A nuvem estendia-se para além da vista e sobre ela, uma
infinidade de aves em torno de uma grande mesa repleta da melhor comida e
bebida.
Ao verem que o sr. Pavel
chegara, as aves vieram em vôo ou corrida para ele e o rodearam,
cumprimentando-o num coro uníssono cuja beleza jamais voltei a ouvir.
- Heis que sempre viestes,
exclamou uma ave esquisita.
- Venerável Dodô! Eu jamais
faltaria a um convite seu!
- E este é o seu novo
amigo?
- Um dos filhos da Terra.
- E o filho da Terra não
fala?
- Falo, sim, disse quase
atrevido, para afastar de mim qualquer idéia de intimidação.
- E como é o teu nominho?
- Sérgio. E o teu?
- Sou o Venerável Dodô.
- Venerável?
- Porque sou o último de
minha espécie. Mas venham, Pavel e Sério! Desfrutem de nossa festa no céu!
A festa no céu!
O sr. Pavel logo deixou-me
só, solicitado que era por todas as aves que, obviamente, lhe davam a mais alta
importância.
Acerquei-me da mesa,
repleta de a comida mais extravagante que comida, colorida, perfumada e muito,
muito gostosa.
Eu sentia-me desajustado,
ali, pois nunca estivera tão só, rodeado de seres estranhos a mim. Estava
acostumado a espantar pardais e pombos na calçada, mas aqui, eram eles que me
poderiam jogar para fora da nuvem. Mas este sentimento de desajustamento
parecia ser somente meu, pois as aves aceitavam-me com a indiferença de eu ser
um igual a elas.
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