos conhecê-los, sem que sejamos movidos a agir por
causa deles. Podemos estar convencidos sem que sejamos persuadidos. As duas
coisas são bem diferentes uma da outra: ver que deves acreditar, e acreditar; a
razão, abandonada a si própria, levar-te-á à conclusão de que há motivos de
sobra para acreditar, mas o [ato mesmo de] crer é dom da graça. Portanto, és o
que és não por alguma excelência ou mérito de tua parte, mas por graça de Deus,
que escolheu-te para crer. Tu poderias ter sido como o selvagem da África, ou o
livre-pensador da Europa, com graça suficiente para condenar-te, porque ela não
auxiliou a tua salvação. Tu poderias ter recebido fortes inspirações da graça,
e resistido a elas, e então não te seria dada mais graça para superar a tua
resistência.
Deus
não dá a todos a mesma medida de sua graça. Acaso não vos visitou Ele com [sua]
graça superabundante? E não foi necessário para vossos corações endurecidos
receber mais do que as outras pessoas? Louvai-o e bendizei-o continuamente pelo
benefício; não vos esqueçais que é de graça o tempo que passa; não vos deixeis
ensoberbecer por causa dela; rezai sempre a fim de não perdê-la; e fazei o
vosso melhor para tornar as outras pessoas partícipes dela.
E vós
também, meus irmãos, se acaso estais presentes, vós que ainda não sois
católicos, mas que, ao virdes aqui, pareceis demonstrar interesse em nossa
doutrina, e desejais conhecer mais a respeito dela, lembrai-vos também vós que,
mesmo ainda não possuindo fé na Igreja, Deus vos colocou no caminho para
obtê-la. Vós estais sob o influxo da sua graça. Ele vos fez dar um passo a mais
em vossa jornada, e deseja levar-vos mais longe, deseja conceder-vos a
plenitude de suas bênçãos, e fazer-vos católicos. Ainda estais em vossos
pecados; provavelmente carregais a culpa de muitos anos, a culpa acumulada de
muitas ofensas mortais e profundas, que nenhuma contrição [ainda] lavou, e
sobre as quais nenhum sacramento [ainda] foi aplicado. Por ora, perturba-vos
uma consciência inquieta, uma razão insatisfeita, um coração impuro e uma
vontade dividida; vós precisais de conversão. No entanto, os primeiros convites
da graça estão a operar agora dentro de vossas almas, prontos para
transformar-se em perdão do vosso passado e santidade para o vosso futuro. Deus
vos está movendo a fazer atos de fé, esperança, caridade, aversão ao pecado e
arrependimento; não o desaponteis, não o contrarieis, cooperai com Ele,
obedecei-lhe. Vós olhais para o alto e vedes, por assim dizer, uma grande
montanha a ser escalada; dizeis: “Como poderei jamais encontrar um caminho, em
meio a esses entraves gigantescos que encontro na via para tornar-me católico?
Não compreendo esta doutrina, e sofro por isso. Uma outra parece-me impossível.
Nunca hei de familiarizar-me com uma prática e tenho medo de outra. Sinto-me
confuso e desconfortável, prestes a naufragar no desespero”. Não digais isto,
meus caros irmãos: olhai para o alto com esperança, tende confiança naquele que
vos chama a seguir adiante. “Quem és tu, grande monte? Diante de Zorobabel, uma
planície” (Zc 4, 7). Passo a passo, Ele vos conduzirá adiante, assim como
conduziu a muitos outros antes de vós. Ele endireitará o que é torto e
aplainará o que é áspero, desviará as torrentes e secará os rios que se acham
em vossa estrada. Ele tornará velozes os vossos pés, como os da corça, e vos
firmará nas alturas (cf. Sl 18, 34); abrirá largo caminho aos vossos passos, e
não vacilarão os vossos pés (cf. Sl 18, 37). “Não há outro Deus, como o Deus
dos justos, que paira sobre os céus, para teu auxílio, e sobre as nuvens
majestosamente. A sua habitação é lá no alto, e cá embaixo estão os seus braços
eternos. Ele expulsará da tua presença o inimigo e dirá: ‘Sê reduzido a pó’”
(Dt 33, 26-27). “Até os adolescentes se afadigam e cansam, e mesmo os jovens às
vezes tropeçam! Aqueles, porém, que esperam no Senhor, renovam suas forças,
criam asas como de águia, correm e não se afadigam, caminham e não se cansam”
(Is 40, 30-31).
Referências
[São] John Henry Newman, “Faith and Private Judgment”. In: Discourses
to Mixed Congregations. New York & Bombai: Longmans, Green, and Co.: 1906,
pp. 192-213.