Tuesday, 20 May 2014

"12 Angry Men" by Reginald Rose (in English)



Juror #8: [justifying his reason for voting "not guilty"] I just think we owe him a few words, that's all.

Juror #10: I don't mind telling you this, mister: we don't owe him a thing. He got a fair trial, didn't he? What do you think that trial cost? He's lucky he got it. Know what I mean? Now, look - we're all grown-ups in here. We heard the facts, didn't we? You're not gonna tell me that we're supposed to believe this kid, knowing what he is. Listen, I've lived among them all my life - you can't believe a word they say, you know that. I mean they're born liars.

Juror #9: Only an ignorant man can believe that.

Juror #10: Now, listen...

Juror #9: [gets up] Do you think you were born with a monopoly on the truth? [turns to Juror #8, indicating #10]  I think certain things should be pointed out to this man.


Juror #3: It's these kids - the way they are nowadays. When I was a kid I used to call my father, "Sir". That's right. "Sir". You ever hear a kid call his father that anymore?

Juror #8: Fathers don't seem to think it's important anymore.

Juror #3: [looking at him] You got any kids?

Juror #8: Three.

Juror #3: I got one. Twenty-two years old. [takes photo from his wallet and shows it to Juror #8]  Aah. When he was nine years old he ran away from a fight. I saw it; I was so embarrassed I almost threw up. I said, "I'm gonna make a man outta you if I have to break you in two tryin'". And I made a man out of him. When he was sixteen, we had a fight. Hit me in the jaw - a big kid. Haven't seen him for two years. Kids... work your heart out...

Sunday, 18 May 2014

Untitled Poem by José Thiesen (in Portuguese)

Quando tu me sorriste
Foi o céu se abrindo
E eu corri por campinas
Verdes, verdes,
Gloriosamente verdes.

Quando tu te chegaste
Eu quiz fugir assustado,
Mas te recebi como se
Fosses uma chuva de
Pétalas de rosas.

Quando tu te foste
Eu morri um pouco.
Corvos negros voaram
Em torno de mim.
Corvos que matei, lentamente.


Saturday, 17 May 2014

"A Manhã Negra" by José Thiesen (in Portuguese)

     Aquela manhã de agosto surgiu negra.

     O vento uivava, correndo louco pelas esquinas e a própria natureza se encolhia, dobrava-se sobre si mesma com frio e medo.

     Ele acendeu o toco de vela, encontrado a custo, pois já a dias não havia eletricidade. Tremia, por causa da febre alta.

     Não tinha forças nem disposição para procurar um castiçal, então apenas pingou um pouco da própria cera sobre o topo do ecrã de seu computador, aplicando a vela sobre os pingos,

      A luz da vela revelou o estampado bonito da cortina que caia por trás do computador, escolhida por Marta, sua esposa, morta ali no quarto, já a algumas semanas. Ninguém havia para promover enterros e ele estava fraco demais para o fazer.

     O cão era uma bola de pelos negra, morta a dias, depois da febre alta

     Estranho como não se importava mais com o cheiro dos cadáveres.

    Tentou jogar o o fósforo longe, mas estava fraco demais para isso e o fósforo caiu ao seus pés. Tremia de febre e pavor, pois sabia que ia morrer.

     Dez meses antes o noticiário anunciava uma gripe forte que virara epidemia e depois pandemia. Doença nova, febre alta e morte; tudo muito lento, para que se sentisse morrer. Crueldade de Deus, diziam.

                    ...e Morte triunfava!

     Já não há mais eletricidade, mas antes disso já não havia quem anunciasse o noticiário na TV ou imprimisse jornais e ele não podia saber se ainda havia cientistas a trabalhar numa cura para a febre.

     Por algum tempo ele ligara a esmo para os números telefônicos do catálogo que tinha em casa, mas em vão. Alguns não atendiam, outros, eternamente ocupados.

     Febre, morte e solidão.

     Talvez ele fosse o último ser humano vivo.

     Mas agora, estava em pé, trêmulo, olhando a chama da vela a tremilicar.

     Por quanto tempo não comia? Sem importância. Os olhos perdidos dentro da chama da vela.

    Uma fraqueza súbita afloxou-lhe os joelhos e ele caiu; bateu com a cabeça na mesa do computador que estremeceu ao choque e fez a vela cair para o chão, para perto das cortinas.

     Apesar de sua fraqueza, ele tentou até sorrir do fato de que, com todo esse movimento a chama se não apagou, mas alcaçou a cortina e começou a lambê-la, escalando-a e atingindo o teto, correndo pelas paredes e detendo-se por um algum tempo na estante com livros para depois prosseguir adiante..

   Lentamente, o pequeno pingo de luz tornou-se um mundo de chamas que o cercava lenta, pacientemente.

    Subitamente compreendeu que não morreria por causa da febre, mas estava fraco demais para reagir e começou a chorar convulsiva, amargamente, consciente da culpa de desistir de viver.

      Deixou-se ficar ali, dobrado sobre si mesmo, a chorar sem outro consolo que aquele oferecido pelos braços de fogo prestes a abraça-lo.

      






     
    
    

Friday, 16 May 2014

"Maracangalha" by Dorival Caymmi (in Portuguese)



Eu vou pra Maracangalha eu vou
Eu vou de liforme branco eu vou
Eu vou de chapéu de palha eu vou
Eu vou convidar Anália eu vou

Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só
Eu vou só
Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só
Eu vou só
Sem Anália, mas eu vou.


You can hear "Maracangalha" sung by Dorival Caymmi here.

Thursday, 15 May 2014

"Benedícite" by Olavo Bilac (in Portuguese)



Bendito o que, na terra, o fogo fez, ereto
E o que uniu a charrua ao boi paciente e amigo;
E o que encontrou a enxada e o que no chão abjeto,
Fez, aos beijos do sol, o ouro brotar do trigo;

E o que o ferro forjou; e o piedoso arquiteto
Que ideou, depois do berço e do lar, o jazigo;
E que os fios urdiu; e o que achou o alfabeto;
E o que deu uma esmola ao primeiro mendigo.

E o que soltou ao mar a quilha, e ao vento o pano;
E o que inventou o canto; e o que criou a lira;
E o que domou o raio; e o que alçou o aeroplano.

Mas, bendito entre os mais, o que, no dó profundo,
Descobriu a esperança, a divina mentira,
Dando ao homem o dom de suportar o mundo.

Wednesday, 14 May 2014

"The Divine Comedy" by Dante Alighieri (Inferno: Canto VIII) (in Italian)



Inferno: Canto VIII

Io dico, seguitando, ch'assai prima
  che noi fossimo al pie` de l'alta torre,
  li occhi nostri n'andar suso a la cima

per due fiammette che i vedemmo porre
  e un'altra da lungi render cenno
  tanto ch'a pena il potea l'occhio torre.

E io mi volsi al mar di tutto 'l senno;
  dissi: <<Questo che dice? e che risponde
  quell'altro foco? e chi son quei che 'l fenno?>>.

Ed elli a me: <<Su per le sucide onde
  gia` scorgere puoi quello che s'aspetta,
  se 'l fummo del pantan nol ti nasconde>>.

Corda non pinse mai da se' saetta
  che si` corresse via per l'aere snella,
  com'io vidi una nave piccioletta

venir per l'acqua verso noi in quella,
  sotto 'l governo d'un sol galeoto,
  che gridava: <<Or se' giunta, anima fella!>>.

<<Flegias, Flegias, tu gridi a voto>>,
  disse lo mio segnore <<a questa volta:
  piu` non ci avrai che sol passando il loto>>.

Qual e` colui che grande inganno ascolta
  che li sia fatto, e poi se ne rammarca,
  fecesi Flegias ne l'ira accolta.

Lo duca mio discese ne la barca,
  e poi mi fece intrare appresso lui;
  e sol quand'io fui dentro parve carca.

Tosto che 'l duca e io nel legno fui,
  segando se ne va l'antica prora
  de l'acqua piu` che non suol con altrui.

Mentre noi corravam la morta gora,
  dinanzi mi si fece un pien di fango,
  e disse: <<Chi se' tu che vieni anzi ora?>>.

E io a lui: <<S'i' vegno, non rimango;
  ma tu chi se', che si` se' fatto brutto?>>.
  Rispuose: <<Vedi che son un che piango>>.

E io a lui: <<Con piangere e con lutto,
  spirito maladetto, ti rimani;
  ch'i' ti conosco, ancor sie lordo tutto>>.

Allor distese al legno ambo le mani;
  per che 'l maestro accorto lo sospinse,
  dicendo: <<Via costa` con li altri cani!>>.

Lo collo poi con le braccia mi cinse;
  basciommi 'l volto, e disse: <<Alma sdegnosa,
  benedetta colei che 'n te s'incinse!

Quei fu al mondo persona orgogliosa;
  bonta` non e` che sua memoria fregi:
  cosi` s'e` l'ombra sua qui furiosa.

Quanti si tegnon or la` su` gran regi
  che qui staranno come porci in brago,
  di se' lasciando orribili dispregi!>>.

E io: <<Maestro, molto sarei vago
  di vederlo attuffare in questa broda
  prima che noi uscissimo del lago>>.

Ed elli a me: <<Avante che la proda
  ti si lasci veder, tu sarai sazio:
  di tal disio convien che tu goda>>.

Dopo cio` poco vid'io quello strazio
  far di costui a le fangose genti,
  che Dio ancor ne lodo e ne ringrazio.

Tutti gridavano: <<A Filippo Argenti!>>;
  e 'l fiorentino spirito bizzarro
  in se' medesmo si volvea co' denti.

Quivi il lasciammo, che piu` non ne narro;
  ma ne l'orecchie mi percosse un duolo,
  per ch'io avante l'occhio intento sbarro.

Lo buon maestro disse: <<Omai, figliuolo,
  s'appressa la citta` c'ha nome Dite,
  coi gravi cittadin, col grande stuolo>>.

E io: <<Maestro, gia` le sue meschite
  la` entro certe ne la valle cerno,
  vermiglie come se di foco uscite

fossero>>. Ed ei mi disse: <<Il foco etterno
  ch'entro l'affoca le dimostra rosse,
  come tu vedi in questo basso inferno>>.

Noi pur giugnemmo dentro a l'alte fosse
  che vallan quella terra sconsolata:
  le mura mi parean che ferro fosse.

Non sanza prima far grande aggirata,
  venimmo in parte dove il nocchier forte
  <<Usciteci>>, grido`: <<qui e` l'intrata>>.

Io vidi piu` di mille in su le porte
  da ciel piovuti, che stizzosamente
  dicean: <<Chi e` costui che sanza morte

va per lo regno de la morta gente?>>.
  E 'l savio mio maestro fece segno
  di voler lor parlar segretamente.

Allor chiusero un poco il gran disdegno,
  e disser: <<Vien tu solo, e quei sen vada,
  che si` ardito intro` per questo regno.

Sol si ritorni per la folle strada:
  pruovi, se sa; che' tu qui rimarrai
  che li ha' iscorta si` buia contrada>>.

Pensa, lettor, se io mi sconfortai
  nel suon de le parole maladette,
  che' non credetti ritornarci mai.

<<O caro duca mio, che piu` di sette
  volte m'hai sicurta` renduta e tratto
  d'alto periglio che 'ncontra mi stette,

non mi lasciar>>, diss'io, <<cosi` disfatto;
  e se 'l passar piu` oltre ci e` negato,
  ritroviam l'orme nostre insieme ratto>>.

E quel segnor che li` m'avea menato,
  mi disse: <<Non temer; che' 'l nostro passo
  non ci puo` torre alcun: da tal n'e` dato.

Ma qui m'attendi, e lo spirito lasso
  conforta e ciba di speranza buona,
  ch'i' non ti lascero` nel mondo basso>>.

Cosi` sen va, e quivi m'abbandona
  lo dolce padre, e io rimagno in forse,
  che si` e no nel capo mi tenciona.

Udir non potti quello ch'a lor porse;
  ma ei non stette la` con essi guari,
  che ciascun dentro a pruova si ricorse.

Chiuser le porte que' nostri avversari
  nel petto al mio segnor, che fuor rimase,
  e rivolsesi a me con passi rari.

Li occhi a la terra e le ciglia avea rase
  d'ogne baldanza, e dicea ne' sospiri:
  <<Chi m'ha negate le dolenti case!>>.

E a me disse: <<Tu, perch'io m'adiri,
  non sbigottir, ch'io vincero` la prova,
  qual ch'a la difension dentro s'aggiri.

Questa lor tracotanza non e` nova;
  che' gia` l'usaro a men segreta porta,
  la qual sanza serrame ancor si trova.

Sovr'essa vedestu` la scritta morta:
  e gia` di qua da lei discende l'erta,
  passando per li cerchi sanza scorta,

tal che per lui ne fia la terra aperta>>.